Leitura e reflexão: Importa-vos nascer de novo.

Foto: Verdade na Prática 

 Importa-vos nascer de novo


No Evangelho de João encontramos uma conversa que Jesus teve com um fariseu chamado Nicodemos (Jo 3:7). É interessante observar que João é o único evangelho a narrar este encontro e também é o único a utilizar o termo “novo nascimento”.

É interessante também, que no Evangelho de João não encontramos uma única vez a palavra “arrependimento”, já que ela aparece várias vezes nos demais evangelhos.

Não sabemos esclarecer todos os motivos porque João escolheu escrever de forma diferente dos demais evangelistas, até temos algumas indicações, mas não todas. E nesta passagem em particular onde a palavra arrependimento poderia fazer todo o sentido, João, inspirado pelo Espírito Santo escolhe um termo novo. Na verdade, sendo Nicodemos um homem religioso, certamente que o termo arrependimento era algo comum na sua linguagem diária, e possivelmente esperava que Jesus, à semelhança de João Batista no Jordão (Mt 3:2), usaria esta palavra corriqueira na religiosidade. No entanto Jesus escolhe outra via, algo para qual Nicodemos com toda sua teologia e religiosidade não estava preparado.

Nascer de novo significa uma vida nova, completamente diferente da anterior. Ao usar este termo, o Evangelista ressalta a necessidade de uma relação viva com Deus que deve ultrapassar a mera religiosidade, tradições e rituais. O novo nascimento é o princípio e o fundamento de toda a vida cristã, sem o qual ninguém verá o reino de Deus (Jo 3:3). É, portanto, imprescindível que todo aquele que se diz cristão tenha passado por esta experiência. Mas infelizmente alguns, à semelhança do religioso Nicodemos (Jo 3:4), vivem toda uma vida e chegam à velhice sem nunca terem experimentado desta maravilhosa obra do Espírito Santo de Deus. Ser religioso e ser cristão não é necessariamente a mesma coisa. O religioso vive de práticas religiosas, o cristão vive por princípios de fé estabelecidos na Palavra de Deus. É difícil distinguir a primeira vista um cristão genuíno de um religioso. O religioso na igreja é como o joio no meio do trigo, passa-se quase que despercebido, e só será notado quando seu carácter for posto a prova, pois o religioso até pode enganar com uma aparente piedade, mas nunca conseguirá forjar o fruto e a obra do Espírito Santo de Deus que só é manifestada na vida do cristão genuíno.

O Dr. D. M. Lloyd-Jones explica com clareza a distinção entre o cristão genuíno e o religioso em um de seus clássicos sobre a obra da regeneração, que é a ação do Espírito de Deus na vida do cristão após o seu novo nascimento: “[…] o fato de que um homem decide ser religioso e mudar sua vida de certas formas, não é a prova que ele é um cristão. O que nos faz cristãos? A obra da regeneração; o Espírito Santo de Deus operando em nós, nas profundezas da nossa personalidade, e colocando ali um novo princípio de vida, algo absolutamente novo, de forma que resulta num “novo homem”.”[1]

Esta breve reflexão é um convite para que possamos avaliar nossa relação com Deus e assim experimentar de um novo nascimento que mudará para sempre nossa vida.


Autor: Luis Alexandre Ribeiro Branco




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Verdade na Prática 

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Cascais - Lisboa - Portugal

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Geraldo Brandão

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