Coronel Nunes, atual presidente da CBF, colaborou com a ditadura. E agora ganha indenização

HuffPost Brasil  |  De Rafael Nardini




A longa história de cooperação da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) com participantes da ditadura do nosso país segue firme e forte. Ganha agora um novo capítulo triste.

Nos informa a Publica, que Antônio Carlos Nunes de Lima, 77 anos, o coronel Nunes, recebe mensalmente R$ 14.768,00 da Força Aérea Brasileira (FAB) como anistiado, “vítima de ato de exceção de motivação política”.

O repórter Lúcio de Castro nos informa que o coronel Nunes também foi agraciado com uma gorda indenização retroativa de R$ 243.416,25.

Corta. Vamos direto para a matéria:

"Nove dias depois de deixar a FAB no posto de cabo por tempo de serviço (entrada em 7/1/1957–saída em 30/12/1966), ele ingressa na Polícia Militar do Pará (entrada em 9/1/1967 – saída em 21/2/1991). Ali, progride sem entraves na hierarquia da PM durante os anos ditatoriais, nos quais a instituição se notabilizou como braço de apoio ao Exército na repressão e extermínio à guerrilha do Araguaia e aos demais movimentos populares e de resistência no Pará".

Da nomeação para frente, a carreira como agente da Polícia Militar foi meteórica. O novo presidente da CBF foi rapidamente alçado ao posto de comandante do batalhão de Santarém (PA) em setembro de 1971.

Capitão em 1972, ajudante de ordens do governador em 1974 e prefeito da sua cidade natal Monte Alegre, no oeste do Pará, em 1977. Um dos muitos políticos sem eleição, tão biônico quanto foi o ex-presidente da CBF, José Maria Marin, que como sabemos, luta para não parar numa cadeia comum nos Estados Unidos.



O que fez então ele merecer a tal compensação como se fosse uma vítima quando tudo leva a crer justamente o contrário? Por que aceitamos que ele seja compensado agora com o cargo mais alto do futebol brasileiro? O que ele sabe sobre bola, atletas, amistosos, competições, vitórias e derrotas?

Ao que parece, o jogo dele é outro. E segue 7x1 para a Alemanha.