Microcontos: Estante XV...

 

Desenho: ilustraçã
Nesta coluna, teremos sempre alguns pequenos textos conhecidos como microcontos. Parece simples compô-los, mas não o é. Para os compor, o autor deve dispor de uma boa ideia primária a ser desenvolvida, combinada com alguma habilidade para brincar com as palavras, tudo a se encaminhar para um final contraditório, nalguns casos, ou surpreendente, noutros. 


Autopreservação

— A lei nos obriga a usar capacete. A lei nos obriga a usar cinto de segurança. Agora a lei que nos obriga a usar máscara. Um dia seremos obrigados a usar luvas e botas de borracha?

— É para nossa proteção

— Eu sei. E é isso que me causa espanto!


Autor: Marcos Mairton


Enganada

Feliz por ter sido convidada para a propaganda do produto milagroso para a pele do rosto, ela chorou. Sua foto mostraria apenas o “antes”.

Autora: Zi Carloni



Ralho no palco

Equivocou-se ao escrever um pedido de reserva ao gerente do teatro. Em razão disto, pensou que iria apresentar-se na data reservada ao colega, a quem explicou que, apesar de ter escrito a solicitação, não a lera. O colega, contudo, manteve-se irredutível:

— Escreveu-o, não o leu, o palco é meu.

Autor: Magno Reis Andrade



1244

As palavras vem e vão, de tempos em tempos, até que param de vir e só sobra o silêncio, apenas o silêncio. Mas sempre dá pra cantar uma música, ligar o rádio, ou falar sozinho.


Autor: Lucas Beça


Confusão 3

É tachado de corrupto antes mesmo de informar a alta da taxa e vai cassar o direito de caçar de dois pais do meu país.


Autora: Zi Carloni


Quinta dos sonhos

Apreciador das mangas, sempre acalentou o sonho de possuir uma quinta com mangueiras de todo o tipo. Está bem próximo de o conseguir, pois já montou quatro lojas especializadas e preparadas para fornecer mangueiras feitas de lona, borracha e substância plástica, de variadas espessuras, tipos e destinações. Logo, logo possuirá a quinta.

Autor: Magno Reis Andrade



1119

A brisa no rosto lhe dava um sentimento de tranquilidade. Fim de tarde, as folhas das árvores balançando, tudo parecia possível.

Autor: Lucas Beça



Brinquedo

Aproximava-se o por do sol, quando o andarilho afastou-se da estrada e caminhou em direção a uma casa, junto a um milharal.

Ali, deram-lhe comida e água.

Enquanto se alimentava, observava uma criança que brincava com algum tipo de um jogo em um tablet.

Autor: Marcos Mairton








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Santa Isabel - São Paulo - Brasil

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