Leitura e reflexão: Porcelana partida.

Foto: Verdade na Prática 

 Porcelana partida


Sua estatura era pequena,
Como um bom perfume num pequeno frasco.
Nunca ouvi da sua boca palavra de derrota,
Havia sempre um sorriso divino,
Mesmo para os momentos mais dramáticos. 

Cumpriu sua sina,
A sina de todos os homens:
Nascer, crescer, envelhecer e morrer.
Se bem que a morte foi-lhe cruel, arrancou-te de dentre teus amores ainda tão jovem.
No teu lugar ficou um vazio que jamais poderá ser preenchido.

Meu Deus, tantas poesias sobre a dor e a morte de quem amamos e partiram em tão pouco tempo.
Meu Deus, por que despojas-nos de tesouros tão significantes e irrecuperáveis?
Meu Deus, já não suportamos mais tantas dores.
Meu Deus, tu que és pai amoroso,
Tens algum conforto para nossas tristes almas?

A vida nunca mais será igual,
Mas com os que ainda ficam ajuntaremos os cacos da belíssima porcelana partida.
Abriremos a janela na esperança de que um vento de compaixão sopre pela casa e leve este cheiro adocicado de flor,
Flor transplantada do nosso empobrecido jardim,
Para o jardim de Deus, lindo e eterno.

Em memória da Tia Jô, que vive em nossos corações para sempre.


Autor: Luis Alexandre Ribeiro Branco




Tambem publicado em:

Verdade na Prática 

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Cascais - Lisboa - Portugal

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Geraldo Brandão

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