Microcontos: Estante CCXLVI...

Foto: Ilustração

Nesta coluna, teremos sempre alguns pequenos textos conhecidos como microcontos. Parece simples compô-los, mas não o é. Para os compor, o autor deve dispor de uma boa ideia primária a ser desenvolvida, combinada com alguma habilidade para brincar com as palavras, tudo a se encaminhar para um final contraditório, nalguns casos, ou surpreendente, noutros. 


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Levantou defunto. Precisou vesti-lo para colocá-lo no caixão.


Autor: Gustavo do Carmo




Cover


Do alto do palco, os músicos ouviam gritos frenéticos da plateia:

        — Polícia! Polícia!

        Preparara-se para tocar a canção dos Titãs, mas o show foi interrompido por militares que ameaçavam prender a banda toda se não abaixassem o som.



Autor: Marcos Mairton


 


Hora certa


O velho relógio atrasava demais e o relógio novo adianta muito.

Relógio que atrasa não adianta e não adianta relógio que atrasa.



Autora: Zi Carloni





Silêncio audível


No relvado do estádio de futebol, as duas equipas estão à espera do início do dérbi. O árbitro principal e os seus auxiliares estão a postos. De repente, o locutor avisa pelo sistema de som:

— Em sinal de respeito pelas vítimas fatais provocadas pela pandemia, ouviremos agora um minuto de silêncio.



Autor: Magno Reis Andrade




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E então um pombo virou-se para mim e me perguntou o que eu ganhava agindo desse jeito. Mandei-o para aquele lugar.


Autor: Lucas Beça




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Geraldo Brandão


Também publicado em


Umas Linhas


Santa Isabel - São Paulo - Brasil


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