Foto: Verdade na Prática
Mulher mal amada
E tu mulher mal amada por que te aborreces com o poeta?
Teu desprezo a poesia é resultado da tua alma ferida.
E tu mulher mal amada por que espezinhas a poesia como se fora flores enviadas por um boêmio?
Teu desamor é fruto da tua amargura.
E tu mulher mal amada por que ridiculariza as outras que se entregam aos seus amantes?
Teu escárnio é como uma veste velha a cobrir-te de vergonha.
E tu mulher mal amada por que te ardes em ciúme, raiva, ódio e inveja dos que nos versos encontram aconchego?
Teus ouvidos impuros não compreendem a beleza das palavras.
E tu mulher mal amada por que olhas para a poesia como assédio é para o poeta como enganador?
Teu coração transborda de malícia e por isto não descobrirás o que é o amor.
E tu mulher mal amada saibas que nem tudo está perdido.
Tua alma ferida precisa do bálsamo que só se extrai da poesia.
E tu mulher mal amada recolhe as flores que pisaste.
Teu olhar do poeta deve ser daquele que te acende a luz para a esperança de um novo amor.
E tu mulher mal amada por que encontras prazer no escárnio?
Teu prazer só pode ser encontrado nos braços de um amante.
E tu mulher mal amada, não te distraias com o amor alheio.
Teu amor lhe bate a porta, mas estas tão distraída que não lhe escuta chamar pelo teu nome.
E tu mulher mal amada apega-te a poesia.
Teu conforto está na boca e nas mãos do poeta.
E tu mulher que mereces ser amada, até quando resistirás ao amor?
Teu coração uma vez aberto será curado das tuas chagas.
E tu mulher que mereces ser amada, até quando andarás de mente e coração vazios?
Teu ser precisa ser inundado pelas palavras doces da poesia.
E tu mulher que mereces ser amada, até quando usarás estes trapos velhos?
Teu corpo de mulher precisa ser coberto de panos novos que só são encontrados nos versos.
E tu mulher que mereces ser amada, até quando ocultarás o teu desejo de mulher.
Teu amante aguarda com ansiedade por tua entrega.
E tu mulher que mereces ser amada, entrega-te completamente às palavras doces do poeta.
Teu coração assim transbordará do mais puro amor.
Autor: Luis Alexandre Ribeiro Branco
Tambem publicado em:
Cascais - Lisboa - Portugal
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Geraldo Brandão
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