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Me faltam os versos
Ah, como me faltam os versos!
Não os meros conjuntos de palavras rimadas,
Me faltam os versos que invadam-me a alma,
Tal como uma espada cruel atravessa o peito de um homem inquieto.
Versos que façam-me sangrar!
Ah, como me faltam os versos!
Não os meros conjuntos de palavras adocicadas,
Me faltam os versos que dizem-me quem sou,
Versos que revelam a condição do meu coração aflito,
Sem que eu saiba o motivo.
Ah, como me faltam os versos!
Não os meros conjuntos de frases em métricas,
Me faltam os versos que sem piedade apontem-me as doenças da alma,
Versos que funcionem como diagnóstico para uma alma ferida e perturbada.
Versos que curam ou versos que matam.
Ah, como me faltam os versos!
Não os meros versos de um poeta qualquer,
Me faltam os versos que venceram a mediocridade de um vocabulário vil,
Versos que transcendem o imaginário.
Versos que elevem-me ao Olimpo e alimentavam-me de ambrósia e me dêem à beber o néctar divino, ao som da lira de Apolo.
Ah, como me faltam versos!
Não meros versos de poesia,
Me faltam os versos que me abatam e me elevem,
Versos de amores, versos de dores, versos de desamores e versos de alívio.
Versos que mostrem-me a possibilidade de viver como um deus glorioso no Olimpo e versos que me mostrem a vulgaridade do meu viver humano na terra.
Autor: Luis Alexandre Ribeiro Branco
Tambem publicado em:
Cascais - Lisboa - Portugal
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Geraldo Brandão
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