Ministra francesa diz que medicamento usado em teste não contém cannabis

Da Agência Lusa


A ministra da Saúde francesa, Marisol Touraine, disse hoje (15) que o medicamento usado em um ensaio clínico na França - que deixou uma pessoa em coma e outras cinco em estado grave - não contém qualquer derivado de cannabis, contrariando informações anteriores.

"Não continha cannabis nem qualquer derivado de cannabis", afirmou a ministra em entrevista coletiva. Os testes foram conduzidos por um laboratório privado para a empresa farmacêutica portuguesa Bial, que já indicou que vai emitir um comunicado sobre o assunto.

Anteriormente, uma fonte próxima do laboratório tinha dito à agência France Presse que o produto testado é uma molécula com efeitos analgésicos contendo um canabinóide.

Segundo a ministra, no laboratório da empresa Biotrial, em Rennes, oeste da França, o medicamento analgésico foi dado a 90 pessoas que participaram voluntariamente dos ensaios clínicos e que começaram a manifestar sintomas no domingo passado.

Pierre-Gilles Edan, diretor do departamento de neurologia do hospital de Rennes, onde os doentes afetados foram internados, afirmou que das seis pessoas afetadas, uma está em morte cerebral e outras três sofreram "lesões que poderão ser irreversíveis".

Edan adiantou que os pacientes têm entre 28 e 49 anos de idade e que a primeira vítima a chegar ao serviço, e que se encontra em coma, apresentava sintomas de acidente vascular cerebral.

A ministra francesa disse que se trata de um acidente inédito na França, cujas causas ainda são desconhecidas, e que todas as pessoas afetadas pertenciam ao mesmo grupo, a quem o medicamento foi ministrado de forma repetida.

Marisol Touraine garantiu que os ensaios clínicos foram interrompidos e ordenou uma inspeção administrativa à "organização, meios e condições de intervenção" do laboratório na realização do ensaio clínico.

O departamento de saúde da Procuradoria de Paris abriu um inquérito e a agência francesa para medicamentos vai fazer uma inspeção técnica no laboratório.

Em uma mensagem divulgada na rede social Twitter, a Biotrial afirmou que o ensaio decorreu “de acordo com todas as regras internacionais” e que providenciou a transferência imediata das pessoas que começaram a manifestar sintomas para o hospital.

O acidente ocorreu na primeira fase do ensaio clínico, quando o medicamento é dado a pessoas saudáveis, conscientes dos riscos.

Antes de ser utilizado em seres humanos, o medicamento, que se destinava a tratar perturbações de humor e ansiedade, foi testado em chimpanzés.

Milhares de pessoas participam todos os anos em ensaios clínicos na França. Muitos são estudantes que procuram ganhar dinheiro para pagar os estudos.

Embora raros, os acidentes com este tipo de ensaios já aconteceram em outros países, como no Reino Unido, onde em 2006 seis homens foram internados depois de serem submetidos a um novo tratamento contra a leucemia e outras doenças.

Em 2001, uma jovem norte-americana de 24 anos morreu quando participava em um ensaio clínico de um medicamento experimental para a asma conduzido pela universidade Johns Hopkins.


Coronel Nunes, atual presidente da CBF, colaborou com a ditadura. E agora ganha indenização

HuffPost Brasil  |  De Rafael Nardini




A longa história de cooperação da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) com participantes da ditadura do nosso país segue firme e forte. Ganha agora um novo capítulo triste.

Nos informa a Publica, que Antônio Carlos Nunes de Lima, 77 anos, o coronel Nunes, recebe mensalmente R$ 14.768,00 da Força Aérea Brasileira (FAB) como anistiado, “vítima de ato de exceção de motivação política”.

O repórter Lúcio de Castro nos informa que o coronel Nunes também foi agraciado com uma gorda indenização retroativa de R$ 243.416,25.

Corta. Vamos direto para a matéria:

"Nove dias depois de deixar a FAB no posto de cabo por tempo de serviço (entrada em 7/1/1957–saída em 30/12/1966), ele ingressa na Polícia Militar do Pará (entrada em 9/1/1967 – saída em 21/2/1991). Ali, progride sem entraves na hierarquia da PM durante os anos ditatoriais, nos quais a instituição se notabilizou como braço de apoio ao Exército na repressão e extermínio à guerrilha do Araguaia e aos demais movimentos populares e de resistência no Pará".

Da nomeação para frente, a carreira como agente da Polícia Militar foi meteórica. O novo presidente da CBF foi rapidamente alçado ao posto de comandante do batalhão de Santarém (PA) em setembro de 1971.

Capitão em 1972, ajudante de ordens do governador em 1974 e prefeito da sua cidade natal Monte Alegre, no oeste do Pará, em 1977. Um dos muitos políticos sem eleição, tão biônico quanto foi o ex-presidente da CBF, José Maria Marin, que como sabemos, luta para não parar numa cadeia comum nos Estados Unidos.



O que fez então ele merecer a tal compensação como se fosse uma vítima quando tudo leva a crer justamente o contrário? Por que aceitamos que ele seja compensado agora com o cargo mais alto do futebol brasileiro? O que ele sabe sobre bola, atletas, amistosos, competições, vitórias e derrotas?

Ao que parece, o jogo dele é outro. E segue 7x1 para a Alemanha.

ONG pede que o Ministério da Saúde acabe com restrição que impede a doação de sangue por homossexuais no Brasil

HuffPost Brasil  |  De Thiago de Araújo



O Brasil integra uma lista de aproximadamente 50 países nos quais os homossexuais possuem restrições ou até são proibidos de doar sangue. Nesta quinta-feira (14), o Grupo Dignidade, ONG de Curitiba (PR) dedicada a área da promoção e defesa da cidadania e dos direitos humanos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT), voltou a pedir que o País reveja o tema.

Em ofício dirigido ao ministro da Saúde, Marcelo Castro, e ao diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Jarbas Barbosa da Silva Júnior, a ONG pede a revisão da portaria nº 2712/2013 do ministério, que trata de procedimento hemoterápicos no País. No 4º parágrafo do artigo 64 consta o seguinte texto, quanto aos considerados inaptos a doar sangue por um ano:

“Homens que tiveram relações sexuais com outros homens e/ou as parceiras sexuais destes”.
Para a ONG, “houve avanços no que tange à redução do período da ‘janela’ de inelegibilidade” dos homossexuais no Brasil”, porém no entendimento da organização é preciso pôr fim a uma regra que faz distinção de prática ou orientação sexual no que diz respeito ao ato de doar sangue. O ofício pontua o que diz o parágrafo 3º do art. 2º da portaria, que veda juízos de valor por “por orientação sexual, identidade de gênero”, entre outros fatores.

“Consideramos desnecessário e discriminatório citar especificamente os homens que fazem sexo com homens, uma vez que estigmatiza os mesmos perante os serviços de saúde e perante a sociedade em geral, além de prejudicar o potencial da captação de doadores de sangue. O inciso II do mesmo artigo da portaria estabelece como inapto à doação de sangue por um período de 12 meses o(a) candidato(a) ‘que tenha feito sexo com um ou mais parceiros ocasionais ou desconhecidos ou seus respectivos parceiros sexuais’. Bastaria acrescentar a este inciso apenas a frase “independente de orientação sexual ou identidade de gênero” e suprimir o atual inciso IV, para que o parágrafo 3º do art. 2º da mesma Portaria cumprisse o objetivo da não discriminação por orientação sexual ou identidade de gênero.”



Assinado pelo diretor executivo do Grupo Dignidade, Toni Reis, o ofício ainda pontua que “pelo menos outros 17 países não fazem distinção ou não estabelecem critérios específicos de exclusão de gays e outros homens que fazem sexo com homens como doadores de sangue”, dentre os quais constam Argentina, Chile, Colômbia, México, Peru, Espanha, Itália, Portugal e Rússia.

Quanto ao tema, a atual legislação brasileira manteve o texto de outras duas portarias anteriores, uma de 2004, e outra de 2011, e se assemelha ao que adotou os Estados Unidos no fim do ano passado. Já na Argentina, a opção adotada recentemente deixa de se focar na orientação sexual, passando a se preocupar exclusivamente com o estado de saúde e as condições clínicas do doador.

“Doar sangue é um ato de generosidade, cidadania, e não pode ser condicionado à orientação sexual”, disse a ministra da Saúde da França, Marisol Touraine – o país europeu foi outro a alterar os seus procedimentos recentemente.

Em protesto contra refugiados, político alemão 'descarrega' ônibus com 31 sírios na casa de Angela Merkel

HuffPost Brasil



Desde o começo de 2016, a crise de refugiados na Alemanha passou para outro patamar. Após os ataques sexuais em Colônia, na noite de Ano Novo, a chanceler do país, Angela Merkel, tem sido pressionada para rever sua política acolhedora em relação aos milhares de refugiados que chegam ao país todos os dias.

Na última quinta-feira (14), uma pequena cidade do país enviou um ônibus com 31 refugiados sírios para a residência oficial de Merkel. Peter Dreier, perfeito de Landshut e responsável pela iniciativa - classificada por ele como um "ato de desespero" - disse que "é hora de impor um limite".

"Estamos tentando ajudar essas pessoas a se integrar. No entanto, isso não vai funcionar se, neste ano, estivermos diante de uma nova onda de um milhão de pessoas ou mais", afirmou à AFP.
Ativistas condenaram a viagem e chamaram a iniciativa de um golpe publicitário. Vários refugiados, inclusive, não sabiam qual era o real propósito da viagem. De acordo com o conselho de Landshut, todos os que estavam a bordo fizeram a viagem voluntariamente.

"Isso não resolve os problemas, e é um golpe que usa de forma equivocada a situação dos refugiados para enviar a mensagem 'queremos fechar as fronteiras'", afirmou Guenther Burkhardt, ativista defensor dos refugiados.
Merkel vem sendo elogiada por abrir as portas da Alemanha para refugiados que fogem da guerra e da miséria mas também vem sendo alvo de duras críticas, especialmente do estado da Baviera, uma das principais passagens para o país.

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Após a chegada dos refugiados em Berlim, houve um princípio de confusão devido a falta de hospedagem para os 31 asilados. De acordo com a mídia alemã, Dreier acabou pagando um hotel para que todos pudessem pernoitar na capital alemã.

Segundo um porta-voz do governo federal a responsabilidade por acomodar as centenas de milhares de refugiados que chegam à Alemanha nos últimos meses é dos estados e municípios.

Segundo a BBC, o distrito de Landshut, que tem 152 mil habitantes, acolheu 2.100 refugiados, e o número continua a subir.

Tom Hardy: 'Masculinidade não tem nada a ver com ser macho'

HuffPost Brasil  |  De Rafael Nardini




Tom Hardy tem algo a dizer aos homens.

Nesta entrevista ao The Red Bulletin (em inglês), ele afirma ter o maior respeito e admiração por seus amigos que fazem parte do exército. Queria ser um deles, inclusive.

"Essas são as pessoas que lutam pela nossa liberdade. Soldados são um tipo específico de pessoa e eu me sinto um pouco culpado por não ser eu mesmo um deles", conta o ator.

Mas, ao mesmo tempo, ele critica abertamente o pensamento padrão, velho e estranho que colocou nos homens a ideia de vencer na força.

E, então, em dado momento da conversa, o repórter Rudiger Sturm insiste no tema. E daí surge a fala de Hardy:

Um certo grau de violência é uma expressão da masculinidade?
Você precisa aceitar sua própria masculinidade. Mas isso não tem nada a ver com ser macho. Também significa que você pode ser como uma mãe, você tem um papel de cuidar. É sobre consideração, paciência e habilidades cognitivas. E, se você consegue cuidar disso, então, quando morrer, alguém vai se virar e dizer: "Ele era um bom homem".
E o que faz um "bom homem" como um profissional? Tom Hardy responde:

"Você diz para você mesmo: 'Eu vou ajudar esse cara das maneiras que eu posso. Eu vou tentar e fazer o trabalho dele mais fácil'. Mas aí precisa haver reciprocidade. Você ajuda o cara e ele ajuda você".

Universidade de Stanford lança o primeiro curso de liderança exclusivo para profissionais LGBT

HuffPost Brasil  |  De Luiza Belloni



Com o objetivo de aumentar o número de profissionais LGBT em cargos de diretoria e presidência, a Universidade de Stanford, pela primeira vez, lançou no início deste ano um programa de liderança voltado exclusivamente para gays, lésbicas, bissexuais e pessoas trans.

O curso LGBT Executive Leadership Program, ministrado na Graduate School of Business de Stanford, tem início previsto para julho deste ano, com avaliações pessoais de liderança, treinamento de gestão e estratégia e um "poderoso networking para acelerar a carreira."

"Este é o único programa de formação executiva oferecido por uma escola de negócios líder para solucionar uma significativa lacuna de liderança para lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros no level C [CEO. CFO, COO, etc]."
De fato, apesar do progresso em relação à união civil de pessoas do mesmo sexo, pouco se fala sobre o mercado de trabalho -- sobretudo em cargos executivos. Com pouquíssimas exceções (como Tim Cook, presidente da Apple), assumir a homossexualidade sendo diretor ou presidente de uma empresa é algo raro não só nos Estados Unidos e no Brasil, como em quase todo o mundo.

"Estamos em um ponto de inflexão", disse Dr. Thomar Wurster, um dos diretores do programa ao jornal The Wall Street Journal. "As empresas se movem rapidamente para incentivar a diversidade em suas equipes de liderança, mas o que vemos é um número muito baixo de altos executivos LGBT."

O curso tem duração de uma semana e um custo total de US$ 12 mil (ou cerca de R$ 47,8 mil, de acordo com a cotação do Banco Central de hoje). Para se candidatar a ele, o profissional precisa ter pelo menos dez anos de experiência profissional e ao menos cinco anos em um cargo de gestão. Veja um vídeo de introdução do curso (em inglês):


Agora é que são elas: 50% da nova equipe da NASA é composta por mulheres

Revista Claudia




Quem disse que ciência não é coisa de menina?

Pela primeira vez na história, as mulheres correspondem a 50% da equipe de astronautas da NASA - Agência Espacial Norte-americana. E tem mais: a ideia é que elas façam parte da missão tripulada que deve ir para Marte em 2030.

São 56 milhões de quilômetros da Terra até lá e uma viagem que durará pelo menos nove meses. A tarefa é das maiores: com a descoberta recente de evidências de água líquida no planeta, as astronautas serão responsáveis por colaborar com importantes estudos científicos.

Para lidar com isso, as viajantes do espaço têm que estar nas melhores condições possíveis. No processo seletivo realizado pela NASA em 2013, algumas das exigências eram que as candidatas tivessem cidadania norte-americana; diploma nos campos de tecnologia, engenharia, ciência ou matemática; ter mais de três anos de experiência nessas áreas; condições físicas para participar dos treinos e, o essencial, paixão pela ciência.

Agora, as astronautas que saíram de uma seleção com seis mil candidatos, se preparam intensamente para desbravar o universo - e o treinamento não é moleza: inclui mergulho em grandes profundidades, jets supersônicos e voos de avião de alta velocidade.

Mal podemos esperar para vê-las desbravando o universo!

Minas Gerais terá programa de reintegração social para travestis e transexuais

HuffPost Brasil  |  De Caio Delcolli



A população transgênera de Minas Gerais terá um programa de inclusão social. O anúncio foi feito na última terça-feira (12) pelo governo estadual, atualmente sob comando de Fernando Pimentel (PT). As informações são da Agência Minas.

O programa, por ora informalmente batizado de "Cidadania Trans", se inspira no TransCidadania, da prefeitura de São Paulo, e faz parte da comemoração do Dia Nacional da Visibilidade Trans, 29 de janeiro (anote aí!)

Consiste, basicamente, em uma ação para reintegrar travestis e transgêneros em situação de vulnerabilidade à sociedade, por meio de oportunidades de acesso e permanência na educação regular em qualquer modalidade e ao mercado de trabalho formal.

O "Cidadania Trans" é elaborado por uma parceria que envolve as secretarias do Estado de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania (Sedpac), Educação, Saúde, Trabalho e Desenvolvimento Social, além de movimentos sociais engajados na causa dos direitos de pessoas trans.

"A gente tem que começar a dar visibilidade para essa população, que sempre foi invisível", disse Douglas Miranda, coordenador da Especial de Políticas da Diversidade Sexual da Sedpac, à Agência Minas.

"Nossa intenção é a de garantir cursos de capacitação para esses homens e mulheres, buscar parcerias com o Sistema 'S' proporcionar educação a jovens e adultos e também um olhar dos ambulatórios e a harmonização junto ao Sistema Único de Saúde."

Na terça, foi discutida a formação de um Grupo de Trabalho do Projeto de Cidadania Trans de Minas Gerais.

A Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), o Núcleo de Direitos Humanos e Cidadania LGBT da Universidade Federal de Minas Gerais (NUH-UFMG), o Instituto Pauline Reichstu, a ONG Cellos-MG tiveram representantes na reunião.

A iniciativa do Estado vem na sequência da inclusão de campos predefinidos em boletins de ocorrência para registro de orientação sexual e gênero, nome social e causa ou motivação presumidos.

Defensora dos Direitos Humanos pode ser condenada à prisão perpétua na China

HuffPost Brasil



Autoridades chinesas prenderam formalmente, nesta semana, uma das mais proeminentes advogadas ligada aos Direitos Humanos no país.

Wang Yu foi acusada de subverter o Estado, segundo sua defesa. A prisão de Wang é parte de uma repressão aos ativistas que ajudam chineses a lutarem por seus direitos legais. O marido da advogada também foi preso.

Junto com centenas de outros advogados, ela foi levada sob custódia em julho do ano passado e acusada, no mês seguinte, de incitar subversão e "causar uma perturbação". Geralmente, esse tipo de acusação é levantada contra os críticos do regime.

Sua detenção formal, no entanto, é um passo a mais: o procedimento geralmente leva a um julgamento e a uma condenação nas cortes chineses, controladas pelo Partido. De acordo com a BBC, ela pode ser condenada à prisão perpétua. Pelo menos cinco advogados de Direitos Humanos já foram presos formalmente sob a mesma suspeita.

A Anistia Internacional classificou a sentença como uma "tentativa deliberada das autoridades chinesas em algemar uma 'campeã da liberdade de expressão'".

Aprovar CPMF é fundamental para o país sair da crise, diz Dilma

Paulo Victor Chagas – Repórter da Agência Brasil Edição: Kleber Sampaio


A presidenta Dilma Rousseff defendeu agilidade na aprovação da proposta de emenda à Constituição que recria a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). "Acho que é fundamental para o país sair mais rápido da crise  aprovar a CPMF", disse, durante café da manhã com jornalistas, hoje (15), no Palácio do Planalto.

"Reequilibrar o Brasil em um quadro em que há queda da produtividade implica necessariamente, a não ser que nós façamos uma fala demagógica, em ampliar impostos. Estou me referindo à CPMF", afirmou, ao ser perguntada sobre as dificuldades que o governo terá este ano na relação com o Congresso Nacional.

Dilma argumentou que a CPMF é a solução mais viável do ponto de vista da arrecadação do governo, pois é de "baixa intensidade" e ao mesmo tempo "permite controle de evasão fiscal". De acordo com a presidenta, o imposto também é o que menos impacta na inflação.

TCU

A presidenta disse ainda que o governo não errou na questão dos passivos apontados pelo Tribunal de Contas da União (TCU) relativos a atrasos nos repasses a bancos públicos e ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

“O que aconteceu no final do ano é que o governo pagou tudo o que o tribunal de contas apontou que era o que o governo devia às instituições de crédito: [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] BNDES, Caixa [Econômica Federal] e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. O governo pagou isso não porque reconheça qualquer erro na questão na forma pela qual nós estávamos atuando. Por que não reconhecemos o erro? Porque a legislação não previa”, explicou.

Segundo a presidenta, “como o tribunal passou a prever”, o governo pagou os bancos públicos e as instituições. “Ao pagarmos, aumentou a liquidez dos referidos bancos e das instituições. Eles passaram a ter um dinheiro que os órgãos de controle disseram que o governo devia a eles.”

No dia 30 de dezembro, o Tesouro Nacional informou que a União pagou R$ 72,375 bilhões em passivos a bancos públicos e ao FGTS. Do total, R$ 55,572 bilhões se referem a passivos de 2014 e R$ 16,803 bilhões a obrigações de 2015. O Tesouro explicou que fez os pagamentos seguindo entendimento do TCU.

*Matéria alterada às 13h25 do dia 15/01/2016 para acréscimo de informação.


Com queda de carteira assinada, aumenta trabalho doméstico e por conta própria

Vinícius Lisboa - repórter da Agência Brasil Edição: Talita Cavalcante


Mercado de trabalho passa por mudanças com queda no número de trabalhadores com carteira assinadaArquivo/Agência Brasil

O mercado de trabalho brasileiro está sofrendo uma mudança estrutural com a queda no número de empregados com carteira assinada no setor privado, analisou hoje (15) o coordenador de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Cimar Azeredo. Sem as garantias do emprego formal, muitos brasileiros estão recorrendo à abertura de pequenos negócios e atividades de trabalho por conta própria, mostra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua.

Em um ano, 1,184 milhão de pessoas (-3,2%) perderam trabalho com carteira assinada se levados em consideração os meses de agosto, setembro e outubro de 2015 e 2014. O número de empregadores subiu 5,7%, ou 219 mil, e o de trabalhadores por conta própria, 4,2%, ou 913 mil. A renda desses dois grupos, no entanto, teve variação de -3,5% e -5,2%.

Cimar lembra que o emprego com carteira assinada no setor privado teve uma trajetória de elevação nos últimos anos. "É um número que por um bom tempo esteve em alta e que foi considerado por alguns economistas como o boom da carteira assinada", disse ele, ao explicar as consequências dessa inversão. "As pessoas que estão perdendo a carteira assinada e recebendo indenização muitas vezes acabam abrindo o próprio negócio."

População desocupada

O aumento da população desocupada atingiu recorde. São aquelas pessoas que procuraram emprego e não encontraram. O acréscimo desse grupo em um ano chega a 38,3%, o que em números absolutos significa 2,5 milhões de pessoas a mais. O aumento dessa parte da população foi a explicação do IBGE para o crescimento da taxa de desocupação, que passou de 6,6% em agosto-setembro-outubro de 2014 para 9% no mesmo trimestre de 2015. Segundo o IBGE, a taxa de desocupação subiu em todas as dez pesquisas realizadas em 2015, e o valor atingido em outubro é o maior da série histórica iniciada em 2012.

População ocupada

A população ocupada ficou estável em cerca de 91 milhões de pessoas, porque as pessoas que perderam emprego de carteira assinada se inseriram nas categorias empregador, trabalhador por conta própria e trabalhador doméstico. Essa inserção ocorre principalmente no comércio e nos serviços, setores em que empreender requer menos investimentos.

"Esses grupamentos são mais aderentes ao processo de montar o seu empreendimento. É o canal mais fácil", afirma Cimar. "É mais difícil para um pequeno empregador montar uma indústria", acrescenta.

Trabalho doméstico

O coordenador da pesquisa aponta ainda que outra consequência dessa mudança estrutural é o crescimento do trabalho doméstico, que perde renda nesse cenário em que enfrenta mais concorrência e uma população com menos poder aquisitivo para contratá-lo.

"Quando não consegue um trabalho à altura, ele [o desempregado] busca opções, e as opções são, principalmente quando não há reservas, o trabalho doméstico e o trabalho no comércio voltado para a informalidade", explica. "Às pessoas com nível de renda mais alto é dada a possibilidade de ir para a fila da desocupação. As pessoas com renda mais baixa, para se manter na legalidade, têm que imediatamente conseguir um trabalho", completa o coordenador.

Segundo a Pnad Contínua, a renda do trabalhador doméstico caiu 2,4% entre os meses estudados de 2014 e 2015. Já o número de trabalhadores subiu em 154 mil, com alta de 2,6%.

Setor de maior formalização, a indústria teve uma perda de 751 mil trabalhadores na passagem entre esses dois períodos.


Dilma diz que Previdência é assunto que mais preocupa governo

Paulo Victor Chagas - Repórter da Agência Brasil Edição: Talita Cavalcante


Brasília - Presidenta Dilma Rousseff durante café da manhã com jornalistas no Palácio do PlanaltoIchiro Guerra/PR

A presidenta Dilma Rousseff disse hoje (15) que a situação da Previdência é o assunto que mais preocupa o governo neste momento. Em café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto, ela destacou que a reforma da Previdência deve ser estudada de forma técnica e política. Participaram do encontro correspondentes estrangeiros e dos veículos online.

“Acho que a questão mais importante para o país é a Previdência. Isso não quer dizer que tentativas golpistas não sejam importantes”, disse ao ser perguntada sobre qual assunto é mais urgente para sua gestão: a Previdência ou os pedidos de impeachment. “O impeachment tem uma repercussão política, o que significa [pôr em xeque] a estabilidade democrática do país”, completou.

Segundo ela, há duas alternativas para lidar com o déficit da Previdência: o aumento da idade mínima para aposentadoria e a continuidade da fórmula 85/95 – soma do tempo de contribuição e idade até atingir 85, para as mulheres, e 95 para os homens. Na prática, a fórmula 85/95 permite que os trabalhadores se aposentem mais cedo do que pelo cálculo do fator previdenciário.


Governo reajusta benefícios de servidores federais

Carolina Gonçalves - Repórter da Agência Brasil Edição: Kleber Sampaio


Os planos de saúde de servidores federais tiveram aumento de 22,62%. O acréscimo no valor repassado pela União para custear a assistência à saúde suplementar dos servidores ativos, aposentados e dependentes será calculado a partir do dia 1º de janeiro.

Com a medida, publicada em portaria do Ministério do Planejamento no Diário Oficial da União, o valor per capita médio passa de R$ 117,78 para R$ 145. No texto, os valores são especificados de acordo com faixas de renda e de idade. Os acréscimos foram calculados a partir do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE - nos últimos três anos.

Outras duas portarias publicadas pelo ministério trazem valores reajustados do auxílio-alimentação e da assistência pré-escolar – conhecido como auxílio-creche - para os servidores públicos do Poder Executivo Federal.

 O IPCA também balizou a revisão do valor do auxílio-alimentação, que teve aumento de 22,78% em relação ao valor anterior, de R$ 373, passando a ser fixado em R$ 458 mensais. No caso do auxílio-creche o valor máximo do repasse foi fixado em R$ 321 a partir do cálculo feito pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) para a creche pública integral.  Os reajustes, segundo assessoria do Ministério do Planejamento, foram acertados durante a negociação salarial de 2015 com os servidores.


Impunidade para os agentes da ditadura era total, diz Clarice Herzog

Camila Maciel - Repórter da Agência Brasil Edição: Aécio Amado




As mortes em sequência do jornalista Vladimir Herzog, em outubro de 1975, e do metalúrgico Manoel Fiel Filho, em janeiro de 1976, três meses depois, foram para Clarice Herzog, viúva do jornalista, uma demonstração de como a impunidade acobertava as ações criminosas dos agentes da ditadura.

“A impunidade era tão grande. Eles se sentiam tão poderosos que podiam mostrar aquela foto do Vlado enforcado com pé no chão e o Fiel Filho enforcado, sentado numa privada. É uma vergonha, porque nem se preocupavam em fazer uma farsa bem-feita, porque a impunidade para eles era total”, disse à Agência Brasil.

 O jurista Helio Bicudo atuou no processo sobre a morte de Fiel e colheu depoimentos de presos que estiveram com o metalúrgico no DOI-Codi

O jurista Hélio Bicudo atuou no processo sobre a morte de Fiel e colheu depoimentos de presos que estiveram com o metalúrgico no DOI-CodiRovena Rosa/Agência Brasil

O jurista Hélio Bicudo, na época promotor público, colheu depoimentos de ex-presos da época da ditadura para validar a versão de assassinato praticado por agentes do Estado. “Ninguém que atuava na área poderia acreditar que aquilo foi suicídio. Sabia-se, como foi no caso do Herzog, que era uma morte praticada pela polícia política”, disse.

Bicudo destaca que os dois episódios, as mortes de Herzog e de Fiel Filho, foram importantes para reconstrução da democracia no Brasil. “Essas duas mortes mostravam que a atuação dos agentes da repressão se manifestava não só na classe média, mas também na classe operária, como é o caso do Manoel. Foi uma morte que trouxe um anseio de mobilização para a sociedade, de necessidade de mudança”, afirmou.


Agentes da ditadura vão ao velório e ao enterro de Manoel Fiel Filho

Camila Maciel - Repórter da Agência Brasil Edição: Aécio Amado




Hoje com 56 anos - tinha 16 quando o pai morreu - Márcia Fiel conta que, aos poucos, a família foi entendendo o significado da morte de Manoel. “Não sabíamos nada [da atuação política dele]. A única coisa que sabíamos é que ele ia muito ao sindicato”, disse. Ela lembra que, durante o velório e o enterro, agentes da repressão estiveram no local.

“Estavam descendo o corpo e eles em cima da tampa. Enquanto a pedra não cimentou, eles não saíram de cima. Não podia falar nada, abrir a boca”, lembrou. Ao deixar o Cemitério da Quarta Parada, em Água Rasa, na capital paulista, onde o corpo foi enterrado, Márcia, a irmã Aparecida, e a mãe Thereza foram para casas diferentes. “A gente tinha medo que eles voltassem para pegar a gente”, afirmou Márcia.


Sepultura de Manoel Fiel Filho no Cemitério da Quarta Parada, em Água Rasa, em São PauloRovena Rosa/Agência Brasil

Certa tranquilidade para a família só veio após verem publicada a notícia de que a morte de Fiel Filho tinha levado ao afastamento do comandante do 2º Exército. “A gente viu a reportagem na televisão. Eu falei: 'não precisa mais a gente ficar se escondendo, porque já está público o negócio'”, disse Márcia à Agência Brasil.

Ainda hoje, em uma pasta, Márcia reúne todos os recortes de jornais da época. Segundo ela, ali começava a peregrinação para ver restabelecida a verdade em torno da morte do pai. “Era difícil até para conseguir advogado, porque as pessoas tinham medo de pegar essa ação. Só conseguimos com a ajuda da Cúria [por meio de dom Paulo Evaristo Arns]”.

Impunidade

Passados 40 anos da morte de Manoel Fiel Filho, torturado e assassinado na carceragem do DOI-Codi do 2º Exército, em São Paulo, impunidade e falta de reconhecimento são ressentimentos presentes na família do metalúrgico. Aparecida Fiel, de 60 anos, filha mais velha, diz que, somente após 20 anos da morte do pai, a mãe Thereza recebeu o valor referente à indenização salarial pela morte do marido. “Não foi uma indenização em que eles reconhecem que mataram o meu pai. Foi cálculo da diferença da aposentadoria”, afirmou. Ela informou que, atualmente, a mãe já não recebe mais o valor complementar, pois o cálculo foi feito até os presumíveis 75 anos de Manoel. “É como se ele trabalhasse até esta idade. Agora a mãe recebe somente a pensão”, explicou.

Documento sobre o pedido de arquivamento do Inquérito Policial Militar para investigar a morte de Manoel Fiel Filho Imagem do Arquivo Público de São Paulo

O pedido de indenização da família, que inclui a revisão do inquérito, com o reconhecimento de que agentes do Estado foram responsáveis pelo assassinato, foi feito em 2006. “Está parado. Há dez anos que aguardamos. Nem sei onde está o processo”, diz Márcia Fiel, filha mais nova do casal. Segundo ela, foi preciso muito esforço, recorrendo a políticos para ver o primeiro processo caminhar na Justiça. Márcia critica o fato de que as perdas ficaram apenas para as vítimas. “Eles [torturadores] viveram muito bem durante todo esse tempo. Qual que é a punição? Tira a aposentadoria deles. Foi o que aconteceu comigo e com a minha mãe. Alguém pensou se a gente ia ter o que comer ou não? Meu pai era o arrimo da família.”

Reconhecimento

A família de Manoel Filho também se ressente por achar que o metalúrgico é pouco lembrado pelo papel que sua morte teve na retomada da democracia no Brasil. “Lembraram do Herzog no ano passado. Quero ver se vão lembrar do meu marido”, disse Thereza Fiel. Para Aparecida, ficou uma mágoa. “Olha quanta coisa que mudou depois do que aconteceu com o meu pai, e nada disso foi divulgado. O estado dele, que é Alagoas, tem muita coisa dele lá, conversei com as pessoas e ninguém sabe da história. Pelo menos de onde ele veio, pensei que soubessem mais”, afirmou.

Filhas de Manoel Fiel, Aparecida (de vermelho) e Márcia mostram documentos e recortes de jornais que registram a morte do paiRovena Rosa/Agência Brasil

Para Márcia, a valorização de Fiel Filho veio do segmento operário. “A classe trabalhadora sempre valorizou muito o meu pai. Fizeram muita homenagem, mas, politicamente, essa abertura toda que houve [do processo democrático] depois da morte do meu pai nunca foi valorizada como devia”, avaliou. Clarice Herzog, viúva de Vladimir Herzog, considera que a história de Fiel Filho também deve ser mais lembrada. “A maior repercussão [do Herzog] foi porque ele era jornalista. Era um homem conhecido nacional e internacionalmente. Ele dava aula na universidade. Toda essa conjuntura fez com que tivesse uma repercussão maior”, disse.


Manoel Fiel Filho: brasileiro, metalúrgico, assassinado

Da Agência Brasil Edição: Aécio Amado


O assassinato de Manoel Fiel Filho naquele 17 de janeiro de 1976, na carceragem do DOI-Codi do 2º Exército, em São Paulo, não teve a mesma repercussão da morte do jornalista Vladimir Herzog, ocorrida menos de três meses antes no mesmo local e em circunstância semelhante.

Sepultura de Manoel Fiel Filho no Cemitério da Quarta Parada, em Água Rasa, São PauloRovena Rosa/Agência Brasil

Assim como Vladimir, Fiel foi morto sob tortura dos agentes da ditadura. A imprensa só soube do acontecido três dias depois, após a divulgação de uma nota lacônica pelo 2º Exército informando que o metalúrgico havia cometido suicídio.

Apesar da pouca repercussão, o assassinato do metalúrgico irritou o presidente Ernesto Geisel, que mandou demitir o comandante do 2º Exército, general Ednardo D’Ávila Mello, praticamente desmontando a máquina de tortura e morte que funcionava no DOI-Codi de São Paulo. A saída de Ednardo não acabou com as violações aos direitos humanos nos porões da ditadura, mas os torturadores passaram a ser mais "cuidadosos" e a linha dura militar perdeu força política dentro das Forças Armadas, o que levou, em 1977, à derrota do general Sylvio Frota, em suas pretensões de suceder Geisel na Presidência da República. O presidente escolhido por Geisel foi o general  João Baptista Figueiredo.

No próximo domingo, 17 de janeiro de 2016, o assassinato do metalúrgico Manoel Fiel completa 40 anos. E a Agência Brasil apresenta hoje (15) uma reportagem especial sobre esse triste episódio da história do Brasil.

A repórter Camila Maciel e a fotógrafa Rovena Rosa foram até a cidade de Bragança Paulista, a 90 quilômetros de São Paulo, onde conversaram com a mulher e as filhas de Manoel Fiel Filho. “Meu marido morreu e salvou a turma que estava presa lá [no DOI-Codi]”, disse Thereza Fiel à Agência Brasil, ressaltando que o assassinato do marido provocou mudanças no tratamento dado aos presos políticos da época.

A reportagem entrevistou também Clarice Herzog, mulher de Vladimir, e o jurista Hélio Bicudo, que atuou no processo aberto contra o Estado brasileiro, responsabilizando-o pela morte do metalúrgico.



Turquia detém 21 intelectuais que assinaram manifesto pela paz

Da Agência Lusa


A polícia turca deteve hoje (15) 21 intelectuais que assinaram um manifesto pedindo o fim das operações do Exército contra a rebelião curda.

Por determinação do Ministério Público, 21 acadêmicos foram detidos durante a madrugada e colocados sob custódia policial em Kocaeli, no Noroeste da Turquia, no âmbito de um inquérito sobre “propaganda terrorista” e “insulto às instituições e à República turca”, informou a agência de notícias oficial Anatolia.

Quase 1.200 pessoas assinaram segunda-feira (11) a “Iniciativa de universitários pela paz”, que reivindica o fim da intervenção das forças de segurança contra os integrantes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), no Sudeste do país, de maioria curda.

No texto intitulado “Não seremos associados a este crime” é denunciado um massacre deliberado e planejado, em total violação das leis turcas e dos tratados internacionais firmados pelo país.

A petição foi assinada por intelectuais turcos e estrangeiros, caso do linguista e pensador norte-americano Noam Chomsky.

Em discurso nessa quinta-feira em Ancara, o presidente Recep Tayyip Erdogan disse que o grupo de universitários "colocou-se claramente no campo da organização terrorista [em referência ao PKK] e cuspiu o seu ódio sobre o povo turco”. Para ele, “os supostos intelectuais são indivíduos sombrios que não têm qualquer respeito pela sua pátria. Erdogan os acusou de traição.

Após mais de dois anos de cessar-fogo, as hostilidades entre as forças militares e policiais turcas e o PKK foram retomadas no verão passado, comprometendo as conversações de paz iniciadas em 2012 para pôr fim a um conflito que desde 1984 já deixou mais de 40 mil mortos.

Ancara lançou no mês passado uma ofensiva em que participaram cerca de 10 mil homens, apoiados por tanques e helicópteros, para desalojar os rebeldes em Silopi e Cizre, bem como no distrito histórico de Sur, em Diyarbakir, a grande cidade curda do país. Inúmeros civis foram mortos nesses combates, deixando a região em estado de guerra.

Dados divulgados pelo chefe de Estado turco mostram que mais de 3 mil integrantes do PKK foram mortos em 2015.


Ebola: Serra Leoa investiga morte após OMS ter anunciado fim da epidemia

Da Agência Lusa


O governo de Serra Leoa investiga a morte de uma mulher após um primeiro teste positivo de ebola nessa quinta-feira (14), poucas horas depois de a Organização Mundial da Saúde (OMS) ter declarado o fim da epidemia na África Ocidental.

A estudante morreu pouco depois de ter sido levada doente para a cidade de Bamoi Luma, perto da fronteira com a Guiné, no Norte do país. O teste inicial deu positivo para o vírus, informou fonte do Ministério da Saúde da Serra Leoa à agência de notícias France Presse.

“Os resultados completos vão ser divulgados nesta sexta-feira”, disse ainda a fonte, acrescentando que estão sendo feitas análises complementares.

“Uma equipe de alto nível de funcionários do Ministério da Saúde, parceiros da OMS e do Centro de Controlo de Doenças, com sede em Atlanta (EUA), estão na capital para fazer investigações intensas”, disse o porta-voz do governo Abdulai Bayrayta.

A OMS anunciou ontem oficialmente o fim da epidemia de ebola na África Ocidental, após ter terminado o período de transmissão da doença na Libéria.

Iniciada em dezembro de 2013 na Guiné-Conacri, a epidemia propagou-se depois aos vizinhos Libéria e Serra Leoa, três países que concentraram 99% dos casos, bem como à Nigéria e ao Mali.

Em dois anos, o vírus, identificado pela primeira vez há quatro décadas, chegou, importado, à Espanha e aos Estados Unidos, tendo afetado 28.637 pessoas, das quais 11.315 morreram.


Ataque à base da União Africana na Somália mata pelo menos 50 soldados quenianos

Da Agência Lusa


Pelo menos 50 soldados quenianos foram mortos hoje (15) em um ataque lançado pelo grupo extremista shebab contra a base da União Africana na Somália, informou a emissora a Al Jazeera.

Os extremistas shebab, ligados à Al Qaeda, lançaram o ataque contra a base da União Africana comandada pelos capacetes azuis quenianos em Ceel Cado, a cerca de 550 quilômetros de Mogadíscio, perto da fronteira com o Quênia.

Os shebab, retirados desde meados de 2011 de Mogadíscio, depois de o mesmo ter ocorrido aos redutos do grupo no Centro e Sul da Somália, continuam a controlar grandes áreas rurais, a partir das quais lançam operações de guerrilha e atentados suicidas contra símbolos do governo somali ou contra a força militar da União Africana na Somália (Amisom), que apoia o Executivo.


Lista de correntistas brasileiros do HSBC na Suíça deve ser entregue à CPI

Karine Melo – Repórter da Agência Brasil Edição: Maria Claudia


O governo francês aceitou o pedido da CPI do HSBC, do Senado, e decidiu que vai compartilhar os dados de correntistas brasileiros do banco na Suíça, vazados no escândalo conhecido como Swissleaks. O material já está com a Receita Federal e a Procuradoria Geral da República. “Ao contrário do que diziam, a CPI está renascendo das cinzas. A partir das informações oficiais, a investigação pode avançar com segurança”, afirmou o relator da comissão Ricardo Ferraço (PMDB-ES).

Em julho de 2015, as autoridades francesas negaram o acesso da CPI aos dados sob o argumento de que a comissão não teria poder criminal, prerrogativa do acordo de cooperação com o Brasil para o compartilhamento de dados. Sem sucesso nos requerimentos para obter os dados, no mês passado os senadores, que compõe a grupo, decidiram antecipar o fim  dos trabalhos. Ferraço, no entanto, por discordar da medida, não havia apresentado ainda o relatório final dos trabalhos, cuja votação oficializaria o fim dos trabalhos da CPI.

Para o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), autor do requerimento de criação da comissão, os dados darão uma sobrevida aos trabalhos do grupo, que tem até o dia 30 abril para serem concluídos. “Foi uma CPI péssima, onde a maioria de seus membros só se dedicou a obstruir as investigações. Ocorre que a principal argumentação que se fazia para que as investigações não avançassem era que a CPI não tinha dados oficiais da França. Essa desculpa, desde ontem, está sepultada. Agora não tem mais desculpa para não convocarmos e avançarmos nessas investigações”, disse.

“Isso era o que estávamos perseguindo desde o início da CPI para dar prosseguimento às investigações. Agora, com essa legalização da lista, temos como aprofundar e avançar na análise dos dados e nas quebras de sigilos necessárias”, disse o presidente da CPI, senador Paulo Rocha (PT-PA).

A CPI do HSBC foi instalada em 24 de março de 2015, depois que arquivos vazados da filial suíça do banco mostraram a movimentação de mais de US$ 100 bilhões. Parte desse valor, US$ 7 bilhões, foi distribuída em 5.549 contas abertas por clientes brasileiros.


Chile, Argentina e Uruguai são multados por cantos homofóbicos de torcedores

Reuters



A Federação Chilena de Futebol foi multada em 70 mil francos suíços (R$ 277 mil) devido a quatro casos de cantos homofóbicos por parte de seus torcedores durante jogos das eliminatórias da Copa do Mundo de 2018, informou a Fifa nesta quarta-feira.

A Fifa também anunciou multas de 20 mil francos suíços (R$ 79 mil) contra as federações de Argentina, México, Peru e Uruguai por casos separados de cantos homofóbicos por parte de suas torcidas durante jogos das eliminatórias.

Também foram abertos procedimentos contra a federação de Honduras por ofensas similares, segundo a Fifa.

"A Fifa vem combatendo a discriminação no futebol por muitos anos e parte disso tem sido por meio de sanções", disse Claudio Sulser, presidente do comitê disciplinar da entidade máxima do futebol mundial.

"Com o novo sistema de monitoramento abrangente para as eliminatórias da Copa do Mundo, o comitê disciplinar tem um apoio adicional graças a relatórios detalhados fornecidos pelos observadores antidiscriminação dos jogos", acrescentou.

"Mas um processo disciplinar por si só não pode mudar o comportamento de certos grupos de torcedores que, infelizmente, vão contra os valores fundamentais do nosso jogo", afirmou.

"A Fifa e toda a comunidade do futebol têm que ser pró-ativas em educar e inspirar uma mensagem de igualdade e respeito em todos os níveis do esporte."

Por que Walt Disney criou tantos personagens animais?

The Huffington Post  |  De Todd Van Luling



Este ano marca o 50º aniversário da morte de Walt Disney, que faleceu de câncer de pulmão em 15 de dezembro de 1966, aos 65 anos. Mas, como a empresa de mesmo nome fundada por ele continua a dominar o imaginário popular, não faltam retrospectivas sobre a vida do famoso cartunista.

O filme Walt Before Mickey (Walt Antes de Mickey, ainda não lançado no Brasil), que estreou no último dia 5 de dezembro, data de nascimento do também ator e empreendedor, conta a história do começo da vida de Disney. Já nas primeiras cenas, o filme aborda uma questão que crianças e adultos, que se divertiram intensamente com o principal elenco de animais criado pelo cartunista, já devem ter se perguntado muitas vezes. Por que as primeiras criações da Disney são representadas por tantos personagens do mundo animal? Embora a explicação esteja muito longe da completa história por trás de personagens icônicos como Mickey Mouse, Pato Donald e Pateta, parte da resposta é certamente que Walt passou alguns anos de sua infância morando com a família em uma fazenda de 16 hectares em Marceline, Missouri, entre abril de 1906 e dezembro de 1910. Foi lá que ele desenvolveu o gosto original pelo desenho — e seus primeiros retratos foram os animais que viviam próximos à sua casa.

Segundo Jim Hill, pesquisador da história da Disney, Walt dizia frequentemente à imprensa que sua primeira ilustração paga foi encomendada por um fazendeiro vizinho chamado Doc Sherwood, que pediu que o garoto desenhasse seu premiado garanhão, Rupert.

Outro especialista sobre a Disney, Lou Mongello, também disse ao The Huffington Post que os personagens originais da Disney foram inspirados no amor inicial de Walt em desenhar animais da fazenda. “Sim, quando Walt estava crescendo na fazenda em Marceline, ele muitas vezes passava o tempo desenhando — normalmente a natureza e animais que tinha visto”, disse Mongello, acrescentando que “isso continuaria a influenciar seus anos seguintes e sua carreira, como pode ser visto em seu amor pelos animais, natureza e desenhos animados (‘Bambi’, ‘O Menino Lobo’, ‘True-Life Adventures’ etc.).


Tendo dito tudo isso, Hill destacou ao HuffPost que essa narrativa tem sido fortemente explorada por Walt e sua empresa desde a criação do negócio. “Animais da fazenda sempre desempenharam um papel significativo na narrativa ‘Como Walt tornou-se Walt Disney’”, explicou Hill. “Dito isso, ao falar sobre o início da história de Walt Disney, você sempre deve ter em mente que Walt foi um contador de histórias.”

“Como costuma-se dizer, a história é escrita pelos vencedores”, Hill observou, alertando que, ao longo dos anos, a marca Disney comprometeu a narrativa com a qual normalmente relacionamos a biografia de Walt. O cartunista “às vezes ‘torce a verdade’ para tornar uma boa história ainda melhor”, Hill alega, destacando o exemplo sobre a verdadeira inspiração para a criação do Mickey Mouse.

Existe a história de que Walt dizia, algumas vezes, que a inspiração para o Mickey Mouse veio desse rato manso que ele costumava alimentar com farelos enquanto trabalhava à noite nos escritórios da Laugh-O-Gram Studios, em Kansas City, Missouri. Mas, na verdade, o Mickey foi inventado às pressas em 1928, quando Walt descobriu que Charles Mintz tinha basicamente surrupiado Oswald, o Coelho Sortudo, e então a Disney precisava de um novo personagem para começar a animá-lo assim que possível.



Walt e o também cartunista Ub Iwerks cocriaram Oswald, o Coelho Sortudo, mas perderam os direitos para a Universal. A primeira versão do Mickey Mouse é quase idêntica a Oswald, exceto pelas orelhas e nariz mais curtos e sem rabo de coelho.

"Por que Mintz e/ou a Universal Pictures não decidiram processar a Walt & Co. por arrancar [as orelhas e o rabo de] Oswald para lançar o Mickey, em 1928, nunca vou saber”, brincou Hill.

Mas, apesar de todas essas ressalvas, as sementes do amor de Walt Disney em desenhar animais começaram indiscutivelmente em Marceline, onde ainda é possível visitar o Walt Disney Hometown Museum. Como é administrado fora do grupo Disney, se você não acreditar em todos os detalhes, mas ainda assim crê em mágica, considere fazer uma peregrinação à única e verdadeira cidade da Disney.

Este artigo foi originalmente publicado pelo HuffPost US e traduzido do inglês.

Conselheiro de Estado chinês diz que mundo pode enfrentar nova crise financeira

Da Agência Lusa


O conselheiro de Estado Yang Jiechi, o responsável máximo pelos negócios estrangeiros da China, advertiu hoje (14) para a possibilidade de uma nova crise financeira global.

“Não é possível descartar por completo a possibilidade de vermos acontecer uma nova crise económica, e o problema não devia ser negligenciado”, afirmou Jiechi.

“Vivemos numa era de constantes mudanças e de intensas transformações”, acrescentou o diplomata, lembrando que “as oportunidades não têm precedentes, mas os desafios também não”.

Falando em Pequim, num encontro preparatório da cúpula do G20, que ocorrerá em setembro na cidade de Hangzhou, no Leste do país, Yang Jiechi disse que os diferentes países e organizações têm trabalhado em conjunto para reforçar a confiança geral após a crise financeira global de 2008.


Brasil vai passar de país de commodities a exportador de inovação, diz ministro

Maiana Diniz - Repórter da Agência Brasil Edição: Graça Adjuto


O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Celso Pansera, diz que novo marco legal do setor trará mudanças significativas para a pesquisa no país Elza Fiúza/Agência Brasil

Sancionado no início desta semana, o novo Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação cria novas regras para estimular o avanço da produção científica no Brasil. A legislação tem grande aceitação dos setores público e privado e foi construída a partir de consultas à comunidade acadêmica e ao empresariado.

Entre outras mudanças, o Projeto de Lei Complementar 77/2015 facilita a compra de equipamentos e materiais usados para pesquisas, ao liberar da burocracia da Lei de Licitações as compras de até R$ 300 mil. O texto também passa de 240 para 416 o número de horas que os pesquisadores das universidades públicas podem destinar a projetos de pesquisa com garantia de progressão na carreira, além de facilitar as parcerias entre universidades e empresas.

Em entrevista à Agência Brasil, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Celso Pansera, falou sobre a expectativa de que a nova legislação traga mudanças significativas à área de pesquisa que, para ele, passará a receber mais investimentos do setor produtivo e a focar em resultados práticos, levando o Brasil a inovar e até a causar impacto na balança comercial.

“Hoje, todos dizem que o Brasil é um país de commodities. Nós queremos deixar de exportar matéria-prima para nos tornarmos um país que exporta inovação, com produtos de alto valor agregado. Tenho certeza de que isso vai se refletir na balança comercial nos próximos anos.”, disse.

Confira os principais trechos da entrevista:

Agência Brasil: Hoje, no Brasil, as pesquisas e os pesquisadores estão concentrados nas universidades públicas, diferentemente do que acontece nos países desenvolvidos. O marco pode mudar esse cenário?

Celso Pansera: O empresariado brasileiro não tem tradição de investir em pesquisa e em conhecimento. O setor de estágio no Brasil, por exemplo, nunca se desenvolveu muito, assim como o setor de ensino técnico mostra dificuldades porque as empresas não têm essa prática. Isso se reflete também na área de pesquisa.

O resultado disso é que o governo acabou substituindo a iniciativa privada nesses investimentos e, principalmente, desde os anos 2000 começou a investir pesado. Foi então que começaram a surgir os entraves. Com o novo marco para a área, estamos destravando essa questão, que é necessária. Estamos nos espelhando no sistema europeu do ponto de vista da relação das universidades com o setor produtivo, que historicamente é muito ruim no Brasil.

As pesquisas brasileiras estão muito concentradas nas áreas de humanas e também há muitos pesquisadores desenvolvendo pesquisa pela pesquisa. Com a mudança, setores dinâmicos da economia nacional, que começam a ganhar dinheiro, vão pressionar algumas áreas das universidades, por isso há tanta resistência. Ao colocar mais dinheiro nas universidades, outras áreas vão se sobrepor e mudar o cenário. Não sei se vão criar laboratórios de pesquisa nas indústrias, mas com certeza as indústrias vão entrar mais nas universidades.

Agência Brasil: Vai aumentar o investimento das empresas no setor?

Celso Pansera: Sim, o empresariado brasileiro tem se modernizado muito e precisa encontrar, de uma forma ou de outra, apoio para investir na inovação. A economia vai começar a girar de forma diferente, deixando de ser de commodities para ser de produtos com valor e tecnologia agregados.

Agência Brasil: Com isso, as pesquisas serão mais direcionadas ao mercado, ao lucro e terão foco nos resultados? Isso é visto como algo negativo por alguns especialistas.

Celso Pansera: As pesquisas vão deixar de ser só por diletantismo [filosofia de vida que coloca, como condição prévia à ação, o prazer e o capricho pessoa]  e passarão a ter reflexo no mundo real. Os professores, que podem ter a ideia de um produto e o medo de a progressão de carreira deles não ir pra frente caso saiam da sala de aula, agora têm essa garantia, essa é a primeira coisa. O marco destrava os setores das universidades que têm massa crítica forte e vai levar muitos profissionais aos laboratórios. Outra coisa é que à medida que o setor produtivo começar a pagar por pesquisas, isso vai dinamizar a área e as pesquisas passarão a ser mais efetivas do ponto de vista de gerar produtos e bem-estar para a sociedade, não apenas conhecimento.

Agência Brasil: Essa lei também vai causar impacto na formação de capital humano preparado para atuar nas empresas?

Celso Pansera: Sim, isso é um subproduto da lei. Mas o objetivo central é produzir pesquisa vinculada à necessidade objetiva da sociedade, gerando riquezas, criando novos produtos, gerando bem-estar e trazendo inovação.

Os motores a combustão estão ultrapassados, no setor elétrico só energia limpa. Agora o que dá dinheiro? Biocombustíveis, biomassa, biopolímeros, coisas modernas que se não tivermos capacidade inovadora, para realmente inventar coisas novas, não ganharemos posição de destaque no mundo.

Agência Brasil: Em quanto tempo será possível sentir essas mudanças na prática? O marco pode tornar o Brasil mais competitivo no mercado internacional?

Celso Pansera: No setor de pesquisa, acho que o reflexo será rápido. Para o cidadão perceber os avanços, deve levar alguns anos. Mas, do ponto de vista da exportação, por exemplo, de exportarmos mais produtos com valor agregado, com certeza isso vai acontecer. Hoje todos falam que o Brasil é um país de commodities. Nós queremos deixar de exportar matéria-prima para nos tornarmos um país que exporta inovação, com produtos de alto valor agregado. Tenho certeza de que isso vai se refletir na balança comercial nos próximos anos

Agência Brasil: O senhor tem dito que o marco vai levar a um aumento do número de patentes brasileiras? Como?

Celso Pansera: Com o marco, as pesquisas vão ficar mais voltadas para a produção de patentes, porque o pesquisador e a universidade passam a ganhar com isso. Hoje em dia é muito demorado, as universidades não podem se associar a empresas, as universidades e os pesquisadores não podem ter receita advinda disso. Você imagina uma universidade que produz um chip novo. Ela vai ter ganho real em cima disso, trazendo mais recursos para serem investidos em novas pesquisas pela própria universidade. Cria-se um ciclo virtuoso nessa questão.

Agência Brasil: O que precisa ser regulamentado para que o texto possa avançar ainda mais?

Celso Pansera: Um dos itens aprovados pelo Congresso Nacional é que os institutos de pesquisa possam ganhar comissionamento pela gestão de projetos de pesquisa, mas isso foi vetado pela Fazenda. Esse é um dos debates que precisamos travar para ver o que há na legislação brasileira que impede isso aí, para a gente mexer e restituir esse artigo, que também é muito importante.


Putin anuncia medicamento russo contra o vírus Ebola

Da Agência Lusa Edição: Alberto Mendonça Coura


O Presidente russo, Vladimir Putin, anunciou hoje que Moscou o registro da patente de um medicamento contra o vírus Ebola, cujos testes preliminares revelaram eficácia superior à de fármacos anteriormente desenvolvidos.

“Temos uma boa notícia. Registramos [a patente] de um medicamento contra o Ebola, que revelou, nos testes correspondentes, uma grande eficácia, superior aos compostos usados neste momento a nível mundial”, disse Putin, durante uma reunião com os membros do governo russo.

Em julho de 2015, a comunidade médica internacional, incluindo a Organização Mundial da Saúde (OMS), anunciou que uma vacina tinha superado os primeiros ensaios clínicos e que reunia as condições necessárias para ser administrada a pessoas em risco de infeção com o vírus Ebola.

A vacina não conta com autorização para ser aplicada nas pessoas. Só pode ser usada em ensaios clínicos ou casos específicos.

No entanto, a OMS trabalha em parceria com as farmacêuticas responsáveis pelo composto e as entidades reguladoras para assegurar o uso da vacina em eventuais novos surtos da doença.

A epidemia de Ebola na África Ocidental, que afetou sobretudo a Guiné-Conacri, a Serra Leoa e a Libéria, foi controlada no ano passado. Ainda surgem casos residuais em alguns dos países afetados, que esperam superar este ano a emergência sanitária.

O recente surto de Ebola foi o mais grave e prolongado desde que o vírus foi descoberto, em 1976. Foram 28.601 casos, desde que surgiu em dezembro de 2013, dos quais um terço dos doentes (11.299) acabou por morrer.

Estado Islâmico reivindica ataque contra consulado paquistanês no Afeganistão

Da Agência Lusa


O grupo extremista Estado Islâmico (EI) reivindicou o ataque de hoje (13) contra o consulado paquistanês na cidade afegã de Jalalabad, localizada perto da fronteira com o Paquistão, que deixou sete mortos.

Em um comunicado em árabe divulgado na rede social Twitter, os jihadistas, que têm avançado no Leste do Afeganistão, explicaram que o ataque foi conduzido por três combatentes do movimento, dos quais dois ativaram explosivos que carregavam amarrados ao corpo. O grupo não explicou o papel do terceiro envolvido.

Na mesma mensagem, o Estado Islâmico assegurou que o ataque destruiu o edifício do consulado e provocou a morte de “dezenas” de funcionários e de agentes dos serviços de informação paquistaneses.

O porta-voz do Ministério do Interior afegão, Sediq Sediqqi, disse, no entanto, que o ataque deixou sete mortos entre soldados e policiais.

As autoridades paquistanesas asseguraram que os funcionários do consulado estão sãos e salvos.

O grupo extremista é encarado como uma ameaça emergente no Afeganistão, onde tem feito incursões e desafiado os rebeldes talibãs em seu próprio território.

Os ‘jihadistas’ ocupam atualmente territórios extensos na Síria e no Iraque e têm estabelecido posições na província afegâ de Nangarhar, cuja capital é Jalalabad.

Este ataque acontece na mesma semana em que as possíveis negociações de paz com os talibãs ganharam um novo fôlego. Na segunda-feira, em um encontro em Islamabad, representantes do Afeganistão e de três outros países (Paquistão, Estados Unidos e China) iniciaram um novo projeto de negociações de paz com os talibãs, meio ano depois de o grupo insurgente ter interrompido as conversações de cessar-fogo com as autoridades de Cabul.




Conselho reduz índice de massa corporal mínimo para cirurgia bariátrica

Paula Laboissière - Repórter da Agência Brasil Edição: Maria Claudia


O Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou hoje (13) novas regras para o tratamento de obesidade mórbida por meio de cirurgia bariátrica. A partir de agora, pacientes com índice de massa corporal (IMC) maior que 35 poderão passar pelo procedimento, desde que sejam portadores de comorbidades como diabetes tipo 2 e apneia do sono, entre outras.

O texto define um total de 21 doenças associadas à obesidade, que ameaçam a vida do paciente e que podem levar a uma indicação de cirurgia bariátrica, incluindo também depressão, disfunção erétil, hérnias discais, asma grave não controlada, hipertensão arterial, doenças cardiovasculares e síndrome dos ovários policísticos.

Foram feitas também alterações relacionadas à idade mínima do paciente a ser submetido ao procedimento. Antes, jovens de 16 a 18 anos poderiam fazer a cirurgia, desde que a relação custo/benefício fosse bem analisada. Agora, além das regras anteriores, devem ser atendidas especificações como a presença de um pediatra na equipe.

“A cirurgia em menores de 16 anos só será permitida em caráter experimental e dentro dos protocolos do sistema CEP/Conep [Comissão Nacional de Ética em Pesquisa]. Pacientes com mais de 65 anos poderão fazer a bariátrica, desde que respeitadas as condições gerais e após avaliação do risco/benefício”, informou o CFM.

A resolução estabelece ainda que cirurgias bariátricas consideradas experimentais deverão ser aprovadas na Comissão de Novos Procedimentos do conselho. A medida visa a proteger pacientes de intervenções ainda não reconhecidas cientificamente.

O texto, por fim, aperfeiçoou as descrições das vantagens e desvantagens de cada tipo de cirurgia, o que pode servir de guia para que leigos compreendam cada procedimento. O CFM cita, por exemplo, que a técnica da banda gástrica ajustável só deve ser realizada em casos excepcionais, já que a perda de peso é insuficiente a longo prazo. A cirurgia consiste na colocação de uma prótese de silicone no estômago, que fica com a forma de uma ampulheta.

O IMC é calculado dividindo-se o peso do paciente pela altura elevada ao quadrado. Desde 1991, segundo o conselho, existe consenso internacional de que a cirurgia bariátrica tem as seguintes indicações gerais: IMC maior ou igual a 40; IMC maior ou igual a 35, quando houver estados mórbidos associados; falha no tratamento clínico após dois anos; e obesidade grave instalada há mais de cinco anos. As condições também estão presentes na resolução.


Prevenção da malária em áreas de fronteira do Amazonas terá observatório

Bianca Paiva - Correspondente da Agência Brasil Edição: Graça Adjuto



As ações de prevenção da malária em áreas de fronteira do Amazonas poderão contar futuramente com a ajuda de um sítio sentinela, uma espécie de observatório. O projeto está sendo desenvolvido por pesquisadores amazonenses, do Amapá, e da Guiana Francesa. O sítio vai ter capacidade para recolher informações e transmitir dados em tempo real sobre o clima e a doença.

Segundo o coordenador do estudo no Amazonas, Ricardo Augusto Passos, a inspiração para a construção do observatório surgiu de um projeto firmado entre o estado do Amapá e a Guiana Francesa, que permitiu a construção de sítios sentinela na fronteira entre as duas regiões.

No Amazonas, de acordo com o pesquisador, a ideia é instalar os equipamentos no município de Tabatinga, que faz fronteira com a Colômbia e o Peru. “Nós temos uma tríplice fronteira Brasil-Peru-Colômbia, em Tabatinga. É uma região com muitos casos de malária, uma região em que ocorrem casos nos três países. A ideia de ter esse sítio sentinela é de monitorar esses dados, a ocorrência deles em tempo real, para que a gente possa subsidiar as ações de controle das autoridades locais”, explicou Passos.

Segundo ele, a transmissão de dados, em tempo real, pela internet, é um dos principais desafios do projeto. “Temos problemas com a conexão do Amazonas pela internet. Às vezes, ela oscila muito, fica sem sinal. Como o projeto prevê o envio de dados em tempo real para alimentação do Observatório Brasileiro de Clima e Saúde na Fronteira, localizado no servidor da Fiocruz, isso é um desafio. De qualquer forma, a gente acredita que vai ser possível, alguns testes já foram realizados”, afirmou o pesquisador.

O projeto é desenvolvido em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz, com as fundações de Amparo à Pesquisa do Amazonas (Fapeam), do Amapá (Fapeap) e com a França, por meio da embaixada no Brasil.

Ainda não há previsão para a conclusão do estudo. O pesquisador informou que aguarda a liberação de recursos para desenvolver, ao longo de 2016, as atividades de mapeamento na fronteira. Ricardo Passos disse ainda que já houve uma reunião entre todos os pesquisadores brasileiros e franceses envolvidos no projeto para definir uma agenda de planejamento do trabalho.

*Colaborou Ariane Póvoa do Radiojornalismo


Fifa demite secretário-geral Jérôme Valcke

Ana Cristina Campos – Repórter da Agência Brasil Edição: Denise Griesinger


A Federação Internacional de Futebol (Fifa) demitiu o secretário-geral da entidade, Jérôme Valcke, informou hoje (13) a organização, em um comunicado. Valcke estava afastado do cargo desde setembro de 2015 e foi substituído por Markus Kattner que continuará na função.

Na semana passada, o presidente da câmara de investigação do Comitê de Ética da Fifa, Cornel Borbély, recomendou, em seu parecer final, que Valcke seja suspenso de atividades ligadas ao futebol por nove anos.

Recomendou ainda que o ex-dirigente seja punido com uma multa de $ 100 mil francos suíços (cerca de R$ 400 mil) por violações ao Código de Ética da Fifa, como conflitos de interesse e oferta e recebimento de presentes e outros benefícios.

O parecer foi entregue à câmara decisória do Comitê de Ética da Fifa que, no dia 7 de janeiro, abriu formalmente processo contra Valcke.

Jérôme Valcke, de 55 anos, suspenso desde 8 de outubro, foi acusado pela imprensa inglesa de estar implicado em um processo de revenda de ingressos para a Copa do Mundo de 2014 no mercado negro, envolvendo um suposto suborno de Benny Alon, empresário da JB Sports Marketing. A Copa foi realizada no Brasil.


Irã liberta tripulantes e navios dos Estados Unidos

Da Agência Lusa


Os dez marinheiros norte-americanos, detidos ontem (12) depois de terem entrado em águas territoriais do Irã, "foram libertados", anunciaram hoje os Guardas da Revolução em comunicado lido na televisão estatal.

"Na sequência de uma investigação, concluiu-se que a entrada em águas territoriais do país não tinha sido intencional. Após terem apresentado desculpas, foram libertados em águas internacionais", explicaram. De acordo com o texto, "os Estados Unidos se comprometeram a não repetir esse tipo de erro."

A televisão estatal do Irã mostrou, logo após a leitura do comunicado, as primeiras imagens dos marinheiros detidos, sentados numa sala com tapetes persas. A estação transmitiu também fotografias dos dois navios.

Os dois navios de guerra e os dez marinheiros, nove homens e uma mulher, foram interceptados ontem quando entraram em águas territoriais iranianas, de acordo com Teerã. Foram levados para a ilha Farsi, na parte norte do Golfo Pérsico, onde fica uma das bases dos Guardas da Revolução.

O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, telefonou para o chanceler iraniano, Mohammad Javad Zarif, para pedir a libertação dos navios e tripulantes. O incidente ocorre alguns dias antes da aplicação final do acordo nuclear entre o Irã e o grupo dos 5+1 [cinco países- membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU - Estados Unidos, França, Reino Unido, China e Rússia - e a Alemanha]. O acordo vai permitir suspender as sanções que a comunidade internacional decidiu aplicar na sequência do desenvolvimento do programa nuclear iraniano.

Turquia detém 65 suspeitos após atentado suicida em Istambul

Da Agência Lusa


Um total de 65 pessoas, incluindo três russos e 15 sírios, acusadas de envolvimento com o grupo extremista Estado Islâmico, foram detidas hoje (13), um dia depois do atentado suicida que deixou dez mortos em Istambul.

Segundo a agência Dogan, entre os suspeitos estão três russos, que foram detidos em Antalya, na costa mediterrânea, 15 sírios e um cidadão turco que foram detidos na capital, Ancara.

As forças de segurança apreenderam documentos nos lugares onde ocorreram as detenções.

A polícia suspeita que os detidos em Ancara nesta manhã estariam recolhendo informação sobre os edifícios públicos na capital.

A maior operação no âmbito do atentado dessa terça-feira ocorreu em Sanliurfa, perto da fronteira com a Síria, onde foram detidos 21 suspeitos.

Em Kilis, na fronteira síria, foram detidos mais quatro estrangeiros, que teriam chegado da Síria e que são acusados de pertencer ao Estado Islâmico.

Dois deles são menores de idade e foram entregues aos pais, enquanto os dois adultos foram acusados de pertencer a um grupo terrorista.

Mais 21 suspeitos foram detidos em cidades da província de Mersin, na vizinha Adana, e em Diyarbakir, a principal cidade das regiões de maioria curda.


Polícia belga identifica apartamentos usados por suspeitos de atentados de Paris

Da Agência Lusa


A polícia belga descobriu três apartamentos que foram utilizados na Bélgica pelos autores dos atentados de Paris, anunciou hoje (13) o Ministério Público (MP).

Os investigadores foram capazes de identificar três propriedades usadas pelos suspeitos dos ataques de 13 de novembro de 2015, disse o porta-voz do Ministério Público federal, Eric Van der Sypt, em um comunicado em inglês.

Essas propriedades são um apartamento na cidade de Charleroi, onde os investigadores encontraram uma impressão digital de Abdelhamid Abaaoud, o possível cérebro dos ataques, um apartamento no distrito de Schaerbeek, na capital, Bruxelas, identificado na sexta-feira, e uma pequena habitação na aldeia de Auvelais, perto da fronteira francesa.

Nos dois últimos casos, os investigadores não encontraram vestígios de explosivos ou armas.

Os três alojamentos foram alugados com identidades falsas, entre um e dois meses antes dos atentados (início de setembro no caso dos dois apartamentos, 5 de outubro no caso da casa de Auvelais).

“A renda dos três e o depósito foram todos pagos em dinheiro vivo aos proprietários”, explicou o MP belga.

No caso da habitação de Auvelais, a falsa identidade pertencia a uma pessoa recrutada em 9 de setembro em Budapeste por Salah Abdeslam, 26 anos, nascido na Belgica, principal suspeito dos atentados de 13 de novembro, que se encontra desaparecido.

Na sexta-feira (8), as autoridades belgas anunciaram ter encontrado durante as buscas, em dezembro, ao apartamento em Schaerbeek em Bruxelas, três coletes que são usados em ataques suicidas, vestígios de explosivos e uma impressão digital de Salah Abdeslam.

O MP indicou que a investigação revelou que o Seat Leon,que foi usado após os ataques de Paris, tinha parado nas proximidades das casas de Charleroi e Auvelais.

Os atentados de Paris em 13 de novembro deixaram 130 mortos e 350 feridos.


Coreia do Sul pede resposta mais firme ao teste nuclear norte-coreano

Da Agência Lusa


A presidenta da Coreia do Sul, Park Geun-Hye Mauricio Duenas Castaneda/EPA/Agência Lusa - Todos os Direitos Reservados

A presidenta sul-coreana, Park Geun-Hye, defendeu hoje (13) uma resposta mais firme ao último teste nuclear da Coreia do Norte. Ela se comprometeu a fazer todos os esforços para estabelecer sanções contra o governo norte-coreano.

Considerando o teste da semana passada como uma provocação grosseira e um “desafio inaceitável” à paz e segurança globais, Park afirmou que é tempo de adotar uma postura mais firme contra o regime norte-coreano.

“As medidas da comunidade internacional contra o último teste nuclear da Coreia do Norte têm de ser diferentes das do passado”, disse Park, em enterevista coletiva.

Além de trabalhar com os Estados Unidos para adotar a mais severa resolução possível para punir a Coreia do Norte, Seul vai discutir sanções adicionais com os Estados Unidos e os seus aliados, afirmou a presidenta.

As declarações foram feitas horas depois de os deputados norte-americanos terem votado a favor de sanções econômicas mais severas ao país.

A Coreia do Norte diz que o teste da semana passada foi feito com uma bomba de hidrogênio miniaturizada – o que tem sido questionada por especialistas que consideram o resultado demasiadamente baixo para um dispositivo termonuclear em pleno funcionamento.

Apesar das dúvidas quanto à natureza do dispositivo, trata-se do quarto teste nuclear da Coreia do Norte desde 2006, evidenciando a intenção do país de continuar a trabalhar na sua capacidade de desenvolver armas nucleares.


Em meio a proibições, Uber contrata profissionais para seus escritórios em São Paulo, Porto Alegre e em Recife

HuffPost Brasil  |  De Luiza Belloni



Apesar das polêmicas envolvendo suas operações no País, a Uber anunciou nesta terça-feira (12) que está contratando profissionais para seus escritórios nas cidades de São Paulo, Recife e Porto Alegre.

Em um e-mail enviado a todos os usuários nesta terça, o aplicativo anunciou que está com oito vagas abertas para cargos de gerência e advogados: cinco de Gerente Geral, uma de Gerente de Operações e duas de Advogado (regulatório e contencioso).

As vagas exigem formação acadêmica consistente, experiência na área de atuação, fluência em inglês e em português, entre outros requisitos.

"Na Uber a disrupção está no nosso DNA. Nosso time é fenomenal porque cada um se sente responsável por essa revolução", escreveu o Diretor Geral da empresa no Brasil.

Para concorrer às vagas, os interessados devem acessar o site de carreiras da empresa, escolher o local da oportunidade (São Paulo, Porto Alegre ou Recife) e se inscrever.

Polêmicas

A empresa anunciou as vagas em meio às polêmicas sobre sua regulamentação em diversas cidades. As posições são em São Paulo, Recife e Porto Alegre -- justamente nas cidades em que o app não está regulamentado.

A falta de regulamentação, no entanto, não inibiu a empresa, que continua operando normalmente. No último dia 5, um motorista da Uber foi agredido por taxistas em São Paulo. Segundo o site G1, o motorista foi cercado por cinco taxistas e seu carro foi destruído.

Esta não é a primeira vez que um motorista da Uber é agredido por taxistas. Já foram registrados casos no Distrito Federal e em Porto Alegre. Também em São Paulo, um motorista chegou a ser sequestrado e agredido por taxistas no Itaim Bibi, área nobre da cidade, informou a Folha de S. Paulo.

Conar abre processo para avaliar novo comercial 'polêmico' de O Boticário

HuffPost Brasil  |  De Luiza Belloni



O Conar (Conselho Nacional de Autorregulação Publicitária) abriu na última segunda-feira (11) um processo para avaliar o novo comercial de O Boticário. Desde seu lançamento, na última semana de dezembro, a propaganda tem dividido opiniões dos consumidores e foi considerada "machista" pelos internautas.

O filme mostra três casais prestes a assinarem o divórcio e seus relatos sobre como o relacionamento caiu na rotina. No dia de assinar os papéis, a marca ajuda a aumentar a "autoestima" das mulheres, maquiando-as.



O objetivo era reascender a autoconfiança das mulheres divorciadas, mas muitas pessoas não gostaram muito da mensagem, criticando a forma de como O Boticário encontrou ao falar do tema e empoderamento.

A posição dos homens também incomodaram os consumidores, já que no filme, os maridos não se mostraram sensibilizados com o fim do relacionamento e atrelando tal dificuldade apenas às mulheres.

Procurado pelo HuffPost Brasil, o Conar confirmou a abertura do processo. Até ontem à tarde, o órgão recebeu três queixas de consumidores que consideraram o comercial "machista".

Segundo o órgão, a propaganda será julgada ao longo de fevereiro pelo Conselho de Ética e, enquanto isso, ela pode continuar sendo veiculada normalmente.

"O Conar é uma entidade que acredita na autorregulação, não há multa nem punição", disse o assessor de imprensa do órgão. Se o Conselho julgar o comercial antiético, o órgão vai sugerir a retirada espontânea da peça ao O Boticário.

Outro lado

Em nota, a marca afirmou que até o momento não recebeu notificação do Conar referente à campanha. "A proposta do filme 'Linda Ex', que estreou no dia 27 de dezembro, é mostrar como as pessoas tornam-se mais seguras, confiantes e dispostas a despertar o que há de melhor em sua essência quando se sentem bonitas", disse O Boticário. "Acreditamos que a beleza é um estímulo para recomeçar, transformar e abrir novos caminhos, até mesmo nas decisões mais difíceis da vida."