Jornal da Cabriola: Leitura e reflexão: Era uma vez.

Foto: Verdade na Prática

Era uma vez

Ah, se eu pudesse reescrever a história,
Assim todo final seria feliz, como nos contos de fadas.
Ah, se eu pudesse redesenhar as montanhas,
Assim elas nunca seriam obstáculos para o trôpego viajante.

Ah, se eu pudesse redefinir o curso dos rios,
Assim eles sempre desaguariam no mar da minha escolha.
Ah, se eu pudesse reorganizar as estrelas,
Assim elas formariam galáxias com o teu nome.

Ah, se eu pudesse prever o futuro,
Assim o meu passado teria sido uma jornada em tua direção.
Ah, se eu pudesse mudar as peças deste grande quebra cabeças,
Assim todas elas se encaixariam formando a imagem do teu rosto.

Ah, se eu pudesse prolongar as noites que passo contigo,
Assim não haveria a necessidade dos sonhos.
Ah, se eu pudesse abreviar os intervalos entre nosso reencontro,
Assim a saudade seria finalmente vencida.

Ah, se eu pudesse acertar-te em cheio como Cúpido,
Assim você jamais consideraria a possibilidade de viver sem mim.
Ah, se eu pudesse conhecer os segredos do teu coração,
Assim teria sempre domínio sobre ti.

Ah, se eu pudesse conhecer teus medos e dúvidas,
Assim nunca se assustaria comigo.
Ah, se eu pudesse te tocar a todo instante,
Assim a solidão seria envergonhada na presença de dois amantes.

Ah, se pudesse dizer-te tudo que sinto,
Assim você seria uma enciclopédia do meu amor.
Ah, se eu pudesse ouvir-te a todo instante,
Assim tudo seria música para mim.

Ah, se eu pudesse fazer todas estas coisas,
Assim não seria um mortal, mas um deus.
E se eu fosse deus, não poderia apaixonar-me, pois deuses e homens não apaixonam-se,
Se não apaixonasse-me, não te desejaria,
E sem desejar-te, nunca buscaria por ti com insistência,
E sem buscar-te, nunca te haveria de ter,
E sem ter-te, sendo deus, seria então eternamente infeliz.

Autor: Luis Alexandre Ribeiro Branco

Tambem publicado em:

Verdade na Prática

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Geraldo Brandão