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| Foto: Verdade na Prática |
Teu silêncio
Entre todas as possibilidades de ferir-me, escolheste a mais cruel,
Conheces-me bem e o meu amor pelas palavras e por isto escolheste o silêncio.
Entre todas as possibilidades de fazer-me sentir culpado, escolheste a mais fatal,
Conheces-me bem e o quanto me importo, mas fazes-me culpado com teu silêncio.
Conheces-me bem e o quão baixo e indigno me sinto ao deixar-me sem resposta apenas com o teu silêncio.
Entre todas as possibilidades de me levar ao ridículo, escolheste a mais jocosa,
Conheces-me bem é o quão atrapalhado encontre-me por causa do teu silêncio.
Entre todas as possibilidades de tornar minhas poesias tristes e melancólicas, escolheste a mais brutal,
Conheces-me bem e o quão amarga minh’alma se encontra com o teu silêncio.
Nenhuma palavra tua para restaurar minha paixão pelas palavras,
Nenhuma palavra tua para para apaziguar minh’alma inquieta e perturbada.
Nenhuma palavra tua para para trazer-me dignidade.
Nenhuma palavra tua para para livrar-me dos zombadores.
Nenhuma palavra tua para adoçar minh’alma amarga.
Mas nem tudo é desgraça,
Teu silêncio ensinou-me a comunicar mais com as atitudes e com coração do que com palavras,
Teu silêncio ensinou-me a suportar outros fardos pesados na alma que antes eram demais para mim,
Teu silêncio ensinou-me a andar curvado, e a contemplar mais a minha miséria que as dos outros,
Teu silêncio ensinou-me a não me importar com os que riem as minhas custas,
Teu silêncio me ensinou que nem tudo é alegre, que nem tudo e doce e que nem tudo é suave.
Teu silêncio me levou desesperado a buscar consolo no livro sagrado e então descobri:
“…houve absoluto silêncio nos céus…” Ap 8:1
O Deus que também experimentou o silêncio me dará a graça de suportar o teu.
Autor: Luis Alexandre Ribeiro Branco
Tambem publicado em:
Cascais - Lisboa - Portugal
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Geraldo Brandão
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