Em protesto contra refugiados, político alemão 'descarrega' ônibus com 31 sírios na casa de Angela Merkel

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Desde o começo de 2016, a crise de refugiados na Alemanha passou para outro patamar. Após os ataques sexuais em Colônia, na noite de Ano Novo, a chanceler do país, Angela Merkel, tem sido pressionada para rever sua política acolhedora em relação aos milhares de refugiados que chegam ao país todos os dias.

Na última quinta-feira (14), uma pequena cidade do país enviou um ônibus com 31 refugiados sírios para a residência oficial de Merkel. Peter Dreier, perfeito de Landshut e responsável pela iniciativa - classificada por ele como um "ato de desespero" - disse que "é hora de impor um limite".

"Estamos tentando ajudar essas pessoas a se integrar. No entanto, isso não vai funcionar se, neste ano, estivermos diante de uma nova onda de um milhão de pessoas ou mais", afirmou à AFP.
Ativistas condenaram a viagem e chamaram a iniciativa de um golpe publicitário. Vários refugiados, inclusive, não sabiam qual era o real propósito da viagem. De acordo com o conselho de Landshut, todos os que estavam a bordo fizeram a viagem voluntariamente.

"Isso não resolve os problemas, e é um golpe que usa de forma equivocada a situação dos refugiados para enviar a mensagem 'queremos fechar as fronteiras'", afirmou Guenther Burkhardt, ativista defensor dos refugiados.
Merkel vem sendo elogiada por abrir as portas da Alemanha para refugiados que fogem da guerra e da miséria mas também vem sendo alvo de duras críticas, especialmente do estado da Baviera, uma das principais passagens para o país.

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Após a chegada dos refugiados em Berlim, houve um princípio de confusão devido a falta de hospedagem para os 31 asilados. De acordo com a mídia alemã, Dreier acabou pagando um hotel para que todos pudessem pernoitar na capital alemã.

Segundo um porta-voz do governo federal a responsabilidade por acomodar as centenas de milhares de refugiados que chegam à Alemanha nos últimos meses é dos estados e municípios.

Segundo a BBC, o distrito de Landshut, que tem 152 mil habitantes, acolheu 2.100 refugiados, e o número continua a subir.