Cultura: Hora do nosso café... ☕

Por: Etiene Bouças




(...) É imoral pretender que uma coisa desejada se realize magicamente, simplesmente porque a desejamos. Só é moral o desejo acompanhado da severa vontade de prover os meios da sua execução.


— José Ortega y Gasset, no livro “A Rebelião das Massas”. (Vide Editorial; 1.ª edição [2016]).


Obra: “L’Homme au balcon”, 1880 - Gustave Caillebotte.

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(...) A vida sempre se me afigurou uma planta que extrai sua vitalidade do rizoma; a vida propriamente dita não é visível, pois jaz no rizoma. O que se torna visível sobre a terra dura um só verão, depois fenece... Aparição efêmera. Quando se pensa no futuro e no desaparecimento infinito da vida e das culturas, não podemos nos furtar a uma impressão de total futilidade; mas nunca perdi o sentimento da perenidade da vida sob a eterna mudança. O que vemos é a floração - e ela desaparece. Mas o rizoma persiste.


— Carl G. Jung, no livro “Memórias, Sonhos, Reflexões: Prólogo”. (Ed. Nova Fronteira. Trad. Dora Ferreira da Silva; 9.ª edição [1963]).


Foto: Carl G. Jung no escritório de sua casa, Küsnacht, perto de Zurique, 1950. Foto: Bollingen Foundation Collection.

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(...) O seu drama não era o drama do peso, mas o da leveza. O que se abatera sobre ela não era um fardo, mas a insustentável leveza do ser.


— Milan Kundera, no livro “A Insustentável Leveza do Ser: Terceira Parte”. (Ed. Leya. Trad. Joana Varela; 1.ª edição [2011]).


Obra: “Marie in garden”, 1895 - Peder Severin Kroyer.

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(...) Quem está no amor é um recipiente cheio e transbordante que aguarda o momento de doar.


— Carl G. Jung, no livro “O livro vermelho: Liber Primus / Cap. XI: Solução”. (Ed. Vozes. Trad. Edgar Orth. 4.ª edição [2015]).


Obra: “Tristan and Isolt”, 1910 - Rogelio de Egusquiza.

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(...) Ontem, no entanto, perdi durante horas e horas a minha montagem humana. Se tiver coragem, eu me deixarei continuar perdida. Mas tenho medo do que é novo e tenho medo de viver o que não entendo – quero sempre ter a garantia de pelo menos estar pensando que entendo, não sei me entregar à desorientação. Como é que se explica que o meu maior medo seja exatamente em relação: a ser? no entanto não há outro caminho. Como se explica que o meu maior medo seja exatamente o de ir vivendo o que for sendo? Como é que se explica que eu não tolere ver, só porque a vida não é o que eu pensava e sim outra – como se antes eu tivesse sabido o que era! Por que é que ver é uma tal desorganização?


— Clarice Lispector, no livro “A Paixão Segundo G.H”. (Editora Rocco; 1.ª edição [1998]).


Foto: Clarice em seu apartamento com sua máquina de escrever, 1960. (Foto: IMS/Rocco).

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(...) O amor não acaba com as dificuldades; ele nos dá os meios para lidar com elas de maneiras que aprimoram o nosso crescimento.


— Bell Hooks, no livro “Tudo sobre o amor”. (Cap. XIII - destino: quando os anjos falam de amor / Ed. Elefante; 1.ª edição [2021]).


Obra de Danielle J. Mckinney.

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(...) A passagem do meio nos oferece uma oportunidade incomparável de indagar: “O que a minha criança interior apreciaria?” Volte atrás e tenha aulas de música; inscreva-se naquela aula de arte , que se dane o talento; redescubra a brincadeira. 
[...] Podemos ainda cumprir nossas obrigações externas, no trabalho e nos relacionamentos, mas precisamos dedicar algum tempo à nossa criança perdida.


— James Hollis, no livro “A Passagem do Meio: Da miséria ao significado da meia-idade”. (Ed. Paulus; 1.ª edição [1995]).


Obra: “Non Fiction”, 2015 - Casey Childs.

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(...) Quando nos ataca a melancolia e a tristeza se apossa do nosso coração, quando aos sentimos lacerados e tristes, as recordações servem-nos de lenitivo e vivificam-nos.


— Fiódor Dostoiévski, no livro “Gente pobre”. 1ª ed. Trad. Fatima Bianchi. São Paulo: Editora 34, 2009.


Obra: “Longing (Saudade)”, 1899 - Almeida Júnior.

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(...) “Um ser que se habitua a tudo” é, segundo o creio, a melhor definição que se possa dar do homem.


— Fiódor Dostoiévski, no livro “Recordações da Casa dos Mortos”. (Editora Nova Alexandria; 3.ª edição [2015]).


Obra: “The Blind Man’s Meal”, 1903 - Pablo Picasso.

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(...) A vida são deveres, que devem ser cumpridos; naturalmente deveres pesados e complexos, que algumas vezes devem ser suportados com sacrifício. Era assim que pensava. 

— Sándor Márai, no livro “Divórcio em Buda: Cap I”. (Editora Companhia das Letras, 1.ª edição [2003]).


Obra: “Autoportrait” (1885) - Emile Friant.

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(...) Sim, havia profundeza nela. Mas ninguém encontraria nada se descesse nas suas profundezas - senão a própria profundeza, como na escuridão se acha a escuridão. É possível que, se alguém prosseguisse mais, encontrasse, depois de andar léguas nas trevas, um indício de caminho, guiado talvez por um bater de asas, por algum rastro de bicho. E - de repente - a floresta.


— Clarice Lispector, no livro “Felicidade Clandestina: A criada”. (Ed. Rocco; 1.ª edição [1998]).


Obra: “Am Fenster”, 1882 - Carl Vilhelm Holsoe.

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(...) O tempo passa e é necessário viver cada minuto do que é importante, inclusive porque o novo momento não substitui outro que passou: é apenas mais um, igualmente importante.


— João Guimarães Rosa, no livro “24 cartas de João Guimarães Rosa a Antonio Azeredo da Silveira:16.XI.62. (Organização de Flávio Azeredo da Silveira; Éditions FAdS, s/d.).

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(...) Morremos um pouco a cada dia. De fato, a cada dia, uma parte da vida se perde. Então, também, enquanto crescemos, a vida decresce. Perdemos a infância, em seguida, a puerícia, em seguida, a adolescência. Todo o tempo que passou até o dia de ontem está extinto. Este dia mesmo que estamos vivendo, o dividimos com a morte.

— Sêneca, no livro “Edificar-se para a morte: Das cartas morais a Lucílio”. (Ed. Vozes; 1.ª edição [2016]).


Obra: “The Hour of Death”, 1900 - Alfred Kubin.

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(...) Um trabalho de toda uma vida é um navio que a gente mesmo construiu, equipou, lançou à água, confiou ao mar, dirigiu a um destino e, então, como um passageiro que perdeu a viagem, ficou sentado à beira do cais, vendo a nave perder-se no horizonte. O que permanece é o que foi. 

— Carl G. Jung, no livro “Cartas 1956-1961: carta a Prof. Cornelia Brunner [02.08.1960]”. (Ed. Vozes; 1.ª edição [2003]).


Obra: “Fishermen on the North Beach a summer evening”, 1891 - Peder Severin Krøyer.

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(...) O amor com que se ama a outro, é para mim quase mais atraente que o amor com que a mim poderiam amar; eu vejo a força, o poder de um coração…


— Johann W. von Goethe, em “Os Anos de Aprendizado de Wilhelm Meister”. (Livro VIII; Cap. VII / Editora Ensaio; 1.ª edição [1994]).


Obra: “Kiss by the Window”, 1892 - Edvard Munch.

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(...) As causas de sua amargura, remotas e próximas, eram muitas. Tinha raiva de si mesmo por ser jovem e estar à mercê de insaciáveis e tolos impulsos, com raiva também da reviravolta do destino que transfigurava o mundo à sua volta num panorama de miséria e falsidade.


— James Joyce, no livro “Um retrato do artista quando jovem”. (Cap. II / Ed. Autêntica; 1.ª edição [2018]).


Obra: “Young Man with a Book”, 1860 - Jean-Louis Ernest Meissonier.

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(...) Dedicava-lhe um firme e virtuoso afeto... Não tardava o feliz momento que os ia unir.


— Voltaire, no livro “Contos e Novelas: Zadig”. Trad. Mario Quintana. São Paulo: Clássicos Globo, 2005.


Obra de Malcolm Liepke.

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(...) Aqueles de nós que já escolheram adotar uma ética amorosa, permitindo que ela governe e oriente o modo como pensamos e agimos, sabemos que, ao deixar nossa luz brilhar, atraímos e somos atraídos por outras pessoas que também mantêm sua chama acesa. Não estamos sozinhos.


— Bell Hooks, no livro “Tudo sobre o amor”. (Cap. VI - valores: viver segundo uma ética amorosa / Ed. Elefante; 1.ª edição [2021]).


Obra: “As Long As You’ll Be Here”, 2016 - Nickie Zimov.

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(...) A psicanálise pode acompanhar o paciente até o limite ex tático do “tu és isto” em que se revela, para ele, a cifra de seu destino mortal, mas não está só em nosso poder de praticantes levá-lo a esse momento em que começa a verdadeira viagem. 


— Jacques Lacan, no livro “Escritos: O estádio do espelho como formador da função do eu [1949]. Trad. Vera Ribeiro. RJ: Jorge Zahar Ed., 1998.


Obra: “Head of a Girl”, 1975 - Lucian Freud.

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(...) A sensualidade é a mobilização máxima dos sentidos: observa-se o outro intensamente e escutam-se todos os seus ruídos, mesmo os mais imperceptíveis.


— Milan Kundera, no livro “A Insustentável Leveza do Ser: Segunda Parte”. (Ed. Leya. Trad. Joana Varela; 1.ª edição [2011]).


Obra de Sergey Galanter.

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(...) A gente precisa parar tudo às vezes, até pensamentos, palavras ou obras. Meu avô alemão tinha um ditado que de tanto ouvir decorei, "Tee Trinken Und Abwarten". Tomar chá e aguardar.


— Lygia Fagundes Telles, no livro "As Horas Nuas". (Ed. Companhia das Letras; 1.ª edição [2010]).


Obra de Francine van Hove.

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(...) O homem, quando jovem, é só, apesar de suas múltiplas experiências. Ele pretende, nessa época, conformar a realidade com suas mãos, servindo-se dela, pois acredita que, ganhando o mundo, conseguirá ganhar a si próprio. Acontece, entretanto, que nascemos para o encontro com o outro, e não o seu domínio. Encontrá-lo é perdê-lo, é contemplá-lo em sua libérrima existência, é respeitá-lo e amá-lo na sua total e gratuita inutilidade. O começo da sabedoria consiste em perceber que temos e teremos as mãos vazias, na medida em que tenhamos ganho ou pretendamos ganhar o mundo. Neste momento, a solidão nos atravessa como um dardo. É meio-dia em nossa vida, e a face do outro nos contempla como um enigma. Feliz daquele que, ao meio-dia, se percebe em plena treva, pobre e nu. Este é o preço do encontro, do possível encontro com o outro.


— Hélio Pellegrino, em Carta a Fernando Sabino. In: SABINO, Fernando Tavares. 1923-2004

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(…) Nós vos pedimos com insistência

não digam nunca:

isso é natural!

diante dos acontecimentos de cada dia,

numa época em que reina a confusão

em que corre o sangue

em que o arbitrário tem força de 

lei, em que a humanidade se desumaniza

não digam nunca: 

isso é natural

para que nada possa ser imutável.


— Poema “Nós vos Pedimos com Insistência”, de Bertolt Brecht, no livro “Poemas 1913-1956”. (Editora 34; 1.ª edição [2000]).


Foto: Bertholt Brecht, 1930. [Foto: Bettmann/Getty].

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(...) O amor, embora nada tenha de operação intelectual, parece-se com o raciocínio porque não nasce em seco e, por assim dizer, do nada, mas tem a sua fonte psíquica nas qualidades do objeto amado. A presença destas engendra e nutre o amor; dito de outro modo, ninguém ama sem razão; todo aquele que ama tem, ao mesmo tempo, a convicção de que o seu amor é justificado: mais ainda, amar é “crer” (sentir) que o amado é, com efeito, amável em si mesmo, como pensar é crer que as coisas são, na realidade, tal como pensamos que são.


— José Ortega y Gasset, no livro “Ensaios Coligidos: Para uma Psicologia do Homem Interessante”. (Revista de Occidente, Julho de 1925).


Obra: “O Beijo”, 1859 - Francesco Hayez.

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(...) É difícil dizer se o que exerceu mais influência sobre nós e teve importância maior foi a nossa preocupação pelas ciências que nos eram ensinadas ou a personalidade de nossos mestres.


— Sigmund Freud, no livro "Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, vol. XIII: Algumas reflexões sobre a psicologia do escolar. Rio de Janeiro: Imago, 1976.


Obra: "Escola primária", 1899 - Magnus Enckell

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(...) Costumávamos passar horas conversando. Nunca nos cansávamos de conversar, nunca faltava assunto — romances, o mundo, paisagens, a língua...


— Haruki Murakami, no livro "Minha querida Sputnik". (Trad. Ana Luiza D. Borges / Ed. Alfaguara; 1.ª edição [2008]).


Obra de Holly Warburton.

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(...) A maioria das pessoas tem medo do silêncio e, por isso, quando cessa o barulho constante de uma festa, por exemplo, é preciso fazer algo, falar, assobiar, cantar, tossir ou murmurar. [...] No chamado “silêncio sepulcral”, a sensação é sinistra. Por quê? Há fantasmas rondando? Dificilmente. O que se teme na verdade é o que poderia provir do interior da pessoa, isto é, tudo aquilo de que fugimos através do barulho.


— Carl G. Jung, no livro “Cartas 1956-1961: carta ao Prof. Karl Oftinger [09.1957]”. (Ed. Vozes; 1.ª edição [2003]).


Obra: “Train station isolation”, (?) - Holly Warburton.

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(...) No fundo, se refletirmos bem, tudo neste mundo é maravilhoso; tudo, exceto aquilo que nós mesmos pensamos e fazemos quando esquecemos das finalidades supremas da existência e da nossa dignidade como homens.


— Anton Tchékhov, no livro “A Dama do Cachorrinho e Outras Histórias: A dama do cachorrinho / L&PM Editores; 1ª edição [2009]).


Obra: “Portrait of Baron H.H. Thyssen-Bornemisza”, 1981 - Lucian Freud.

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(...) A vida é atroz, nós o sabemos. Mas precisamente porque espero pouca coisa da condição humana, os períodos de felicidade, os progressos parciais, os esforços para recomeçar e para continuar parecem-me tão prodigiosos que chegam a compensar a massa imensa de males, fracassos, incúria e erros. 

— Marguerite Yourcenar, no livro “Memórias de Adriano”. (Cap. IV: Patientia / Ed. Círculo do Livro; 1.ª edição [1974]).


Obra: “Sunset”, 1962 - Anne Magill.

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(...) Eu sou eu e minha circunstância, e se não salvo a ela não salvo a mim.


— José Ortega y Gasset, no livro "Meditações do Quixote". Trad. Ronald Robson. – Campinas, SP Vide Editorial, 2019.


Obra: "Satie Logis", 1891 - Santiago Rusiñol.

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(...) Sempre é bom termos consciência de que dentro de nós há alguém que tudo sabe.


— Herman Hesse, no livro “Demian”. (Editora Record; 33.ª edição [2002]).


Obra: “La réproduction interdite”, 1937 - René Magritte.

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(...) Não trocaria a minha vida pela vossa; é certo que vivemos com alguma rudeza, mas, pelo menos, não estamos sempre ansiosos...

— Liev Tolstói, no livro “De quanta terra precisa um homem”. (Editora Companhia das Letras; 1.ª edição [2009]).


Obra: “Evening (after Millet)”, 1889 - Vincent van Gogh.

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(...) Se queres então te tornar perfeito no amor, esforça-te por cumprir perfeitamente este dever de, ao amar, amar a pessoa que a gente vê, assim como tu a vês, com todas as suas imperfeições e fraquezas... 


— Søren A. Kierkegaard, no livro “Obras do Amor”. (Cap. IV / Ed. Universitária São Francisco & Vozes; 4.ª edição [2013]).


Obra de Sergey Galanter.

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[...] Não há descanso

sem amor,

não há sono

sem sonhos

de amor – 

loucos ou indiferentes

que sejamos, obcecados

com anjos ou máquinas,

o derradeiro desejo

é amor

– não pode amargar

não se pode negar,

não se pode conter

se negado:

pesa de mais este peso


— “Canção”, de Allen Ginsberg, no livro “O Uivo e Outros Poemas”. (Editora Relógio D’água; 1.ª edição [2014]).


Foto: Allen Ginsberg lendo “Dr. Sax” de Jack Kerouac, na City Lights Books, São Francisco, 1959. [Foto de Joe Rosenthal]

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(...) Seu rosto era triste e encantador e cheio de coisas esfuziantes: seus olhos brilhavam e a boca cintilava apaixonadamente, mas havia um convite excitante em sua voz, algo que os homens que se interessaram por ela achavam muito difícil esquecer; era como uma compulsão para cantar, uma suspeita de que ela tinha feito coisas alegres e excitantes há poucos minutos e uma promessa de que havia coisas ainda mais alegres e excitantes pairando à espera da próxima hora.


— F. Scott Fitzgerald, no livro “O Grande Gatsby”. (Cap. I / L&PM Editores; 1.ª edição [2011]).


Obra: “Nancy Viscountess Astor”, 1908 - John Singer Sargent.

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(…) Memorizo todo o meu passado e involuntariamente me pergunto: para que vivi? Com que fim nasci? Mas deve haver algum fim e alguma alta missão, porque sinto em mim forças imensuráveis. 

— Mikhail Liérmontov, no livro “O herói do nosso tempo” Trad. Paulo Bezerra. Rio de Janeiro: Guanabara, 1988.

Obra: “That Gentleman”, 1960 - Andrew Wyeth.

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(...) Não há ponta mais acerada que a do infinito. Grande delícia, mergulhar os olhos na imensidão do céu e do mar! Solidão, silêncio incomparável...


— “Confissão de Artista” (III), de Charles Baudelaire, no livro “Pequenos Poemas em Prosa [O Spleen de Paris]”. (Editora Hedra; 1.ª edição [2007]).


Obra: “Alexander Pushkin at the Seashore”, 1896 - Leonid Osipovic Pasternak.

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(...) A arte livra-nos ilusoriamente da sordidez de sermos. Enquanto sentimos os males e as injúrias de Hamlet, príncipe da Dinamarca, não sentimos os nossos...


— Fernando Pessoa, no livro “Livro do Desassossego”. (Vol. I / Editora Brasiliense; 1.ª edição [1989]).


Obra: “Retrato de Fernando Pessoa”, 1964 - Almada Negreiros.

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(...) Não existe uma regra de ouro que se aplique a todos: todo homem tem de descobrir por si mesmo de que modo específico ele pode ser salvo.


— Sigmund Freud, no livro “Obras completas, vol. XXI: O Mal-Estar na Civilização”. (Ed. Imago; 1.ª edição [2009]).


Obra: “Portrait of Professor Ivanov”, 1882 - Ilya Repin.

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(...) Essas são as melhores reuniões [...] Quando colocamos nossos chinelos, nossos pés esticados em direção ao fogo da lareira e nossos drinques ao alcance de nossas mãos; quando o mundo inteiro, e algo além do mundo, se abre para nossas mentes à medida que falamos. E ninguém reivindica ou tem qualquer responsabilidade com o outro, mas todos são pessoas livres e iguais, como se tivessem se encontrado há uma hora, ao mesmo tempo que uma Afeição enternecida pelos anos nos envolve. A vida — vida natural — não possui dádiva melhor que essa para dar. Quem poderia merecer isso?


— C. S. Lewis, no livro “Os quatro amores”. (Cap. III: Amizade / Ed. Thomas Nelson Brasil; 1.ª edição [2017]).


Obra: “Young Lady at the spinet”, (?) - Carl Vilhelm Holsøe.

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(...) A honestidade consigo mesmo é um hábito de autoconsciência que deve ser praticado diariamente.


— Louis Lavelle, no livro “O Erro de Narciso”. (Realizações Editora; 1.ª edição [2012]).


Obra: “Rua Parisiense, Dia Chuvoso”, 1877 - Gustave Caillebotte.

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(...) No que diz respeito à arte de viver, o material é a sua própria vida. Não se pode criar grandes coisas de uma hora para outra. É preciso tempo.


— Epicteto, no livro “A arte de viver: o manual clássico da Virtude, Felicidade e Sabedoria”. (Ed. Sextante; 1.ª edição [2018]).


Obra: “Læsende pige ved vinduet [book]”, 1909 - Carl Holsøe.

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[...] Seja como for, verga-se o pescoço do touro ao peso do arado, 

os cavalos fogosos mordem o freio com os dentes; 

também a mim se verga o Amor, por muito que me atinja 

o coração 

com seu arco, por muito que me lance as suas chamas 

e as faça atear. 

Quanto mais o Amor me atingiu, quanto mais na sua violência me abrasou, 

tanto melhor vingador hei de ser dos golpes que sofri.


— “O Mestre do Amor”, de Ovídio, no livro “Amores & Arte de Amar”. (Ed. Penguin. Trad. Carlos Ascenso André; 1.ª edição [2011]).


Obra: “Cupid as Victor”, 1601 - Caravaggio.

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(...) A existência não é qualquer coisa que se deixe conceber de longe: é preciso que o sentimento dela nos invada repentinamente, se detenha em cima de nós, nos ponha um peso intenso no coração, como um grande animal imóvel - porque, a não ser assim, nunca se saberá o que ela é.


— Jean Paul-Sartre, no livro “A Náusea”. (Ed. Europa-América; 1.ª edição [1976]).


Obra: “Ocean Limited”, 1962 - Alex Colville.

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(...) Procuro sempre o silêncio. Sou um feixe de opostos e só consigo suportar-me quando me considero um fenômeno objetivo.


— Carl G. Jung, no livro “Cartas 1946-1955: carta a Valerie Reh [28.07.1952]”. (Ed. Vozes; 1.ª edição [2002]).


Obra [detalhe]: “At The Park Gate”, 1878 - John Atkinson Grimshaw.

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(...) A mulher esclarecida estuda, lê, é moderna e interessante. [...] Ela cultiva, especialmente, a sua capacidade de ser compreensiva e humana. Tem coração. Despoja‑se do sentimentalismo barato e inútil, e aplica sabiamente a sua bondade e a sua ternura. 

— Clarice Lispector, no livro "Correio Feminino: A mulher esclarecida. Correio da Manhã - 21 de agosto de 1959". (Editora Rocco; 1.ª edição [2006]).


Foto: Retrato de Clarice Lispector, 1961. Acervo Claudia Andujar/Cortesia Galeria Vermelho.

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(...) Num verdadeiro círculo de Amizade, cada pessoa é simplesmente aquilo que é: ela representa a si mesma e mais nada. Essa é a sublimidade da Amizade. Não tenho nenhum dever de me tornar Amigo de quem quer que seja; e ninguém no mundo tem o dever de ser meu Amigo. Não existe obrigação, nenhuma sombra de necessidade [...] entretanto, é uma dessas coisas que dão valor à sobrevivência.


— C. S. Lewis, no livro "Os quatro amores". (Cap. III: Amizade / Ed. Thomas Nelson Brasil; 1.ª edição [2017]).


Obra: "The Card Players", 1890 - Paul Cézanne.

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(...) O destino (digamos assim) nos serve pratos variados: alguns dolorosos, outros jocosos e festivos. O importante, para mim, não é que os dolorosos sejam evitados; o importante é que todos sejam saborosos, ou seja, que topemos saboreá-los. 

— Contardo Calligaris, no livro “Cartas a um jovem terapeuta: XI. Que mais”. (Ed. Campus; 1.ª edição [2004]).


Obra: “Man Smoking A Pipe”, 1902 - Paul Cezanne.

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(...) Mas, como o humano é frágil e perecível, teremos sempre de buscar ao redor de nós pessoas que amaremos e por quem seremos amados: privada de afeição e de simpatia, a vida não tem qualquer alegria.


— Cícero, no livro “Lélio, ou a Amizade”. (Ed. L± 1.ª edição [2009]).


Obra de Sergey Galanter.

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(...) Não se podia comprar o tempo. A única moeda que o tempo aceitava era a vida.


— James Baldwin, no livro “Se a rua Beale Falasse”. (Ed. Companhia das Letras; 1.ª edição [2019]).


Obra: “Sun in an Empty Room”, 1963 - Edward Hopper.

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(...) Que maravilha é, no fundo, o olho humano, essa joia entre todas as formações orgânicas, quando concentra seu brilho úmido sobre outra figura humana...


— Thomas Mann, no livro “Confissões do Impostor Felix Krull”. (Livro II | Cap. II / Ed. Companhia das Letras; 1.ª edição [2018]).


Obra: “In bed”, 1893 - Henri de Toulouse-Lautrec.

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(...) Não podemos começar a curar ou desenvolver a nossa alma sem uma vívida apreciação do relacionamento com o Si-mesmo. Alcançar isso requer solitude, o estado psíquico no qual nos encontramos totalmente presentes a nós mesmos.


— James Hollis, no livro “A Passagem do Meio: Da miséria ao significado da meia-idade”. (Ed. Paulus; 1.ª edição [1995]).


Obra: “Interior with the artist’s wife”, de Carl W. Holsøe.

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(...) Eu me deleito sensualmente com o Tempo, com seu estofo e sua largura, com o caimento de suas dobras, com a própria impalpabilidade de sua gaze cinzenta, com a brisa fresca de seu continuum...


— Vladmir Nabokov, no livro “Ada ou Ardor”. (Parte IV | Cap. I / Ed. Companhia das Letras; 1.ª edição [2005]).


Obra: “Nude”, 1936 - Edward Weston.

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(...) Privamo-nos para mantermos a nossa integridade, poupamos a nossa saúde, a nossa capacidade de gozar a vida, as nossas emoções, guardamo-nos para alguma coisa sem sequer saber o que essa coisa é. E este hábito de reprimir constantemente as nossas pulsões naturais é que faz de nós seres tão refinados. Porque é que não nos embriagamos? Porque a vergonha e os transtornos das dores de cabeça fazem nascer um desprazer mais importante que o prazer da embriaguez. Porque é que não nos apaixonamos todos os meses de novo? Porque, por altura de cada separação, uma parte dos nossos corações fica desfeita. Assim, esforçamo-nos mais por evitar o sofrimento do que na busca do prazer.


— Sigmund Freud em carta a Martha Bernays, Hotel Stadt Freiberg, Leipzig. Setembro 1883, no livro "Cartas de Sigmund Freud 1873-1939". Editora Nova Fronteira, 1.ª edição [1982]).


Obra de Ksenia Istomina.

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(...) Será necessário que eu descreva agora pormenorizadamente como nos atolamos e malogramos, como desgastamos nossas forças e nossos bens, como nossa vida se tornava mísera e desfalcada, como nossa alimentação ficava cada vez mais pobre, como a penúria solapava a moral, como se originava a inclinação ao furto, e como vicejava, ao mesmo tempo, a patuscada vil de uma corja enriquecida? 

— Thomas Mann, no livro “Doutor Fausto”. Cap. XXXI / Ed. Cia das Letras. Trad. Herbert Caro; 1.ª edição [2015]).


Obra: “Des pauvres au bord de la mer”, 1903 - Pablo Picasso.

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(...) Apenas teremos merecimentos e desenvolvimento psicológico assumindo a nós próprios como somos e sendo suficientemente sérios para vivermos as vidas que nos foram confiadas. 

— Carl Gustav Jung, no livro "A vida simbólica. Escritos diversos - V.18/2. Fundamentos da Psicologia Analítica: quarta conferência [291]". Tradução de Araceli Elman, Edgar Orth. – Petrópolis, RJ Vozes, 2015.


Foto: Jung, fotografado em sua biblioteca, para a revista “Time”, em 1955. (Foto: Bettmann/Getty)

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(...) O verdadeiro lugar de nascimento é aquele em que lançamos pela primeira vez um olhar inteligente sobre nós mesmos: minhas primeiras pátrias foram os livros.


— Marguerite Yourcenar, no livro “Memórias de Adriano”. (Cap. II: Varius Multiplex multiformis / Ed. Círculo do Livro; 1.ª edição [1974]).


Obra de Danielle Joy Mckinney.

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(...) Assim, pois, eu afirmo que o Amor é dos deuses o mais antigo, o mais honrado e o mais poderoso para a aquisição da virtude e da felicidade entre os homens, tanto em sua vida como após sua morte.


— Platão, no livro “O Banquete”. (I: Fedro / Editora Vozes de Bolso; 1.ª edição [2017]).


Obra de Sergey Galanter.

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[...] A mim

nenhum som me importa

afora o som do teu nome que eu adoro.

E não me lançarei no abismo,

e não beberei veneno, 

e não poderei apertar na têmpora o gatilho.

Afora

o teu olhar

nenhuma lâmina me atrai com seu brilho.

— “LÍLITCHKA! (em lugar de uma carta)” (1916), de Vladmir Maiakóvski, no livro “Poesia Russa Moderna”, de Augusto de Campos, Haroldo de Campos e Boris Schnaiderman. (Editora Perspectiva, 6.ª edição [2001]).


Obra: “Desire II”, (?) - Joseph Lorusso.

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(...) Todos nós acalentamos uma oculta e insaciável nostalgia das coisas inocentes, simples e reais da vida.


— Thomas Mann, no livro “Os famintos e outras histórias: Os famintos”. (Editora Nova Fronteira; 2.ª edição [2000]).


Obra: “Ophelia”, 1894 - John William Waterhouse.

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(...) A afeição, como já disse, é o amor mais humilde, pois não procura impressionar. [...] Vive com coisas humildes e despojadas: pantufas e roupas velhas, piadas antigas, o batuque do rabo do cachorro dormindo no chão da cozinha, o som de uma máquina de costura, uma boneca esquecida no gramado.


— C. S. Lewis, no livro “Os quatro amores”. (Cap. II: Afeição / Ed. Thomas Nelson Brasil; 1.ª edição [2017]).


Obra: “Man and Woman at a Meal”, 1650 - Gabriël Metsu.

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(...) O melhor amigo terá provavelmente a melhor esposa, porque o bom casamento tem por base o talento para a amizade.


— Friedrich W. Nietzsche, no livro "Humano, Demasiado Humano". (Editora Cia das Letras; 1.ª edição [2001]).


Obra: "Persuasion", (?) - Nickie Zimov.

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(...) Nós sabemos que o sujeito mais livre do mundo é o leitor. Nada interfere no pudor, na exclusividade e na inocência de sua relação com a obra de arte. Está só, espantosamente só, com o soneto, o romance ou com o drama.


— Nelson Rodrigues, no livro “A Menina Sem Estrela”. (Cap. LXIII / Editora Cia das Letras; 1.ª edição [1993]).


Obra: “Girl in an Interior”, (?) - Carl Vilhelm Holsøe.

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(...) O amor será meu tutor na juventude, meu apoio na maturidade, e meu consolo na velhice. O amor permanecerá comigo até o fim da vida... 


— Khalil Gibran, no livro “Asas Partidas”. (Ed. Acigi. Trad. Mansour Challita; 1.ª edição [1977]).


Obra de Malcolm Liepke.

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(...) Chamei, umas quantas vezes. E falei, o que me urgia, jurado e declarado, tive que reforçar a voz: “Pai, o senhor está velho, já fez o seu tanto... Agora, o senhor vem, não carece mais... O senhor vem, e eu, agora mesmo, quando que seja, a ambas vontades, eu tomo o seu lugar, do senhor, na canoa!”. E, assim dizendo, meu coração bateu no compasso do mais certo. Ele me escutou. Ficou em pé. Manejou remo n’água, proava para cá, concordado. E eu tremi, profundo, de repente: porque, antes, ele tinha levantado o

braço e feito um saudar de gesto — o primeiro, depois de tamanhos anos decorridos!


— João Guimarães Rosa, no livro “Primeiras Estórias: a terceira margem do rio”. Editora Nova Fronteira: Rio de Janeiro, 1988.


Obra: “Boy in Boat”, 1880 - Winslow Homer.

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(...) O que quero dizer é, simplesmente, que, graças a Deus, ainda existe um homem que não aprendeu como pensar mas ainda percebe seus pensamentos como se fossem visões ou seres vivos, baseados na realidade instintiva; ele fez a paz com seus deuses, e estes vivem com ele. É verdade que a vida que ele leva está próxima da natureza. É um vida repleta de esperança, de brutalidade, de misérias, doença e morte; não obstante, ela contém satisfações e uma beleza emocional que é insondável.


— Carl G. Jung. In: MCGUIRE, W.; HULL, R. F. C. (Coord.) C. G. JUNG: entrevistas e encontros: "Conversar com Miguel Serrano: 1959". São Paulo: Cultrix, 1982.


Obra: "O Caipira Picando Fumo", 1893 - Almeida Júnior.

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(...) O que a filosofia nos pede é uma opção pela coragem. Seu remédio é expor, sem hesitar, inflexível e obstinadamente, as premissas falsas e enganadoras nas quais baseamos nossas vidas e nossa identidade.


— Epicteto, no livro “A arte de viver: o manual clássico da Virtude, Felicidade e Sabedoria”. (Ed. Sextante; 1.ª edição [2018]).


Obra: “Boy Reading”, 1921 - Samuel John Peploe.

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(...) Eram os meus sentimentos que me faziam ver a luz nos olhos e a doçura nos seus lábios e a beleza no seu corpo - ou eram a sua luz e doçura e beleza que abriam meu coração às alegrias e tristezas do amor?


— Khalil Gibran, no livro “Asas Partidas”. (Ed. Acigi. Trad. Mansour Challita; 1.ª edição [1977]).


Obra: “Mann und Frau, Umarmung”, 1917 - Egon Schiele.

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(...) O sofrimento e a dor são sempre obrigatórios para uma consciência ampla e um coração profundo. Os homens verdadeiramente grandes, a meu ver, devem experimentar uma grande tristeza no mundo.


— Fiódor Dostoiévski, no livro “Crime e Castigo”. (Terceira Parte | Cap. V / Editora 34 [Col. Leste]; 1.ª edição [2001]).


Obra: “Disappointed Soul”, 1889 - Ferdinand Hodler.

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(…) A maioria das pessoas imagina que o importante, no diálogo, é a palavra. Engano, e repito: — o importante é a pausa. É na pausa que duas pessoas se entendem e entram em comunhão.


— Nelson Rodrigues. Entrevista concedida a J. J. Ribeiro. O Opiniático. Minas Gerais: Jul, 26, 1980.


Obra de Aldo Balding.

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(...) Há um dia, é um daqueles dias perfeitos que você tenta descrever... mas nunca consegue. Tem algo de cheiro de roupa lavada; de grama secando depois da chuva; tem algo do brilho quadriculado da luz do sol no pasto; do gosto fresco das folhas de hortelã na língua... do deslumbramento, do toque morno do sol na pele. Tudo isso à disposição para amar, para admirar.


— Sylvia Plath, no livro “Johnny Panic e a bíblia de sonhos: Um dia de junho”. (Ed. Biblioteca Azul; 1.ª edição [2020]).


Obra: “Sun in an Empty Room”, 1963 - Edward Hopper.

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(...) Isto é a felicidade, viver num recanto tranquilo... Isso, sim, é uma felicidade duradoura e verdadeira!


— Liev Tolstoy, no livro “Contos Completos: Dois Hussardos”. (Editora Cosac Naify; 1.ª edição [2015]).


Obra: “Portrait of Leon Tolstoy”, (?) - Leonid Pasternak.

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   “Devemos ter um amor, um grande amor em nossa vida, pois ele nos dá um álibi para todos os momentos em que estamos cheios de desespero sem motivo.”


— Albert Camus, no livro “Cadernos I: 1935-37. (Editora Hedra, 1.ª edição [2014]).


Foto: Camus e Casarès em Paris, no final da década de 1940 (©Collection Catherine et Jean Camus)

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(...) Não penses, se algo te resulta difícil e doloroso, que isso seja impossível para o homem; antes bem, se algo é possível e natural ao homem, pense que também está ao teu alcance.


— Marco Aurélio, no livro “Meditações”. (Livro VI / Ed. Editora Kiron; 2.ª edição [2011]).


Obra: “Study for Phidias in The Apotheosis of Homer”, 1827 - Jean-Auguste-Dominique Ingres.

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(...) Em verdade vos digo que chegará o dia em que a nudez dos olhos será mais excitante do que a do sexo.
 
— Lygia Fagundes Telles, no livro “As Meninas”. (Ed. Cia das Letras; 1.ª edição [2009]).


Obra [detalhe]: “El Beso”, 1859 - Francesco Hayez.

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(...) Quem souber harmonizar o ritmo de sua própria vida com o ritmo do universo, já penetrou a eternidade.


— Louis Lavelle, no livro “A Consciência de Si”. (Cap. X: O tempo / Ed. É Realizações / Trad. Lara Christina de Malimpensa; 1.ª edição [2014]).


Obra: “Sunset”, 1830 - Caspar David Friedrich.

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(...) É bom e alegre viver neste mundo, quando se tem alguém para amar e uma consciência pura. 
— Liev Tolstoy, no livro “Contos Completos: Dois Hussardos”. (Editora Cosac Naify; 1.ª edição [2015]).


Obra: “Tristan and Isolt”, 1910 - Rogelio de Egusquiza.

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(...) Estava com uma imensa vontade de dar uma caminhada. Não sentia cansaço nem grande embriaguez, tinha apenas ânimo; estava com um afluxo de forças, com uma aptidão fora do comum para qualquer empreendimento e uma infinidade de ideias agradáveis na cabeça. Meu coração batia forte e pesado — eu ouvia cada batida. Tudo me era encantador, tudo me era leve.

— Fiódor Dostoiévski, no livro “O Adolescente”. (Terceira Parte; Cap. VI / Editora 34 [Coleção Leste]; 1.ª edição [2015]).


Obra: “Night Shadows”, 1921 - Edward Hopper.

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(...) Nós permanecíamos silenciosos e indecisos, cada um esperando que o outro falasse primeiro. Mas serão as palavras que produzem o entendimento entre almas que se amam? Serão os sons emitidos pelos lábios que aproximam os corações e as mentes? Não haverá algo mais sublime e mais puro do que as vibrações das cordas vocais? Não é o próprio silêncio que leva as emanações de uma alma a outra alma, e transmite os segredos de um coração a outro coração? Não é graças à quietude do silêncio que podemos separar-nos de nós mesmos e pairar nos espaços ilimitados, até o éter superior, sentindo que nossos corpos nada mais são do que cárceres estreitos e este mundo, um exílio?


— Khalil Gibran, no livro “Asas Partidas”. (Ed. Acigi. Trad. Mansour Challita; 1.ª edição [1977]).


Obra: “Playing Their Song”, (#) - Joseph Lorusso.

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(…) O trabalho, como Freud acreditava, pode ser um componente necessário da saúde. Mas que tipo de trabalho? Existe uma enorme diferença entre o trabalho e a vocação. O trabalho é aquilo a que nos dedicamos para ganhar dinheiro e satisfazer nossas necessidades econômicas. A vocação (do latim vocatus) é o que somos chamadas a fazer com a energia da nossa vida. Sentir que somos produtivos é uma parte fundamental da nossa individuação, e deixar de responder à nossa vocação pode causar dano à alma. Não escolhemos realmente uma vocação; na verdade é ela que nos escolhe. Nossa única escolha é o modo como respondemos. Nossa vocação pode não estar nem um pouco relacionada a ganhar dinheiro. Podemos ser chamados a proteger o outro. Podemos ser chamados a ser um artista numa época em que a arte não é valorizada, mas somos sustentados dizendo sim apesar da negligência e até mesmo da rejeição.


— James Hollis, no livro “A Passagem do Meio: Da miséria ao significado da meia-idade”. (Ed. Paulus; 1.ª edição [1995]).


Obra: “The Astronomer”, 1668 - Johannes Vermeer

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(...) Sou tão feliz em sentir que me calo para sentir mais; foi em silêncio que nasceu em mim uma teia tenra e leve: esta suave incompreensão da vida que me permite viver. 

— Clarice Lispector, no livro “Perto do Coração Selvagem”. (Círculo do Livro; 1.ª edição [1980]).


Obra: “Lady with a muff”, 1916 - Gustav Klimt.

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(...) Os dois estavam sentados lado a lado, tristes e abatidos, como se tivessem sido lançados sozinhos numa margem deserta após uma tempestade. Ele olhava para Sônia e sentia o quanto do seu amor havia depositado nele e, estranho, experimentou uma súbita sensação, penosa e dolorosa, por ser tão amado. Sim, era uma sensação estranha e horrível.


— Fiódor Dostoiévski, no livro “Crime e Castigo”. (Quinta Parte | Cap. IV / Editora 34 [Col. Leste]; 1.ª edição [2001]).


Obra: “Female Figure”, 1894 - Santiago Rusiñol.

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(...) Mas não contara com uma força que, se alimentada de início pela vaidade, vence o fastio, o desprezo, o próprio tédio: o hábito.


— Marcel Proust, no livro "O fim do ciúme e outros contos: Violante ou a mundanidade". (Ed. Hedra; 1.ª edição [2008]).


Obra: "Room in Brooklyn", 1932 - Edward Hopper

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(...) Não existe arte que ensine a ler no rosto as feições da alma.


— William Shakespeare, in “Macbeth”. (Ato I; Cena IV / L&PM Editores, 1.ª edição | 2000).


Obra “Study for the Triumph of Homer”, 1850 - Jean-Auguste-Dominique Ingres.

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(...) Fui para os bosques porque pretendia viver deliberadamente, defrontar-me apenas com os fatos essenciais da vida, e ver se podia aprender o que tinha a me ensinar, em vez de descobrir à hora da morte que não tinha vivido. Não desejava viver o que não era vida, a vida sendo tão maravilhosa, nem desejava praticar a resignação, a menos que fosse de todo necessária. Queria viver em profundidade e sugar toda a medula da vida, viver tão vigorosa e espartanamente a ponto de pôr em debandada tudo que não fosse vida, deixando o espaço limpo e raso.


— Henry D. Thoreau, no livro “Walden ou A Vida nos Bosques”. (Global Editora; 1.ª edição [1984]). 


Obra: “The Yerres, Effect of Rain”, 1875 - Gustave Caillebotte.

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(...) Quando os meus filhos ficarem adultos, atormentai-os como eu os vos atormentei, quando vos parecer que eles cuidam mais de riquezas e de honrarias do que da Verdade. E, se acreditarem ser qualquer coisa não sendo nada, reprovai-os, como eu a vós: não vos preocupeis com aquilo que não lhes é devido. E, se fizerdes isso, terei de vós o que é justo, eu e os meus filhos. É a hora de irmos: eu para a morte, vós para as vossas vidas; quem terá a melhor sorte? Só os Deuses sabem.


— Platão, no livro "Apologia de Sócrates". (Parte III / Cap. XXX; L&PM Editores; 1.ª edição [2008]).


Obra: "The Death of Socrates", 1787 - Jacques Louis David.

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(...) A arte está sempre a serviço do belo, e o belo é a felicidade de possuir a forma, a forma por sua vez é a chave orgânica da existência, todo ser vivo deve possuir uma forma para existir e assim, a arte, incluindo o trágico, é a narrativa sobre a felicidade da existência.


— Boris Pasternak, no livro “Doutor Jivago”. (Ed. Companhia das Letras; 1.ª edição [2017]).


Obra: “O Nascimento de Vênus”, 1484 - Sandro Botticelli.

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(...) É certo que sou uma floresta e uma noite de árvores escuras: mas quem não receia minha escuridão, também encontra rosas sob os meus ciprestes.


— Friedrich W. Nietzsche, no livro “Assim Falou Zaratustra: O canto da Dança”. (Ed. Cia das Letras; 1.ª edição [2018]).


Obra: Nietzsche, de Michel Onfray.

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(...) Nada é mais comovente que o instante em que um amor que se nutriu em silêncio, que uma fidelidade que se consolidou em segredo, aproxima-se finalmente e revela-se...

— Johann W. von Goethe, em “Os Anos de Aprendizado de Wilhelm Meister”. (Livro II; Cap. XIV / Editora Ensaio; 1.ª edição [1994]).


Obra de Nickie Zimov.

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(...) É fácil achar que somos senhores em nossa própria casa, mas enquanto não estivermos em condições de dominar nossos sentimentos e disposições de espírito ou de ter consciência das centenas de caminhos secretos onde se imiscuem pressupostos inconscientes em nossos arranjos e decisões, não somos senhores. Ao contrário, temos tantos motivos de incerteza que faríamos bem em pensar duas vezes antes de agir.


— Carl Gustav Jung, no livro "A vida simbólica. Escritos diversos - V.18/2. Símbolos e interpretação dos sonhos: 6. A função dos símbolos religiosos [560]". Tradução de Araceli Elman, Edgar Orth. – Petrópolis, RJ Vozes, 2015.


Obra de Ksenia Istomina.

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(...) O amor não deve pedir, tampouco exigir. Há de ter a força de chegar em si mesmo à certeza e então passa a atrair em vez de ser atraído.


— Herman Hesse, no livro “Demian”. (Editora Record; 33.ª edição [2002]).


Obra de Anne Magill

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(...) Quando eu abrir a porta e me aproximar da escada, saberei que lá embaixo começa a rua; não o modelo já aceito, não as casas já sabidas, não o hotel defronte: a rua, a viva floresta onde cada instante pode se precipitar sobre mim... em que vou jogar minha vida enquanto avanço passo a passo para ir comprar o jornal na esquina.


— Julio Cortázar, no livro “Todos os Contos: Manual de instruções / Conto: Manual de instruções / Ed. Companhia das Letras; 1.ª edição [2021]).


Obra: “Stairway”, 1949 - Edward Hopper.

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(...) O sofrimento e a dor são sempre obrigatórios para uma consciência ampla e um coração profundo. Os homens verdadeiramente grandes, a meu ver, devem experimentar uma grande tristeza no mundo. 

— Fiódor Dostoiévski, no livro “Crime e Castigo”. (Terceira Parte | Cap. V / Editora 34 [Col. Leste]; 1.ª edição [2001]).


Obra: “Sick Mood at Sunset, Despair”, 1892 - Edvard Munch.

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(...) É condição indispensável na vida uma certa solidão e afastamento para o próprio bem e o dos outros, caso contrário não podemos ser suficientemente nós mesmos.


— Carl G. Jung, no livro "O livro vermelho: Liber Secundus / Cap. XXI: O Mago". (Ed. Vozes. Trad. Edgar Orth. 4.ª edição [2015]).


Obra: "Calm as the Sea", de Darren Thompson.

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(...) Todos os seres têm duas espécies de existência: uma para si mesmos e outra para os olhos alheios. Existem e são visíveis, são alma e imagem, e sempre será pecaminoso deixar-se influenciar unicamente pela imagem, sem se preocupar com a alma.


— Thomas Mann, no livro "As cabeças trocadas: uma lenda indiana". (Ed. Companhia das Letras; 1.ª edição [2017]).


Obra: "La réproduction interdite", 1937 - René Magritte.

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(...) A verdade a respeito dos relacionamentos íntimos é que eles nunca podem ser melhores do que o nosso relacionamento com nos mesmos. A maneira como nos relacionamos com nos mesmos determina não apenas a escolha do Outro como tambem a qualidade do relacionamento.


— James Hollis, no livro "A Passagem do Meio: Da miséria ao significado da meia-idade. 3. Voltando-se para o interior". (Ed. Paulus. Trad. Cláudia G. Duarte; 1.ª edição [1995]). 


Obra: "Sunny Morning", 1905 - Károly Ferenczy.

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(...) O que mais existe no mundo são pessoas que nunca vão se conhecer. Nasceram em um lugar distante, e o acaso não fará com que se cruzem. Um desperdício. Muitos desses encontros destinados a não acontecer poderiam ter sido arrebatadores. Por afinidade, por atração que não se explica, por força das circunstâncias, por químicas ocultas, quem pode saber? Quanto amor se perde nessa falta de sincronia.


— Carla Madeira, no livro "Tudo é rio". (Ed. Record; 10.ª edição [2021]).


Obra: "Abandoned", 2017 - Casey Childs.

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(...) Essa é a maravilhosa tolice do mundo: quando as coisas não nos correm bem - muitas vezes por culpa de nossos próprios excessos - pomos a culpa de nossos desastres no sol, na lua e nas estrelas, como se fôssemos celerados por necessidade, tolos por compulsão celeste, velhacos, ladrões e traidores pelo predomínio das esferas; bêbados, mentirosos e adúlteros, pela obediência forçosa a influências planetárias, sendo toda nossa ruindade atribuida à influência divina... Ótima escapatória para o homem, esse mestre da devassidão, responsabilizar as estrelas por sua natureza de bode.


— William Shakespeare, no livro "O Rei Lear". (Ato I | Cena II / Ed. Saraiva de Bolso; 1.ª edição [2011]).


Obra: "The Prisoner", 1878 - Nikolai Yaroshenko.

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(...) O mistério do amor é unir o que poderia ser para si mas que não é e não poderia ser sem o outro.


— F. W. J. Schelling, no livro "A essência da liberdade humana". Petrópolis, RJ: Vozes, 1991.


Obra: "Kjærlighet og smerte", 1895 - Edvard Munch.

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(...) Era ainda jovem demais para saber que a memória do coração elimina as más lembranças e enaltece as boas e que graças a esse artifício conseguimos suportar o passado


— Gabriel García Márquez, no livro "O Amor nos Tempos do Cólera". (Editora Record; 51.ª edição [2018]).


Obra: "Self Portrait at an Early Age", 1628 - Rembrandt.

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(...) Se não formos abertos às pessoas queridas, com as quais vivemos, dia após dia, com quem o seremos? Quando é que somos verdadeiramente nós?


— Alba de Céspedes y Bertini, no livro "Caderno proibido: 6 de fev.". (Trad. Joana Angélica D'Avila Melo. Ed. Companhia das Letras; 1.ª edição [2022]).


Obra de Sergey Galanter.

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(...) Dá-me a tua mão desconhecida, que a vida está me doendo e não sei como falar — a realidade é delicada demais.


— Clarice Lispector, no livro "A Paixão Segundo G.H". (Editora Rocco; 1.ª edição [1998]).


Foto: Clarice Lispector, por Maureen Bisilliat, 1969. [Foto: Acervo IMS]

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(…) Vivemos no futuro: 'amanhã', 'mais tarde', 'quando você conseguir uma posição', 'com o tempo vai entender'. Estas inconsequências são admiráveis, porque afinal trata-se de morrer. Chega o dia em que o homem constata ou diz que tem trinta anos. […] Pertence ao tempo e reconhece seu pior inimigo nesse horror que o invade. O amanhã, ele ansiava o amanhã, quando tudo em si deveria rejeitá-lo. Essa revolta da carne é o absurdo."


— Albert Camus, no livro "O Mito de Sísifo". (Editora Record / Cap. I - Um Raciocínio Absurdo [Os muros Absurdos]).


Obra: "Red Haired Man on a Chair", 1962 - Lucian Freud.

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(...) Para que eu seja assim inteira [essencial e essência] é preciso que não esteja em outro lugar senão em mim.


— Lygia Fagundes Telles, no livro "As Meninas". (Ed. Cia das Letras; 1.ª edição [2009]).


Obra: "Weeping Woman", 1907 - Edvard Munch.

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(...) Não há no mundo sensação mais agradável que a de um coração, depois de um período de indiferença, voltar a se abrir para um novo objeto...


— Johann W. von Goethe, no livro "Os Anos de Aprendizado de Wilhelm Meister". (Livro VII; Cap. VII / Editora Ensaio; 1.ª edição [1994]). 


Obra: "Attraction in Landscape", 1908 - Edvard Munch.

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(...) Se a luz é o primeiro amor da vida, o amor não é a luz do coração?


— Honoré de Balzac, no livro "Eugénie Grandet". (Ed. Unesp. Trad. Fernando Santos; 1.ª edição [2020]).


Obra: "Lamia", 1905 - John William Waterhouse.

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(...) Quando o coração está mandando, todo tempo é tempo!


— João Guimarães Rosa, no livro Sagarana: A hora e a vez de Augusto Matraga. (Editora Global; 1.ª edição [2019]).


Obra: "Psyche Entering Cupid's Garden", 1903 - John William Waterhouse.

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(...) Ontem, em pleno expediente, comecei a sentir uma misteriosa angústia. Quero que me entendam. Disse "angústia", mas explico: — era um sofrimento menor e indefinível... Sofria sem nenhum motivo preciso, concreto. Fui ao boteco da esquina tomar um cafezinho. A angústia continuava lá. Mexendo o cafezinho, descobri subitamente tudo. Eu me afligia porque estava sentindo falta de alguma coisa e não sabia o quê. "Falta alguma coisa", repetia para mim mesmo. Mas não sabia o que era.


— Nelson Rodrigues, no livro "A Cabra Vadia: O negro azul [1/7/1968]". (Ed. Cia das Letras; 1.ª edição [1995]).


Obra: "Dans un café", 1880 - Gustave Caillebotte.

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(...) É bom amar tanto quanto possamos, pois nisso consiste a verdadeira força, e aquele que ama muito realiza grandes coisas e é capaz, e o que se faz por amor está bem feito.


— Vincent van Gogh, no livro "Cartas a Théo: Antologia". (L&PM Editores; 1.ª edição [1997]).


Obra: "Self-Portrait with Straw Hat", 1887 - Vincent Van Gogh.

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(...) Aprender a compreender as coisas mínimas que acontecem todos os dias talvez seja aprender a compreender realmente o significado mais recôndito da vida.


— Alba de Céspedes y Bertini, no livro "Caderno proibido: 5 de jan.". (Trad. Joana Angélica D'Avila Melo. Ed. Companhia das Letras; 1.ª edição [2022]).


Obra: "Non Fiction", 2015 - Casey Childs.

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(...) Nem nos tribunais, nem no campo, nem a mim, nem a ninguém convém tentar todos os meios para fugir da morte. Até mesmo nas batalhas, de fato, é bastante evidente que se pode evitar morrer, jogando fora as armas e suplicando aos que perseguem; e muitos outros meios há, nos perigos individuais, para evitar a morte quando se ousa dizer e fazer alguma coisa. Mas, ó cidadãos, talvez o difícil não seja fugir da morte. Bem mais difícil é fugir da maldade, que corre mais veloz que a morte. E agora eu, preguiçoso como sou, e velho, fui apanhado pela mais lenta, enquanto os meus acusadores, válidos e lépidos, foram apanhados pela mais veloz: a maldade.


— Platão, no livro "Apologia de Sócrates". (Parte III; Cap. XXVII / L&PM Editores; 1.ª edição [2008]).


Obra [detalhe]: "The Death of Socrates", 1787 - Jacques Louis David.

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(...) A vida é uma espécie de arte. Não corre sobre trilhos certinhos nem é um produto acabado que se encontra em qualquer esquina.


— Carl G. Jung, no livro "Cartas 1946-1955: carta ao Dr. Allen Gilbert [20.04.1946]". (Ed. Vozes; 1.ª edição [2002]).


Foto: Carl e Emma Jung, no início dos anos 1950. (Foto: Acervo Instituto Carl Jung)

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(...) Quem a si mesmo se conhecer, só esse há de amar com sabedoria e saberá tirar o máximo rendimento das suas capacidades.


— "Amar com sabedoria", de Ovídio, no livro "Amores & Arte de Amar". (Ed. Penguin & Cia das Letras. Trad. Carlos Ascenso André; 1.ª edição [2011]).


Obra de Jack Vettriano.

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(...) Queria te falar... te falar esses nadas do dia a dia que vão consumindo a melhor parte de nós, queria te falar do fardo quando envelhecemos, do desaparecimento, dessa coisa que não existe mas é crua, é viva, o Tempo.


– Hilda Hist, no livro "A obscena senhora D". (Ed. Globo; 1.ª edição [2001]).


Foto: Hilda Hilst aos 29 anos, em 1959. [Foto: Fernando Lemos/MIS-SP].

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(...) A virtude nunca está sozinha. Está destinada a ter vizinhos.


— Confúcio, no livro "Os Analectos". (Livro IV / Trad. Caroline Chang e D. C. LauEd. L± 1.ª edição [2012]).


Obra: "Autoportrait", 1885 - Emile Friant.

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(...) Acentua-se em seu rosto a sombria conformidade daquele que obtém a paz graças a um moderado raciocínio e não com a alegre desordem de uma existência total.


— Julio Cortázar, no livro "Todos os Contos: Histórias de Gabriel Medrano - 2. Bruxa / Ed. Companhia das Letras; 1.ª edição [2021]).


Obra: "Man Smoking A Pipe", 1902 - Paul Cezanne.

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(...) Que coisa incrível é um livro. É um objeto achatado feito de árvore com partes flexíveis nas quais nós imprimimos uma porção de rabiscos escuros e esquisitos. Mas basta olhar para ele e você está dentro da mente da pessoa, talvez de alguém morto há milhares de anos. Através dos milênios, um autor está falando claramente e silenciosamente dentro da sua cabeça, diretamente a você. A escrita talvez seja a maior das invenções humanas, unindo pessoas que nunca conheceram umas às outras, cidadãos de épocas distantes. Os livros rompem os grilhões do tempo. Um livro é a prova de que os humanos são capazes de realizar magia.


— Carl Sagan, no livro "Cosmos". Trad. Paul Geiger. — 1a ed. —  São Paulo: Companhia das Letras, 2017.


Obra: "Book tower", (#) - Quint Buchholz.

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(...) Nada é menos próprio do homem ocupado do que viver, pois não há outra coisa que seja mais difícil de aprender.


— Sêneca, no livro "Sobre a Brevidade da Vida". (Cap. VI / L&PM Editores; 1.ª edição [2006]).


Obra: "The Monk-Inok", 1897 - Konstantin Savitskiy.

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(...) Não é o tempo nem a oportunidade que determinam a intimidade, é só a disposição.


— Jane Austen, no livro "Razão e Sensibilidade". (Ed. Martin Claret; Trad. Roberto L. Ferreira. 1.ª edição [2015]).


Obra: "Lilac Wine", (#) - Holly Warburton.

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(...) A cada um a sua inclinação: a cada um também o seu objetivo, sua ambição, se quiserem, seu gosto mais secreto e seu mais claro ideal. O meu estava contido na palavra beleza, tão difícil de definir, apesar de todas as evidências dos sentidos e dos olhos. 

— Marguerite Yourcenar, no livro "Memórias de Adriano". (Cap. II: Varius Multiplex multiformis / Ed. Círculo do Livro; 1.ª edição [1974]).


Obra: "Dolce Far Niente", 1897 - John William Godward.

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(...) O mundo no qual nós penetramos pelo nascimento é brutal, cruel e, ao mesmo tempo, de uma beleza divina. Achar que a vida tem ou não sentido é uma questão de temperamento.


— Carl G. Jung, no livro "Memórias, Sonhos, Reflexões: Retrospectiva. (Ed. Nova Fronteira. Trad. Dora Ferreira da Silva; 9.ª edição [1963]).


Obra: "L'Homme au balcon", 1880 - Gustave Caillebotte.

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"Somente a arte podia dar peso a uma existência que, se não fosse assim, ficaria reduzida a um tédio mortal por sua própria facilidade."


— Thomas Mann, no livro "Doutor Fausto". (Cap. XX / Ed. Cia das Letras. Trad. Herbert Caro; 1.ª edição [2015]).


Foto: Thomas Mann durante o seu exílio nos EUA, quando lecionava na Universidade de Princeton. Nova Jersey, 1936. (Foto: Lotte Jacobi)

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Estes lamentos

Dos violões lentos

Do outono

Enchem minha alma

De uma onda calma

De sono. 

E soluçando, 

Pálido, quando

Soa a hora,

Recordo todos

Os dias doidos

De outrora.

E vou à toa

No ar mau que voa.

Que importa?

Vou pela vida,

Folha caída

E morta.


— Poema "Canção de Outono", de Paul Verlaine, no livro "A Voz dos Botequins e Outros Poemas". (Ed. Editora Hedra; 1.ª edição [2008]).


Obra: "O Violeiro", 1899 - Almeida Junior.

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(...) Eros estava sempre com eles, malicioso e persistente; o jogo para o qual os arrastava era cheio de fascinação e de risco. Achavam delicioso perseguirem-se, perderem-se e acharem-se; mas, quando se reuniam de novo, os sentidos despertos dominavam-nos, num gesto querido dos sensuais indecisos, ou afloravam suavemente as veias pálidas do pescoço, desnorteando-os completamente e preludiando carícias mais insinuantes.


— Giuseppe Tomasi di Lampedusa, no livro "O Leopardo". (Capítulo III / Ed. Abril Cultural; 1.ª edição [1974]).


Obra: "Cafe Kiss", 1965 - Ron Hicks.

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(...) Todo desejo nasce de uma necessidade, de uma privação, de um sofrimento. Satisfazendo-o, acalma-se; mas embora se satisfaça um, quantos permanecem insaciados!


— Arthur Schopenhauer, no livro "As Dores do Mundo". (Editora Edipro; 1.ª edição [2014]).


Obra: "Despair", de Bertha Wegmann.

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(...) Brasil vacila entre o pessimismo mais obtuso e a esperança mais frenética.
 
— Nelson Rodrigues, no livro "Somos o Brasil: Brasil vacila entre o pessimismo mais obtuso e a esperança mais frenética." (Ed. Nova Fronteira; 1.ª edição [2013]).


Foto: "Nelson Rodrigues", 1949. [Foto: Carlos Moskovics]

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(...) A melancolia é um prazer sensual deliberadamente provocado. Quantas pessoas se fecham para ficar mais tristes, ou para chorar à beira de um riacho, ou escolher um livro sentimental! Estamos constantemente construindo e desconstruindo a nós mesmos.


— Gustave Flaubert, no livro "Caderno íntimo - 1840 a 1841". (Ed. Doubleday & Company; 1.ª edição [1964]).


Obra: "Light and Solitude", 2017 - Casey Childs.

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(...) Você estava em cada verso que eu li... Você foi a encarnação de todas as fantasias bonitas do meu pensamento. 
[...] Você vai ser parte do meu caráter, parte do pouco que há de bom em mim, e do que há de mal.


— Charles Dickens, no livro "Grandes esperanças". São Paulo: Penguin Classics & Cia das Letras, 2012.


Obra: "Untitled", (?) - Anne Magill.

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"a função do escritor é fazer com que ninguém possa ignorar o mundo e considerar-se inocente diante dele. [...] Quem entra no universo dos significados não pode mais sair." 


— Jean-Paul Sartre, no livro "Que é a Literatura". (Ed. Vozes; 1.ª edição [2015]).


Foto: Jean-Paul Sartre, em Nida, na Lituania, 1965. (Antanas Sutkus).

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(...) O crime de Narciso é preferir, no final, sua imagem a si mesmo. A impossibilidade em que se encontra de unir-se a ela só pode produzir nele o desespero. Narciso ama um objeto que ele não pode possuir. Porém, assim que começou a se debruçar para vê-lo, era a morte que ele desejava. Unir-se à própria imagem e confundir-se com ela significa morrer. Era também seu duplo que buscava nas águas moventes a filha do Reno.


— Louis Lavelle, no livro "O Erro de Narciso". (Cap. I: O erro de Narciso - 8. A complacência de Narciso / Realizações Editora; 1.ª edição [2012]).


Obra: "Narcissus", 1594 - Caravaggio.

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(...) A filosofia facilmente vence os males passados e futuros. Mas os males presentes a vencem.


— François de La Rochefoucauld, no livro "Reflexões ou sentenças e máximas morais". (Ed. Penguin & Companhia; 1.ª edição [2014]).


Obra: "St. Paul at his Writing Desk", 1629 - Rembrandt.

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(...) Não sou nada, não tenho nada. Tão inseparável do mundo quanto a luz, e no entanto exilado, como a luz, deslizando à superfície das pedras, e da água, sem que nada, jamais, me prenda ou me faça encalhar.


— Jean-Paul Sartre, no livro "Os caminhos da liberdade: Sursis". (Ed. Nova Fronteira; 1.ª edição [2017]).


Obra: "Frau vor untergehender Sonne", 1818 - Caspar David Friedrich.

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(...) Acontece às vezes de duas pessoas que já se conhecem, mas não são íntimas, aproximarem-se súbita e rapidamente, no decorrer de alguns instantes - e a consciência dessa aproximação manifesta-se de imediato em seus olhares, em seus sorrisos amistosos e tranquilos e até em seus movimentos.


— Ivan Turguêniev, no livro "Ninho de fidalgos". — Porto Alegre [RS]: L&PM, 2018.


Obra de Malcolm Liepke.

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(...) Esse coração que a sisudez recobre com uma armadura impenetrável está cheio de ternuras e de dedicações sem destino.


— Honoré de Balzac, no livro "A Comédia Humana I: Memórias de duas jovens esposas". (Ed. Globo/Biblioteca Azul; 3.ª edição [2012]).


Obra: "Southcoast", 2010 - Aldo Balding.

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(...) Amar ou ter amado é o bastante. Depois, não exijam mais nada. Além dessa não existe outra pérola escondida entre as dobras obscuras da vida. Amar é completar-se.


— Victor Hugo, no livro "Os Miseráveis". (Quinta Parte: Jean Valjean | Livro Sexto: a noite branca | Cap. II: Jean Valjean continua com o braço na tipoia / Ed. Cosac & Naify/Casa da Palavra; 1.ª edição [2002]).


Obra: "Embrace", 1912 - Egon Schiele.

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(...) Ah, o amor, sabe... O corpo, o amor, a morte, esses três formam um só.


— Thomas Mann, no livro "A Montanha Mágica". (Parte V - Noite de Walpurgis / Ed. Cia das Letras; 1.ª edição [2016]).


Obra: "Lovers", (?) - Jaroslaw Datta.

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(...) O mistério do amor é unir o que poderia ser para si mas que não é e não poderia ser sem o outro.


— F. W. J. Schelling, no livro "A essência da liberdade humana". Petrópolis, RJ: Vozes, 1991.


Obra: "Yes Or No", 1890 - Edmund Blair Leighton.

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(...) O mais notável era a pureza dos seus olhos, que só podia entender-se como um privilégio da alma.


— Gabriel García Márquez, no livro "Do Amor e Outros Demônios". (Cap. II / Editora Record; 26.ª edição [1994]).


Obra: "Portrait of Elizabeth Winthrop Chanler", 1893 - John Singer Sargent.

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(...) Palavras consideradas muito importantes pelas pessoas são ‘meu’, ‘minha’, que aplicam a diversas coisas, criaturas e assuntos, até a terras, a pessoas e a cavalos. Combinaram que, para cada coisa, só uma pessoa pode dizer ‘meu’. E, nesse jogo combinado entre elas, quem diz ‘meu’ sobre o maior número de coisas é considerado a pessoa mais feliz. Por que é assim eu não sei; mas é assim. Passei muito tempo tentando explicar isso por alguma vantagem direta que tivessem; mas esse esforço não deu em nada.


— Liev Tolstoy, no livro "Contos Completos: Kholstomier". (Editora Cosac Naify; 1.ª edição [2015]).


Obra: "Leo Tolstoy", 1907 - Nesterov.

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(...) O olhar interior transforma tudo e dá a todas as coisas o complemento de beleza que lhes falta para que sejam verdadeiramente dignas de nos serem agradáveis.


— Charles Baudelaire, no livro "Paraísos Artificiais". (Parte I: Poema do Haxixe / Cap. IV: O homem-deus". (Ed. L± 2.ª edição [2011]).


Obra: "Bohemian (Miquel Utrillo)", 1890 - Santiago Rusiñol.

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(...) Na solidão, onde todos se veem limitados aos seus próprios recursos, o indivíduo enxerga o que tem em si mesmo.


— Arthur Schopenhauer, no livro "Aforismos para sabedoria de vida. (Editora Martins Fontes; 3.ª edição [2009]).


Obra: "Ocean Limited", 1962 - Alex Colville.

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(...) Estas fantasias matinais era tudo quanto pode acontecer de pior a um homem de meia-idade; e ainda que soubesse que acabariam por desvanecer-se com a actividade do dia, sofria acerbamente com elas, pois já tinha bastante experiência para compreender que lhe deixariam no fundo da alma um resíduo de luto que, acumulando-se todos os dias, acabaria por ser a verdadeira causa da morte. Com o alvorecer, estes monstros esconderam-se em zonas inconscientes


— Giuseppe Tomasi di Lampedusa, no livro "O Leopardo". (Capítulo II / Ed. Abril Cultural; 1.ª edição [1974]).


Obra: "Le pont de l'Europe", 1876 - Gustave Caillebotte.

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(...) Para nós, para mim, para o senhor, só uma coisa importa: se amamos um ao outro. Quanto às demais pessoas, não contam para nós.


— Liev Tolstói, no livro "Anna Kariênina". (Parte V | Cap. XXXII / Ed. Cosac Naify; 1.ª edição [2013]).


Obra: "Two Lovers", 1888 - Vincent van Gogh.

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(...) O caráter do verdadeiro amor oferece constantes similitudes com a infância: tem dela a irreflexão, a imprudência, a dissipação, o riso e as lágrimas.


— Balzac, no livro "Ilusões Perdidas". (Segunda parte: Um grande homem da província em Paris / XXXI - A sociedade". (Ed. Globo/Biblioteca Azul; 3.ª edição [2013]).


Obra: "Springtime", 1873 - Pierre-Auguste Cot.

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(...) Pode-se prometer atos, mas não sentimentos.


— Friedrich W. Nietzsche, no livro "100 Aforismos Sobre o Amor e a Morte". (Ed. Penguin & Cia das Letras; 1.ª edição [2012]).


Obra: “Cast Shadows”, de Emile Friant.

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(...) O amor cerebral certamente tem mais espírito que o amor verdadeiro, mas tem apenas instantes de entusiasmo; ele examina-se demais, julga-se a todo momento; longe de desgarrar o pensamento, é construído à força de pensamentos.


— Stendhal, no livro "O Vermelho e o Negro". (Livro II | Cap. XVIII / L&PM Editores; 1.ª edição [2013]).


Obra: "Birthday Wishes, 1880 - Raimundo de Madrazo y Garreta.

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(...) Pouco a pouco fui vendo mais claramente o defeito mais difundido de nossa maneira de ensinar e de educar. Ninguém aprende, ninguém aspira, ninguém ensina — “a suportar a solidão”.


— Friedrich W. Nietzsche, no livro "Morgenröte/Aurora". (Editora Escala; 1.ª edição [2013]).


Obra: "Nude", 1936 - Edward Weston.

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(...) O mais inteligente, a meu ver, é aquele que ao menos uma vez por mês se chama de imbecil - uma habilidade da qual não se têm notícia.


— Fiódor Dostoiévski, no livro "Diário de um escritor: Bobók". (Ed. Hedra. Trad. Mossei e Daniela Mountain; 1.ª edição [2016]).


Obra: "Man's Head, Self Portrait", 1963 - Lucian Freud.

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"Entrei no barbeiro no modo do costume, com o prazer de me ser fácil entrar sem constrangimento nas casas conhecidas. A minha sensibilidade do novo é angustiante: tenho calma só onde já tenho estado.
 Quando me sentei na cadeira, perguntei, por um acaso que lembra, ao rapaz barbeiro que me ia colocando no pescoço um linho frio e limpo, como ia o colega da cadeira da direita, mais velho e com espírito, que estava doente. Perguntei-lhe sem que me pesasse a necessidade de perguntar: ocorreu-me a oportunidade pelo local e a lembrança. «Morreu ontem», respondeu sem tom a voz que estava por detrás da toalha e de mim, e cujos dedos se erguiam da última inserção na nuca, entre mim e o colarinho. Toda a minha boa disposição irracional morreu de repente, como o barbeiro eternamente ausente da cadeira ao lado. Fez frio em tudo quanto penso. Não disse nada.

Saudades! Tenho-as até do que me não foi nada, por uma angústia de fuga do tempo e uma doença do mistério da vida. Caras que via habitualmente nas minhas ruas habituais - se deixo de vê-las entristeço; e não me foram nada, a não ser o símbolo de toda a vida."


— Fernando Pessoa, por Bernardo Soares, no livro "Livro do Desassossego". (Vol. I / Editora Brasiliense; 1.ª edição [1989]).


Foto: Fernando Pessoa, na Baixa de Lisboa, 1920. (Foto: Obra Poética I/Círculo de Leitores).

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"Vamos viver, enfim, o que se chama viver: amar, criar, finalmente flambar juntos. Desde que existimos, desde que decidimos, em plena lucidez, viver esse amor, a última coisa a fazer seria enganá-lo."


— Albert Camus em carta a Maria Casarès, 30 ago. 1948, no livro "Correspondance: 1944–1959". Paris: Gallimard, 2017.


Obra: "To Mennesker", 1889 - Stephan Sinding.

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(...) A razão é a guia da vontade

E ela diz que você é a minha metade.

Tudo ao seu tempo amadurece,

Pois o jovem da razão escarnece;

Isso já passou, agora tenho tino, 

A razão comanda o meu destino

Em direção aos seus olhos, onde leio

Contos de amor, pelo qual anseio.


— William Shakespeare, no livro "A Tempestade". (Ato II | Cena I / Ed. da UFSC; 1.ª edição [2014]).


Obra: "Morgentur", 1907 - Erik Henningsen.

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(...) Se continuarmos a amar sinceramente o que na verdade é digno de amor, e não desperdiçarmos nosso amor em coisas insignificantes, nulas e insípidas, obteremos pouco a pouco mais luz e nos tornaremos mais fortes.


— Vincent van Gogh, no livro "Cartas a Théo: Antologia". (L&PM Editores; 1.ª edição [1997]).


Obra: "Garden in Montmarte with lovers", 1887 - Vincent van Gogh.

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(...) Há delicadas voluptuosidades que não podem ser saboreadas senão entre duas criaturas.


— Balzac, no livro "Ilusões Perdidas (a comédia humana - v. 7)". (Primeira Parte: Os dois poetas / Cap. II - A Sra. de Bargeton". (Ed. Globo/Biblioteca Azul; 3.ª edição [2013]).


Obra de Nickie Zimov.

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(...) A gente não pode se ofender com qualquer um... é exatamente assim! Não é qualquer um que merece atenção — magnífica regra! É justamente dela que preciso.


— Fiódor Dostoiévski, no livro "O Adolescente". (Primeira Parte; Cap. II / Editora 34 [Coleção Leste]; 1.ª edição [2015]).


Obra: "Sur le Pont de l'Europe", 1877 - Gustave Caillebotte.

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(...) O mais difícil em nossas relações com os outros é o que talvez pareça ser o mais simples: é reconhecer essa existência própria, que os faz semelhantes a nós e no entanto diferentes de nós, essa presença neles de uma individualidade única e insubstituível, de uma vocação que lhes pertence e que devemos ajudá-los a realizar, em vez de nos mostrarmos invejos ou de querermos infleti-la para conformá-la à nossa.


— Louis Lavelle, no livro "O Erro de Narciso". (Cap. II: Conhece-te a ti mesmo. 7. Conhecimento de si e de outrem / Realizações Editora; 1.ª edição [2012]).


Obra: "Interior, Woman at the Window", 1880 - Gustave Caillebotte.

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[...] Esta vida, podes crer, vale bem seus pesares

Enquanto iluminar-nos, pobres, o sol de Deus

E a imagem de um tempo melhor na alma guardares

E os olhos de um amigo chorarem com os teus.

– “An Neuffer/A Neuffer”, de Friedrich Hölderlin, no livro "Poemas". (Ed. Companhia das Letras. Trad. José Paulo Paes; 1.ª edição [1991]).


Obra: "Summer Morning", 1917 - Giovanni Giacometti.

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(...) Foi nos livros 





(...) Foi nos livros que encontrei o universo: assimilado, classificado, rotulado, pensado e ainda temível; e confundi a desordem de minhas experiências livrescas com o curso aventuroso dos acontecimentos reais.


— Jean Paul-Sartre, em "As Palavras". (Cap. I [Ler] / Editora Difusão Européia; 3.ª edição [1967]).


Obra: "Man Reading (Nicola d'Inverno)", 1904 - John Singer Sargent.

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Teu mais ligeiro olhar facilmente me descerra

embora eu tenha me fechado como dedos, nalgum lugar

me abres sempre pétala por pétala como a primavera abre (tocando sutilmente, misteriosamente) a sua primeira rosa

[...] não sei dizer o que há em ti que fecha

e abre; só uma parte de mim compreende que a

voz dos teus olhos é mais profunda que todas as rosas


— "Nalgum lugar", de E. E. Cummings, no livro "Poem(a)s". (Editora Unicamp; 1.ª edição [2012]).


Obra de Joseph Lorusso.

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(...) A franqueza era a única virtude que eu cultivava cada vez mais. Em conseqüência, fui novamente dominado pelo desejo violento de não depender exclusivamente de ser algum.


— Marguerite Yourcenar, no livro "Memórias de Adriano". (Cap. III: Sæculum Aureum / Ed. Círculo do Livro; 1.ª edição [1974]).


Obra: "Claude Monet (Le Liseur)", 1872 - Pierre-Auguste Renoir.

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(...) Só procuro penumbra, sossêgo, tempo, ócio e inspiração...


— João Guimarães Rosa, no livro "24 cartas de João Guimarães Rosa a Antonio Azeredo da Silveira: Rio de Janeiro, 9-II-56". (Organização de Flávio Azeredo da Silveira; Éditions FAdS, s/d.)


Obra: Steppe. Cornfield", 1875 - Arkhip Kuindzhi.

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(...) O pessimista deve inventar cada dia novas razões de existir: é uma vítima do “sentido” da vida.


— Emil Cioran, no livro "Silogismos da Amargura". (Editora Rocco; 1.ª edição [2011]).


Obra: "Untitled", (?) - Phil Hale.

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(...) Senti uma inquietação interior e a necessidade de exprimir de algum modo o excesso de alguma coisa que de repente transbordava em minha alma.


— Liev Tolstoy, no livro "Contos Completos: Das memórias do príncipe D. Nekhliúdov". (Editora Cosac Naify; 1.ª edição [2015]).


Obra: "Lady with a muff", 1916 - Gustav Klimt.

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(...) O animal sente e intui; o homem, além disso, pensa e sabe. Ambos querem. Enquanto o animal comunica sua sensação e disposição por gestos e sons, o homem comunica seus pensamentos aos outros mediante a linguagem, ou os oculta por ela. Linguagem que é o primeiro produto e instrumento necessário da razão.


— Arthur Schopenhauer, no livro "O mundo como vontade e como representação: Livro I / §VIII". (Ed. Unesp. Trad. Jair Barboza; 2. Edição Revisada [2015]).


Obra: "Young Boy Reading", de Henri Lebasque.

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(...) É tolice não ter esperança, pensou. Além de que suponho que é pecado. Não penses no pecado. Já sem ele há problemas de sobra. E do pecado não tenho entendimento. Não tenho dele entendimento, e até me parece que não acredito nele.
 Talvez fosse pecado matar o peixe. Julgo que terá sido, embora o tenha morto para viver e dar de comer a muita gente. Mas então tudo é pecado. Não penses no pecado. É tarde demais para isso, e há gente paga para pensar nele. Eles que pensem. Tu nasceste para pescador, como os peixes para ser pescados.


— Ernest Hemingway, no livro "O Velho e o Mar". (Editora Bertrand Brasil; 80.ª edição [2013])


Obra: "Fog Warning", 1885 - Winslow Homer.

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(...) É tolice não ter esperança, pensou. Além de que suponho que é pecado. Não penses no pecado. Já sem ele há problemas de sobra. E do pecado não tenho entendimento. Não tenho dele entendimento, e até me parece que não acredito nele. Talvez fosse pecado matar o peixe. Julgo que terá sido, embora o tenha morto para viver e dar de comer a muita gente. Mas então tudo é pecado. Não penses no pecado. É tarde demais para isso, e há gente paga para pensar nele. Eles que pensem. Tu nasceste para pescador, como os peixes para ser pescados.


— Ernest Hemingway, no livro "O Velho e o Mar". (Editora Bertrand Brasil; 80.ª edição [2013])


Obra: "Fog Warning", 1885 - Winslow Homer.

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(...) O amor permanece numa pessoa; e quando tudo para ela se torna confuso, quando os pensamentos se erguem em acusação, quando as angústias levantam a cabeça em condenação, então, o amor intimida-os, dizendo-lhes: tende simplesmente paciência, eu fico convosco e testifico convosco, e o meu testemunho há-de, enfim, derrotar a confusão.


— Soren Kierkegaard, no livro "Dezoito discursos edificantes". (Trad. Elisabete M. de Sousa / Editora Relógio d’Água; 1.ª edição [2023]).


Obra: "Just Before Midnight", (?) - Anne Magill.

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(...) Como posso amar a grandeza do mundo se não posso amar o tamanho de minha natureza? 


— Clarice Lispector, no livro "Felicidade Clandestina: Perdoando Deus". (Ed. Rocco; 1.ª edição [1998]).


Foto: "Clarice Lispector, sd. [Foto: Antonio Andrade/Editora Abril].

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(...) É assim o homem, caro senhor, tem duas faces. Não pode amar sem se amar.


— Albert Camus, no livro "A Queda". (Editora Record; 1.ª edição [2007]).


Obra: "Cafe Kiss", 1965 - Ron Hicks.

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(...) A serenidade que sabe é uma porta abrindo para o eterno. Seus batentes giram nos gonzos que um hábil ferreiro forjou um dia com os enigmas da existência.


— Martin Heidegger, no livro "Sobre o Problema do ser/O Caminho do Campo". (Ed. Duas Cidades. Trad. Ernildo Stein e José Geraldo N. Moutinho; 1.ª edição [1969]).


Obra: "La Lecture dans le Jardin", 1935 - Blanche Augustine Camus.

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(...) Todos os seres têm duas espécies de existência: uma para si mesmos e outra para os olhos alheios. Existem e são visíveis, são alma e imagem, e sempre será pecaminoso deixar-se influenciar unicamente pela imagem, sem se preocupar com a alma.


— Thomas Mann, no livro "As cabeças trocadas: uma lenda indiana". (Ed. Companhia das Letras; 1.ª edição [2017]).


Obra: "La réproduction interdite", 1937 - René Magritte.

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(...) “Ninguém é bom, a não ser Deus”. E ninguém poderá sê-lo. É uma ilusão. Podemos modestamente lutar para nos contemplarmos, para sermos seres humanos tão plenos quanto possível. O que já nos trará trabalho suficiente.


— Carl Gustav Jung, no livro "A vida simbólica. Escritos diversos - V.18/2: quarta conferência [292]". Tradução de Araceli Elman, Edgar Orth. – Petrópolis, RJ Vozes, 2015.


Obra: "The Apostle Paul", 1657 - Rembrandt.

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(...) Quando desejo recrear-me, procuro a mata mais sombria, a mais fechada e interminável [...] ao reentrar em terras cultivadas, a agitação, a perplexidade e a babúrdia da civilização me oprimia e sufocava, o ar parecia faltar, me sentia a todo instante como prestes a morrer de asfixia. 

— Henry D. Thoreau, no livro "Andar a Pé". (Editora Monte Cristo; 1.ª edição [2009]).


Obra: "Countess Mordvinova's Wood. Peterhof", 1891 - Ivan Shishkin.

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(...) Deveríamos sempre tentar ver todas as coisas, mesmo as mais comuns, cuja existência parece o que há de mais natural neste mundo, com olhos novos, admirados, como se fosse a primeira vez. Com isso elas recuperam a capacidade de causar admiração, que a naturalidade fez adormecer, e o mundo não perde o frescor; caso contrário, tudo adormece, a vida, a alegria, a admiração. O amor, por exemplo...


— Thomas Mann, no livro "Confissões do Impostor Félix Krull". (Livro III | Cap. X / Ed. Companhia das Letras; 1.ª edição [2018]).


Obra: "Cafe Kisses", 1966 - Joseph Lorusso.

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(...) A oportunidade de fazer mal depara-se cem vezes por dia, e a de fazer bem uma vez por ano.


— Voltaire, no livro "Contos e Novelas: Zadig". Trad. Mario Quintana. São Paulo: Clássicos Globo, 2005.


Obra: "Saint Jerome in Meditation", 1606 - Caravaggio.

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(...) Só são felizes aqueles que houverem recebido como patrimônio uma soma de inteligência que excede a medida que o serviço de sua vontade reclama. Porque assim podem levar, além de sua vida efetiva, uma vida intelectual que os ocupa e diverte sem dor, podendo mantê-la vivaz e atarefada.


— Arthur Schopenhauer, no livro "Aforismos Para Sabedoria de Vida". (Ed. Martins Fontes; 3.ª edição [2009]).


Obra de Teun Hocks.

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(...) Penso que chega um momento na vida da gente, em que o único dever é lutar ferozmente por introduzir, no tempo de cada dia, o máximo de "eternidade".


— João Guimarães Rosa, no livro "24 cartas de João Guimarães Rosa a Antonio Azeredo da Silveira: Rio de Janeiro, 27-X-45". (Organização de Flávio Azeredo da Silveira; Éditions FAdS, s/d.)


Obra: "Apertando o Lombilho", 1895 - Almeida Junior.

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(...) A chamada vida é um curto episódio entre dois grandes mistérios que, na verdade, são um só.


— Carl G. Jung, no livro "Cartas 1946-1955: carta a um destinatário desconhecido [1947]". (Ed. Vozes; 1.ª edição [2002]).

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(...) Em toda a verdade humana há sempre algo de angustioso, de aflito, nós somos, e não estou a referir-me simplesmente à fragilidade da vida, somos uma pequena e trêmula chama que a cada instante ameaça apagar-se, e temos medo, acima de tudo temos medo, em todas as circunstâncias.


— José Saramago, no livro “Ensaio sobre a lucidez”. (Ed. Companhia das Letras; 1.ª edição [2004]).


Obra: “St. Francis in Meditation”, 1606 - Caravaggio.

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(...) Há, para as criaturas que amam, um prazer infinito em encontrar nos acidentes da paisagem, na transparência do ar, nos perfumes da terra a poesia que têm na alma. A natureza fala por elas.


— Balzac, no livro “Ilusões Perdidas (a comédia humana - v. 7)”. (Primeira Parte: Os dois poetas / Cap. IV - A noite à beira d’água”. (Ed. Globo/Biblioteca Azul; 3.ª edição [2013]).


Obra: “Rain in an Oak Forest”, 1890 - Ivan Shishkin.

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(...) Declaro que não há divertimento melhor do que a leitura. A gente se cansa menos facilmente de um livro do que de qualquer outra coisa. 


— Jane Austen, no livro “Orgulho e Preconceito”. (Ed. Nova Fronteira; Trad. Lúcio Cardoso. Edição Especial [2011]).


Obra: “Lecture Amb Blancs”, de Monica Castanys.

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(...) A gente tem o direito de deixar o barco correr! As coisas se arranjam, não é preciso empurrar com tanta força.


— Clarice Lispector. Carta para Elisa Lispector e Tania Kaufmann [03/56], no livro “Correspondências”. (Ed. Rocco; 1.ª edição [2002]).

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[...] Galgai-me com vossos amores!

Doravante não sou mais dono de meu coração!

Nos demais - eu sei, qualquer um o sabe!

O coração tem domicílio no peito.

Comigo a anatomia ficou louca.

Sou todo coração - em todas as partes palpita.


— “Adultos (1922)”, de Vladímir Maiakóvski, no livro “Antologia Poética”. (Editora Max Limonad; 4.ª edição [1984]).


Obra: “Man with hand in heart”, 1632 - Frans Hals.

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(...) Quem ama quer e aquele que quer relampeja e cintila. A resolução enche os olhos de fogo; admirável fogo que se compõe da combustão de pensamentos tímidos.


— Victor Hugo, no livro “Os Trabalhadores do Mar”. (Ed. Nova Cultural; 1.ª edição [2002]).


Obra de Joseph Lorusso.

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(...) Quando olhais para fora de vós, vedes a mata ao longe as montanhas e para além disso vosso olhar sobe para os espaços siderais. Mas quando olhais para dentro de vós, vedes novamente o que está perto, longe e infinito, pois o mundo interior é tão infinito quanto o mundo exterior.


— Carl G. Jung, no livro “O livro vermelho: Liber Secundus / Cap. II: O castelo na floresta”. (Ed. Vozes. Trad. Edgar Orth. 4.ª edição [2015]).


Obra: “Anthropomorphic Cabinet”, 1936 - Salvador Dali.

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(...) De tanto recomeçar, criam-se hábitos. Logo o discurso nos surge sem pensarmos nele, segue-se o reflexo: encontramo-nos um dia numa situação de possuir sem verdadeiramente desejar.


— Albert Camus, no livro “A Queda”. (Editora Record; 1.ª edição [2007]).

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“Sim, existe uma crise humana, pois a morte ou a tortura de alguém em nosso mundo de hoje pode ser examinada com um sentimento de indiferença, interesse amigável, experimentação científica, ou simples passividade.” 

— Albert Camus, em sua conferência “La crise de l’homme”. Universidade de Columbia, Nova Iorque, 28 de março de 1946.


Foto: Albert Camus no terraço do lado de fora de seu escritório, Paris, França, 1957. (Foto: Loomis Dean/The LIFE Picture Collection).

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[...] Enquanto ela ria eu me vi sendo envolvido por seu riso e me tornando parte dele até que seus dentes fossem apenas estrelas fortuitas... Fui tragado por alentos curtos, inalado a cada momentânea recuperação, fiquei por fim perdido nas cavernas negras de sua garganta...


— “Histeria”, de T.S. Eliot, no livro “Poemas”. (Ed. Companhia das Letras. Trad. Caetano W. Galindo; 1.ª edição [2018]).


Obra: “El Beso”, 1859 - Francesco Hayez.

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(...) Entre os pecados maiores que os homens cometem embora alguns digam que o maior é o da soberba, digo eu que é o do desagradecimento. 


— Miguel de Cervantes, no livro “Dom Quixote”. (Parte II / Ed. Nova Fronteira; 2.ª edição [2017]).


Obra: “Jeremia treurend over de verwoesting van Jeruzalem”, 1630 - Rembrandt.

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(...) Pois todo caminho que trilhamos pela primeira vez é muito mais longo que o mesmo caminho quando já o conhecemos...


— Thomas Mann, no livro “A Montanha Mágica”. (Parte III - Satana / Ed. Cia das Letras; 1.ª edição [2016]).


Obra: “Old Man Walking In a Rye Field”, 1905 - Laurits Andersen Ring.

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(...) Não, não era superstição, era o sentido da beleza que a libertava subitamente da angústia e lhe trazia um desejo renovado de viver. Uma vez mais, os pássaros do acaso tinham pousado nos seus ombros. Tinha os olhos marejados de lágrimas e a sua respiração tão próxima dava-lhe uma sensação de infinita felicidade.


— Milan Kundera, no livro "A Insustentável Leveza do Ser: Segunda Parte". (Ed. Leya. Trad. Joana Varela; 1.ª edição [2011]).


Obra de Alexandra Gittsigrat.

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(...) Admitamos que quando se diz “eu” não há critério absoluto para constatar se temos uma experiência de fato do que seja esse “eu”. Talvez nossa compreensão do eu ainda seja fragmentária e, quem sabe, futuramente as pessoas saibam muito mais a esse respeito e integrem muito mais em si próprias o significado do eu para o ser humano do que nós. Na verdade, não se pode antever que esse processo terminará.


— Carl Gustav Jung, no livro “A vida simbólica escritos diversos: primeira conferência [10]”. Tradução de Araceli Elman, Edgar Orth. – Petrópolis, RJ Vozes, 2015.


Foto: Jung, fotografado em sua biblioteca, para a revista “Time”, em 1955. (Foto: Bettmann/Getty)

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(...) É muito frequente que os homens se ludibriem entre si com a liberdade. E assim como a liberdade figura entre os sentimentos mais sublimes, também o ludíbrio correspondente figura entre os mais elevados.


— Franz Kafka, no livro “Essencial: Um relatório para uma academia]”. (Ed. Penguin & Cia das Letras; 1.ª edição [2011]).


Foto: Frank Kafka, diante do Palácio Kinsky, Praga, 189?. [Fonte: KeystoneFrance/Gamma].

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“O silêncio e a tolerância são o vinho dos fortes, a reação impulsiva é a embriaguez dos fracos. O silêncio e a tolerância são as armas de quem pensa, a reação instintiva é a arma de quem não pensa. É muito melhor ser lento no pensar do que rápido em machucar.”


(Augusto Cury – O código da inteligência)

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“Minha Anuska, onde foste buscar a ideia de que és uma mulher como outra qualquer? Tu és uma mulher rara, e, além do mais, a melhor de todas as mulheres. Tu própria não sonhas as qualidades que tens. Não só diriges a casa e as minhas coisas, como a nós todos, caprichosos e enervantes, a começar por mim e a acabar no Aléxis. Nos meus trabalhos desces ao mais pequeno pormenor, não dormes o suficiente, ocupada com a venda dos meus livros e com a administração do jornal. Contudo, conseguimos apenas economizar alguns copeques - quanto aos rublos, onde estão eles? Mas a teu lado nada disso tem importância. Devias ser coroada rainha, e teres um reino para governar: juro-te que o farias melhor que ninguém. Não te falta inteligência, bom senso, sentido da ordem e, até... coração.” 


— Fiodor Dostoiévski, em “Carta a Anna Grigórievna Snítkina” (1876).


Obra: “Lamia”, 1905 - John William Waterhouse.

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(...) Mas, veja bem, meu caro: não existe nada mais forte do que estes dois soldados: paciência e tempo.


— Liev Tolstoi, no livro “Guerra e Paz”. (Ed. Cia das Letras; 1.ª edição [2017]).


Obra: “Liev Tolstoy, sentado ao ar livre, Yasnaya Polyana, 1908. (Foto: Culture Club/Getty Images).

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(...) Lamber sua vida como um torrão de açúcar, moldá-la, afiá-la, enfim, amá-la. Nisso residia toda a sua paixão.


— Albert Camus, no livro “A Morte Feliz”. (Editora Record; 2.ª edição [1971]).


Obra: Albert Camus em seu escritório, Paris, França, 1957. [Foto: Stringer/AFP].

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(...) Amar também é bom: pois o amor é difícil. Ter amor, de uma pessoa por outra, talvez seja a coisa mais difícil que nos foi dada, a mais extrema, a derradeira prova e provação, o trabalho para o qual qualquer outro trabalho é apenas uma preparação.


— Rainer Maria Rilke, no livro “Cartas a um jovem poeta: Roma, 14 de maio de 1904”. (L&PM Editores; trad. Pedro Süssekind; 1.ª edição [2009]).


Obra de Sergey Galanter.

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(...
) A totalidade, a plenitude da vida exige um equilíbrio entre sofrimento e alegria. Mas como o sofrimento é positivamente desagradável, é natural que se prefira nem conhecer a medida do medo e inquietação para a qual o homem foi criado.

É por isso que se diz sempre, benevolentemente, que tudo vai melhorar, que se vai alcançar a maior felicidade do mundo, sem pensar que a felicidade também está contaminada, enquanto não se completar a dose de sofrimento.


— Carl G. Jung, no livro "A prática da psicoterapia: contribuições ao problema da psicoterapia e à psicologia da transferência / V. Os problemas da psicoterapia moderna. (Editora Vozes. Trad. Maria Luiza Appy; 1.ª edição [2013]).


Obra: "Despair", 1894 - Edvard Munch.

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(...) Como tudo é esquisito hoje! E ontem tudo era exatamente como de costume. Será que fui eu que mudei à noite? Deixe-me pensar: eu era a mesma quando me levantei hoje de manhã? Estou quase achando que posso me lembrar de me sentir um pouco diferente. Mas se eu não sou a mesma, a próxima pergunta é: ‘Quem é que eu sou?’. Ah, essa é a grande charada!


— Lewis Carroll, no livro “Aventuras de Alice no País das Maravilhas”. (Ed. Zahar; Trad. Maria Luiza X. de A. Borges (edição comentada e ilustrada) [2013]).


Obra: “Morning Sun”, 1952 - Edward Hopper.

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(...) Se o eterno retorno é o fardo mais pesado, então, sobre tal pano de fundo, as nossas vidas podem recortar-se em toda a sua esplêndida leveza. Mas, na verdade, será o peso atroz e a leveza bela?


— Milan Kundera, no livro "A Insustentável Leveza do Ser: Primeira Parte". (Ed. Leya. Trad. Joana Varela; 1.ª edição [2011]).


Obra: "Summer reading", 2005 - Jim Holland.

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(...) Começamos por desaprender a amar os outros e acabamos por não encontrar em nós mesmos nada que seja digno de ser amado.


— Friedrich W. Nietzsche, no livro "Morgenröte/Aurora". (Editora Escala; 1.ª edição [2013]).


Obra: "Arrependimento", 1981 - Morteza Katouzian.

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(...) O encontro de duas personalidades é como a mistura de duas substâncias químicas diferentes: no caso de se dar uma reação, ambas se transformam.


— Carl G. Jung, no livro "A prática da psicoterapia: contribuições ao problema da psicoterapia e à psicologia da transferência / V. Os problemas da psicoterapia moderna. (Editora Vozes. Trad. Maria Luiza Appy; 1.ª edição [2013]).


Obra de Alexandra Gittsigrat.

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(...) As coisas pelas quais somos conhecidos, são simplesmente pueris. Por debaixo é tudo escuro, é tudo dispersão, é insondavelmente profundo; mas, de quando em quando, subimos à superfície e é através disso que somos vistos.


— Virginia Woolf, no livro “Ao Farol”. (Editora Autêntica; 1.ª edição [2013]).


Foto: Virginia Woolf, em foto retirada por sua irmã, Vanessa Bell, 1928. (Foto: Pictorial Press/Alamy).

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(...) O melhor amigo terá provavelmente a melhor esposa, porque o bom casamento tem por base o talento para a amizade.


— Friedrich W. Nietzsche, no livro "Humano, Demasiado Humano". (Editora Cia das Letras; 1.ª edição [2001]).


Obra de Alexandra Gittsigrat.

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Pois basta que, por um instante, eu te veja

para que, como por magia, minha voz emudeça;

sim, basta isso, para que minha língua se paralise,

e eu sinta sob a carne impalpável fogo

a incendiar-me as entranhas.

Meus olhos ficam cegos a um fragor de ondas

soa-me aos ouvidos; 

o suor desce-me em rios pelo corpo, um tremor [...]


– Safo, no livro “31 poetas 214 poemas: do Rigveda e Safo a Apollinaire”. Trad. Décio Pignatari, 2ª ed., Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2007.


Obra: “The End Of The Line”, de Nickie Zimov.

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(...) Não se encontram diamantes senão nas profundezas da terra; não se encontram verdades senão no mais íntimo da alma.


— Victor Hugo, no livro “Os Miseráveis”. (Primeira Parte: Fantine | Livro Sétimo: o caso Champ-Mathieu | Cap. III: a tempestade de uma consciência / Ed. Cosac & Naify/Casa da Palavra; 1.ª edição [2002]).


Obra: “Persuasion”, (?) - Leonard Campbell Taylor.

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(...) Não se é homem enquanto não se encontra uma coisa pela qual se está disposto a morrer.


— Jean-Paul Sartre, no livro “Os caminhos da liberdade: A idade da razão”. (Ed. Nova Fronteira; 1.ª edição [2017]).


Obra: “David with the Head of Goliath”, 1610 - Caravaggio.

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(...) Ninguém ama sem razão; todo aquele que ama tem, ao mesmo tempo, a convicção de que o seu amor é justificado: mais ainda, amar é “crer” (sentir) que o amado é, com efeito, amável em si mesmo, como pensar é crer que as coisas são, na realidade, tal como pensamos que são. 


— José Ortega y Gasset, no livro “Ensaios Coligidos: Para uma Psicologia do Homem Interessante”. (Revista de Occidente, Julho de 1925).


Obra: “Couple on the escalator” (?), - Holly Warburton.

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(...) E só uma coisa nos atrapalha e, por vezes, invalida as nossas qualidades. Quero aludir ao que eu poderia chamar de “complexo de vira-latas”. Estou a imaginar o espanto do leitor: — “O que vem a ser isso?” Eu explico. Por “complexo de vira-latas” entendo eu a inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do resto do mundo.


— Nelson Rodrigues, no livro “Somos o Brasil: Brasil vacila entre o pessimismo mais obtuso e a esperança mais frenética.” (Ed. Nova Fronteira; 1.ª edição [2013]).


Foto: Nelson Rodrigues, meados de 1960. [Foto de Chico Nelson/Veja].

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“Para amar é preciso desejar, e só podemos desejar o que não temos. Amar, então, é uma posição de falta. O amante crê que o amado tem algo que lhe interessa. Por isso, quando não se pode reconhecer-se como faltante, não se pode sustentar o amor. [...] Porque o amor tem disso, não basta amar em silêncio, em paralisia, é preciso dizê-lo, é preciso movimentar-se. Por isso amar é tão trabalhoso. Não tem quase nada de confortável no amor, embora ele dê tanta cor à vida e amparo à existência.”


— Ana Suy [@ana_suy], em entrevista ao portal “Deus Ateu”, 17 de fevereiro de 2021.


Obra de Sergey Galanter.

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(...) É certo que sou uma floresta e uma noite de árvores escuras: mas quem não receia minha escuridão, também encontra rosas sob os meus ciprestes.


— Friedrich W. Nietzsche, no livro “Assim Falou Zaratustra: O canto da Dança”. (Ed. Cia das Letras; 1.ª edição [2018]).


Obra de Malcolm T. Liepke

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(...) Ela era o mar e eu o rio que nele desembocava. Era uma estrela e eu outra que marchava em sua direção. Encontrávamo-nos e nos sentíamos mutuamente atraídos, permanecíamos juntos e girávamos felizes por toda a eternidade em círculos muito próximos e vibrantes, um ao redor do outro.


— Herman Hesse, no livro “Demian”. (Editora Record; 33.ª edição [2002]).


Obra: “Boundaries”, 2019 - Miles Johnston.

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(...) Mas, veja bem, meu caro: não existe nada mais forte do que estes dois soldados: paciência e tempo.


— Liev Tolstoi, no livro "Guerra e Paz". (Ed. Cia das Letras; 1.ª edição [2017]).


Foto: Liev Tolstoi, fotografado por ocasião de seu aniversário de 80 anos, por Karl Karlovich Bulla. Iasnaia Poliana, Tula c. 1908. (© Meisterdrucke)

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(...) Todavia, o sol estava quente. Todavia, a gente acaba superando tudo. Todavia, sempre na vida um dia vem depois do outro.


— Virginia Woolf, no livro “Mrs. Dalloway”. (Editora Nova Fronteir; 1.ª edição [2015]).


Obra: “A Woman in the Sun”, 1961 - Edward Hopper.

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(...) A vida não elege seu mundo, mas viver é encontrar-se, imediatamente, em um mundo determinado e insubstituível: neste de agora. Nosso mundo é a dimensão de fatalidade que integra nossa vida. 


— José Ortega y Gasset, no livro “A Rebelião das Massas: V. Um dado estatistíco”. (Ed. Ruriak. Ink; Trad. Herrera Filho. 1.ª edição [2013]).


Obra: “Philosopher Reading”, 1631 - Rembrandt.

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(...) Em amor, não há último adeus, senão aquele que se não diz.


— Alexandre Dumas, no livro “O Conde de Monte Cristo”. (Ed. Zahar; 1.ª edição [2012]).


Obra de Holly Warburton.

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(...) O seu drama não era o drama do peso, mas o da leveza. O que se abatera sobre ela não era um fardo, mas a insustentável leveza do ser.


— Milan Kundera, no livro "A Insustentável Leveza do Ser: Terceira Parte". (Ed. Leya. Trad. Joana Varela; 1.ª edição [2011]).


Obra: "Marie in garden", 1895 - Peder Severin Kroyer.

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(...) Entretanto o tempo voava; sem reparar nos homens, passava aqui e ali pelo mundo, mortificando as coisas bonitas; e ninguém conseguia escapar-lhe.


— Dino Buzzati, no livro "O Deserto dos Tártaros". (Cap. XXVI / Ed. Nova Fronteira. Trad. Aurora Fornoni Bernardini e Homero Freitas de Andrade; 6.ª edição [2017]).


Obra: "The Hostage", 1912 - Edmund Blair Leighton.

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(...) Nossa vida só é trágica à medida que permanecemos inconscientes tanto do papel dos complexos autônomos quanto da crescente divergência entre a nossa natureza e as nossas escolhas. 


— James Hollis, no livro "A Passagem do Meio: Da miséria ao significado da meia-idade. 1. A personalidade provisória". (Ed. Paulus. Trad. Cláudia G. Duarte; 1.ª edição [1995]).


Obra: "Calm as the Sea", de Darren Thompson.

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(...) Considero sadio dar ao inconsciente também o valor que lhe é devido; no entanto, não se deveria valorizá-lo mais que o consciente.


— Carl G. Jung, no livro "A prática da psicoterapia: contribuições ao problema da psicoterapia e à psicologia da transferência [51]. Trad. Maria Luiza Appy. Editora Vozes; 1.ª edição [2013].


Obra: "Book Reading", de Monica Castanys.

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(...) Ontem, no entanto, perdi durante horas e horas a minha montagem humana. Se tiver coragem, eu me deixarei continuar perdida. Mas tenho medo do que é novo e tenho medo de viver o que não entendo – quero sempre ter a garantia de pelo menos estar pensando que entendo, não sei me entregar à desorientação. Como é que se explica que o meu maior medo seja exatamente em relação: a ser? no entanto não há outro caminho. Como se explica que o meu maior medo seja exatamente o de ir vivendo o que for sendo? Como é que se explica que eu não tolere ver, só porque a vida não é o que eu pensava e sim outra – como se antes eu tivesse sabido o que era! Por que é que ver é uma tal desorganização?


— Clarice Lispector, no livro "A Paixão Segundo G.H". (Editora Rocco; 1.ª edição [1998]).


Foto: Clarice em seu apartamento com sua máquina de escrever, 1960. (Foto: IMS/Rocco).

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(...) A passagem do meio nos oferece uma oportunidade incomparável de indagar: "O que a minha criança interior apreciaria?" Volte atrás e tenha aulas de música; inscreva-se naquela aula de arte , que se dane o talento; redescubra a brincadeira. [...]  Podemos ainda cumprir nossas obrigações externas, no trabalho e nos relacionamentos, mas precisamos dedicar algum tempo à nossa criança perdida.


— James Hollis, no livro "A Passagem do Meio: Da miséria ao significado da meia-idade". (Ed. Paulus; 1.ª edição [1995]).


Obra: "Non Fiction", 2015 - Casey Childs.

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(...) Era bonito viver em estado de graça uma vida de paz e virtude e paciência para com os outros. [...] Como, afinal, a vida era simples e bela!


— James Joyce, no livro "Um retrato do artista quando jovem". (Cap. III / Ed. Autêntica; 1.ª edição [2018]).


Obra: "A Young Man Reading", (#) - Albert Ranney Chewett's.

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"Me receba no seu coração, longe de todo ruído, me abrigue mais um pouco e depois comecemos a viver esse amor que não pode se cansar. Você inteira, sem uma reserva, é disso que estou ávido – com todo o meu ser."


— Albert Camus em carta a Maria Casarès, 21 de agosto de 1949, no livro "Correspondance: 1944–1959". Paris: Gallimard, 2017.


Obra de Jarek Puczel.

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(...) O amor com que se ama a outro, é para mim quase mais atraente que o amor com que a mim poderiam amar; eu vejo a força, o poder de um coração…


— Johann W. von Goethe, em "Os Anos de Aprendizado de Wilhelm Meister". (Livro VIII; Cap. VII / Editora Ensaio; 1.ª edição [1994]).


Obra: "Kiss by the Window", 1892 - Edvard Munch.

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(...) Começar a pensar é começar a ser atormentado.


— Albert Camus, no livro "O Mito de Sísifo". (Cap. I: Um Raciocínio Absurdo [O Absurdo e o Suicídio] / Editora BestBolso; 1.ª edição [2010]).


Foto: Albert Camus no terraço do lado de fora de seu escritório, Paris, França, 1957. (Foto: Loomis Dean/The LIFE Picture Collection).

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(...) O tempo passa e é necessário viver cada minuto do que é importante, inclusive porque o novo momento não substitui outro que passou: é apenas mais um, igualmente importante.


— João Guimarães Rosa, no livro "24 cartas de João Guimarães Rosa a Antonio Azeredo da Silveira:16.XI.62. (Organização de Flávio Azeredo da Silveira; Éditions FAdS, s/d.).


Obra de Vilhelm Hammershoi.

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(...) Quão curiosa é a forma como a Providência mistura para nós, mortais, a alegria e o sofrimento num único cálice!


— Thomas Mann, no livro "O Eleito: Grimaldo e Baduhenna". (Ed. Cia das Letras. Trad. Claudia Dornbusch; 1.ª edição [2018]).


Obra: "Contemplation", 1900 - Thomas Benjamin Kennington.

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(...) Às vezes, um sujeito triste perde a tristeza, falando.


— John Steinbeck, no livro "As Vinhas da Ira". (Ed. Record. Trad. Herbert Caro & Ernesto Vinhaes; 1.ª edição [2013]).


Obra: "Two Friends on the Shore of Long Island", 2009 - Devin Leonardi.

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(...) Tudo o que muda a vida vem quieto no escuro, sem preparos de avisar.


— João Guimarães Rosa, no livro "Noites do Sertão". (Ed. Nova Fronteira; 10.ª edição [2013]).


Obra: "Ulysses", 1827 - Jean-Auguste-Dominique Ingres.

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(...) Meu caro senhor - retomou ele em tom quase solene -, pobreza não é defeito, e é uma verdade. Sei ainda mais que bebedeira não é virtude. Mas a miséria, meu caro senhor, a miséria é defeito. Na pobreza o senhor ainda preserva a nobreza dos sentimentos inatos, já na miséria ninguém o consegue, e nunca.


— Fiódor Dostoiévski, no livro "Crime e Castigo". (Primeira Parte | Cap. II / Editora 34 [Col. Leste]; 1.ª edição [2001]).


Obra: The Blind Man's Meal", 1903 - Pablo Picasso.

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(...) Não sejam desertores de si mesmos.


— A.D. Sertillanges, no livro "A vida intelectual". (Cap. V: O Campo do Trabalho / Ed. É Realizações; 1.ª edição [2010]).


Obra: "Coffee", 1959 - Richard Diebenkorn.

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(...) O homem, quando jovem, é só, apesar de suas múltiplas experiências. Ele pretende, nessa época, conformar a realidade com suas mãos, servindo-se dela, pois acredita que, ganhando o mundo, conseguirá ganhar a si próprio. 
Acontece, entretanto, que nascemos para o encontro com o outro, e não o seu domínio. Encontrá-lo é perdê-lo, é contemplá-lo em sua libérrima existência, é respeitá-lo e amá-lo na sua total e gratuita inutilidade. O começo da sabedoria consiste em perceber que temos e teremos as mãos vazias, na medida em que tenhamos ganho ou pretendamos ganhar o mundo. Neste momento, a solidão nos atravessa como um dardo. É meio-dia em nossa vida, e a face do outro nos contempla como um enigma. Feliz daquele que, ao meio-dia, se percebe em plena treva, pobre e nu. Este é o preço do encontro, do possível encontro com o outro.


— Hélio Pellegrino, em Carta a Fernando Sabino. In: SABINO, Fernando Tavares. 1923-200

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(...) Eu às vezes tenho uma saudade de uma coisa que eu não sei o que é, nem de donde, me afrontando.


— João Guimarães Rosa, no livro "Manuelzão e Miguilim [Corpo de Baile]". (Ed. Nova Fronteira; 12.ª edição [1984]).


Obra: "Claude Monet [Le Liseur]", 1872 - Pierre-Auguste Renoir.

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(...) Esses corações puros guardam tesouros inteiros de simpatia, consolo e esperança, e muitas vezes também são dilacerados, porque um coração que ama muito se entristece muito.


— Fiódor Dostoiévski, no livro "Um pequeno herói". (Editora 34. Trad. Fátima Bianchi; 1.ª edição [2015]).


Obra de Malcolm T. Liepke.

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(...) Pode-se reconhecer os corações capazes da hospitalidade nobre pelas muitas janelas cobertas e venezianas fechadas: eles mantêm fechados seus melhores aposentos. Por quê? — porque esperam hóspedes com os quais não nos “contentamos”.


— Friedrich W. Nietzsche, no livro "A Gaia Ciência". (Ed. Cia das Letras; 1.ª edição [2001]).


Obra: "Me Looking At Her Looking At Me", 2018 - Jenna Gribbon.

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(...) A maioria das pessoas tem medo do silêncio e, por isso, quando cessa o barulho constante de uma festa, por exemplo, é preciso fazer algo, falar, assobiar, cantar, tossir ou murmurar. [...]  No chamado "silêncio sepulcral", a sensação é sinistra. Por quê? Há fantasmas rondando? Dificilmente. O que se teme na verdade é o que poderia provir do interior da pessoa, isto é, tudo aquilo de que fugimos através do barulho.


— Carl G. Jung, no livro "Cartas 1956-1961: carta ao Prof. Karl Oftinger [09.1957]". (Ed. Vozes; 1.ª edição [2003]).


Obra: "Train station isolation", (?) - Holly Warburton.

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(...) Ninguém tem vida própria, ninguém constrói um mínimo de solidão. O sujeito morre e mata por idéias, sentimentos, ódios que lhe foram injetados. Pensam por nós, sentem por nós, gesticulam por nós.


— Nelson Rodrigues, no livro "O Óbvio Ululante: O idiota sem modéstia [19/2/1968]". (Ed. Companhia das Letras; 1.ª edição [1995]).


Foto: Nelson Rodrigues, 1949. [Foto: Carlos Moskovics].

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(...) O prazer é o início e o fim de uma vida feliz.
 

— Epicuro no livro "Carta sobre a felicidade: a Meneceu". (Ed. Unesp. Trad. de Álvaro Lorencini e Enzo Del Carratore; 1.ª edição [2002]).


Obra: "Rain in an Oak Forest", 1890 - Ivan Shishkin.

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(...) Sim; apaixonar-se é um talento maravilhoso que algumas criaturas possuem, como o dom de fazer versos, como o espírito de sacrifício, como a inspiração melódica...

Nem toda a gente se apaixona e aqueles que têm essa capacidade não se apaixonam por qualquer um. O divino acontecimento ocorre apenas quando se reúnem certas e rigorosas condições. Muito poucos podem ser amantes e muito poucos amados.


— José Ortega y Gasset, no livro "Ensaios Coligidos: Para uma Psicologia do Homem Interessante". (Revista de Occidente, Julho de 1925).


Obra: "Os Amantes", 1933 - Konstantin Somov.

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(...) Eu era feliz sobretudo quando, na cama e envolvido no cobertor, sozinho, no mais perfeito isolamento, sem ninguém ao meu redor nem um único som de voz humana, começava a reconstruir a vida à minha maneira.


— Fiódor Dostoiévski, no livro "O Adolescente". (Primeira Parte; Cap. V / Editora 34 [Coleção Leste]; 1.ª edição [2015]).


Obra: "Rest", 2005 - Deborah DeWit.

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(...) Gostamos muito de estar em plena natureza, porque ela não tem opinião alguma sobre nós.


— Friedrich W. Nietzsche, no livro "Humano, Demasiado Humano". (Editora Cia das Letras; 1.ª edição [2000]).


Obra: "The Road in the Rye", 1866 - Ivan Shishkin.

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(...) Amor mínimo qualquer preenche abismos formidáveis...


— João Guimarães Rosa, no livro "Ave, palavra: Quemadmodum". (Ed. Ediouro; 6.ª edição [2009]).


Obra de Joseph Lorusso

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(...) O quão difícil é para o homem conceber pensamentos que ultrapassemseu estado presente, que sempre, à base do sentimento, embora contra a razão, lhe parece um destino definitivo. Ele não pode, por assim dizer, prever o que se passa além da próxima esquina, e isso se aplica possivelmente ainda mais a situações de crise do que a momentos de felicidade.


— Thomas Mann, no livro "Doutor Fausto". Cap. XLIII / Ed. Cia das Letras. Trad. Herbert Caro; 1.ª edição [2015]).


Obra: "Despair", 1894 - Edvard Munch.

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[...] o Amor, um menino tão vagabundo na vastidão do universo; 

ligeiro é ele e possui um par de asas, com que voa; 

bem difícil é pôr-lhes freio.


— "Conservar o amor", de Ovídio, no livro "Amores & Arte de Amar". (Ed. Penguin & Cia das Letras. Trad. Carlos Ascenso André; 1.ª edição [2011]).


Obra: "Cupids with Grapes (Allegory of Autumn)", 1696 - Tiepolo Giovanni Battista.

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(...) A arte livra-nos ilusoriamente da sordidez de sermos. Enquanto sentimos os males e as injúrias de Hamlet, príncipe da Dinamarca, não sentimos os nossos...


— Fernando Pessoa, no livro "Livro do Desassossego". (Vol. I / Editora Brasiliense; 1.ª edição [1989]).


Obra: "Retrato de Fernando Pessoa", 1964 - Almada Negreiros.

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(...) Não existe uma regra de ouro que se aplique a todos: todo homem tem de descobrir por si mesmo de que modo específico ele pode ser salvo.


— Sigmund Freud, no livro "Obras completas, vol. XXI: O Mal-Estar na Civilização". (Ed. Imago; 1.ª edição [2009]).


Obra: "Portrait of Professor Ivanov", 1882 - Ilya Repin.

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(...) Não há ponta mais acerada que a do infinito. Grande delícia, mergulhar os olhos na imensidão do céu e do mar! Solidão, silêncio incomparável...


— "Confissão de Artista" (III), de Charles Baudelaire, no livro "Pequenos Poemas em Prosa [O Spleen de Paris]". (Editora Hedra; 1.ª edição [2007]).


Obra: "Alexander Pushkin at the Seashore", 1896 - Leonid Osipovic Pasternak.

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(...) Dirão, em som, as coisas que, calados, no silêncio dos olhos confessamos?


– "No silêncio dos olhos", de José Saramago, no livro "Os poemas possíveis”. 3ª ed., Lisboa: Editorial Caminho, 1981.


Obra de Aldo Balding.

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(...) Olhou para o mundo a seu redor, como se o enxergasse pela primeira vez. Belo era o mundo! Era variado, era surpreendente e enigmático!


— Hermann Hesse, no livro "Sidarta". (Ed. Civilização Brasileira; 16.ª edição [1974]).


Obra: "Sunset", 1830 - Caspar David Friedrich.

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(...) As essências das coisas são desde toda a eternidade e permanecerão imutáveis por toda a eternidade. 

— Espinosa, no livro "Breve tratado de Deus, do homem e do seu bem-estar: De Deus e de quanto lhe pertence / Cap. I: que Deus existe". (Ed. Autêntica Editora; 1.ª edição [2012]).


Obra: "Tate Sun Setting over a Lake", 1840 - Joseph Mallord William Turner.

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(...) Nosso melhor diálogo sempre foi o do olhar.


— Mario Benedetti, no livro "Correio do tempo: Terapia de solidão". Trad. Rubia Prates Goldoni. RJ: Objetiva, 2011.


Obra de Joseph Lorusso.

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(...) Dormir com alguém é a intimidade maior. Não é fazer amor. Dormir, isso que é íntimo. Um homem dorme nos braços de mulher e sua alma se transfere de vez. Nunca mais ele encontra suas interioridades.


— Mia Couto, no livro "Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra". (Ed. Cia das Letras; 1.ª edição [2003]).


Obra de Sergey Galanter.

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(...) Se tu ainda não vês tua própria beleza, faze como o escultor de uma estátua que deve ficar bela: ele retira isto, raspa aquilo, alisa tal lugar, limpa aquele outro, até que faça aparecer a bela face na estátua. Da mesma maneira, tu também, retira tudo que é supérfluo, corrige tudo que é oblíquo, purificando tudo que é tenebroso para tornar brilhante, não cesses de esculpir tua própria estátua até que brilhe em ti a claridade divina da virtude.


— Plotino, no livro "As Enéadas". (Editorial Losada [Trad. Juan David García Bacca]; 1.ª edição [1948]).


Obra: "The thinker", por Olga Guarch.

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(...) A existência não é qualquer coisa que se deixe conceber de longe: é preciso que o sentimento dela nos invada repentinamente, se detenha em cima de nós, nos ponha um peso intenso no coração, como um grande animal imóvel - porque, a não ser assim, nunca se saberá o que ela é.


— Jean Paul-Sartre, no livro "A Náusea". (Ed. Europa-América; 1.ª edição [1976]).


Obra: "Ocean Limited", 1962 - Alex Colville.

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(...) Não é preciso se preocupar em viver muito, só o suficiente, pois que se viva muito depende do destino, que se viva o suficiente, do espírito.


— Sêneca, no livro "Edificar-se para a morte: Das cartas morais a Lucílio". (Ed. Vozes; 1.ª edição [2016]).


Obra: "Claude Monet (Le Liseur)", 1872 - Pierre-Auguste Renoir.

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(...) Uma afeição mais terna, uma união mais forte, um único pensamento, uma mesma felicidade... Assim é, pelo menos, este que a senhora me inspira e que eu sinto! 

— Choderlos de Laclos, no livro "As Relações Perigosas: carta LXXXIII [do visconde de valmont à presidenta de tourvel]". (Ed. Penguin & Companhia; 1.ª edição [2012]).


Obra de Aldo Balding.

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(...) Quando se viu uma única vez o resplendor da felicidade no rosto de um ser que se ama, sabemos que não pode haver outra vocação para um homem do que suscitar essa luz nos rostos que o rodeiam.


— Albert Camus, no livro "Cadernos II: [1937-39]: A desmedida na medida". (Editora Hedra, 1.ª edição [2014]).


Obra: "Officer and Laughing Girl", 1658 - Johannes Vermeer.

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(...) Se dormes na mesma cama com uma mulher que te ama e não te abres com ela, pergunto-te que estás a fazer ali.


— José Saramago, no livro "O Homem Duplicado". (Ed. Cia de Bolso; 1.ª edição [2008]).


Obra: "Bedside", 2016 - Malcolm T. Liepke.

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(...) Num verdadeiro círculo de Amizade, cada pessoa é simplesmente aquilo que é: ela representa a si mesma e mais nada. Essa é a sublimidade da Amizade. Não tenho nenhum dever de me tornar Amigo de quem quer que seja; e ninguém no mundo tem o dever de ser meu Amigo. Não existe obrigação, nenhuma sombra de necessidade [...] entretanto, é uma dessas coisas que dão valor à sobrevivência.


— C. S. Lewis, no livro "Os quatro amores". (Cap. III: Amizade / Ed. Thomas Nelson Brasil; 1.ª edição [2017]).


Obra: "The Card Players", 1890 - Paul Cézanne.

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(...) Em vão tenho lutado comigo mesmo; nada consegui. Meus sentimentos não podem ser reprimidos e preciso que me permita dizer-lhe que eu a admiro e amo ardentemente.


— Jane Austen, no livro "Orgulho e Preconceito". (Ed. Nova Fronteira; Trad. Lúcio Cardoso. Edição Especial [2011]).


Obra: "Pride and Prejudice" (2005), de Joe Wright.

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(…) Penso nos lábios que beijei, na criança miserável que fui, na loucura da vida e na ambição que às vezes me supera. Eu sou todas estas coisas ao mesmo tempo. Tenho certeza que tem momentos que você nem me reconheceria. 
Extremo na miséria, excessivo na felicidade - não sei dizer.


— Albert Camus, no livro "A Morte Feliz". (Editora Record; 2.ª edição [1971]).


Obra: Albert Camus no terraço do lado de fora de seu escritório, Paris, França, 1957. (Foto: Loomis Dean/The LIFE Picture Collection).

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(...) Me submeti às vontades do mundo em que vivo, que se esforça para que todos se esqueçam das lembranças de uma vida com hábitos mais simples, como se fossem uma coisa de mau gosto.


— Annie Ernaux, no livro "O Lugar". (Ed. Fósforo. Trad. Marília Garcia; 1.ª edição [2021]).


Obra: "City Sunlight", 1954 - Edward Hopper.

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(...) Jamais uma simples teoria dos instintos será capaz de apreender esta coisa poderosa e misteriosa que é a alma humana e, conseqüentemente, sua expressão, que é o sonho. Para fazer alguma justiça ao sonho, temos de recorrer a instrumentos que só poderemos obter através de laboriosa investigação nos diversos domínios das ciências do espírito.


— Carl G. Jung, no livro "A natureza da psique: IX - Aspectos gerais da psicologia do sonho". (Ed. Vozes. Trad. Dom Mateus Ramalho Rocha; 5.ª edição [2000]).


Obra: "The Dream of St. Joseph", 1628 - Georges de La Tour.

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(...) Dias vazios, sem nenhum pensamento. Várias vezes, caminhando pelas ruas, eu me dizia, “eu sou uma adulta” [...] e “tarde demais”.


— Annie Ernaux, no livro "O Lugar". (Ed. Fósforo. Trad. Marília Garcia; 1.ª edição [2021]).


Obra: "Automat", 1927 - Edward Hopper.

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Agora

nesta hora inocente

eu e a que fui nos sentamos

no umbral do meu olhar


— Alejanadra Pizarnik, no livro "Árvore de Diana". (Edições Ellenismos / Trad. Nina Rizzi; 1.ª edição [2017]).


Obra: "Coffee", 1959 - Richard Diebenkorn.

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(...) Viver é ir arrojado para alguma direção, é caminhar para uma meta. A meta não é o meu caminhar, não é a minha vida; é algo a que ponho esta e que por isso mesmo está fora dela, mais além.
Se resolvo andar só por dentro de minha vida, egoisticamente, não avanço, não vou a parte alguma; dou voltas e mais voltas em um mesmo lugar. Isto é o labirinto, um caminho que não leva a nada, que se perde em si mesmo, de tanto não ser mais que caminhar por dentro de si.


— José Ortega y Gasset, no livro "A Rebelião das Massas: XIV. Quem manda no mundo?". (Ed. Ruriak. Ink; Trad. Herrera Filho. 1.ª edição [2013]).


Obra: "Deauville, marée basse", 1860 - Eugène Boudin.

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(...) Não se ouvia nem se via ninguém. A calma, o isolamento, a paz do lugar pareciam profundos e íntimos em muitos sentidos.


— Thomas Mann, no livro "A Montanha Mágica". (Parte V: Dança Macabra / Ed. Cia das Letras; 1.ª edição [2016]).


Obra: "Night in Saint-Cloud", 1893 - Edvard Munch.

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(...) Ofereci-te tanta coisa. A mais preciosa, aquela que há muitos anos não dava a ninguém - a mais preciosa, repito, foi a minha absoluta disponibilidade para estar contigo, ouvir-te, ou estar em silêncio perto de ti.


— Al Berto, no livro "Diários". (Editora Assírio & Alvim; 2.ª edição [2013]).


Obra: "Room in New York", 1932 - Edward Hopper.

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(...) Aqueles de nós que já escolheram adotar uma ética amorosa, permitindo que ela governe e oriente o modo como pensamos e agimos, sabemos que, ao deixar nossa luz brilhar, atraímos e somos atraídos por outras pessoas que também mantêm sua chama acesa. Não estamos sozinhos.


— Bell Hooks, no livro "Tudo sobre o amor". (Cap. VI - valores: viver segundo uma ética amorosa / Ed. Elefante; 1.ª edição [2021]).


Obra de Zarina Situmorang.

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(...) Toda a nossa força e toda a nossa alegria nascem da solidão, e também toda a nossa riqueza, visto que não nos pertence senão o que continua a nos pertencer quando estamos sós.


— Louis Lavelle, no livro "A Consciência de Si". (Cap. VIII: Solidão e comunhão / Ed. É Realizações / Trad. Lara Christina de Malimpensa; 1.ª edição [2014]).


Obra: "Solitude. Recollection of Vigen, Limousin", 1886 - Jean-Baptiste Camille Corot.

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(...) Eram os meus sentimentos que me faziam ver a luz nos olhos e a doçura nos seus lábios e a beleza no seu corpo - ou eram a sua luz e doçura e beleza que abriam meu coração às alegrias e tristezas do amor?


— Khalil Gibran, no livro "Asas Partidas". (Ed. Acigi. Trad. Mansour Challita; 1.ª edição [1977]).


Obra: "Mann und Frau, Umarmung", 1917 - Egon Schiele.

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(...) O amor não nos purga do egoísmo, mas nos faz sentir e nos dá a ideia de uma pátria distante na qual esse egoísmo não encontrará mais lugar.


— Albert Camus, no livro "Cadernos II: [1937-39]: A desmedida na medida". (Editora Hedra, 1.ª edição [2014]).


Obra: "Vampire", 1895 - Edvard Munch.

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(...) A melhor definição do amor não vale um beijo.


— Machado de Assis. Obra completa: O espelho. 4. ed. v. 2. Rio de Janeiro: Aguilar, 1979.


Obra de Sergey Galanter

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(...) Por acaso eu já existia antes de nascer? Não. Continuarei a existir depois da morte? Não. Que coisa sou então? Um pouco de pó incorporado num organismo qualquer. Qual a minha missão nesta terra? É minha a escolha: ou sofrer ou gozar. Para onde me conduzirá o sofrimento? Ao nada; e, no entanto, sofri. Aonde me levará o prazer? Ao nada; e, no entanto, gozei.


— Victor Hugo, no livro "Os Miseráveis". (Primeira Parte: Fantine | Livro Primeiro: um justo | Cap. VIII: filosofia de sobremesa / Ed. Cosac & Naify/Casa da Palavra; 1.ª edição [2002]).


Obra: "Crouching Woman", 1902 - Pablo Picasso.

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(...) O homem contém em si as correspondências do vasto mundo, graças à sua atividade consciente e reflexiva, de um lado, e do outro, graças à sua natureza instintiva hereditária, arquetípica que o insere no ambiente. Seus impulsos o prendem e o separam do macrocosmo, dado que suas ambições e desejos o arrastam para as mais variadas direções. Desse modo, ele está sempre em contradição consigo mesmo e só muito raramente consegue imprimir um objetivo único à sua vida - o que, em geral, implica na repressão penosa de outros lados de sua essência.


— Carl G. Jung, no livro "O si-mesmo oculto". (Cap. IV: A autocompreensão do indivíduo / Ed. Vozes; 1.ª edição [2019]).


Foto: Carl Gustav Jung, 1960. [Foto: Douglas Glass-Paul Popper-Popperfot]).

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(...) Encontre significado. Distinguir a melancolia da tristeza. Sair para uma caminhada. Opte pela privacidade e solidão. Você precisa respirar. E você precisa ser.


— Albert Camus, no livro "Cadernos III: 1951-1959". (Editora Folio, 1.ª edição [2013]).


Obra: "Calm as the Sea", de Darren Thompson.

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(...) Comovo-me em excesso, por natureza, e por ofício, acho medonho alguém viver sem paixões.

— Graciliano Ramos, no livro "Memórias do Cárcere". (Ed. Record; 8.ª edição [1975]).


Foto: Graciliano Ramos, 1940. [Foto: Arquivo Nacional].

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(...) Por si só, um texto não é nada, tal como uma viagem por si só tampouco é nada. Uma alma se faz necessária para concatenar entre si os méritos desta e as frases daquele, fazendo jorrar do contato essa luz misteriosa que se chama verdade ou que tem por nome beleza.


— A.D. Sertillanges, no livro "A vida intelectual: prefácio". (Ed. É Realizações; 1.ª edição [2010]).


Obra: "Interior With Woman Reading", (?) - Carl Vilhelm Holsøe.

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(...) Os olhos nus. Em verdade vos digo que chegará o dia em que a nudez dos olhos será mais excitante do que a do sexo.


— Lygia Fagundes Telles, no livro "As Meninas". (Ed. Cia das Letras; 1.ª edição [2009]).


Obra [detalhe]: "El Beso", 1859 - Francesco Hayez.

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(...) Não penses, se algo te resulta difícil e doloroso, que isso seja impossível para o homem; antes bem, se algo é possível e natural ao homem, pense que também está ao teu alcance.


— Marco Aurélio, no livro "Meditações". (Livro VI / Ed. Editora Kiron; 2.ª edição [2011]).


Obra: "Study for Phidias in The Apotheosis of Homer", 1827 - Jean-Auguste-Dominique Ingres.

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(...) Quem souber harmonizar o ritmo de sua própria vida com o ritmo do universo, já penetrou a eternidade.


— Louis Lavelle, no livro "A Consciência de Si". (Cap. X: O tempo / Ed. É Realizações / Trad. Lara Christina de Malimpensa; 1.ª edição [2014]).


Obra: "Sunset", 1830 - Caspar David Friedrich.

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(...) Muitas vezes penso no dia em que vi o mar pela primeira vez. O mar é grande, é vasto, meu olhar percorreu a sua imensidão e ansiou por liberdade: mas lá adiante ficava o horizonte. Por que tenho horizonte? Esperei que a vida me desse o infinito.


— Thomas Mann, no livro “Os famintos e outras histórias: desilusão". (Editora Nova Fronteira; 2.ª edição [2000]).


Obra: "The Monk by the Sea", 1808 - Caspar David Friedrich.

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(...) Escolhei a boa solidão, a solidão livre, a que vos permite seguir sendo bons em qualquer sentido.


— Friedrich Nietzsche, em "Para Além do Bem e do Mal". (Leopardo Editora [Hemus]; 3.ª edição [2000]).


Obra: "Thinker", de Michael Sowa.

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(...) Morre-se sempre cedo demais ou tarde demais. No entanto, a vida aí está, liqüidada. Já se deu o traço debaixo das parcelas, resta fazer a soma. Você nada mais é do que sua vida.


— Jean-Paul Sartre, no livro "Entre Quatro Paredes". (Editora Civilização Brasileira; 7.ª edição [2005).


Obra "That Gentleman", 1960 - Andrew Wyeth.

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(...) A solidão não significa a ausência de pessoas à nossa volta, mas sim o fato de não podermos comunicar-lhes as coisas que julgamos importantes. 

— Carl G. Jung, no livro "Memórias, Sonhos, Reflexões". (Ed. Nova Fronteira. Trad. Dora Ferreira da Silva; 9.ª edição [1963]).

Obra: "New York Movie", 1939 - Edward Hopper.

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(...) Mas liberdade — aposto — ainda é só alegria de um pobre caminhozinho, no dentro do ferro de grandes prisões.

— Guimarães Rosa, no livro "Grande Sertão: Veredas". (Ed. Nova Fronteira; 16.ª edição [1984]).

Obra: "A Volta da Lida", 2018 - Alfredo Vieira.

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(...) Há em nós tanta coisa misteriosa, tantos sentimentos cujas origens nos escapam...


— Lima Barreto, no livro "Recordações do Escrivão Isaías Caminha". (Ed. Ática; 3.ª edição [1995]).


Obra: "La Lecture dans le Jardin", 1935 - Blanche Augustine Camus.

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(...) Eu amo-te sem saber como, ou quando, ou a partir de onde. Eu simplesmente amo-te, sem problemas ou orgulho: eu amo-te desta maneira porque não conheço qualquer outra forma de amar sem ser esta, onde não existe eu ou tu, tão intimamente que a tua mão sobre o meu peito é a minha mão, tão intimamente que quando adormeço os teus olhos fecham-se.


— Pablo Neruda, no livro "Cem Sonetos de Amor". (L&PM Editores; 1.ª edição [1997]).


Ilustração de Joseph Loruso.

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(...) O que não dá prazer não dá proveito.


— William Shakespeare, no livro "A Megera Domada". (Ato I | Cena I / L&PM Editores; 1.ª edição [2013]).


Obra: "Lovers Nude", 1911 - Egon Schiele.

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(...) Como a alegria e a felicidade tornam bela as pessoas! Como o amor enche o coração! Quando nos sentimos felizes parece-nos que o coração nos vai transbordar para o coração do ente amado. Queremos que todos se alegrem, que todos se riam.


— Fiódor Dostoiévski, no livro "Noites Brancas". (Editora 34; 3.ª edição [2009]).


Obra: Untitled, (?) - Anne Magill.

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(...) O amor não se manifesta pelo desejo de fazer amor, mas pelo desejo do sono compartilhado.


— Milan Kundera, no livro "A Insustentável Leveza do Ser". (Ed. Nova Fronteira; 64.ª edição [1985]).


Obra: "Her Arms", (?) - Malcolm Liepke.

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(...) Você é mesmo um enigma, amo você. É linda, inteligente e virtuosa, e essa é a combinação mais rara de que se tem conhecimento.


— F. Scoot Fitzgerald, no livro "Contos da era do jazz: Porcelana e cor-de-rosa". (Ed. Unesp; 1.ª edição [2021]).


Obra: "Monseigneur Love", 1880 - Thomas Cooper Gotch.

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(...) Que maravilha é, no fundo, o olho humano, essa joia entre todas as formações orgânicas, quando concentra seu brilho úmido sobre outra figura humana...


— Thomas Mann, no livro "Confissões do Impostor Felix Krull". (Livro II | Cap. II / Ed. Companhia das Letras; 1.ª edição [2018]).


Obra: "In bed", 1893 - Henri de Toulouse-Lautrec.

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(...) O ser humano, em essência, precisa de muito pouco.


— Mikhail Bulgákov, no livro “Anotações de um jovem médico: A toalha com um galo”. (Ed. 34; 1. edição [2020]).


Obra: "Nhá Chica", 1895 - Almeida Júnior.

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"Gostaria que no próximo ano reduzisse a minha vida ao essencial, tanto quanto possível, e tu estás nesse essencial."


— Albert Camus em carta a René Char (1944-1959), no livro "Correspondence [1944–1959]". Paris: Gallimard, 2017.


Obra: "Café de Paris",1890 - Ramon Casas.

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(...) Afinal de contas, pensei, amar é melhor e mais belo que ser amado, pois faz uma parte da vida valer tanto a pena que não nos opomos a morrer por ela. Esqueço de minha própria vida no amor por uma outra vida.


— Jack London, no livro "O Lobo do Mar". (Ed. Zahar; 1.ª edição [2013]).


Obra: "Black Scarf", 2022 - Malcolm Liepke.

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(...) A flor se abria e murchava. O sol se levantava e se punha. O amante amava e partia. E o que os poetas diziam em rima, os jovens colocavam em prática. [...] o dia era breve, o dia era tudo.


— Virginia Woolf, no livro "Orlando: uma biografia". (Ed. Autêntica; 1.ª edição [2017]).


Obra: "At The Window", 1900 - Carl Vilhelm Holsøe.

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(...) É ñññññ afastamento para o próprio bem e o dos outros, caso contrário não podemos ser suficientemente nós mesmos.


— Carl G. Jung, no livro "O livro vermelho: Liber Secundus / Cap. XXI: O Mago". (Ed. Vozes. Trad. Edgar Orth. 4.ª edição [2015]).


Obra: "Calm as the Sea", de Darren Thompson.

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(...) O que nos reserva o futuro? Embora nem sempre com a mesma intensidade, esta pergunta preocupou a humanidade em todos os tempos. Historicamente, é sobretudo em épocas profundamente marcadas por dificuldades físicas, políticas, econômicas e espirituais que o ser humano volta seus olhos angustiados para o futuro e se multiplicam então as antecipações, utopias e visões apocalípticas.


— Carl G. Jung, no livro "O si-mesmo oculto". (Cap. I: A ameaça que pesa sobre o indivíduo na sociedade moderna / Ed. Vozes; 1.ª edição [2019]).


Obra: "Satie Logis", 1891 - Santiago Rusiñol.

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(...) Se o mundo tem razão, se essa música dos cafés, essas diversões em massa e esses tipos americanizados que se satisfazem com tão pouco têm razão, então estou errado, estou louco.


— Hermann Hesse, no livro "O Lobo da Estepe". (Editora Record; 1.ª edição [1982]).


Obra: "Ball at the Moulin de la Galette", 1889 - Henri de Toulouse-Lautrec.

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(...) O que mais existe no mundo são pessoas que nunca vão se conhecer. Nasceram em um lugar distante, e o acaso não fará com que se cruzem. Um desperdício. Muitos desses encontros destinados a não acontecer poderiam ter sido arrebatadores. Por afinidade, por atração que não se explica, por força das circunstâncias, por químicas ocultas, quem pode saber? Quanto amor se perde nessa falta de sincronia.


— Carla Madeira, no livro "Tudo é rio". (Ed. Record; 10.ª edição [2021]).


Obra: "Abandoned", 2017 - Casey Childs.

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(...) A quem, como eu, assim, vivendo não sabe ter vida, que resta senão, como a meus poucos pares, a renúncia por modo e a contemplação por destino?


— Fernando Pessoa, no livro "Livro do Desassossego". (Vol. I / Editora Brasiliense; 1.ª edição [1989]).


Obra: "Stapleton Park near Pontefract Sun", 1877 - John Atkinson Grimshaw.

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(...) O céu estava tão cheio de estrelas, tão luminoso, que quem erguesse os olhos para ele se veria forçado a perguntar a si mesmo: será possível que sob um céu assim possam viver homens irritados e caprichosos?


— Fiódor Dostoiévski, no livro "Noites Brancas". (Editora 34; 3.ª edição [2009]).


Obra de Anne Magill.

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(...) Contar é muito, muito dificultoso. Não pelos anos que se já passaram. Mas pela astúcia que têm certas coisas passadas – de fazer balance, de se remexerem dos lugares. O que eu falei foi exato? Foi. Mais teria sido? Agora, acho que nem não. São tantas horas de pessoas, tantas coisas em tantos tempos, tudo miúdo recruzado.


— João Guimarães Rosa, no livro "Grande Sertão: Veredas". (Ed. Nova Fronteira; 16.ª edição [1984]).


Foto: João Guimarães Rosa [Acervo Família Tess].

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(...) Dá-me a tua mão desconhecida, que a vida está me doendo e não sei como falar — a realidade é delicada demais.


— Clarice Lispector, no livro "A Paixão Segundo G.H". (Editora Rocco; 1.ª edição [1998]).


Foto: Clarice Lispector, por Maureen Bisilliat, 1969. [Foto: Acervo IMS]

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(...) E ele achava muitas coisas bonitas, e tudo era mesmo bonito, como são todas as coisas, nos caminhos do sertão.


— João Guimarães Rosa, no livro Sagarana: A hora e a vez de Augusto Matraga. (Editora Global; 1.ª edição [2019]).


Obra: "The Road in the Rye", 1881 - Grigoriy Myasoyedov.

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(...) Jamais acreditei que a liberdade humana consistia em fazer o que quisesse, mas sim nunca fazer o que não quisesse, e essa é a liberade que sempre reclamei, muitas vezes preservei.


— Jean-Jacques Rousseau, no livro "Devaneios do caminhante solitário: sexta caminhada". (Ed. Unesp. Trad. Jacira de Freitas e Cláudio A. Reis; 1.ª edição [2022]).


Obra: "Autoportrait", 1885 - Emile Friant.

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(...) Pois não é tanto os serviços prestados por um amigo, mas a afeição desse amigo, em si, que dá prazer: o que um amigo nos oferece só nos faz felizes na medida em que é oferecido com afeição [...] Assim, não foi a amizade que decorreu da utilidade, mas a utilidade que decorreu da amizade.


— Cícero, no livro "Lélio, ou a Amizade". (Ed. L± 1.ª edição [2009]).


Obra: "Summer Table", de Peggi Kroll-Roberts.

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(...) Quando o coração está mandando, todo tempo é tempo!


— João Guimarães Rosa, no livro Sagarana: A hora e a vez de Augusto Matraga. (Editora Global; 1.ª edição [2019]).


Obra: "Psyche Entering Cupid's Garden", 1903 - John William Waterhouse.

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(...) Atualmente, é muito difícil alguém ousar dizer que duas criaturas se amaram por que se olharam. Contudo, é assim mesmo que se ama, e não existe outro modo. O resto não passa de resto, e só vem depois. Nada é mais real que esse grande abalo sofrido por duas almas que se comunicam por essa centelha.


— Victor Hugo, no livro "Os Miseráveis". (Quarta Parte: o idílio da rua Plumet e a epopéia da rua Saint-Denis | Livro Terceiro: a casa da rua Plumet | Cap. VI: começa a batalha / Ed. Cosac & Naify/Casa da Palavra; 1.ª edição [2002]).


Obra: "Les Amourex", 1888 - Emilie Friant.

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(...) Pois não é ao mesmo tempo uma paixão, uma necessidade, um sentimento, um dever, uma obrigação, a felicidade?


— Honoré de Balzac, no livro "A Comédia Humana I: Memórias de duas jovens esposas". (Ed. Globo/Biblioteca Azul; 3.ª edição [2012]).


Obra: "Lady with a muff", 1916 - Gustav Klimt.

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(...) Tristeza por me sentir ainda tão vulnerável. [...] Dominei duas ou três coisas em mim. Mas como estou longe dessa superioridade de que tanto necessito.


— Albert Camus, no livro "Diário de Viagem: Estados Unidos. Março a maio de 1946". (Trad. Valerie Rumjanek Chaves / Ed. Record; 1.ª edição [2013]).


Obra: "Sunset", 1962 - Anne Magill.

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(...) Por que diabo me aventurarei a explorar os porões de minha cabeça, lugares malcheirosos e arriscados, se eu não for empurrado pela vontade de resolver um conflito, acalmar um sintoma e conseguir viver melhor? 


— Contardo Calligaris, no livro "Cartas a um jovem terapeuta: I. Vocação profissional". (Ed. Campus; 1.ª edição [2004]).


Obra: "La lecture", de Armand Rassenfosse.

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(...) O grande mundo ainda é e sempre será a luta sem esperanças de um cosmo contra o eterno caos.


— Carl G. Jung, no livro "Cartas 1906-1945: carta ao Dr. Eugen Diesel [10.04.1942]". (Ed. Vozes; 2.ª edição [2002]).


Obra: "The Renowned Orders of the Night", 1997 - Anselm Kiefer.

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(...) Por vezes um momento de silêncio é o que existe de mais arrebatador.


— Virginia Woolf, no livro "Orlando: uma biografia". (Ed. Autêntica; 1.ª edição [2017]).


Obra: "Leave Everything In Yesterday", de Riona Buthello.

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(...) Paixão é a grossa artéria jorrando volúpia e ilusão, é a boca que pronuncia o mundo, púrpura sobre a tua camada de emoções, escarlates sobre a tua vida, paixão é esse aberto do teu peito, e também teu deserto.


— Hilda Hilst, no livro “A obscena senhora D”. São Paulo: Globo, 2001.


Foto: Hilda Hilst aos 29 anos, em 1959. [Foto: Fernando Lemos/MIS-SP].

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(...) Todo o prazer é, em si mesmo, um bem, mas nem todo o prazer deve ser procurado; do mesmo modo, toda a dor é um mal, mas nem toda a dor deve ser evitada. Deste modo, para decidir, convém analisar atentamente o que é útil e o que é prejudicial, porque usamos, às vezes, o bem como se fosse um mal e o mal como se fosse um bem.


— Epicuro, no livro "Carta sobre a felicidade: a Meneceu". Trad. de Álvaro Lorencini e Enzo Del Carratore. SP: Editora UNESP, 2002.


Obra de Aldo Balding.

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(...) A terna amizade, a doce confiança, a única que é sem reservas, as dores abrandadas, os prazeres aumentados, a fascinante esperança, as deliciosas lembranças, onde encontrá-los senão no amor?


— Choderlos de Laclos, no livro "As Relações Perigosas: carta LII [do visconde de valmont

à presidenta de tourvel]". (Ed. Penguin & Companhia; 1.ª edição [2012]).


Obra de Jack Vettriano.

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(...) Nuvens sombrias corriam na face da lua. Contemplou-a, pensando na grandeza dos espaços, na miséria da vida, no nada de tudo.


— Gustave Flaubert, no livro "A Educação Sentimental". (Editora Relógio d’Água; 1.ª edição [2008]).


Obra "Moon Night", 1885 - Ivan Aivazovsky.

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(...) Tem um ponto de marca, que dele não se pode mais voltar para trás. 


— João Guimarães Rosa, no livro "Grande Sertão: Veredas". (Ed. Nova Fronteira; 16.ª edição [1984]).


Obra: "Olhar Caipira" (?) - Clodoaldo Martins.

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(...) Fico triste ao pensar naquele sentimento fresco e belo de um amor desinteressado e sem limite, que morreu sem se manifestar e sem ser correspondido.


— Liev Tolstói, no livro "Infância, Adolescência, Juventude: Os Ívin". (Trad. Rubens Figueiredo. Ed. Todavia; 1.ª edição [2018]).


Obra de Malcolm T. Liepke.

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(...) Não é o tempo nem a oportunidade que determinam a intimidade, é só a disposição.


— Jane Austen, no livro "Razão e Sensibilidade". (Ed. Martin Claret; Trad. Roberto L. Ferreira. 1.ª edição [2015]).


Obra: "Lilac Wine", (#) - Holly Warburton.

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(...) Apoia-se em bases frágeis quem faz sua felicidade depender de elementos externos.


— Séneca, no livro "Aprendendo a Viver". (L&PM Editores; 1.ª edição [2008]).


Obra: "Satie Logis", 1891 - Santiago Rusiñol.

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(...) Quando são dois, a vida é possível. Sozinho, parece que não se consegue mais arrastá-la. Desistimos de puxar. É a primeira forma de desespero. Mais tarde, entendemos que o dever é uma série de aceitações.
Olhamos para a morte, olhamos para a vida e consentimos.


— Victor Hugo, no livro "Os Trabalhadores do Mar". (Primeira parte | Cap. VII / Ed. UNESP. Trad. Jorge Coli; 1.ª edição [2023]).


Obra de Anne Magill.

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(...) Das pessoas, eu esperava o bem divino e o medonho diabólico; da vida, esperava a beleza encantadora e o abominável, e dominava-me uma ânsia por tudo isto, um profundo e angustioso anseio pela realidade distante, pela vivência, qualquer que fosse o tipo, pela felicidade inebriantemente magnífica e pelo sofrimento indizível, insuspeitadamente terrível. 


— Thomas Mann, no livro "Contos: Desilusão". (Ed. Bertrand; 1.ª edição [2013]).


Obra: "The Dreamer", 1840 - Caspar David Friedrich.

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(...) Nada agrada mais ao doente do que falar dos seus males.


— Gabriel García Márquez, no livro "O Amor nos Tempos do Cólera". (Editora Record; 38.ª edição [2016]).


Obra [detalhe]: "Bar de McSorley", 1912 - John Sloan.

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(...) Amor mínimo qualquer preenche abismos formidáveis...


— João Guimarães Rosa, no livro "Ave, palavra: Quemadmodum". (Ed. Ediouro; 6.ª edição [2009]).


Obra de Sergey Galanter.

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(...) O mundo no qual nós penetramos pelo nascimento é brutal, cruel e, ao mesmo tempo, de uma beleza divina. Achar que a vida tem ou não sentido é uma questão de temperamento.


— Carl G. Jung, no livro "Memórias, Sonhos, Reflexões: Retrospectiva. (Ed. Nova Fronteira. Trad. Dora Ferreira da Silva; 9.ª edição [1963]).


Obra: "L'Homme au balcon", 1880 - Gustave Caillebotte.

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(...) Eros estava sempre com eles, malicioso e persistente; o jogo para o qual os arrastava era cheio de fascinação e de risco.
 Achavam delicioso perseguirem-se, perderem-se e acharem-se; mas, quando se reuniam de novo, os sentidos despertos dominavam-nos, num gesto querido dos sensuais indecisos, ou afloravam suavemente as veias pálidas do pescoço, desnorteando-os completamente e preludiando carícias mais insinuantes.


— Giuseppe Tomasi di Lampedusa, no livro "O Leopardo". (Capítulo III / Ed. Abril Cultural; 1.ª edição [1974]).


Obra: "Cafe Kiss", 1965 - Ron Hicks.

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(...) Não é preciso se preocupar em viver muito, só o suficiente, pois que se viva muito depende do destino, que se viva o suficiente, do espírito.


— Sêneca, no livro "Edificar-se para a morte: Das cartas morais a Lucílio". (Ed. Vozes; 1.ª edição [2016]).


Obra: "Man At The Window", 1875 - Gustave Caillebotte.

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(...) Instalámo-nos, portanto, na cidade. Aí toda a vida é suportável para as pessoas infelizes. Um homem pode viver cem anos na cidade, sem dar por que morreu e apodreceu há muito. Falta tempo para o exame de consciência.


— Liev Tolstoi, no livro "Sonata a Kreutzer". (Editora Centaur; 1.ª edição [2008]).


Obra: "Office in a Small City", 1953 - Edward Hopper.

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(...) O tempo entretanto corria, marcando cada vez mais precipitadamente a vida com sua batida silenciosa, não se pode parar um segundo sequer, nem mesmo para olhar para trás. “Pare, pare!”, se desejaria gritar, mas vê-se que é inútil. Tudo se esvai, os homens, as estações, as nuvens; e não adianta agarrar-se às pedras, resistir no topo de algum escolho, os dedos cansados se abrem, os braços se afrouxam, inertes, acaba-se arrastado pelo rio, que parece lento, mas não para nunca.


— Dino Buzzati, no livro "O Deserto dos Tártaros". (Cap. XXII / Ed. Nova Fronteira. Trad. Aurora Fornoni Bernardini e Homero Freitas de Andrade; 6.ª edição [2017]).


Obra: "Abandoned", 2017 - Casey Childs.

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(...) Quase todas as infelicidades do amor vêm do fato de ele ser infinitamente mais difícil de possuir que de desejar. A lei do desejo é morrer em sua própria satisfação: só morre para renascer e morrer de novo.
O amor desconhece essas vicissitudes. Renasce incessantemente de si mesmo sem jamais pagar tributo à morte. E, enquanto o desejo corre sempre para sua própria destruição, o amor nos introduz na eternidade.


— Louis Lavelle, no livro "A Consciência de Si". (Ed. É Realizações / Trad. Lara Christina de Malimpensa; 1.ª edição [2014]).


Obra: "Les Amourex", 1888 - Emilie Friant.

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(...) Como o amor enche o coração! Quando nos sentimos felizes parece-nos que o coração nos vai transbordar para o coração do ente amado. Queremos que todos se alegrem, que todos se riam. E como é contagiosa esta alegria...


— Fiódor Dostoiévski, no livro "Noites Brancas". (Editora 34; 3.ª edição [2009]).


Obra: "Yes", 1877 - John Everett Millais.

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(...) Como vê, trazemos ambos a mesma sorte de preocupações, depositadas num coração fiel e amistoso. Tratemos de suportá-las juntos, uma vez que são convergentes!


— Johann W. von Goethe, no livro "As Afinidades Eletivas: Cap. II". (Penguin Editions; 1ª edição [2008]).


Obra: "Amor e Dor", 1895 - Edvard Munch.

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(...) Amar ou ter amado é o bastante. Depois, não exijam mais nada. Além dessa não existe outra pérola escondida entre as dobras obscuras da vida. Amar é completar-se.


— Victor Hugo, no livro "Os Miseráveis". (Quinta Parte: Jean Valjean | Livro Sexto: a noite branca | Cap. II: Jean Valjean continua com o braço na tipoia / Ed. Cosac & Naify/Casa da Palavra; 1.ª edição [2002]).


Obra: "Embrace", 1912 - Egon Schiele.

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Quem construiu Tebas, a de sete portas?

Nos livros, ficam os nomes dos reis.

Os reis arrastaram blocos de pedra?

Babilônia, muitas vezes destruída,

Quem a reconstruiu tantas vezes? Em que casas De Lima auri-radiosa moravam os obreiros?

Para onde foram, na noite em que ficou pronta a Muralha da China,

Os pedreiros? A grande Roma

Está cheia de arcos de triunfo. Quem os erigiu? Sobre quem

Triunfaram os Césares? Bizâncio multicelebrada

Tinha apenas palácios para seus habitantes? Mesmo na legendaria Atlantis,

Na noite em que o mar a sorveu,

Os que se afogavam gritavam por seus escravos.

O jovem Alexandre conquistou a Índia.

Ele sozinho?

César bateu os gauleses.

Não levava pelo menos um cozinheiro consigo?

Felipe da Espanha chorou, quando sua armada

Foi a pique. Ninguém mais teria chorado?

Frederico II venceu a Guerra dos Sete Anos. Quem

Venceu junto?

Por todo canto uma vitória.

Quem cozinhou o banquete da vitória?

Cada dez anos um grande homem.

Quem pagou as despesas?

Histórias de mais.

Perguntas de menos

– Bertolt Brecht, em “O duplo compromisso de Bertolt Brecht” [tradução Haroldo de Campos]. in: CAMPOS, Haroldo de.. O arco-íris branco. Rio de Janeiro: Imago, 1997.


Obra: Operários, 1933 - Tarsila do Amaral.

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(...) Para tudo há uma estação. Sim. Um tempo para destruir e um tempo para construir. Sim. Um tempo para calar e um tempo para falar. Sim, tudo isso. Mas, o que mais? O que mais?


— Ray Bradbury, no livro "Fahrenheit 451". (Editora Biblioteca Azul; 1.ª edição [2012]).


Obra: "Marie in garden", 1895 - Peder Severin Kroyer.

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(...) O amor começa na contemplação.


— Louis Lavelle, no livro "O Erro de Narciso". (Realizações Editora; 1.ª edição [2012]).


Obra: "As Long As You'll Be Here" (2016) - Nickie Zimov.

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(...) A multidão, era a multidão, esse imenso consentimento silencioso.


— Jean-Paul Sartre, no livro "Os caminhos da liberdade: Sursis". (Ed. Nova Fronteira; 1.ª edição [2017]).


Obra: "Looking Back", (?) - Lesley Oldaker.

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(...) Porque o amor exige um pouco de futuro e para nós só havia instantes.


— Albert Camus, no livro "A Peste". (Editora Record; 1.ª edição [1947]).


Obra de Sofia Nielsen.

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(...) Às perguntas mais importantes sempre terminamos respondendo com nossa vida. O que dizemos nesse meio tempo não tem importância, nem os termos e argumentos com que nos defendemos. No final de tudo, é com os fatos de nossa vida que respondemos às indagações que o mundo nos faz com tanta insistência.


— Sándor Márai, no livro "As Brasas / Cap. XIII". (Ed. Companhia das Letras. Trad. Rosa Freire d'Aguiar; 1.ª edição [2021]).


Obra: "Am Fenster", 1882 - Carl Vilhelm Holsoe.

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(...) Há momentos na vida em que a indecisão seduz as almas jovens. Pelo próprio fato de terem ambos tardado em falar, parecia que um e outro se compraziam no jogo cruel da sua expectativa. Ele procurava descobrir se era amado através do esforço que uma confissão custaria à amada; ela esperava ver a todo momento quebrado aquele silêncio demasiado respeitoso.


— Honoré de Balzac, no livro "A Comédia Humana I: O baile de Sceaux)". (Ed. Globo/Biblioteca Azul; 3.ª edição [2012]).


Obra de Malcolm Liepke.

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(...) Muitas vezes meus olhos ficavam rasos de lágrimas (eu não sabia por quê) e de vez em quando uma torrente do meu coração parecia derramar-se em meu peito. Eu pensava pouco no futuro. Não sabia se devia ou não falar com ela nem, caso falasse, como poderia explicar minha confusa adoração.


— James Joyce, no livro "Dublinenses: Arábia". (Ed. L± 1.ª edição [2013]).


Obra de Anne Magill.

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(…) Quanto a mim, o que me mantém vivo é o risco iminente da paixão e seus coadjuvantes, amor, ódio, gozo, misericórdia.


— Rubem Fonseca. Pierrô da Caverna. In: O cobrador / Rubem Fonseca. — 4. ed. — Rio de Janeiro: Agir, 2010.


Obra [detalhe]: "The Kiss", 1897 - Edvard Munch.

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(...) O jovem tem todos os defeitos do adulto e mais um: a imaturidade.


— Nelson Rodrigues, no livro "A Cabra Vadia: A bofetada [3/6/1968]". (Ed. Cia das Letras; 1.ª edição [1995]).


Foto: Nelson Rodrigues, RJ, 1969. [Arquivo/Agência Estado].

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(...) Cada um deveria estar ocupado em sua solidão, mas cada um vigia a dos outros.


— Emil Cioran, no livro "Breviário de Decomposição". (Editora Rocco; 1.ª edição [1989]).


Obra: "Sunlight in a Cafeteria", 1958 - Edward Hopper.

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(...) Somos da mesma matéria da qual são feitos os sonhos e nossa vida breve é cingida pelo sono.


— William Shakespeare, no livro "A Tempestade". (Ato IV | Cena I / Ed. da UFSC; 1.ª edição [2014]).


Obra: "The Day After", 1894 - Edvard Munch.

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(...) Existem nas recordações de todo homem coisas que ele só revela aos seus amigos. Há outras que não revela mesmo aos amigos, mas apenas a si próprio, e assim mesmo em segredo. Mas também há, finalmente, coisas que o homem tem medo de desvendar até a si próprio, e, em cada homem honesto, acumula-se um número bastante considerável de coisas no gênero. E acontece até o seguinte: quanto mais honesto é o homem, mais coisas assim ele possui.


— Fiódor Dostoiévski, no livro "Memórias do Subsolo" (Parte I [O Subsolo]; Cap. XI / Editora 34, 1.ª edição [2000]).


Obra: "Reflection (Self-Portrait)", 1985 - Lucian Freud.

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(...) A razão é a guia da vontade

E ela diz que você é a minha metade.

Tudo ao seu tempo amadurece,

Pois o jovem da razão escarnece;

Isso já passou, agora tenho tino,

A razão comanda o meu destino

Em direção aos seus olhos, onde leio

Contos de amor, pelo qual anseio.


— William Shakespeare, no livro "A Tempestade". (Ato II | Cena I / Ed. da UFSC; 1.ª edição [2014]).


Obra: "Morgentur", 1907 - Erik Henningsen.

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(...) Cada árvore se conhece pelo seu fruto, e assim também o amor...


— Søren A. Kierkegaard, no livro "Obras do Amor". (Cap. I / Ed. Universitária São Francisco & Vozes; 4.ª edição [2013]).


Obra: "Officer and Laughing Girl", 1658 - Johannes Vermeer.

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(...) A gente carecia de querer pensar somente nas coisas que devia de fazer, mas o governo da cabeça era erroso – vinha era toda idéia ruim das coisas que estão por poder suceder!


— João Guimarães Rosa, 1908-1967. Manuelzão e Miguilim (corpo de baile) / João Guimarães Rosa. - 1. ed. - São Paulo: Global, 2019.


(Foto: Guimarães Rosa no Itamaraty, RJ, 1964. [Foto: David Drew Zingg/Acervo Instituto Moreira Salles].)

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(...) Há um dia, é um daqueles dias perfeitos que você tenta descrever... mas nunca consegue. Tem algo de cheiro de roupa lavada; de grama secando depois da chuva; tem algo do brilho quadriculado da luz do sol no pasto; do gosto fresco das folhas de hortelã na língua; da claridade afiada das tulipas num jardim; das sombras verdes, quase ficando amarelas, quase ficando azuis... do deslumbramento, do toque morno do sol na pele... das flechas ofuscantes de luz refletidas no azul vítreo e profundo da água... da euforia... das bolhas subindo, estourando... do deslizar... do canto líquido da água atravessada pelo barco... dos ciscos inconstantes de cores dançantes: tudo isso à disposição para amar, para admirar.


— Sylvia Plath, no livro "Johnny Panic e a bíblia de sonhos: Um dia de junho". (Ed. Biblioteca Azul; 1.ª edição [2020]).


Obra de Riona Buthello

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(...) Mas não quero resposta, quero ficar só. Gosto muito das pessoas mas essa necessidade voraz que às vezes me vem de me libertar de todos. Enriqueço na solidão: fico inteligente, graciosa... Ouço duzentos e noventa e nove vezes o mesmo disco, lembro poesias, dou piruetas, sonho, invento, abro todos os portões e quando vejo a alegria está instalada em mim.


— Lygia Fagundes Telles, no livro "As Meninas". (Ed. Cia das Letras; 1.ª edição [2009]).


Obra: "Room in Brooklyn", 1932 - Edward Hopper.

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(...) Se continuarmos a amar sinceramente o que na verdade é digno de amor, e não desperdiçarmos nosso amor em coisas insignificantes, nulas e insípidas, obteremos pouco a pouco mais luz e nos tornaremos mais fortes.


— Vincent van Gogh, no livro "Cartas a Théo: Antologia". (L&PM Editores; 1.ª edição [1997]).


Obra: "Garden in Montmarte with lovers", 1887 - Vincent van Gogh.

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(...) O amor cerebral certamente tem mais espírito que o amor verdadeiro, mas tem apenas instantes de entusiasmo; ele examina-se demais, julga-se a todo momento; longe de desgarrar o pensamento, é construído à força de pensamentos.


— Stendhal, no livro "O Vermelho e o Negro". (Livro II | Cap. XVIII / L&PM Editores; 1.ª edição [2013]).


Obra de Anne Magill.

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(...) Quando nos apaixonamos por alguém, a coisa funciona assim: nós lhe atribuímos qualidades, dons e aptidões que ele ou ela, eventualmente, não têm; em suma, idealizamos nosso objeto de amor. 
E não é por generosidade; é porque queremos e esperamos ser amados por alguém cujo amor por nós valeria como lisonja. Ou seja, idealizamos nosso objeto de amor para verificar que somos amáveis aos olhos de nossos próprios ideais.


— Contardo Calligaris, no livro "Cartas a um jovem terapeuta: II. Quatro Bilhetes". (Ed. Campus; 1.ª edição [2004].


Obra: "Women Embracing", 1915 - Egon Schiele.

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(...) Suspirava com a voz quase apagada, ele nunca a havia sentido se abandonar tanto em seus braços. [...] Não podiam se ver, mas as respirações se misturaram envolvendo-os numa espécie de vertigem, fazendo desaparecer tudo ao redor.


— Émile Zola, no livro "A Besta Humana". (Cap VI / Editora Zahar [edição comentada e ilustrada]; 1.ª edição [2014]).


Obra: "Roundhay Lake", 1877 - John Atkinson Grimshaw.

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(...) As taças tinham ficado vazias na mesa: nos lábios daquela criatura eu bebera até a última gota o vinho do deleite.


— Álvares de Azevedo, no livro "Noite na Taverna". (Ed. Francisco Alves; 3.ª edição [1988]).


Obra de Joseph Lorusso.

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[...] Esta vida, podes crer, vale bem seus pesares

Enquanto iluminar-nos, pobres, o sol de Deus

E a imagem de um tempo melhor na alma guardares

E os olhos de um amigo chorarem com os teus.


– “An Neuffer/A Neuffer”, de Friedrich Hölderlin, no livro "Poemas". (Ed. Companhia das Letras. Trad. José Paulo Paes; 1.ª edição [1991]).


Obra: "Summer Morning", 1917 - Giovanni Giacometti.

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(...) O mais difícil em nossas relações com os outros é o que talvez pareça ser o mais simples: é reconhecer essa existência própria, que os faz semelhantes a nós e no entanto diferentes de nós, essa presença neles de uma individualidade única e insubstituível, de uma vocação que lhes pertence e que devemos ajudá-los a realizar, em vez de nos mostrarmos invejos ou de querermos infleti-la para conformá-la à nossa.


— Louis Lavelle, no livro "O Erro de Narciso". (Cap. II: Conhece-te a ti mesmo. 7. Conhecimento de si e de outrem / Realizações Editora; 1.ª edição [2012]).


Obra: "Interior, Woman at the Window", 1880 - Gustave Caillebotte.

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(...) Não era preciso atrair o desejo. Ele estava em quem o despertava ou não existia.


— Marguerite Duras, no livro "O Amante". (Ed. Cosac Naify. Trad. Denise Bottmann; 1.ª edição [2007]).


Obra de Nickie Zimov.

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(...) Realmente eu tomei gosto pela vida, e estou muito feliz por amar.


— Vincent van Gogh, no livro "Cartas a Théo: Antologia". (L&PM Editores; 1.ª edição [1997]).


Obra: "All Alone", de Malcolm Liepke.

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(...) Eu às vezes tenho uma saudade de uma coisa que eu não sei o que é, nem de donde, me afrontando.


— João Guimarães Rosa, no livro "Manuelzão e Miguilim: Corpo de Baile". (Ed. Nova Fronteira; 12.ª edição [1984]).


Obra: "Rousse also called Toilet", 1889 - Henri de Toulouse-Lautrec.

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(...) De tanto recomeçar, criam-se hábitos. Logo o discurso nos surge sem pensarmos nele, segue-se o reflexo: encontramo-nos um dia numa situação de possuir sem verdadeiramente desejar.


— Albert Camus, no livro "A Queda". (Editora Record; 1.ª edição [2007]).

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(...) Se nos foi dada, embora numa só vez, a oportunidade de amar intensamente, passamos o resto da vida à procura de uma renovação desse mesmo ardor e dessa mesma luz.


— Albert Camus, no livro "Núpcias, O Verão: Regresso a Tipasa". (Editora Nova Fronteira; 1.ª edição [1979]).


Obra: "A memory", de Jess Allen.

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[...] Pode a morte ser sono, se a vida não é mais que sonho,

E se as cenas de êxtase passam qual espectros?


— John Keats, no livro "Nas invisíveis asas da poesia". (Ed. Iluminuras. Trad. Alberto Marsicano e John Milton; 2.ª edição [2021]).


Obra: "Retrato de John Keats", 1822 - William Hilton.

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"Estou profundamente encantado com a complexidade que flui em você."


— John Keats. Cartas de amor e poemas de John Keats para Fanny Brawne. Edição Inglesa: Penguin, 2009.


Obra de Sergey Galanter.

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“A beleza das ações humanas depende de sua conformidade com a ordem da inteligência, como ensinou Túlio: É belo tudo quanto diz bem da excelência do homem no aspecto em que ele difere dos outros seres”


— Santo Tomás de Aquino, no livro "Suma Teológica [Vol. 2]". (Parte segunda, da segunda parte [Secunda Secundae]. Trad. A. Fontana. São Paulo, SP: Imprimatur Mons, 1934.


Obra: "Caminhante sobre o mar de névoa", 1818 - Caspar David Friedrich.

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[...] Você não sabe o quanto valem para mim as amizades,

E o quanto é raro, raro e estranho ter,

Numa vida feita tanto, mas tanto, de inutilidades,

Ter um amigo com tais qualidades,

Que tenha, e que forneça

O necessário para que a amizade cresça.


— "Retrato de uma senhora", de T.S. Eliot, no livro "Poemas". (Ed. Companhia das Letras. Trad. Caetano W. Galindo; 1.ª edição [2018]).


Obra: "New York Restaurant", 1922 - Edward Hopper.

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(...) Agora me encontro aqui, tranquilo, ao que parece, tranquilo por toda a vida. Pois uma nova vida começa quando se pode ver com os próprios olhos o todo do qual se conhecia apenas uma parte, no espírito e no coração.


— Johann W. Goethe, no livro "Viagém à Itália: Roma". (Ed. Unesp. Trad. Wilma Patricia Mass; 1.ª edição [2017]).


Obra: "The Wounded Man", 1854 - Gustave Courbet.

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(...) Como vão vocês? Estão na carência ou na fartura?


— Clarice Lispector, no livro "A Descoberta do Mundo". (Editora Rocco; 1.ª edição [1999]).


Obra: "The End Of The Line", de Nickie Zimov.

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(...) Estava na estação da vida em que o espírito dos homens que pensam se compõe, quase em proporções iguais, de profundidade e simplicidade.


— Victor Hugo, no livro "Os Miseráveis". (Terceira Parte: Marius | Livro Sexto: a conjunção de duas estrelas | Cap. I: o apelido como origem dos nomes de família / Ed. Cosac & Naify/Casa da Palavra; 1.ª edição [2002]).


Obra: "Sunset", 1962 - Anne Magill.

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(...) Não me refiro a galanteios – mas sim a um profundo diálogo de almas, porque a vida é sagrada e cada momento é precioso.


— Jack Kerouac, no livro "On The Road". (Editora Brasiliense; 1.ª edição [1984]).


Obra: "Lovers No. 3" - Owen Gent.

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(...) Pouco a pouco fui vendo mais claramente o defeito mais difundido de nossa maneira de ensinar e de educar. Ninguém aprende, ninguém aspira, ninguém ensina — “a suportar a solidão”.


— Friedrich W. Nietzsche, em "Morgenröte/Aurora". (Editora Escala; 1.ª edição [2013]).


Obra: "Night in Saint-Cloud", 1893 - Edvard Munch.

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"Antes de entregar meu corpo, preciso entregar meus pensamentos, minha mente, meus sonhos. E você não queria saber nada disso..."


— Sylvia Plath, no livro "Diários: julho de 1950/53". (Ed. Biblioteca Azul; 2.ª edição [2017]).


Foto: Sylvia Plath, fotografada por Gordon Lameyer, verão de 1954. (Foto: The Lilly Library/Indiana University)

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[...] Se tens razão e coração, mostra somente um deles,

Por ambos te condenariam se os mostrasses juntos.


– “Guter Rat/Bom Conselho”, de Friedrich Hölderlin, no livro "Poemas". (Ed. Companhia das Letras. Trad. José Paulo Paes; 1.ª edição [1991]).


Obra: "Cupid and Psyche", 1907 - Edvard Munch.

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(...) Declaro que não há divertimento melhor do que a leitura. A gente se cansa menos facilmente de um livro do que de qualquer outra coisa. 


— Jane Austen, no livro "Orgulho e Preconceito". (Ed. Nova Fronteira; Trad. Lúcio Cardoso. Edição Especial [2011]).


Obra: "Lecture Amb Blancs", de Monica Castanys.

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(...) Defenda sua solidão com uma aspereza que não respeita mais nada. Se os senhores têm deveres, deem-lhes no devido tempo o que lhes cabe; se têm amigos, combinem encontros oportunos; se pessoas inconvenientes quiserem se impor, fechem-lhes cortesmente sua porta.


— A.D. Sertillanges, no livro "A vida intelectual". (Cap. IV: O tempo do trabalho / Ed. É Realizações; 1.ª edição [2010]).


Obra: "A Monk Reading", 1661 - Rembrandt.

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(...) Cada um de nós tem a sua própria morte, transporta-a consigo num lugar secreto desde que nasceu, ela pertence-te, tu pertence-lhe.


— José Saramago, no livro "As Intermitências da Morte". (Ed. Cia das Letras; 1.ª edição [2005]).


Obra: "Death", 1902 - Jacek Malczewski.

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(...) Nossa felicidade estará sempre entre a planta dos nossos pés e a nossa cabeça. Quer ela custe um milhão ou cem luíses por ano, sua percepção intrínseca, em nosso íntimo, será sempre a mesma.


— Honoré de Balzac, no livro "O pai Goriot". (Cap. III: A entrada na sociedade / Ed. Globo; 1.ª edição [2014]).


Obra: "Landscape With Mountain Lake, Morning", 1923 - Caspar David Friedrich.

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[...] Mais doce que isto, e aquilo, 

e tudo, então, 

É o primeiro amor.


— Lord Byron, no livro "Don Juan | Canto I: CXXVII". In: AGUSTINI, Lucas de Lacerda Zaparolli de. Don Juan de Lord Byron [Tradução Integral, Comentários e Notas]. Orientador John Milton. São Paulo, 2020.


Obra: "L'Amour et Psyché, enfants", 1890 - William-Adolphe Bouguereau.

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(...) Que é, meu Deus, o para sempre — o eco duro e pomposo dessa expressão ecoando através dos despovoados corredores da alma — o para sempre que na verdade nada significa, e nem mesmo é um átimo visível no instante em que o supomos, e no entanto é o nosso único bem, porque a única coisa definitiva no parco vocabulário de nossas possibilidades terrenas.


— Lúcio Cardoso, no livro "Crônicas da casa assassinada: Cap. I - Diário de André". (Ed. Bruguera; 1.ª edição [1970]).


Obra: "Morning Sun", 1952 - Edward Hopper.

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(...) Quem ama quer e aquele que quer relampeja e cintila. A resolução enche os olhos de fogo; admirável fogo que se compõe da combustão de pensamentos tímidos.


— Victor Hugo, no livro "Os Trabalhadores do Mar". (Ed. Nova Cultural; 1.ª edição [2002]).


Obra de Joseph Lorusso.

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(...) A gente tem o direito de deixar o barco correr! As coisas se arranjam, não é preciso empurrar com tanta força.


— Clarice Lispector. Carta para Elisa Lispector e Tania Kaufmann [03/56], no livro "Correspondências". (Ed. Rocco; 1.ª edição [2002]).


Foto: Clarice Lispector em Berna, Suíça, 1945 (Foto Acervo Paulo Gurgel Valente).

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(...) É que nunca nos achamos tão indefesos contra o sofrimento como quando amamos, nunca tão desamparadamente infelizes como quando perdemos o nosso objeto amado ou o seu amor.


— Sigmund Freud, no livro "Obras completas, vol. XXI: O Mal-Estar na Civilização". (Ed. Imago; 1.ª edição [2009]).


Obra: "Hotel Room", 1931 - Edward Hopper.

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(...) Cada indivíduo tem acesso assim a uma grandeza que lhe é própria, e compreende-se por que essa grandeza deve ser ao mesmo tempo dada e conquistada.


— Louis Lavelle, no livro "O Erro de Narciso". (Cap. VII: Vocação e destino. III - Do caráter à vocação / Realizações Editora; 1.ª edição [2012]).


Obra: "Standing Young Man at the Window in his Study Reading", 1647 - Willem Drost.

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(...) As histórias que perseguem as pessoas até seus quartos de dormir são difíceis.


— Virginia Woolf, no livro "As Ondas". (Ed. Nova Fronteira; 2.ª edição [2004]).


Obra: "Le couloir rue Renan", 2017 - Anne Francoise Couloumy.

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(...) O principal é não mentir para si mesmo. Quem mente para si mesmo e dá ouvidos à própria mentira chega a um ponto em que não distingue nenhuma verdade nem em si, nem nos outros e, portanto, passa a desrespeitar a si mesmo e aos demais [...] Aquele que mente para si mesmo é o primeiro que pode se sentir ofendido. 


— Fiódor Dostoiévski, no livro "Os Irmãos Karamazov". (Primeira parte. Livro II: Uma reunião inoportuna [Cap II: O velho palhaço]". (Editora 34 [Coleção Leste]; 3.ª edição [2012]).


Obra: "Girl in Striped Nightshirt", 1985 - Lucian Freud.

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(...) De qualquer forma, vamos nos dedicar ao amor por um tempo, por um ano ou mais, você e eu. Essa é uma forma de embriaguez divina que todos podemos experimentar.


— F. Scoot Fitzgerald, no livro "Contos da era do jazz: Porcelana e cor-de-rosa". (Ed. Unesp; 1.ª edição [2021]).


Obra: "Close Couple", de Malcolm Liepke.


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(...) A alma que não tem objetivo estabelecido se perde, pois, como se diz, estar em toda parte é não estar em lugar nenhum.


— Michel de Montaigne, no livro "Os Ensaios". (Livro Primeiro: VIII - Sobre a ociosidade / Ed. Penguin & Companhia; 1.ª edição [2010]).


Obra: "If I gave in", 2022 - Riona Buthello.

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(...) Na minha idade, é preciso ser sincero. Mentir é cansativo demais.


— Albert Camus, no livro "A Peste". (Ed. Record; 1.ª edição [1947]).


Foto: Albert Camus no terraço do lado de fora de seu escritório, Paris, França, 1957. (Foto: Loomis Dean/The LIFE Picture Collection.

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(...) Acredite-me, as mulheres amam o espírito antes de amar a beleza física.


— Balzac, no livro "Ilusões Perdidas". (Segunda parte: Um grande homem da província em Paris / XXXI - A sociedade". (Ed. Globo/Biblioteca Azul; 3.ª edição [2013]).


Obra de Owen Gent.

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(...) A vida, meu amor, é uma grande sedução onde tudo o que existe se seduz.


— Clarice Lispector, no livro "A Paixão Segundo G.H". (Editora Rocco; 1.ª edição [1998]).


Obra de Sergey Galanter.

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(...) E nunca se esqueçam de que, até o dia em que Deus dignar-se a desvelar o futuro para o homem, toda a sabedoria humana estará nestas duas palavras: Esperar e ter esperança.


— Alexandre Dumas, no livro "O Conde de Monte Cristo". (Ed. Zahar; 1.ª edição [2012]).


Obra: "Rousse also called Toilet", 1889 - Henri de Toulouse-Lautrec.

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(...) Parece que tudo de ruim no coração do homem deveria desaparecer em contato com a natureza.


— Liev Tolstoy, no livro "Contos Completos:  A Incursão". (Editora Cosac Naify; 1.ª edição [2015]).


Foto: Leon Tolstoy, sentado ao ar livre, Yasnaya Polyana, 1908. (Foto: Culture Club/Getty Images).

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(...) Ao caminhar pelas ruas, gosto de observar certos transeuntes, totalmente desconhecidos, examinar seus rostos e tentar adivinhar quem são eles, como vivem, o que fazem da vida e o que em especial lhes interessa nesse instante.


— Fiódor Dostoiévski, no livro "Diário de um escritor: Pequenos retratos". (Ed. Hedra. Trad. Mossei e Daniela Mountain; 1.ª edição [2016]).


Obra: "New York Corner (Corner Saloon)", 1913 - Edward Hopper.

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(...) A voz do intelecto é suave, mas não descansa enquanto não consegue uma audiência.


— Sigmund Freud, no livro "Obras completas, vol. XXI: O futuro de uma ilusão". (Ed. Imago; 1.ª edição [2009]).


Obra: "Contemplation", 1900 - Thomas Benjamin Kennington.

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(...) Às vezes como que me espalho pela paisagem e nas coisas, e vivo em cada árvore, no sussurro das vagas, nas nuvens, nos animais que vão e vêm, e nos objetos. [...] Tudo tem sua história, que é também a minha história.


— Carl G. Jung, no livro "Memórias, Sonhos, Reflexões: A torre. (Ed. Nova Fronteira. Trad. Dora Ferreira da Silva; 9.ª edição [1963]).


Obra: "The Road in the Rye", 1866 - Ivan Shishkin.

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(...) Um homem é sempre um narrador de histórias: vive cercado das suas histórias e das de outrem, vê tudo quanto lhe sucede através delas; e procura viver a sua vida como se estivesse a contá-la.


— Jean Paul-Sartre, no livro "A Náusea". (Ed. Europa-América; 1.ª edição [1976]).


Obra: "Two Men Talking", 1992 - Fernando Salas.

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(...) O que me torna tão agradável a companhia do meu cão, é a transparência do seu ser. - O meu cão é transparente como o vidro.


— Arthur Schopenhauer, no livro"As Dores do Mundo". (Editora Edipro, 1.ª edição | 2014).


Obra: "Fidelity", 1869 - Briton Riviere.

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(...) Ainda que frequentemente eu esteja na miséria há, contudo, em mim, uma harmonia e uma música calma e pura. Na mais pobre casinha, no mais sórdido cantinho, vejo quadros e desenhos. E meu espirito vai nesta direção por um impulso irresistível. Não é tanto a língua dos pintores, mas a língua da natureza que é preciso dar ouvidos. Sentir as coisas, a realidade, é mais importante que sentir os quadros. 


— Vincent van Gogh, no livro "Cartas a Théo: Antologia". (L&PM Editores; 1.ª edição [1997]).


Obra: "Evening in the Ukraine", 1878 - Arkhip Kuindzhi.

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(...) Assim, pois, eu afirmo que o Amor é dos deuses o mais antigo, o mais honrado e o mais poderoso para a aquisição da virtude e da felicidade entre os homens, tanto em sua vida como após sua morte.


— Platão, no livro "O Banquete". (I: Fedro / Editora Vozes de Bolso; 1.ª edição [2017]).


Obra: "Lamia", 1905 - John William Waterhouse.

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(...) Tudo o que podia exprimir por meio de palavras dizia-o. Mas nem só as palavras contam!


— Jean-Paul Sartre, no livro "Os caminhos da liberdade: A idade da razão". (Ed. Nova Fronteira; 1.ª edição [2017]).


Obra de Joseph Lorusso.

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(...) Ela compreendeu tudo. Em seus olhos brilhou uma felicidade infinita; ela compreendeu, e para ela já não havia dúvida, que ele a amava, a amava infinitamente, e que enfim chegara esse momento... Eles quiseram falar mas não conseguiram.


— Fiódor Dostoiévski, no livro "Crime e Castigo". (Epílogo | Cap. II / Editora 34 [Col. Leste]; 1.ª edição [2001]).


Obra: "To Mennesker", 1889 - Stephan Sinding.

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(...) O amor cerebral certamente tem mais espírito que o amor verdadeiro, mas tem apenas instantes de entusiasmo; ele examina-se demais, julga-se a todo momento; longe de desgarrar o pensamento, é construído à força de pensamentos.


— Stendhal, no livro "O Vermelho e o Negro". (Livro II | Cap. XVIII / L&PM Editores; 1.ª edição [2013]).


Obra: "Birthday Wishes, 1880 - Raimundo de Madrazo y Garreta.

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(...) Dominei duas ou três coisas em mim. Mas como estou longe dessa superioridade de que tanto necessito.


— Albert Camus, no livro "Diário de Viagem: Estados Unidos. Março a maio de 1946". (Trad. Valerie Rumjanek Chaves / Ed. Record; 1.ª edição [2013]).


Obra: "Man Smoking A Pipe", 1902 - Paul Cezanne.

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(...) A maioria das pessoas vive também em sonhos, mas não nos próprios.


— Herman Hesse, no livro "Demian". (Editora Record; 33.ª edição [2002]).


Obra: "Lonely", de Anne Magill.

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(...) O amor nasce, assim, do conceito e do conhecimento que temos de uma coisa, e quanto maior e magnífica se mostra a coisa, tanto maior é o amor em nós.


— Espinosa, no livro "Breve tratado de Deus, do homem e do seu bem-estar: De Deus e de quanto lhe pertence / Cap. V:  do amor". (Ed. Autêntica Editora; 1.ª edição [2012]).


Obra: "Woman Reading on a Settee", 1905 - William W. Churchill.

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(...) Quero cada vez mais aprender a ver como belo aquilo que é necessário nas coisas. Amor-fati: seja este, doravante, o meu amor!


— Friedrich W. Nietzsche, no livro "A Gaia Ciência". (Ed. Cia das Letras; 1.ª edição [2001]).


Obra: "Nietzsche", de Maximilien Le Roy.

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(...) O amor é isso: duas solidões que se protegem, se tocam e se acolhem.


— Rainer Maria Rilke, no livro "Cartas a um jovem poeta: Paris, 14 de maio de 1904". (L&PM Editores; trad. Pedro Süssekind; 1.ª edição [2009]).


Obra de Sergey Galanter.

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(...) Não encontrou ninguém que ele desejasse conhecer melhor ou com quem desejasse conversar mais.


— Haruki Murakami, no livro "O incolor sucuru taxai e seus anos de peregrinação". (Editora Alfaguara; 1.ª edição [2014]).


Obra: "Der Kuss", 1895 - Edvard Munch.

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"O inconcebível poder que exerce sobre mim a torna senhora absoluta de meus sentimentos."


— Choderlos de Laclos, no livro "As Relações Perigosas: carta XXXV [do visconde de valmont à presidenta de tourvel]". (Ed. Penguin & Companhia; 1.ª edição [2012]).


Obra: "A Romantic Walk", 1930 - Max Ernst Pietschmann.

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(...) Escrevo à noite. Vem na aragem noturna um cheiro de estrelas. E, súbito, eu descubro que estou fazendo a vigília dos pastores. Aí está o grande mistério. A vida do homem é essa vigília e nós somos eternamente os pastores. Não importa que o mundo esteja adormecido.  O sonho faz quarto ao sono. E esse diáfano velório é toda a nossa vida. O homem vive e sobrevive porque espera o Messias. Neste momento, por toda a parte, onde quer que exista uma noite, lá estarão os pastores – na vigília docemente infinita. Uma noite, Ele virá; Com suas sandálias de silêncio entrará no quarto da nossa agonia. Entenderá nossa última lágrima de vida.


— Nelson Rodrigues, na crônica "A vigília dos pastores". In: CASTRO, Ruy. O anjo pornográfico: a vida de Nelson Rodrigues. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.


Obra: "The Supper at Emmaus", 1629 - Rembrandt.

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(...) Não se encontram diamantes senão nas profundezas da terra; não se encontram verdades senão no mais íntimo da alma.


— Victor Hugo, no livro "Os Miseráveis". (Primeira Parte: Fantine | Livro Sétimo: o caso Champ-Mathieu | Cap. III: a tempestade de uma consciência / Ed. Cosac & Naify/Casa da Palavra; 1.ª edição [2002]).


Obra: "Eros & Psyche", 1908 - Gustav Vigeland.

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"Não se apaixone por pessoas como eu. Eu te levarei a museus, e parques, e monumentos, e te beijarei em todos os lugares bonitos, para que você nunca volte neles sem sentir meu gosto como sangue na sua boca. Eu vou te destruir das formas mais belas possíveis. E depois eu vou te deixar, e você finalmente vai entender porque tempestades recebem o nome de pessoas." 


— Caitlyn Siehl, no livro "Literary Sexts: A Collection of Short & Sexy Love Poems". (Ed. Words Dance Publishing [Inglês]; 1.ª edição [2014]).


Obra de Ron Hicks.

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(...) Os diálogos mais belos e cheios de consequências que tive na vida foram anônimos.


— Carl G. Jung, no livro "Memórias, Sonhos, Reflexões: Atividade psiquiátrica". (Ed. Nova Fronteira. Trad. Dora Ferreira da Silva; 9.ª edição [1963]).


Obra: "Summer evening at the South Beach", 1893 - Peder Severin Krøyer.

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(...) As melhores armas para a velhice são o conhecimento e a prática das virtudes. Cultivados em qualquer idade, eles dão frutos soberbos no término de uma existência bem vivida. Eles não somente jamais nos abandonam, mesmo no último momento da vida – o que já é muito importante –, como também a simples consciência de ter vivido sabiamente, associada à lembrança de seus próprios benefícios, é uma sensação das mais agradáveis.


— Cícero, no livro "Saber envelhecer". (Editora L± 1.ª edição [2009]).


Obra: "Old Man Walking In a Rye Field", 1905 - Laurits Andersen Ring.

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(...) Que o homem não pode ser feliz, a não ser que aproveite o presente, sem pensar no futuro.
 

— Liev Tolstói, no livro "Infância, Adolescência, Juventude: Adolescência". (Trad. Rubens Figueiredo. Ed. Todavia; 1.ª edição [2018]).


Obra: "Man on Varandah", 1953 - Alex Colville.

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(...) Ninguém duvida da importância do vivido conscientemente. Então, por que duvidar da importância daquilo que se passa no inconsciente?


— Carl G. Jung, no livro "Sonhos: a aplicação da análise dos sonhos". (Ed. Vozes. Trad. Gentil Avelino Titton; 1.ª edição [2021]).


Obra: "A Girl Asleep", 1657 - Johannes Vermeer.

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(...) Nada lhe posso dar que já não exista em você mesmo, não posso abrir-lhe outro mundo de imagens além daquele que há em sua própria alma. Nada lhe posso dar, a não ser a oportunidade, o impulso, a chave.


— Hermann Hesse, no livro "O Lobo da Estepe". (Editora Record; 1.ª edição [1982]).


Obra: "Philosopher with Mirror", 1600 - Jusepe de Ribera.

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(...) O passado é muito real e presente, apoderando-se de todos aqueles que não podem libertar-se atráves de uma resposta satisfatória.

— Carl G. Jung, no livro "Memórias, Sonhos, Reflexões: Infância". (Ed. Nova Fronteira. Trad. Dora Ferreira da Silva; 9.ª edição [1963]).


Obra: "A lady seated before a mirror in an interior", (?) - Carl Vilhelm Holsøe.

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(...) Nós não experimentamos sentimentos que nos transformam, mas sentimentos que nos sugerem a ideia de transformação. Assim, o amor não nos purga do egoísmo, mas nos faz sentir e nos dá a ideia de uma pátria distante na qual esse egoísmo não encontrará mais lugar.


— Albert Camus, no livro "Cadernos II: [1937-39]: A desmedida na medida". (Editora Hedra, 1.ª edição [2014]).


Obra: "Kiss by the Window", 1892 - Edvard Munch.

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(...) Por vezes um momento de silêncio é o que existe de mais arrebatador.


— Virginia Woolf, no livro "Orlando: uma biografia". (Ed. Autêntica; 1.ª edição [2017]).


Obra: "Leave Everything In Yesterday", de Riona Buthello.

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(...) Mas estamos vivendo em uma época bastante cética e, por assim dizer, atormentada: e às vezes temo que essa nova geração, por mais educada ou hipereducada que seja, possa carecer da simpatia, da hospitalidade e da gentileza que pertenceram a uma época mais antiga.


— James Joyce, no livro "Dublinenses: Os mortos". (Ed. L± 1.ª edição [2013]).


Obra: "The Lonely Ones", 1899 - Edvard Munch.

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(...) A essência da vida consiste precisamente em desejar mais vida. Viver é viver sempre mais, desejo de aumentar as nossas próprias pulsações.


— José Ortega y Gasset, no livro "Ensaios Coligidos: Para uma Psicologia do Homem Interessante". (Revista de Occidente, Julho de 1925).


Obra: "Der Abendstern", 1830 - Caspar David Friedrich.

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(...) Há momentos, e você chega a esses momentos, em que de repente o tempo para e acontece a eternidade.


— Fiódor Dostoiévski, em "Os Demônios". (Editora 34 [Coleção Leste]; 5.ª edição [2013]).


Obra: "Smoking all alone", 2021 - Nickie Zimov.

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(...) Amar nos faz solitários.


— Virginia Woolf, no livro "Mrs. Dalloway". (Editora Nova Fronteira; 1.ª edição [2015]).


Obra: "Young Decadent. After the Ball", 1889 - Ramon Casas.

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"Uma afeição mais terna, uma união mais forte, um único pensamento, uma mesma felicidade e as mesmas tristezas, o que haverá nisso de tão estranho a sua alma? No entanto, assim é o amor! Assim é, pelo menos, este que a senhora me inspira e que eu sinto! É ele, sobretudo, que, num cálculo desinteressado, sabe apreciar os atos por seu mérito, e não por seu valor; tesouro inesgotável das almas sensíveis, torna precioso tudo o que é feito por ele ou para ele."


— Choderlos de Laclos, no livro "As Relações Perigosas: carta LXXXIII [do visconde de valmont à presidenta de tourvel]". (Ed. Penguin & Companhia; 1.ª edição [2012]).


Obra: "The Painter's Honeymoon", 1864 - Frederic Leighton.

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(...) Para o aprimoramento pessoal, é necessário antes de tudo mudar as condições em que as pessoas vivem.


— Liev Tolstoy, no livro "Contos Completos: Depois do baile". (Editora Cosac Naify; 1.ª edição [2015]).


Obra: "The Absinthe drinker" (1902) - Pablo Picasso.jpg"

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(...) A vida era para mim como um cavalo, a cujos movimentos só nos unimos depois de havê-lo adestrado com perfeição.


— Marguerite Yourcenar, no livro "Memórias de Adriano". (Cap. II: Varius Multiplex multiformis / Ed. Círculo do Livro; 1.ª edição [1974]).


Obra: "Automedon with the Horses of Achilles", 1868 - Henri Regnault.

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(...) É certo que sou uma floresta e uma noite de árvores escuras: mas quem não receia minha escuridão, também encontra rosas sob os meus ciprestes.


— Friedrich W. Nietzsche, no livro "Assim Falou Zaratustra: O canto da Dança". (Ed. Cia das Letras; 1.ª edição [2018]).


Obra: Nietzsche, de Michel Onfray.

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(...) A grande vaia é mil vezes mais forte, mais poderosa, mais nobre do que a grande apoteose. Os admiradores corrompem.


— Nelson Rodrigues, no livro "Flor de Obsessão". (Ed. Cia Das Letras; 1.ª edição [1997]). 


Foto: Acervo Editora Globo.

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(...) Quando vocês tiverem comovidos, não façam cerimônia: — sentem-se no meio-fio e comecem a chorar.


— Nelson Rodrigues, no livro "Somos o Brasil: Brasil, Brasil, Brasil [O Globo, 18/6/1970]". (Ed. Nova Fronteira; 1.ª edição [2013]).


Obra: "Sunday", 1926 - Edward Hopper.

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(...) A vida não elege seu mundo, mas viver é encontrar-se, imediatamente, em um mundo determinado e insubstituível: neste de agora. Nosso mundo é a dimensão de fatalidade que integra nossa vida. 


— José Ortega y Gasset, no livro "A Rebelião das Massas: V. Um dado estatistíco". (Ed. Ruriak. Ink; Trad. Herrera Filho. 1.ª edição [2013]).


Obra: "Philosopher Reading", 1631 - Rembrandt.

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(...) O meu estado não é o da infelicidade e tampouco o de felicidade, não é o da indiferença nem o da fraqueza, não é cansaço nem o interesse em outra coisa, mas o que é então?


— Franz Kafka, no livro "Diários [1909-1923]: 1909". (Ed. Todavia; 1.ª edição [2021]).


Obra [detalhe]: "Couple On A Jetty" (?) - Quint Buchholz.

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(...) O hábito endurece: deve ser assim na maioria dos casos, mas não parece ser assim no seu caso. Parece não ter o dom do endurecimento.


— J. M. Coetzee, no livro "Desonra". (Cap. X / Ed. Cia das Letras; 1.ª edição [1999]).


Obra: "After party", 2009 - Paweł Kwiatkowski.

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(...) Toda vida é achar-se dentro da "circunstância" ou mundo. Mundo é o repertório de nossas possibilidades vitais. Não é, pois, algo à parte e alheio a nossa vida, mas que é sua autêntica periferia. Representa o que podemos ser; portanto, nossa potencialidade vital.

— José Ortega y Gasset, no livro "A Rebelião das Massas: IV. O crescimento da vida". (Ed. Ruriak. Ink; Trad. Herrera Filho. 1.ª edição [2013]).


Obra: "One Late Summer Evening", 2019 - Anne Magill.

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(...) O crime de Narciso é preferir, no final, sua imagem a si mesmo. A impossibilidade em que se encontra de unir-se a ela só pode produzir nele o desespero. Narciso ama um objeto que ele não pode possuir. Porém, assim que começou a se debruçar para vê-lo, era a morte que ele desejava. Unir-se à própria imagem e confundir-se com ela significa morrer. Era também seu duplo que buscava nas águas moventes a filha do Reno.


— Louis Lavelle, no livro "O Erro de Narciso". (Cap. I: O erro de Narciso - 8. A complacência de Narciso / Realizações Editora; 1.ª edição [2012]).


Obra: "Narcissus", 1594 - Caravaggio.

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(...) O fato de que não se pode receber prazer sem dar prazer; que cada gesto, cada carícia, cada aspecto, cada parte do corpo esconde em si um segredo, cuja descoberta causará delícia a quem a fizer.


— Hermann Hesse, no livro "Sidarta". (Segunda parte: Entre os homens tolos / Ed. Record; 42.ª edição [2001]).


Obra de Sergey Galanter.

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(...) O amor verdadeiro é uma história diferente. Quando acontece, os indivíduos geralmente se sentem em contato com a identidade mais profunda um do outro.
 Embarcar nesse tipo de relacionamento é assustador precisamente porque sentimos que não há lugar para nos escondermos. Nós somos conhecidos. Todo o êxtase que sentimos emerge conforme esse amor nos nutre e nos desafia a crescer e a nos transformar.


— Bell Hooks, no livro "Tudo sobre o amor". (Cap. X - romance: o doce amor / Ed. Elefante; 1.ª edição [2021]).


Obra: "Playing Their Song", (?) - Joseph Lorusso.

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(...) Sinto-me só e um pouco perdido, deslumbrado, por fim, e sentindo pouco a pouco renascerem minhas forças diante desse futuro desconhecido e dessa grandeza que amo.


— Albert Camus, no livro "Diário de Viagem: América do Sul. Junho a agosto de 1949". (Trad. Valerie Rumjanek Chaves / Ed. Record; 1.ª edição [2013]).


Obra: "Albert Camus no terraço do lado de fora de seu escritório, Paris, França, 1957. (Foto: Loomis Dean-The LIFE Picture Collection).

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(...) Um homem precisa de toda a sua força inata para combater a fome. É realmente mais fácil enfrentar privação, a desonra e a perdição da alma... do que a fome prolongada. Triste, mas verdadeiro.


— Joseph Conrad, no livro "No Coração das Trevas". (Ed. Hedra; 1.ª edição [2008]).


Obra: "Old Beggar and Boy", 1903 - Pablo Picasso.

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(...) O tempo passa e é necessário viver cada minuto do que é importante, inclusive porque o novo momento não substitui outro que passou: é apenas mais um, igualmente importante.


— João Guimarães Rosa, no livro "24 cartas de João Guimarães Rosa a Antonio Azeredo da Silveira:16.XI.62. (Organização de Flávio Azeredo da Silveira; Éditions FAdS, s/d.).


Obra de Vilhelm Hammershoi.

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(...) Assim, pois, eu afirmo que o Amor é dos deuses o mais antigo, o mais honrado e o mais poderoso para a aquisição da virtude e da felicidade entre os homens, tanto em sua vida como após sua morte.


— Platão, no livro "O Banquete". (I: Fedro / Editora Vozes de Bolso; 1.ª edição [2017]).


Obra: "Lamia", 1905 - John William Waterhouse.

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(...) O verdadeiro tesouro do homem é o tesouro dos seus erros, a extensa experiência vital decantada gota a gota em milênios. Por isso Nietzsche define o homem superior como o ser "de memória mais desenvolvida."


— José Ortega y Gasset, no livro "A Rebelião das Massas: Prólogo para franceses". (Ed. Ruriak. Ink; Trad. Herrera Filho. 1.ª edição [2013]).


Obra: "Man Sitting on a Log", 1895 - Károly Ferenczy.

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(...) Há em nós tanta coisa misteriosa, tantos sentimentos cujas origens nos escapam...

— Lima Barreto, no livro "Recordações do Escrivão Isaías Caminha". (Ed. Ática; 3.ª edição [1995]).


Obra: "La Lecture dans le Jardin", 1935 - Blanche Augustine Camus.

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(...) Somos feitos de tal maneira que comparamos tudo conosco, e daí segue-se que a felicidade ou a desgraça...

— Johann W. von Goethe, no livro "Os sofrimentos do Jovem Werther". (L&PM Editores; 1ª edição [2004]).


Obra: "Melancholy", 1874 - Edgar Degas.

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(...) É impossível expressar a sensação vital de qualquer época da nossa existência, aquilo que confere verdade, sentido à existência. Sua essência sutil e penetrante. É impossível. Vivemos conforme sonhamos, sozinhos.


— Joseph Conrad, no livro "No Coração das Trevas". (Ed. Hedra; 1.ª edição [2008]).


Obra: "Le tub", 1886 - Edgar Degas.

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(...) O povo continua a viver na miséria! Nascem os filhos e nem sequer há tempo para tratar deles, porque o trabalho urge, o trabalho, que nem nos dá o pão!


— Maxim Gorki, no livro "A Mãe". (Segunda Parte | Cap. XVII / Editora Zero Papel; 1.ª edição [2013]).


Obra: "The Gleaners", 1857 - Jean-François Millet.

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(
...) No fundo, suporta-se sem grande esforço um olhar. Bastava habituar-se àquele calor peculiar que vem queimar o rosto quando se sente que alguém nos observa de modo apaixonado.


— Jean-Paul Sartre, no livro "Os caminhos da liberdade: A idade da razão". (Ed. Nova Fronteira; 1.ª edição [2017]).


Obra: "De Soldaat en het Lachende Meisje", 1657 - Johannes Vermeer.

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(...) Mas nascemos, choramos por nos vermos neste grande tablado de dementes.


— William Shakespeare, no livro "O Rei Lear". (Ato IV | Cena VI / Ed. Saraiva de Bolso; 1.ª edição [2011]).


Obra: "The Young Beggar", 1645 - Bartolomé Esteban Murillo.

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(...) Profundos prazeres do vinho, quem não os conhece? Quem quer que tenha tido um remorso a aplacar, uma lembrança a evocar, uma dor a esquecer...


— Charles Baudelaire, no livro "Paraísos Artificiais". (Parte III: O Vinho. (Ed. L± 2.ª edição [2011]).


Obra: "Baco", 1595 - Caravaggio.

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(...) Meu caro senhor - retomou ele em tom quase solene -, pobreza não é defeito, e é uma verdade. Sei ainda mais que bebedeira não é virtude. Mas a miséria, meu caro senhor, a miséria é defeito. Na pobreza o senhor ainda preserva a nobreza dos sentimentos inatos, já na miséria ninguém o consegue, e nunca.


— Fiódor Dostoiévski, no livro "Crime e Castigo". (Primeira Parte | Cap. II / Editora 34 [Col. Leste]; 1.ª edição [2001]).


Obra: The Blind Man's Meal", 1903 - Pablo Picasso.

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"Quanto a mim, confesso, uma das coisas que mais me lisonjeiam é uma investida intensa e bem conduzida, onde tudo se sucede ordenadamente, embora de forma rápida." 

— Choderlos de Laclos, no livro "As Relações Perigosas: carta X". (Ed. Penguin & Companhia; 1.ª edição [2012]).


Obra: "Desire II", (#) - Joseph Lorusso.

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(...) Esses corações puros guardam tesouros inteiros de simpatia, consolo e esperança, e muitas vezes também são dilacerados, porque um coração que ama muito se entristece muito.
 

— Fiódor Dostoiévski, no livro "Um pequeno herói". (Editora 34. Trad. Fátima Bianchi; 1.ª edição [2015]).


Obra de Malcolm T. Liepke.

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(...) Há um prazer nas florestas desconhecidas;

Um entusiasmo na costa solitária;

Uma sociedade onde ninguém penetra;

Pelo mar profundo e música em seu rugir;

Amo não menos o homem, mas mais a natureza.

— Lord Byron, no livro "A Peregrinação de Childe Harold". (Canto CLXXVIII / Editora BiblioBazaar [inglesa]; 1.ª edição [2006]).


Obra: "Evening", 1821 - Caspar David Friedrich.

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(...) Eu me sentia satisfeito, encontrara o mundo em que desejava viver, tocava no absoluto. 

— Jean-Paul Sartre, em "As Palavras". (Cap. I [Ler] / Editora Nova Fronteira; 2.ª edição [2005]).


Obra: "Sunny Morning", 1905 - Károly Ferenczy.

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"Antes de entregar meu corpo, preciso entregar meus pensamentos, minha mente, meus sonhos. E você não queria saber nada disso..." 

— Sylvia Plath, no livro "Diários: julho de 1950/53". (Ed. Biblioteca Azul; 2.ª edição [2017]).


Foto: Sylvia Plath, fotografada por Gordon Lameyer, verão de 1954. (Foto: The Lilly Library/Indiana University)

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(…) Quanto a mim, o que me mantém vivo é o risco iminente da paixão e seus coadjuvantes, amor, ódio, gozo, misericórdia." 

— Rubem Fonseca. Pierrô da Caverna. In: O cobrador / Rubem Fonseca. — 4. ed. — Rio de Janeiro: Agir, 2010.


Obra [detalhe]: "The Kiss", 1897 - Edvard Munch.

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(...) As lágrimas do mundo são em quantidade constante. Para cada um que irrompe em choro, em outra parte alguém para. Com o riso é a mesma coisa. Não falemos mal, então, dos nossos dias, não são melhores nem piores do que os que vieram antes. Não falemos bem, tampouco.


— Samuel Beckett, no livro "Esperando Godot". (Ed. Cosac & Naify; 2.ª edição [2005]).


Obra: "Desilusão", 1851 - Edouard Jean Conrad Hamman.

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(...) Eles são dois por engano. A noite corrige.


— Eduardo Galeano, no livro Memória do Fogo II. (L&PM Editores; 1.ª edição [2010]).


Obra: "Lovers Nude", 1911 - Egon Schiele.

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"Eu nunca senti essa necessidade insuportável da presença de alguém, essa necessidade a cada minuto. Seu corpo contra mim, seus braços em volta de mim, seu cheiro, seu olhar, seu sorriso, seu rosto - seu lindo rosto, querida que eu possa descrever, detalhe por detalhe."


— Albert Camus em carta a Maria Casarès, 30 jun. 1949, no livro "Correspondance: 1944–1959". Paris: Gallimard, 2017.


Obra: "Kiss by the Window", 1892 - Edvard Munch.

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(...) Essa justiça que vela meu sono, eu a repudio, humilhada por precisar dela. Enquanto isso durmo e falsamente me salvo. Nós, os sonsos essenciais. Para que minha casa funcione, exijo de mim como primeiro dever que eu seja sonsa, que eu não exerça a minha revolta e o meu amor, guardados. Se eu não for sonsa, minha casa estremece. Eu devo ter esquecido que embaixo da casa está o terreno, o chão onde nova casa poderia ser erguida. Enquanto isso dormimos e falsamente nos salvamos.

— Clarice Lispector, no livro "Para não esquecer: Mineirinho". (Editora Rocco; 1.ª edição [1999]).


Foto: Clarice Lispector no início dos anos 1940, quando cursava Direito na Universidade do Brasil, atual UFRJ. Foto: Acervo IMS.

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(...) No dia a dia, homens e mulheres são relativamente silenciosos quanto ao tema [do amor]. Nosso silêncio nos protege da incerteza. Queremos conhecer o amor. E temos medo de que o desejo de saber muito sobre ele nos aproxime cada vez mais do abismo do desamor.


— Bell Hooks, no livro "Tudo sobre o amor". (Introdução / Ed. Elefante; 1.ª edição [2021]).


Obra: "Face Mask with Prayer", de Danielle J. Mckinney.

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(...) Conhecemos o tempo, podemos entender um tempo determinado. Mas não saberemos jamais o que é o Tempo. Nossos sentidos simplesmente não foram feitos para perceber sua natureza.


— Vladmir Nabokov, no livro "Ada ou Ardor". (Parte IV | Cap. I / Ed. Companhia das Letras; 1.ª edição [2005]).


Obra: "Claude Monet (Le Liseur)", 1872 - Pierre-Auguste Renoir.

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"Nós chegamos a um ponto em que nada pode nos separar, onde finalmente concordamos um com o outro. Eu sempre quis estar entregue a você, totalmente. Hoje você é o único ser a quem eu posso, e quero, abrir todo o meu coração."


— Albert Camus em carta a Maria Casarès, 29 dez. 1948, no livro "Correspondance: 1944–1959". Paris: Gallimard, 2017.


Obra de Sergey Galanter.

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(...) Quantas pessoas existiam cujos rostos eram capazes de captar e devolver a expressão de outra, seus pensamentos e receios mais íntimos?


— Ray Bradbury, no livro "Fahrenheit 451". (Editora Biblioteca Azul; 1.ª edição [2012]).


Obra: "Together", 2019 - Malcolm Liepke.

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(...) Não há ponta mais acerada que a do infinito. Grande delícia, mergulhar os olhos na imensidão do céu e do mar! Solidão, silêncio incomparável...


— "Confissão de Artista" (III), de Charles Baudelaire, no livro "Pequenos Poemas em Prosa [O Spleen de Paris]". (Editora Hedra; 1.ª edição [2007]).


Obra: "Alexander Pushkin at the Seashore", 1896 - Leonid Osipovic Pasternak.

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(...) As grandes alegrias são silenciosas.


— Giuseppe Tomasi di Lampedusa, no livro "O Leopardo". (Capítulo III / Ed. Abril Cultural; 1.ª edição [1974]).


Obra: "Café de Paris",1890 - Ramon Casas.

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(...) Não há remédio certo para as dores da alma.

— Machado de Assis, no livro "O Alienista". (Cap. III / Ed. Penguin & Cia das Letras; 1.ª edição [2014]).


Obra: "New York Movie", 1939 - Edward Hopper.

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(...) Porque sendo um incurável romântico, noivava frequentemente, vítima de paixões fulminantes. Cada noivado era devidamente comemorado, com alegria ao iniciar-se, com tristeza e filosofia ao encerrar-se, pouco tempo depois. 

— Jorge Amado, no livro "A Morte e a Morte de Quincas Berro D'Água". (Cap. VIII / Ed. Record; 66.ª edição [1994]).


Obra: "Separation", 1896 - Edvard Munch.

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(...) Há momentos em que a nossa consciência sofre muito mais do que em anos inteiros.

— Fiódor Dostoiévski, no livro "Niétotchka Niezvânova". (Cap. III / Editora 34; 5.ª edição [2009]).


Obra: "Study of an Old Man in Profile", 1630 - Rembrandt.

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(...) De nada serve ponderar e ficar se preocupando, as pessoas não agem do mesmo modo que pensam, mas dão cada passo sem refletir, obedecendo ao que manda o coração. 

— Hermann Hesse, no livro "Knulp". (Cap. II: Minhas memórias de Knulp / Ed. Todavia; 1.ª edição [2020]).


Obra de Marcelo Tolentino.

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(...) A dureza altiva da fronte ampla e do nariz, o ardor da boca, a ousadia dos olhos; era bela, de uma beleza tão áspera e solitária que espantava.

— Simone de Beauvoir, no livro "Todos os homens são mortais". (Prólogo / Ed. Círculo do Livro; 1.ª edição [1995]).


Obra de Sergey Galanter.

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(...) Estou esperando por você a partir de agora e estarei esperando por você também enquanto a vida e o amor tiverem significado para você e para mim. 

— Albert Camus em carta a Maria Casarès, 21 jul. 1944, no livro "Correspondence: 1944–1959". Paris: Gallimard, 2017. 

Obra: "The Conversation", de Malcolm T Liepke.

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(...) A existência não é qualquer coisa que se deixe conceber de longe: é preciso que o sentimento dela nos invada repentinamente, se detenha em cima de nós, nos ponha um peso intenso no coração, como um grande animal imóvel - porque, a não ser assim, nunca se saberá o que ela é.


— Jean Paul-Sartre, no livro "A Náusea". (Ed. Europa-América; 1.ª edição [1976]).


Obra: "Ocean Limited", 1962 - Alex Colville.

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(...) Como a alegria e a felicidade tornam bela as pessoas! Como o amor enche o coração! Quando nos sentimos felizes parece-nos que o coração nos vai transbordar para o coração do ente amado. Queremos que todos se alegrem, que todos se riam.

— Fiódor Dostoiévski, no livro "Noites Brancas". (Editora 34; 3.ª edição [2009]).


Obra: Untitled, (?) - Anne Magill.

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(...) Não sei que nome você daria a isso. Bem, não importa muita coisa, chame do que quiser. Eu chamo de amor.


— Marçal Aquino, no livro "Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios". (Ed. Cia das Letras; 1.ª edição [2005]).


Obra de Malcolm Liepke.

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(...) A honestidade consigo mesmo é um hábito de autoconsciência que deve ser praticado diariamente.


— Louis Lavelle, no livro "O Erro de Narciso". (Realizações Editora; 1.ª edição [2012]).


Obra: "Rua Parisiense, Dia Chuvoso", 1877 - Gustave Caillebotte.

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(...) Se as portas da percepção fossem abertas, tudo apareceria ao homem tal qual é, infinito.

— William Blake, no livro "Matrimônio do Céu e do Inferno". (Ed. Madras; 1.ª edição [2004]).


Obra: "New Crowd", 1991 - Misha Gordin.

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(...) Apesar de tudo, continuamos amando; e esse "apesar de tudo" cobre um infinito.


— Emil Cioran, no livro "Silogismos da Amargura". (Editora Rocco; 1.ª edição [2011]).


Obra: "O Beijo", 1859 - Francesco Hayez.

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(...) A vida é assim. Tu o sabe como eu o sei. O que é o homem? É a escuma que ferve hoje na torrente e amanhã desmaia: alguma coisa de louco e movediço como a vaga, de fatal como o sepulcro! O que e a existência? Na mocidade e o caleidoscópio das ilusões: vive-se então da seiva do futuro. Depois envelhecemos quando chegamos aos trinta anos e o suor das agonies nos grisalhou os cabelos antes do tempo, e murcharam como nossas faces as nossas esperanças, oscilamos entre o passado visionário, e este amanha do velho, gelado e ermo—despido como um cadáver que se banha antes de dar a sepultura!


— Álvares de Azevedo, no livro "Noite na Taverna". (Ed. Francisco Alves; 3.ª edição [1988]).


Obra: "Night in Saint-Cloud", 1893 - Edvard Munch.

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(...) Só ele sabia, naquele tempo, que o seu aturdido coração estava condenado para sempre à incerteza.

— Gabriel García Márquez, no livro "Cem Anos de Solidão". (Editora Record; 28.ª edição [1985]).


Obra de Sasha Hartslief.

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(...) Que é otimismo? - Indagou Cacambo. - É a mania de sustentar que tudo está bem quando tudo está mal - suspirou, Cândido.

— Voltaire, no livro "Cândido ou O Otimismo". (L&PM Editores; 1.ª edição [1998]).


Obra: "Les Buveurs ou le Travail du Lundi", 1884 - Emile Friant.

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 (...) Tens um medo tão grande de te iludir a ti próprio que recusarias a mais bela aventura do mundo para não te arriscares a uma mentira... 

— Jean-Paul Sartre, no livro "Os caminhos da liberdade: A idade da razão". (Ed. Nova Fronteira; 1.ª edição [2017]).


Obra: "Sunday", 1926 - Edward Hopper.

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(...) Este mundo é uma choldra. Se não fosse por alguma hora que se passa em amizade, caramba, não valia a pena andar por cá!


— Eça de Queiroz, no livro "O Crime do Padre Amaro". (Ed. Vozes [Edição de Bolso]; 1.ª edição [2019]).


Obra: "The Drinkers", 1890 - Vincent van Gogh.

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(...) Também sei o quanto é importante na vida não necessariamente ser forte, mas se sentir forte.


— Jon Krakauer, no livro "Na Natureza Selvagem". (Ed. Cia das Letras; 1.ª edição [1998]).


Obra: "The Dreamer", 1840 - Caspar David Friedrich.

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(...) Minha alma é uma orquestra oculta; não sei que instrumentos tange e range, cordas e harpas, timbales e tambores, dentro de mim. Só me conheço como sinfonia.


— Bernardo Soares, no livro "Livro do Desassossego". (Vol. I / Editora Brasiliense; 1.ª edição [1989]).


Obra: "The Musicians", 1595 - Caravaggio.

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(...) Uma das infelicidades a que estão sujeitas as grandes inteligências é a de compreender forçosamente todas as coisas, tanto os vícios como as virtudes.


— Balzac, no livro "Ilusões Perdidas (a comédia humana - v. 7)". (Primeira Parte - Os dois poetas / I - Uma tipografia de província". (Ed. Globo/Biblioteca Azul; 3.ª edição [2013]).


Obra de Moisés O. [@artistmoises].

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(...) Reparem como o brasileiro se espanta cada vez menos. Somos, hoje, um povo de pouquíssimos espantos. 

— Nelson Rodrigues, no livro "O Óbvio Ululante: Hamlet nos bate a carteira [2/2/1968]". (Ed. Companhia das Letras; 1.ª edição [1995]).


Foto: Nelson Rodrigues, 1949. [Foto:  Carlos Moskovics].

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(...) Quero sentir novamente aquele deslumbramento calmo, aquela sensação poderosa e inexplicável que me envolvia quando me voltava para os livros. O vento dos desejos que então se desprendia das capas coloridas dos livros deve se apossar de mim novamente, para derreter o pesado bloco morto de chumbo que se encontra em algum lugar dentro de mim, e despertar de novo a impaciência do futuro, a alegria alada do mundo dos pensamentos; deve devolver-me a perdida disposição de minha juventude. Aqui estou, e espero.


— Erich Maria Remarque, no livro "Nada de Novo no Front". (Cap. II / L&PM Editores; 1.ª edição [2004]).  


Obra: "Sleeping man with a Book", 1900 - Yehuda Pen.

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(...) O esquecimento é o espetáculo de uma só noite; assistimos à representação uma única vez, não haverá outra exibição. 


— Vladmir Nabokov, no livro "Ada ou Ardor". (Cap. XLII / Ed. Companhia das Letras; 1.ª edição [2005]).


Obra: "Sleeping woman with a cat", 1896 - Władysław Ślewiński.

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(...) A liberdade é a possibilidade do isolamento. És livre se podes afastar-te dos homens [...] se te é impossível viver só, nasceste escravo. 

— Bernardo Soares, no livro "Livro do Desassossego". (Vol. II / Editora Brasiliense; 1.ª edição [1989]).


Obra: "Room in Brooklyn", 1932 - Edward Hopper.

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(...) Os dias de hoje são a época da mediocridade e da insensibilidade, da paixão pela ignorância, pela preguiça, pela incapacidade de agir e pela necessidade do tudo pronto. Ninguém faz uma reflexão; seria raro alguém capaz de suportar uma ideia.


— Fiódor Dostoiévski, no livro "O Adolescente". (Primeira Parte; Cap. IV / Editora 34 [Coleção Leste]; 1.ª edição [2015]).


Obra: "Retrato de Fiódor Dostoiévski", 1872 - Vassilij Grigorovič Perov.(...) Os dias de hoje são a época da mediocridade e da insensibilidade, da paixão pela ignorância, pela preguiça, pela incapacidade de agir e pela necessidade do tudo pronto. Ninguém faz uma reflexão; seria raro alguém capaz de suportar uma ideia.


— Fiódor Dostoiévski, no livro "O Adolescente". (Primeira Parte; Cap. IV / Editora 34 [Coleção Leste]; 1.ª edição [2015]).


Obra: "Retrato de Fiódor Dostoiévski", 1872 - Vassilij Grigorovič Perov.

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(...) Para que haja arte, para que haja alguma ação e contemplação estéticas, torna-se indispensável uma condição fisiológica prévia: a embriaguez. 

— Friedrich W. Nietzsche, no livro "Crepúsculo dos Ídolos". (Ed. Cia das Letras; 1.ª edição [2006]).


Obra: "Baco", 1595 - Caravaggio.

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(...) Pare de aspirar a ser outra coisa além do melhor de você mesmo. Porque isso está sob seu controle.

 — Epicteto, no livro "A arte de viver: o manual clássico da Virtude, Felicidade e Sabedoria". (Ed. Sextante; 1.ª edição [2018]).


Obra: "Philosopher in Meditation", 1632 - Rembrandt.

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(...) No que diz respeito a mim, continuava a servir-me das artes e da poesia para expressão de meus sentimentos e inquietações. 

— Johann W. Goethe, no livro "De minha vida: Poesia e Verdade". (Terceira parte / Ed. Unesp; 1.ª edição [2017]).


Obra: "Girl in an Interior", (?) - Carl Vilhelm Holsøe.

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(...) Qualquer devoção é linda.  


— Nelson Rodrigues, no livro "A Menina Sem Estrela". (Cap. LXIII / Editora Cia das Letras; 1.ª edição [1993]).


Obra: "The Proposal", 1872 - William-Adolphe Bouguereau.

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(...) Voam-me desejos por toda a parte, e caem, e voam outros, tornam a cair, sem força para transpor não sei que barreiras. Ânsias que me devoram facilmente se exaurem em caminhadas curtas por esta campina rasa que é a minha vida. 


— Graciliano Ramos, no livro "Caetés". (Ed. Record; 15.ª edição [1979]).


Obra: "Portrait of Eva", de Peggy Kuiper.

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(...) Mas as almas ciumentas... nunca são ciumentas porque há uma causa, mas sim porque são ciumentas. Este é um monstro gerado em si mesmo e de si mesmo nascido. 

— William Shakespeare, no livro "Otelo". (Ed. L&PM [pocket]; 1.ª edição [2001]).


Obra: "Despair", 1894 - Edvard Munch.

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(...) O passado acabou e não interessa, o futuro é insignificante, e esta noite maravilhosa, única na vida, logo vai terminar, vai se fundir com a eternidade. 

— Anton Tchékhov, no livro "A dama do cachorrinho e outras histórias: A irrequieta". (L&PM Editores; 1ª edição [2009]).


Obra: "Moonlight Night. Meditation", 1876 - Arkhip Kuindzhi.

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(...) Tal é o efeito da graça perfeita, quando é natural ao caráter e sobretudo quando a pessoa que ela ornamenta não imagina possuí-la... 

— Stendhal, no livro "O Vermelho e o Negro". (Livro I | Cap. VI / L&PM Editores; 1.ª edição [2013]).


Obra de Joseph Lorusso.

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(...) Nós, as criaturas humanas, vivemos muito - ou deixamos de viver - em função das imaginações geradas pelo nosso medo. Imaginamos consequências, censuras, sofrimentos que talvez não venham nunca e assim fugimos. 

— Lygia Fagundes Telles, no livro "As Meninas". (Ed. Cia das Letras; 1.ª edição [2009]).


Obra: "New York Movie", 1939 - Edward Hopper.

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(...) Há delicadas voluptuosidades que não podem ser saboreadas senão entre duas criaturas. 

— Balzac, no livro "Ilusões Perdidas (a comédia humana - v. 7)". (Primeira Parte: Os dois poetas / Cap. II - A Sra. de Bargeton". (Ed. Globo/Biblioteca Azul; 3.ª edição [2013]).


Obra de Malcolm Liepke.

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(...) As paixões cozinham e recozinham na solidão. É encerrado em sua solidão que o ser de paixão prepara suas explosões ou seus feitos. 

— Gaston Bachelard, no livro "A Poética do Espaço: A casa. Do porão ao sótão. O sentido da cabana". Martins Fontes, 1998.


Obra: "Reclining Nude" (?) - Jeremy Lipking.

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(...) E nunca se esqueçam de que, até o dia em que Deus dignar-se a desvelar o futuro para o homem, toda a sabedoria humana estará nestas duas palavras: Esperar e ter esperança. 

— Alexandre Dumas, no livro "O Conde de Monte Cristo". (Ed. Zahar; 1.ª edição [2012]).


Obra: "Rousse also called Toilet", 1889 - Henri de Toulouse-Lautrec.

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(...) Se você me vê em algum dos seus pensamentos, abrace-me que eu sinto sua falta.

 — Julio Cortázar, no livro "O Jogo da Amarelinha". (Ed. Civilização Brasileira; 7.ª edição [2002]).


Obra: "Bedside", 2016 - Malcolm T. Liepke.

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(...) Há em nós tanta coisa misteriosa, tantos sentimentos cujas origens nos escapam...

 — Lima Barreto, no livro "Recordações do Escrivão Isaías Caminha". (Ed. Ática; 3.ª edição [1995]).


Obra: "La Lecture dans le Jardin", 1935 - Blanche Augustine Camus.

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[...] Galgai-me com vossos amores!

Doravante não sou mais dono de meu coração!

Nos demais - eu sei, qualquer um o sabe!

O coração tem domicílio no peito. 

Comigo a anatomia ficou louca.

Sou todo coração - em todas as partes palpita.

— "Adultos (1922)", de Vladímir Maiakóvski, no livro "Antologia Poética". (Editora Max Limonad; 4.ª edição [1984]).


Obra: "Man with hand in heart", 1632 - Frans Hals.

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(...) O terrível da vida é que as coisas acabam. 

— Lygia Fagundes Telles, no livro "As Meninas". (Ed. Cia das Letras; 1.ª edição [2009]).


Obra de Sasha Hartslief.

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(...) Eu estava como que num sonho feliz, quando tudo o que sucede parece que já existiu antes, como se nós o conhecêssemos desde muito tempo e soubéssemos também o que o futuro nos reservava. 

— Liev Tolstoy, no livro "A Felicidade Conjugal". (Primeira Parte | Cap. IV / Editora 34; 2.ª edição [2010]).


Obra: "Nighthawks", 1942 - Edward Hopper.

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(...) Era uma noite maravilhosa, uma noite tal como só é possível quando somos jovens, caro leitor. O céu estava tão estrelado, um céu tão luminoso, que ao olhá-lo seríamos obrigados a nos perguntar infalivelmente: como pode viver sob um céu assim toda sorte de gente irritadiça e caprichosa?

— Fiódor Dostoiévski, no livro "Noites Brancas". (Editora 34; 3.ª edição [2009]).


Obra: "Roundhay Lake", 1877 - John Atkinson Grimshaw.

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(...) Tenho um apreço tremendo pelas minhas ideias e pelo meu trabalho, mas, na realidade, pense no seguinte: todo este nosso mundo não passa de um pequeno bolor que cresceu na crosta do planeta. E pensamos que pode haver em nós algo grandioso, ideias, obras! Tudo isso são grãos de areia. 

— Liev Tolstói, no livro "Anna Kariênina". (Parte IV | Cap. VII / Ed. Cosac Naify; 1.ª edição [2013]).

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(...) Ele não gostava de fazer planos ou promessas a longo prazo. Quando não tinha os dias seguintes inteiramente ao seu dispor, não se sentia bem. 

— Hermann Hesse, no livro "Knulp". (Cap. I: início da Primavera / Ed. Todavia; 1.ª edição [2020]).


Obra: "Smoker", 1851 - Jean Louis Ernest Meissonier.

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(...) Como a alegria e a felicidade tornam bela as pessoas! Como o amor enche o coração! Quando nos sentimos felizes parece-nos que o coração nos vai transbordar para o coração do ente amado. Queremos que todos se alegrem, que todos se riam. 

— Fiódor Dostoiévski, no livro "Noites Brancas". (Editora 34; 3.ª edição [2009]).


Obra: Untitled, (?) - Anne Magill.

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(...) O ser humano, em essência, precisa de muito pouco. 


— Mikhail Bulgákov, no livro “Anotações de um jovem médico: A toalha com um galo”. (Ed. 34; 1. edição [2020]).


Obra: "Nhá Chica", 1895 - Almeida Júnior.









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(...) Vai me esquecer, mas se depois de um ano... um entardecer chuvoso fizeram-na lembrar de mim. Vou pensar sempre em você para que minha alma lhe esteja sem cessar aberta caso deseje entrar. 

— Marcel Proust, no livro "O fim do ciúme e outros contos: A morte de Baldassare Silvande". (Ed. Hedra; 1.ª edição [2008]).


Obra: "Clamdigger", 1935 - Edward Hopper.

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(...) Não era preciso atrair o desejo. Ele estava em quem o despertava ou não existia. 

— Marguerite Duras, no livro "O Amante". (Ed. Cosac Naify. Trad. Denise Bottmann; 1.ª edição [2007]).

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(...) Pois agora não precisava pensar em ninguém. Podia ser ela mesma, ela só. E era disso que agora, frequentemente, sentia necessidade - de pensar; bom, nem mesmo pensar. Ficar calada; ficar só. 

— Virginia Woolf, no livro "Ao Farol". (Editora Autêntica; 1.ª edição [2013]).


Obra: "New Model", 1993 - Nigel van Wieck.

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(...) Quero cada vez mais aprender a ver como belo aquilo que é necessário nas coisas. Amor-fati: seja este, doravante, o meu amor! 

— Friedrich W. Nietzsche, no livro "A Gaia Ciência". (Ed. Cia das Letras; 1.ª edição [2001]).


Obra: "Nietzsche", de Maximilien Le Roy.

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(...) Afinal de contas, pensei, amar é melhor e mais belo que ser amado, pois faz uma parte da vida valer tanto a pena que não nos opomos a morrer por ela. Esqueço de minha própria vida no amor por uma outra vida. 

— Jack London, no livro "O Lobo do Mar". (Ed. Zahar; 1.ª edição [2013]).


Obra: "Black Scarf", 2022 - Malcolm Liepke.

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(...) Ainda sou muito jovem, me falta alguma coisa, quero alguma coisa... É um sentimento de satisfação ingênua e de tristeza. Tudo à minha volta é tão belo e essa beleza me afeta com tanta força. 

— Liev Tolstoy, no livro "Contos Completos: A nevasca". (Editora Cosac Naify; 1.ª edição [2015]).


Obra: "Selbstbefriedigung", 1911 - Egon Schiele.

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(...) Concluí que todas as gerações eram perdidas por alguma coisa, sempre tinham sido e sempre haveriam de ser. 

— Ernest Hemingway, no livro "Paris é Uma Festa". (Bertrand Brasil; 7.ª edição [2007]).


Obra: "Flâneur", (?) - Holly Warburton.

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(...) Podemos entender-nos uns aos outros, mas somente a si mesmo pode cada um interpretar-se.

 — Herman Hesse, no livro "Demian". (Editora Record; 33.ª edição [2002]).


Obra: "Bebedora de Absinto", 1901 - Pablo Picasso.

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"Eu sei que em tudo há uma parte de solidão que ninguém pode alcançar. Essa é a parte que mais respeito e, quando se trata de ti, nunca tentei tocá-la ou anexá-la." 

— Albert Camus em carta a Maria Casarès (1944), no livro "Correspondence [1944–1959]". Paris: Gallimard, 2017. 


Foto: Maria Casarès e Albert Camus, no Teatro Marigny, em 1948. (Foto: René Saint Paul/Rue des Archives)

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(...) Ah! Se fosse possível trabalhar em plena natureza, com a janela aberta diante de uma bela paisagem, em posição de se espairecer por alguns instantes, tão logo apareça o cansaço... 

— A.D. Sertillanges, no livro "A vida intelectual". (Cap. VIII: O Trabalho Criador / Ed. É Realizações; 1.ª edição [2010]).


Obra: "Læsende pige ved vinduet", 1909 - Carl Holsøe.

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(...) A chave é a verdade, só peço a verdade e dou verdade em troca. É um preço alto? Pelo visto, altíssimo. 

— Lygia Fagundes Telles, no livro "As Meninas". (Ed. Cia das Letras; 1.ª edição [2009]).


Obra de Marcelo Tolentino.

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[...] Há tempos tudo se foi no escuro,

Porque – tudo é igual: 

Quer eu

Saiba ou não saiba.

Porque só há tédio em toda parte.

Porque a fábula é de esmeralda,

Onde –

Tudo é outro.

Porque há esta avidez dos borrifos

Do prazer;

Porque a difícil

Existência

Para todos –

– Tem um só desenlace.

Porque –

– Em suma,-

– Para que

Este inferno?

Porque –

– Para todos

Há um só fim.

E me rompe este riso.

Do

Destino

De todos –

– E –

– De

Mim.


—"Canção para Guitarra" (1922), de Andréi Biéli, no livro "Poesia Russa Moderna", de Augusto de Campos, Haroldo de Campos e Boris Schnaiderman. (Editora Perspectiva, 6.ª edição | 2001).


Obra "Man Seated on a Bed", 1905 - Edward Hopper.

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(...) A virtude nunca está sozinha. Está destinada a ter vizinhos. 

— Confúcio, no livro "Os Analectos". (Livro IV / Trad. Caroline Chang e D. C. LauEd. L± 1.ª edição [2012]).


Obra: "Autoportrait", 1885 - Emile Friant.

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(...) Eis o que me dói ainda hoje: nós olhamos pouco para os seres amados. Tão fácil olhar e repito: olhamos tão pouco. 

— Nelson Rodrigues, no livro "O Óbvio Ululante: O Brasil Karamazov [14/2/1968]". (Ed. Companhia das Letras; 1.ª edição [1995]).


Obra de Sergey Galanter.

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(...) Ao caminhar pelas ruas, gosto de observar certos transeuntes, totalmente desconhecidos, examinar seus rostos e tentar adivinhar quem são eles, como vivem, o que fazem da vida e o que em especial lhes interessa nesse instante. 


— Fiódor Dostoiévski, no livro "Diário de um escritor: Pequenos retratos". (Ed. Hedra. Trad. Mossei e Daniela Mountain; 1.ª edição [2016]).


Obra: "New York Corner (Corner Saloon)", 1913 - Edward Hopper.

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(...) Há dentro de nós um poço. No fundo dele é que estamos, porque está o que é mais nós, o que nos individualiza, a fonte do que nos enriquece no em que somos humanos. 
E a vida exterior, o assalto do que nos rodeia, o que visa é esse íntimo de nós para o ocupar, o preencher, o esvaziar do que nos pertence e nos faz ser homens. Jamais como hoje esse assalto foi tão violento, jamais como hoje fomos invadidos do que não é nós. É lá nesse fundo que se gera a espiritualidade, a gravidade do sermos, o encantamento da arte. E a nossa luta é terrível, para nos defendermos no último recesso da nossa intimidade. Porque tudo nos expulsa de lá Quando essa intimidade for preenchida pelo exterior, quando a materialidade se nos for depositando dentro, o homem definitivamente terá em nós morrido.

— Vergílio Ferreira, no livro "Conta-Corrente I". (Ed. Bertrand; 1.ª edição [1986]).


Obra: "Bohemian (Miquel Utrillo)", 1890 - Santi

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(...) O meu estado não é o da infelicidade e tampouco o de felicidade, não é o da indiferença nem o da fraqueza, não é cansaço nem o interesse em outra coisa, mas o que é então? 

— Franz Kafka, no livro "Diários [1909-1923]: 1909". (Ed. Todavia; 1.ª edição [2021]).


Obra [detalhe]: "Couple On A Jetty" (?) - Quint Buchholz.

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[...] Alguma vez

alguma vez talvez

vou-me sem ficar

vou-me como quem se vai 

— Alejanadra Pizarnik, no livro "Árvore de Diana". (Edições Ellenismos / Trad. Nina Rizzi; 1.ª edição [2017]).


Obra: "Bóreas", 1903 - John William Waterhouse.

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(...) Éramos amigos e agora somos estranhos um ao outro. Mas não importa que assim o seja: não procuremos escondê-lo, ou calá-lo, como se isso nos desse razão para nos envergonhar. Somos dois navios, cada um dos quais, com o seu objetivo e, a sua rota particular.

— Friedrich W. Nietzsche, no livro "Fragmentos Póstumos". (Ed. Forense Universitária; 1.ª edição [2014]).


Obra: "Alexander Pushkin at the Seashore", 1896 - Leonid Osipovic Pasternak.

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(...) O mundo físico se reflete no mais profundo de nós, em toda sua verdade viva. Tudo o que dá a uma paisagem seu caráter individual – o contorno das montanhas que delimitam o horizonte, os planos de fundo vaporosos, a escuridão das florestas de pinho, a torrente que escapa do meio dos bosques e cai com estrondo entre as rochas suspensas – esteve desde sempre numa relação misteriosa com a vida interna do homem.

— Alexander von Humboldt, no livro "Tableux de la nature". Livro II: Caractes de l’Orinoque, cap. 1, p. 258-259. Tradução de Ch. Galuski, Paris, 1868.


Obra: "A Winter Traveller", 1895 - Charles Spencelayh.

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[...] É o que eu digo: o futuro é um sério caso

Então, vinho – por Deus – um copo, um vaso!

— Lord Byron, no livro "Don Juan". in: AGUSTINI, Lucas de Lacerda Zaparolli de. Don Juan de Lord Byron. Orient. John Milton. São Paulo, 2016. 


Obra: "Boy Drinking", 1582 - Annibale Carracci.

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(...) Quando nos deixamos corromper por ausências que denominamos recordações é preciso remendar com palavras e imagens tanto vazio insaciável. 

— Julio Cortázar, no livro "Todos os Contos: Fim do jogo - III. Relato com um fundo de água / Ed. Companhia das Letras; 1.ª edição [2021]).


Obra: "Moça com Livro", 1850 - Almeida Júnior.

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(...) Defenda sua solidão com uma aspereza que não respeita mais nada. Se os senhores têm deveres, deem-lhes no devido tempo o que lhes cabe; se têm amigos, combinem encontros oportunos; se pessoas inconvenientes quiserem se impor, fechem-lhes cortesmente sua porta. 

— A.D. Sertillanges, no livro "A vida intelectual". (Cap. IV: O tempo do trabalho / Ed. É Realizações; 1.ª edição [2010]).


Obra: "A Monk Reading", 1661 - Rembrandt.

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(...) Eu lhe asseguro que às vezes sinto muito tédio entre as pessoas; [...] Hoje pouco frequento os lugares, e não só por preguiça. É constante eu sentir vontade de ir embora para o campo. Lá eu leria meus livros preferidos, que há muito tempo larguei e não encontro meios de os ler. 

— Fiódor Dostoiévski, no livro "O Adolescente". (Segunda Parte | Cap. III / Editora 34 [Coleção Leste]; 1.ª edição [2015]).


Obra: "In the Library", 1928 - Józef Rapacki.

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(...) Há um dia, é um daqueles dias perfeitos que você tenta descrever... mas nunca consegue. Tem algo de cheiro de roupa lavada; de grama secando depois da chuva; tem algo do brilho quadriculado da luz do sol no pasto; do gosto fresco das folhas de hortelã na língua; da claridade afiada das tulipas num jardim; das sombras verdes, quase ficando amarelas, quase ficando azuis... do deslumbramento, do toque morno do sol na pele... das flechas ofuscantes de luz refletidas no azul vítreo e profundo da água... da euforia... das bolhas subindo, estourando... do deslizar... do canto líquido da água atravessada pelo barco... dos ciscos inconstantes de cores dançantes: tudo isso à disposição para amar, para admirar.

— Sylvia Plath, no livro "Johnny Panic e a bíblia de sonhos: Um dia de junho". (Ed. Biblioteca Azul; 1.ª edição [2020]).


Obra de Riona Buthello

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(...) Dizem por aí, mas não tenho certeza, que meu sorriso fica mais feliz quando te vejo, dizem também que meus olhos brilham, dizem também que é amor, mas isso sim é certeza. 

— Machado De Assis, no livro “Dom Casmurro”. (Ed. Nova Fronteira; 1.ª edição [2014]).


Obra: "Passion", 1926 - Francisco Soria Aedo.

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(...) Profundeza e superfície devem misturar-se para que surja nova vida, mas a nova vida não nasce fora de nós, e sim dentro de nós. [...] A vida não vem das coisas, mas de nós. Tudo o que aconteceu fora já passou, 

— Carl G. Jung, no livro "O livro vermelho: Liber Primus / Cap. V: Descida ao inferno no futuro". (Ed. Vozes. Trad. Edgar Orth. 4.ª edição [2015]).


Obra: "Claude Monet (Le Liseur)", 1872 - Pierre-Auguste Renoir.

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(...) O amor não busca nada em absoluto, não busca e não pensa em nada além de si mesmo, é apenas ele mesmo e está entranhado apenas em si mesmo. 

— Thomas Mann, no livro "Confissões do Impostor Félix Krull". (Livro III | Cap. X / Ed. Companhia das Letras; 1.ª edição [2018]).


Obra de Malcolm T. Liepke.

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(...) Amor é a gente querer se abraçar com um pássaro que voa. 

— João Guimarães Rosa, no livro "Ave, palavra: Do diário de Paris". (Ed. Ediouro; 6.ª edição [2009]).


Obra: "Lovers No. 3", de Owen Gent.

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(...) Os cabelos pretos que cascateavam sobre um dos ombros, o jeito com que balançava a cabeça jogando-os para trás, a covinha na face pálida, essas revelações continham um elemento de identificação imediata — uma mescla de arrebatamento e exasperação. 

— Vladmir Nabokov, no livro "Ada ou Ardor". (Cap. VIII / Ed. Companhia das Letras; 1.ª edição [2005]).


Obra de Malcolm T. Liepke.

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(...) Não é o tempo nem a oportunidade que determinam a intimidade, é só a disposição. 

— Jane Austen, no livro "Razão e Sensibilidade". (Ed. Martin Claret; Trad. Roberto L. Ferreira. 1.ª edição [2015]).


Obra: "Lilac Wine", (#) - Holly Warburton.

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(...) Mal pomos o lábio em um copo e ei-lo já vazio! É essa a nossa historia. Não podemos ser e ter sido. 

— Honoré de Balzac, no livro "Eugénie Grandet". (Ed. Unesp. Trad. Fernando Santos; 1.ª edição [2020]).


Obra: "The Absinthe drinker", 1902 - Pablo Picasso.

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(...) Parece que tudo de ruim no coração do homem deveria desaparecer em contato com a natureza. 

— Liev Tolstoy, no livro "Contos Completos:  A Incursão". (Editora Cosac Naify; 1.ª edição [2015]).


Foto: Leon Tolstoy, sentado ao ar livre, Yasnaya Polyana, 1908. (Foto: Culture Club/Getty Images).

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(...) A cada um a sua inclinação: a cada um também o seu objetivo, sua ambição, se quiserem, seu gosto mais secreto e seu mais claro ideal. O meu estava contido na palavra beleza, tão difícil de definir, apesar de todas as evidências dos sentidos e dos olhos.

— Marguerite Yourcenar, no livro "Memórias de Adriano". (Cap. II: Varius Multiplex multiformis / Ed. Círculo do Livro; 1.ª edição [1974]).


Obra: "Dolce Far Niente", 1897 - John William Godward.

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(...) A solidão era fria, é verdade, mas também era calma, maravilhosamente calma e grande, como o espaço frio e calmo em que as estrelas se movem. 

— Hermann Hesse, no livro "O Lobo da Estepe". (Editora Record; 1.ª edição [1982]).


Obra: "Interior with a woman seen from the back", 1904 - Vilhelm Hammershoi.

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(...) Amor mínimo qualquer preenche abismos formidáveis...

— João Guimarães Rosa, no livro "Ave, palavra: Quemadmodum". (Ed. Ediouro; 6.ª edição [2009]).


Obra de Sergey Galanter.

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Dias se sucedem, 

semanas se sucedem,

torvelinham

num galope célere;

como se cavalgássemos

sobre um tempo de aço

voando

- olhos abertos – 

pelo espaço.


Assim a vida,

ela nos atravessa – 

o ouvido zoa,

o coração dispara,

como

se quisesse

saltar para 

fora,

- é só o que lhe resta!


Se alguém 

tenta detê-lo,

ele se altera: 

toca a rebate, 

dá por paus e pedras!


E quantas vezes

o coração 

explode 

e não se ouve

a explosão

que o sacode.

— Poema "Coração batendo sem que se ouça" (1959), de Anna Akhmátova, no livro "Poesia Russa Moderna", de Augusto de Campos, Haroldo de Campos e Boris Schnaiderman. (Editora Perspectiva; 6.ª edição [2001]).


Obra: "Portrait of Anna Akhmatova", 1914 - Nathan Altman.

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(...) Todo desejo nasce de uma necessidade, de uma privação, de um sofrimento. 

Satisfazendo-o, acalma-se; mas embora se satisfaça um, quantos permanecem insaciados!

— Arthur Schopenhauer, no livro "As Dores do Mundo". (Editora Edipro; 1.ª edição [2014]).


Obra: "Despair", de Bertha Wegmann.

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[...] Deixo que o teu cheiro

me chegue devagar

por entre os dedos

Como se fosse

caviar na minha língua

Não podendo suster. 

— "O Teu Cheiro", de Maria Teresa Horta, no livro "As Palavras do Corpo: Antologia de Poesia Erótica". (Ed. Dom Quixote; 1.ª edição [2012]).


Obra de Jack Vettriano.

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(...) A eterna ampulheta da existência será sempre virada outra vez – e tu com ela, poeirinha da poeira! 

— Friedrich W. Nietzsche, no livro "A Gaia Ciência". (Ed. Cia das Letras; 1.ª edição [2001]).


Obra: "Still-Life with a Skull", 1671 - Philippe de Champaigne.

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(...) Ser forte é parar quieto; permanecer.

— João Guimarães Rosa, no livro "Grande Sertão: Veredas". (Ed. Nova Fronteira; 16.ª edição [1984]).


Obra: "Autoportrait", (1885) - Emile Friant.

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(...) Você estava em cada verso que eu li... Você foi a encarnação de todas as fantasias bonitas do meu pensamento. [...] Você vai ser parte do meu caráter, parte do pouco que há de bom em mim, e do que há de mal.

— Charles Dickens, no livro "Grandes esperanças". São Paulo: Penguin Classics & Cia das Letras, 2012.


Obra: "Untitled", (?) - Anne Magill.

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(...) Ninguém duvida da importância do vivido conscientemente.

Então, por que duvidar da importância daquilo que se passa no inconsciente? 


— Carl G. Jung, no livro "Sonhos: a aplicação da análise dos sonhos". (Ed. Vozes. Trad. Gentil Avelino Titton; 1.ª edição [2021]).


Obra: "A Girl Asleep", 1657 - Johannes Vermeer.

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(...) Sempre considerei o mundo um fenômeno grandioso e infinitamente sedutor,

capaz de nos proporcionar as venturas mais doces. 

— Thomas Mann, no livro "Confissões do Impostor Felix Krull". (Livro I | Cap. II / Ed. Companhia das Letras; 1.ª edição [2018]).


Obra: "In a separate room", 1900 - Henri de Toulouse-Lautrec.

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(...) Sou, na verdade, o Lobo da Estepe, como me digo tantas vezes — aquele animal extraviado que não encontra abrigo nem alegria nem alimento num mundo que lhe é estranho e incompreensível. 

— Hermann Hesse, no livro "O Lobo da Estepe". (Editora Record; 1.ª edição [1982]).


Obra: "Night Shadows", 1921 - Edward Hopper.

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(...) Amar ou ter amado é o bastante. Depois, não exijam mais nada. Além dessa não existe outra pérola escondida entre as dobras obscuras da vida. Amar é completar-se.

— Victor Hugo, no livro "Os Miseráveis". (Quinta Parte: Jean Valjean | Livro Sexto: a noite branca | Cap. II: Jean Valjean continua com o braço na tipoia / Ed. Cosac & Naify/Casa da Palavra; 1.ª edição [2002]).


Obra: "Embrace", 1912 - Egon Schiele.

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(...) É poderoso demais o que brota do meu coração... e com que também tenho anseio irresistível de encher o teu.  

— Thomas Mann, no livro "O Eleito: A revelação". (Ed. Cia das Letras. Trad. Claudia Dornbusch; 1.ª edição [2018]).


Obra de Malcolm Liepke.

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(...) Mais do que a qualquer outra coisa no mundo, 

Amo, prezo e honro você. 

— William Shakespeare, no livro "A Tempestade". (Ato III | Cena I / Ed. da UFSC; 1.ª edição [2014]).


Obra de Sergey Galanter.

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(...) Não existe nenhuma dificuldade em minha vida que não seja exclusivamente eu mesmo. Ninguém deverá carregar-me enquanto eu puder manter-me sobre meus próprios pés. [...]

Faço o melhor para estar a altura de mim mesmo. Isto ninguém pode fazer em meu lugar. 

— Carl G. Jung, no livro "Cartas 1906-1945: carta a Frances Wickes [06.11.1926]". (Ed. Vozes; 2.ª edição [2002]).


Obra: "Der Wanderer über dem Nebelmeer", 1818 - Caspar David Friedrich.

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(...) Acredite-me, as mulheres amam o espírito antes de amar a beleza física. 

— Balzac, no livro "Ilusões Perdidas". (Segunda parte: Um grande homem da província em Paris / XXXI - A sociedade". (Ed. Globo/Biblioteca Azul; 3.ª edição [2013]).


Obra: "God Speed", 1900 - Edmund Blair Leighton.

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(...) O amor começa na contemplação. 

— Louis Lavelle, no livro "O Erro de Narciso". (Realizações Editora; 1.ª edição [2012]).


Obra de Joseph Lorusso.

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(...) A vida é uma tempestade, meu amigo. Um dia você está tomando sol e no dia seguinte o mar te lança contra as rochas. 
O que faz de você um homem é o que você faz quando a tempestade vem.

— Alexandre Dumas, no livro "O Conde de Monte Cristo". (Ed. Zahar; 1.ª edição [2012]).


Obra: "Steam-Boat off a Harbour's Mouth", 1842 - J. M. W. Turner

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(...) Para tornar a realidade suportável, somos todos obrigados a alimentar algumas pequenas loucuras dentro de nós. 

— Marcel Proust, no livro "Em busca do tempo perdido: À sombra das moças em flor". Trad. Fernando Py. - [4. ed.]. - RJ: Nova Fronteira, 2016.


Obra: "A Young Man Drinking", 1700 - Bartolome Esteban Murillo.

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Um longo beijo jovem, demorado

De amor, de beleza, aí se concentrava,

Raios a um fogo só, do céu atiçado [...] 

E a pulsação é incêndio, e o sangue é lava,

E um terremoto o beijo - o vigor de um beijo

Mede-se em sua extensão, assim que eu vejo.

— Lord Byron, no livro "Don Juan | Canto II: CLXXXVI". In: AGUSTINI, Lucas de Lacerda Zaparolli de. Don Juan de Lord Byron [Tradução Integral, Comentários e Notas]. Orientador John Milton. São Paulo, 2020.


Obra: "El Beso", 1859 - Francesco Hayez.

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(...) O inconsciente é natureza que nunca se engana: só nós nos enganamos. 

— Carl Gustav Jung, no livro "Símbolos da transformação: análise dos prelúdios de uma esquizofrenia". Trad. Eva Stern; revisão técnica Jette Bonaventure. Petrópolis: Vozes, 2016.


Obra: "The Pilgrim", 1966 - Rene Magritte.

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  (...) Os homens que almejam fazer algo devem antes preparar-se com todo o engenho a fim de estarem prontos para, quando chegar a hora, realizar o que se propuseram. 


— Nicolau Maquiavel, no livro "Da Arte da Guerra". (Editora Vozes; 1.ª edição [2018]).


Obra: "Heraclitus", 1628 - Hendrick ter Brugghen.

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"Tenho um medo atroz de pensar que meu interesse por tudo está ficando enfraquecido. Não resisto a esta solidão, procuro companhia e não resisto à companhia."

— Andrés Caicedo, no livro "Meu corpo é uma cela: autobiografia". (Grupo Editorial Norma [edição em espanhol]; 1.ª edição [2008]).


Obra de Sasha Hartslief.

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(...) O jovem tem todos os defeitos do adulto e mais um: a imaturidade. 

— Nelson Rodrigues, no livro "A Cabra Vadia: A bofetada [3/6/1968]". (Ed. Cia das Letras; 1.ª edição [1995]).


Foto: Nelson Rodrigues, RJ, 1969. [Arquivo/Agência Estado].

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 (...) Mas precisamente porque espero pouca coisa da condição humana, os períodos de felicidade, os progressos parciais, os esforços para recomeçar e para continuar parecem-me tão prodigiosos que chegam a compensar a massa imensa de males, fracassos, incúria e erros. 

— Marguerite Yourcenar, no livro "Memórias de Adriano". (Cap. IV: Patientia / Ed. Círculo do Livro; 1.ª edição [1974]).


Obra: "Portrait of Professor Ivanov", 1882 - Ilya Repin.

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(...) Seu rosto era triste e encantador e cheio de coisas esfuziantes: seus olhos brilhavam e a boca cintilava apaixonadamente, mas havia um convite excitante em sua voz, algo que os homens que se interessaram por ela achavam muito difícil esquecer; era como uma compulsão para cantar, uma suspeita de que ela tinha feito coisas alegres e excitantes há poucos minutos e uma promessa de que havia coisas ainda mais alegres e excitantes pairando à espera da próxima hora.

— F. Scott Fitzgerald, no livro "O Grande Gatsby". (Cap. I / L&PM Editores; 1.ª edição [2011]).


Obra de Anne Magill.

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 (...) Pode-se prometer atos, mas não sentimentos. 

— Friedrich W. Nietzsche, no livro "100 Aforismos Sobre o Amor e a Morte". (Ed. Penguin & Cia das Letras; 1.ª edição [2012]).


Obra: “Cast Shadows”, de Emile Friant.

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 (...) A chave é a verdade, só peço a verdade e dou verdade em troca. É um preço alto? Pelo visto, altíssimo. 

— Lygia Fagundes Telles, no livro "As Meninas". (Ed. Cia das Letras; 1.ª edição [2009]).


Obra: "Melancholy Woman", 1902 - Pablo Picasso.

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 (...) Minha paciência produz seus frutos; sofro menos, a vida torna a ser quase doce. 

— Marguerite Yourcenar, no livro "Memórias de Adriano". (Cap. IV: Patientia / Ed. Círculo do Livro; 1.ª edição [1974]).


Obra: "Room in Brooklyn", 1932 - Edward Hopper.

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(...) Atualmente, é muito difícil alguém ousar dizer que duas criaturas se amaram por que se olharam. Contudo, é assim mesmo que se ama, e não existe outro modo. O resto não passa de resto, e só vem depois.
Nada é mais real que esse grande abalo sofrido por duas almas que se comunicam por essa centelha.

— Victor Hugo, no livro "Os Miseráveis". (Quarta Parte: o idílio da rua Plumet e a epopéia da rua Saint-Denis | Livro Terceiro: a casa da rua Plumet | Cap. VI: começa a batalha / Ed. Cosac & Naify/Casa da Palavra; 1.ª edição [2002]).


Obra: "Les Amourex", 1888 - Emilie Friant.

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(...) Há um dia, é um daqueles dias perfeitos que você tenta descrever... mas nunca consegue. Tem algo de cheiro de roupa lavada; de grama secando depois da chuva; tem algo do brilho quadriculado da luz do sol no pasto; do gosto fresco das folhas de hortelã na língua; da claridade afiada das tulipas num jardim; das sombras verdes, quase ficando amarelas, quase ficando azuis... do deslumbramento, do toque morno do sol na pele... das flechas ofuscantes de luz refletidas no azul vítreo e profundo da água... da euforia... das bolhas subindo, estourando... do deslizar... do canto líquido da água atravessada pelo barco... dos ciscos inconstantes de cores dançantes: tudo isso à disposição para amar, para admirar.


— Sylvia Plath, no livro "Johnny Panic e a bíblia de sonhos: Um dia de junho". (Ed. Biblioteca Azul; 1.ª edição [2020]).


Obra de Riona Buthello

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(...) Acredite-me, as mulheres amam o espírito antes de amar a beleza física. 

— Balzac, no livro "Ilusões Perdidas". (Segunda parte: Um grande homem da província em Paris / XXXI - A sociedade". (Ed. Globo/Biblioteca Azul; 3.ª edição [2013]).


Obra de Owen Gent.

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(...) Amo essa jovem mais que à minha vida, pois ela é a minha vida; amo-a mais que a todos os meus desejos, pois ela é o meu único desejo; mais do que a todos os meus pensamentos, pois ela é o meu único pensamento; mais ardentemente que o sol ama as flores, mais intimamente que o desgosto ama o segredo da alma dolorida; mais impacientemente que a areia ardente do deserto ama a chuva — estou ligado a ela com mais ternura que o olhar da mãe à criança, com mais confiança que uma alma em oração; ela é mais inseparável de mim que a planta da sua raiz.

— Soren Kierkegaard, no livro "Diário de um Sedutor" (3 de Agosto / Editora Abril Cultural [Os Pensadores]. 1.ª Edição [1979]).


Obra: "A gambler and a gig" (?) - Holly Warburton.



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Por: Etiene Bouças