Leitura e reflexão: A Autenticidade da Fé.

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A Autenticidade da Fé


Quando pensamos numa fé autêntica e que expresse verdadeiramente a condição de um homem salvo geralmente somos levados a pensar em termos de virtudes e obras. É quase sempre assim, podemos dizer que é o natural da avaliação que fazemos quanto a veracidade da fé que existe não só no outro como em nós mesmos.

No entanto, hoje quero chamar a sua atenção para um elemento fundamental na vida de todo aquele que é salvo, mas que na maioria das vezes o esquecemos e outras vezes o percebemos mal. Este elemento foi uma parte importante na vida do rei e salmista Davi, bem como é fruto do Espírito Santo.

O salmista orou: “Torna a dar-me a alegria da tua salvação…” (Salmos 51:12) – Um dos sinais da autenticidade da fé do salmista estava na alegria de ser um homem salvo. Obviamente que o entendimento de Davi quanto a salvação era um pouco diferente daquilo que entendemos hoje, pois Cristo ainda não havia nascido, vivido, morrido nem ressuscitado, portanto, o aspecto de um ser salvo na mentalidade do salmista consistia em fazer parte do povo eleito por Deus, o povo judeus, e também no privilégio de viver diante do Senhor como homem justo, uma vez assim, a alegria seria então a marca que autenticava estes aspectos.

Quando Paulo escreveu sobre o fruto do Espírito, há entre eles um que muitas vezes passa despercebido diante dos nossos olhos, “alegria” (Gálatas 5:22), e neste verso em particular cito a Nova Versão Internacional da Bíblia (NVI), uma vez que a Almeida Corrigida Fiel (ACF) traduz a palavra por “gozo” e não “alegria” como é mais apropriado, pois a alegria é um estado de satisfação continuo na vida do cristão, enquanto “gozo” é o ato de usufruir de alguma coisa e não traz o sentido de continuidade, mas de algo momentâneo. Blaise Pascal ao falar sobre este tema da satisfação na vida cristã escreveu: “…nossa verdadeira felicidade é estar nele, e o nosso único mal estar separado dele…” [1]. O verbo “estar” utilizado por Pascal está atrelado ao substantivo “felicidade”. Entendemos, portanto, que a felicidade ou alegria, é uma marca de autenticidade da fé no cristão. Blaise Pascal diz ainda: “Sem Jesus Cristo, é preciso que o homem esteja no vício e na miséria; com Jesus Cristo, o homem fica isento de vício e de miséria. Nele estão toda a nossa virtude e toda a nossa felicidade; fora dele, só há vicio, miséria, erros, trevas, desespero, e só vemos obscuridade e confusão na natureza de Deus e em nossa própria natureza.” [2]

No entanto a realidade é que encontramos muitos cristãos infelizes e tristes com suas vidas, por que será? Acredito que tudo tem a ver com o desenvolvimento de uma fé errada, utilitarista, mercantilizada pela teologia da fé e da prosperidade. Com isto, os cristãos desenvolveram uma fome insaciável por bênçãos materiais, saúde e a isenção completa de toda sorte de problemas e dificuldades. O cristão que desenvolve esta fé nunca será alegre e feliz, viverá de momentos e nada mais. Esta fé não é o ideal de Deus para nossas vidas, a fé que Deus espera de nós é a convicção de que somos de Cristo e que nele nossa alma encontra a verdadeira alegria. Enquanto o cristão viver correndo atrás de bênçãos será uma alma infeliz.

Sei que serei interpretado por alguns como arrogante, mas não creio que exista outra possibilidade de viver realmente feliz e satisfeito longe de uma fé genuína em Cristo Jesus. E para concluir quero mencionar parte de uma carta que Charles Darwin escreveu aos seus filhos no final da sua vida:

“Até a idade de trinta anos ou pouco mais, a poesia em suas muitas formas […] deu-me grande prazer, e já como menino na escola eu gostava muito de Shakespeare […] Antes eu me deliciava consideravelmente em quadros, e muito em música. Agora, já há muitos anos, não consigo ler uma linha de poesia sequer: tentei ler Shakespeare, e ele pareceu-me tão bobo que me deu nojo. Igualmente, perdi todo gosto por quadros ou música […] Conservei algum gosto pela paisagem, mas já não me dão prazer especial como antigamente […] Minha mente parece ter-se tornado uma máquina que extrai leis gerais de grandes compilações de fatos, mas não consigo imaginar por que isso causou a atrofia apenas daquela parte do cérebro da qual os gostos mais elevados dependem […] A perda desses gostos é a perda de felicidade, e pode prejudicar o intelecto, talvez até o caráter moral, enfraquecendo a parte emocional da nossa natureza.” [3]

Que a verdadeira alegria seja restaurada em nossos corações!

Autor: Luis Alexandre Ribeiro Branco




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Geraldo Brandão

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