30 anos de histórica do grupo de dança contemporânea Tran Chan

Documentário celebra quase 30 anos de histórica do grupo de dança contemporânea Tran Chan

G
DocTranChan / Foto: Divulgação


A dança contemporânea na Bahia está marcada por um jeito bem tranchant! O DocTranChan, documentário inédito que conta a história do grupo homônimo, produzido entre 2016 e 2019, com apoio do Governo do Estado via Fundo de Cultura, tem pré-estreia na Escola de Dança da UFBA dia 04 de junho, terça-feira, às 19h como parte da programação do 6o Encontro Científico Nacional de Pesquisadores em Dança – ANDA, e estreia dia 07 de junho, as 18:30h na Sala Walter da Silveira, espaço vinculado à Funceb/SecultBA, onde acontece mais uma sessão no dia 15 de junho, as 18:30h.

Em 1980, o Tran Chan (nome inspirado na expressão francesa tranchant, que significa 'direito ao ponto') nasce no seio da Escola de Dança da Universidade Federal da Bahia pela iniciativa de Leda Muhana e Betti Grebler. A afinidade entre as artistas recém formadas na primeira escola de dança de nível superior do Brasil, atrelada à disposição para investigação e criação artística de forma independente ajudaram a delinear a cena contemporânea de dança na cidade, um movimento que ecoou pela América Latina, Europa e Estados Unidos. Dos quase 30 anos que transcorrem essa história, nasceram 17 coreografias que se desdobraram em inúmeras temporadas em Salvador, além de apresentações no Chile, Alemanha e Estados Unidos.

Não satisfeitas com a rigidez das técnicas tradicionais do balé clássico e da dança moderna, as dançarinas do Tran Chan apostam na improvisação e na invenção de um jeito próprio de fazer dança, mais conectado às inspirações, aspirações e especificidades cognitivas dos seus corpos. Assim, trazem para cena elementos e movimentos cotidianos que conferem às configurações cênicas resultantes uma veia cômica, trazem o lúdico, o movimento informal ressignificado, deixando um legado político de subversão da ordem do fazer tradicional à época. "Tinha um pensamento novo, algo novo acontecendo", lembra Ludmila Pimentel; o Tran Chan traz "uma linguagem de corpo irônica, uma poesia debochada, uma prosa caótica", completa Daniela Augusto.

O DocTranChan tem como ponto de partida o acervo de imagens, fotografias, vídeos e matérias de imprensa pertencentes às fundadoras, Leda e Betti, e traz depoimentos dxs artistas que passaram pelo grupo ao longo desses anos, além de artistas que foram contaminados pela linguagem desenvolvida pelo Tran Chan. Nomes como Giovanni Luquini, Fafá Daltro, Lulu Pugliese, Karina Ferro, David Iannitelli, Ana Vitória Freire, Karime Nivoloni, Fabiana Fernandes, que fizeram parte do grupo, ressoam nas falas de Márcio Meirelles, Aninha Franco, Jorge Silva, que acompanharam essa trajetória, traduzindo o legado do Tran Chan para a dança feita na Bahia. Entre falas emocionadas, engajadas, saudosas e carregadas de movimento, a geração que viveu o Tran Chan ajuda a dar forma ao caminho que vem sendo trilhado pela produção em dança, aponta perspectivas e reforça a importância da prática artística e do papel dos corpos sujeitos no mundo. O filme traz, além dos depoimentos, imagens e vídeos do acervo, a reincenação do jeito Tran Chan que ainda pulsa nos corpos que fazem dança dentro e fora da universidade ainda hoje porque é inovação e transgressão. O documentário tem, ainda, uma versão com audiodescrição, estando adaptado para as demandas de portadores de necessidades especiais e legenda em inglês, com intuito de possibilitar sua difusão. Este é, sem dúvida, um importante meio de valorização da produção artística baiana.

O DocTranChan estreia no 6o Encontro Científico Nacional de Pesquisadores em Dança – ANDA, que acontece em Salvador. O encontro anual reúne artistas e pesquisadores de todo Brasil, uma ocasião onde prática e pesquisa em Dança são indissociáveis, o ambiente onde o Tran Chan nasce, cresce e continua a se desenvolver através do tempo e dos corpos. A temporada de exibições conta, ainda, com duas sessões gratuitas na Sala Walter da Silveira (Complexo Cultural da Biblioteca Pública dos Barris) nos dias 07 (sex) e 15 (sáb) de junho as 18:30h. Viabilizado através do Edital Setorial de Dança do Fundo de Cultura do Estado da Bahia – 2016, com apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda, Fundação Cultural e Secretaria de Cultura da Bahia, o documentário tem direção de Rick Caldas, cineasta e Aline Lucena, artista e pesquisadora em Dança. Rick assina, ainda, a edição e Aline responde pela pesquisa que resulta no documentário. 

Fundo de Cultura do Estado da Bahia (FCBA) – Criado em 2005 para incentivar e estimular as produções artístico-culturais baianas, o Fundo de Cultura é gerido pelas Secretarias da Cultura e da Fazenda. O mecanismo custeia, total ou parcialmente, projetos estritamente culturais de iniciativa de pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou privado. Os projetos financiados pelo Fundo de Cultura são, preferencialmente, aqueles que apesar da importância do seu significado, sejam de baixo apelo mercadológico, o que dificulta a obtenção de patrocínio junto à iniciativa privada. O FCBA está estruturado em 4 (quatro) linhas de apoio, modelo de referência para outros estados da federação: Ações Continuadas de Instituições Culturais sem fins lucrativos; Eventos Culturais Calendarizados; Mobilidade Cultural e Editais Setoriais. Para mais informações, acesse: www.cultura.ba.gov.br


FICHA TÉCNICA
Direção: Rick Caldas e Aline Lucena
Pesquisa e Gestão: Aline Lucena
Produção Executiva: Gabriel Freitas
Direção de Fotografia: David Campbell
Cinegrafista: Alen Peixinho
Captação de Áudio: Pedro Garcia
Assistência de Câmera: Rafa Caldas
Trilha Sonora: Felipe Sousa e Felipe Santana
Edição: Rick Caldas
Finalização: Filipe Louzado
Finalização de Áudio: Lucas Santana
Arte Gráfica: Kauam Pereira
Computação Gráfica: Irvin Moura
Legenda em LIBRAS: Cíntia Santos
Legendas LSE português/inglês: Sérgio Nunes
Audiodescrição: Iracema Vilaronga, Juniro Almeida e Adriana Urpia
Webdesigner: Diego Fox
Assessoria de Comunicação: Rafael Rebouças
Mobilização de Redes Sociais: Carlisly Araújo e Rafael Rebouças
Financiamento: Fundação Cultural do Estado da Bahia

SERVIÇO

DocTranChan

Onde: pré-estreia: 04 de junho, 19h – Escola de Dança da UFBA; 07 de junho (sex) – estreia – e 15 de junho (sab) – Sala Walter da Silveira (Complexo Cultural da Biblioteca Pública dos Barris), às 18:30h
Quanto: Gratuito
Informações: www.doctranchan.com.br | FB/doctranchan | IG @doctranchan