Foto: Google Imagens |
Cigarro
Sinto uma saudade imensa de ti,
Saudade de te ver naquela janela
Soltando baforadas com teu cigarro.
Sinto saudades de descer as escadas e encontrar-te ali parado olhando a noite.
Olhando para o breu da noite pensando, sonhando, planejando ou lamentando, nunca hei de saber,
Minhas primeiras palavras eram: “Precisas deixar de fumar!” Com um sorriso desconcertado respondias: “Um dia deixo!”
Mentiroso, deixou nada!
E o que eu tanto temia te aconteceu,
O cigarro ceifou-te a vida, arrancou-te de nós,
E deixou um vazio enorme, do teu tamanho.
Quão insensível fui eu,
Nunca te perguntei por que fumavas.
Quem sabe uma dor escondida, um sonho não realizado, quem sabe uma preocupação,
Nunca saberei, eu achava que sabia tudo e limitei-me em repreender-te,
Ousadia desavergonhada a minha.
Agora nunca saberei as respostas.
Eu, teu crítico chato,
De ti só recebi sorrisos.
Como me arrependo!
Quem sabe eu não deveria ter fumado contigo?
Ou poderia simplesmente ter ficado ali contigo na janela contemplando o breu da noite .
E por deixar de fazê-lo, hoje sou consumido por esta saudade que insiste em ficar.
Amei-te sem saber o quanto,
Só hoje com este vazio no peito é que descobri a imensidão do meu amor.
Nada será capaz de nos unir novamente naquela janela.
A janela passou, eu passei, e tu definitivamente passaste,
Mas hoje, em meu coração te reencontrei ali e prometi a mim mesmo que não irei implicar com teu cigarro,
Sim, ele foi teu assassino, mas também foi-te uma companhia silenciosa enquanto todas as noites contemplavas o breu,
Consumido em teus pensamentos.
Autor: Luis Alexandre Ribeiro Branco
Tambem publicado em:
Cascais - Lisboa - Portugal
-----------------------------------
Geraldo Brandão
SIGA-NOS
Para seguir o Jornal da Cabriola e receber nossas atualizações clique na imagem abaixo:
![]() |
Se não entrar CLIQUE AQUI |