Leitura e reflexão: Yoga.

Foto: Verdade na Prática 

  Yoga

A trainieren da yoga está diretamente relacionada com o hinduísmo e consequentemente com o budismo, trata-se de um conceito que se refere a tradicionais disciplinas físicas e mentais. Os principais ramos da yoga são a raja-yoga, carma-yoga, jnana-yoga, bacti-yoga, tantra-yoga, tao-yoga e hata-yoga. 

De acordo com o The Cambridge Dictionary of Philosophy[1], no pensamento hindu, o ego ou faculdade que dá a sensação do “eu” ou personalidade individual é o fator que dá origem ao egoísmo, orgulho e vaidade. No conceito da yoga este é o terceiro elemento fundamental da constante mudança na natureza evolutiva da criação. Portanto, a yoga é um exercício físico-mental-espiritual que leva o indivíduo às mudanças necessárias relacionadas com o “eu”. A yoga é praticada para remover a crença em objetos físicos independentes da mente e do espiritual. Na prática destas variedades de yogas o objetivo é atingir a liberdade do “seu”, de modo que o “eu”, concebido como pura consciência em sua verdadeira natureza, não seria limitado pelos modos materiais de existência. Acredita-se que através de uma série de técnicas de yoga o eu seja libertado de suas cadeias de karmas e liberado o seu estado original de consciência auto-luminoso, conhecido como samdhi.

A raiz da palavra yoga significa “unir” no sentido de “integrar” de forma física e misticamente o indivíduo. Os Vedas definem a yoga como a “união” entre o Jivatma e o Paramatma, que passam a ser um só. A yoga é, portanto, a descoberta da união do indivíduo com Brahman, presente em todas as coisas, inclusive no próprio indivíduo.

O mais importante é salientar que a prática da yoga é uma prática de meditação. Esta meditação é importante para livrar o indivíduo do ciclo de renascimento e morte (samsara). Os oito elementos[2] a serem alcançados através da yoga são:

Em primeiro lugar o praticante deve fazer um voto de não fazer mal contra outros seres viventes (yama).
Neste estágio o indivíduo precisa alcançar o auto-dominio e serenidade (niyama).

No terceiro estágio o indivíduo é ensinado a praticar certas posturas físicas para atingir o objetivo da yoga (asana).
Uma vez alcançada a postura exata, o indivíduo é ensinada a respirar de forma apropriada para a yoga (pranayama).
O quinto estágio é levar o indivíduo a fechar-se para o mundo (pratyhara).
O sexto estagio é alcançar uma concentração profunda num único objeto (dharama).
Alcançar o estágio da meditação (dhyma).
Finalmente, no oitavo estágio o indivíduo é levado a alcançar o estágio de transe onde se tornará um com Brahman (samadhy).

É importante relembrar que não há hinduísmo sem yoga e nem yoga sem hinduísmo, portanto, a prática da yoga é sim uma prática de origem hindu. O dicionário da língua portuguesa define yoga como: “1. Disciplina tradicional hindu que visa a libertação e a união com o absoluto através de práticas espirituais e corporais[3].” A prática da yoga é, portanto, uma prática religiosa hindu.


Autor: Luis Alexandre Ribeiro Branco 

Investigador Pós-Doutorando da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL) no Departamento de Filosofia da Religião.

[1] Robert Audi, The Cambridge Dictionary of Philosophy (Cambridge: Cambridge University Press, 1995), 15.
[2] Lewis M. Hopfe, Religions of the World, 11th ed. (New York: Vango Books, ©2009), 103.
[3] Dicionário da Língua Portuguesa [2010: Acordo Ortográfico], [ed. rev. e atualizada, depar ed., Dicionários Editora (Porto: Porto Editora, 2009), 973.



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Geraldo Brandão

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