Foto: Verdade na Prática |
Os mistérios da noite
Escura e silenciosa é a noite,
Não importa o tamanho da lua,
Nem a quantidade de estrelas,
O silêncio e a escuridão são as marcas da noite.
Disseram-me que já há uma cidade no mundo que não dorme,
Tudo funciona na mesma velocidade seja dia ou seja noite.
Não quero viver numa cidade assim,
Jamais quero perder o encanto da noite.
Quando criança a noite era um mistério sombrio,
Hora das mulas sem cabeças, das mulheres de branco, lobisomem e coisas assim.
Acordar e ir ao banheiro ou beber água era um desafio sem igual.
Ah que saudades dos medos dos tempos de criança!
Quando jovem, a noite era um romance,
Deitado na praia escura, olhando o céu estrelado,
Ao lado da mulher amada, prazer maior não há!
Como desejava que aquelas noites durassem a vida toda.
Quando vamos envelhecendo a noite e a companhia certa,
Nas noites de insónia.
Às vezes somos visitados por memórias boas e outras tristes,
Alegria e dor, choro e riso tudo numa única noite.
A noite já foi para mim carrasco,
Mas de tanto sofrer perdi o medo de olhá-la nos olhos.
Seus olhos profundos e luminosos como as estrelas,
Guardam as imagens de quem amamos e já não existem mais.
Que relação estranha é está entre a morte e a noite?
Por que a noite sou visitado por pensamentos sobre quem amei e já se foi?
Por que a noite leva-me a vaguear por um passado que não volta mais,
Ou por um futuro tão incerto?
Ah se minhas noites falassem!
Ah se tudo fosse revelado como um filme numa tela.
Seriam vozes misturadas de gente que já se foi,
Mas tenho a impressão que chamam pelo meu nome.
Seriam filmes sombrios, escuros como a noite,
Porém, sem horrores, somente o luar e o céu estrelado.
Autor: Luis Alexandre Ribeiro Branco
Tambem publicado em:
Cascais - Lisboa - Portugal
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Geraldo Brandão
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