Avança a despoluição em lagos de Paulo Afonso



Situado às margens do Rio São Francisco, o município de Paulo Afonso que, em julho, comemora 57º aniversário de emancipação política, vem dando passos largos na área de saneamento básico, com a recuperação dos lagos urbanos. A despoluição tem se dado de forma gradativa desde 2013, a partir da conclusão da primeira etapa da ampliação do sistema de esgotamento sanitário (SES), empreendimento realizado pela Empresa baiana de Águas e Saneamento (Embasa).

“A implantação do sistema, aliada ao posterior adensamento das redes coletoras nas áreas dos lagos, propiciou a redução do lançamento de esgotos domésticos diretamente no meio ambiente e o refreamento da degradação ambiental nestes locais”, afirma o gerente da unidade regional da Embasa em Paulo Afonso, Flávio Feitosa.

Antes da implantação do sistema, mais de quatro mil imóveis lançavam o esgoto nos lagos, contribuindo para o processo de eutrofização, ou seja, a concentração excessiva de matéria orgânica na água, causando o desaparecimento do espelho d’água e do ecossistema aquático. Segundo Flávio, além de ampliar a rede coletora na região, a Embasa identificou pontos de lançamento indevido de esgoto sem tratamento nos lagos. Ele informa que foram mais de 30 locais mapeados, onde as equipes da empresa atuaram e eliminaram as irregularidades. Com isso, os índices de poluição vêm sendo reduzidos significativamente no Lago Centenário, da Vila Militar, e no Lago O Boi e a Cobra, por exemplo.

Qualidade da água

Análises realizadas pela Embasa comprovam os avanços na qualidade da água dos lagos. Um dos parâmetros de avaliação é a Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), que mede a quantidade de oxigênio necessária para oxidar a matéria orgânica biodegradável presente na água (uma medida indireta da poluição no meio). Ou seja, quanto maior a DBO, maior a carga orgânica e, consequentemente, mais alto o nível de poluição da água. Em janeiro de 2014, a DBO no Lago da Vila Militar era de 14,2 miligramas por litro (mg/l). Pouco mais de um ano depois, em fevereiro de 2015, o índice caiu para 12,4 mg/l.

Os moradores do entorno dos lagos já perceberam a diferença. A dona de casa Maria do Socorro Monteiro mora há 15 anos no bairro Tropical, próximo ao Lago da Vila Militar, e só agora se livrou dos problemas com mau cheiro. “Aqui, era ruim demais, mas agora está bem diferente. Acabou o cheiro ruim, os mosquitos que atrapalhavam nossa vida. Para Flávio, além de benefícios diretos como este, a revitalização dos lagos vai contribuir significativamente para o turismo e lazer na cidade. “Temos um ganho ambiental e melhoria na qualidade de vida como um todo para a nossa comunidade”.

Iinvestimento

Com a ampliação do SES, a cobertura de esgotamento na cidade saltou de 4,5% para 36% na sede municipal. Considerando apenas a região do entorno dos lagos, o índice chega a mais de 90% de cobertura, alcançando os bairros Caminho dos Lagos, BNH, Panorama, Senhor do Bonfim, Tropical, Centenário, Fazenda Chesf e General Dutra. A obra teve investimento de R$ R$ 94,8 milhões, entre recursos próprios da empresa e do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

O esgoto doméstico coletado nas redes operadas pela Embasa é direcionado para uma das duas estações de tratamento de Paulo Afonso. Nas estações, em média, mais de 80% da matéria orgânica é removida e, só depois, o efluente já tratado é transportado ao Rio São Francisco, sem causar danos ao meio ambiente.

Legalidade da tarifa

Sistemas de esgotamento sanitário implicam em grandes investimentos e garantem mais saúde, higiene e qualidade de vida para a população, além de despoluição e preservação do meio ambiente. Na Bahia, o percentual de 80% é destinado à remuneração dos custos operacionais, depreciação, amortização e investimento realizado. A cobrança é baseada na Lei 7.307/98, que dispõe sobre a ligação de efluentes à rede pública de esgotamento sanitário.

Secom Bahia