Candidato à presidência teria recebido R$ 10 milhões da construtora durante campanha ao governo de São Paulo; Alckmin nega acusações
ELEIÇÕES 2018
No dia seguinte à denúncia de corrupção e lavagem de dinheiro do presidenciável Fernando Haddad (PT), o Ministério Público denunciou também o ex-governador do estado e candidato pelo PSDB, Geraldo Alckmin, por improbidade administrativa.
De acordo com a Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social da Capital, Alckmin recebeu R$ 10 milhões da construtora Odebrecht por meio de caixa dois durante a campanha. O MP pede a suspensão dos direitos políticos do tucano, a dissolução compulsória da Odebrechet e o pagamento de multa.
No início de 2014, o então secretário de Planejamento e Desenvolvimento Regional, Marcos Antônio Monteiro, teria agendado uma reunião com executivos da Odebrecht na sede da empresa e solicitado uma doação de R$ 10 milhões em nome de Alckmin, não declarados à Justiça Eleitoral. O promotor Ricardo Manuel Castro afirma que um funcionário do doleiro Álvaro José Galliez Novis se hospedava em um hotel para receber o montante das transportadoras de valores. No local, o funcionário fazia a divisão do dinheiro de acordo com a orientação da construtora e entregava aos destinatários.
Para a promotoria, a construtora fez a doação em troca da manutenção de contratos de privatização e concessões em São Paulo, especialmente a linha 6 do metrô. Na sabatina realizada pela rádio CBN e pelo portal G1 na última terça-feira, Alckmin se declarou inocente sobre o suposto recebimento dos valores. Ele disse que não há provas da delação que o acusou.
Reportagem, Ana Luiza de Carvalho