"O que vale mais é o show midiático", diz Lula

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Ex-presidente criticou a imprensa pelo que considera um "espetáculo midiático" e disse que "hoje quem condena as pessoas são as manchetes"


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, alvo da Operação Aletheia, ápice da Lava Jato, ressaltou que se sentiu "prisioneiro hoje". Na manhã desta sexta-feira, 4, o petista foi conduzido coercitivamente - quando o investigado é levado para depor e liberado - pela Polícia Federal. Lula prestou depoimento por mais de três horas em uma sala no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo.


"A minha indignação é pelo fato de 6 horas da manhã terem chegado na minha casa, vários delegados, aliás, muito gentis, não sei se são sempre assim, mas muito gentis, pedindo desculpas, que estavam cumprindo uma decisão judicial e a decisão era do juiz Moro", declarou Lula em entrevista coletiva na sede do PT.

No discurso, o ex-presidente criticou a imprensa pelo que considera um "espetáculo midiático" e disse que "hoje quem condena as pessoas são as manchetes".

"Eu me senti ultrajado, como se fosse prisioneiro, apesar do tratamento cortês do delegado da Polícia Federal. Se quiseram matar a jararaca, não bateram na cabeça, bateram no rabo. A jararaca tá viva, como sempre esteve", afirmou.

Embora o ex-presidente afirme ser inocente e não ter cometido irregularidades, a Procuradoria aponta que "há evidências de que o ex-presidente Lula recebeu valores oriundos do esquema Petrobras por meio da destinação e reforma de um apartamento tríplex e de um sítio em Atibaia, da entrega de móveis de luxo nos dois imóveis e da armazenagem de bens por transportadora. Também são apurados pagamentos ao ex-presidente, feitos por empresas investigadas na Lava Jato, a título de supostas doações e palestras".