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Hora do nosso café... ☕

Por: Etiene Bouças





(...) A sabedoria humana está nessas palavras: esperar e ter esperança.

– Alexandre Dumas, no livro "O Conde de Monte Cristo". Trad. André Telles e Rodrigo Lacerda. – RJ: Zahar, 2012.

Obra: "Pacific", 1967 - Alex Colville.
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(...) Eis o que me dói ainda hoje: nós olhamos pouco para os seres amados. Tão fácil olhar e repito: olhamos tão pouco.

— Nelson Rodrigues, no livro "O Óbvio Ululante: O Brasil Karamazov [14/2/1968]". (Ed. Companhia das Letras; 1.ª edição [1995]).

Obra de Sergey Galanter.
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(...) Ando com fome de coisas sólidas e com ânsia de viver só o essencial.

— João Guimarães Rosa, no livro "24 cartas de João Guimarães Rosa a Antonio Azeredo da Silveira: Rio de Janeiro, 27-X-45". (Organização de Flávio Azeredo da Silveira; Éditions FAdS, 2000.)

Obra: "Lendo", 1892 - Almeida Júnior.
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(...) Os sonhos são os melhores instrumentos para o estudo da própria essência do homem.

— Carl G. Jung, no livro "O homem à descoberta da sua alma". Brasilia Editora, 1975.

Obra: "The Dream of Queen Katherine", 1781 - Henry Fuseli.
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(...) Não existe investimento seguro. O simples fato de se amar é uma vulnerabilidade...

— C. S. Lewis, no livro "Os quatro amores". (Cap. V: Caridade / Ed. Thomas Nelson Brasil; 1.ª edição [2017]).

Obra de Sergey Galanter.

autor
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[...] Não há descanso
sem amor,
não há sono
sem sonhos
de amor –
loucos ou indiferentes
que sejamos, obcecados
com anjos ou máquinas,
o derradeiro desejo
é amor
– não pode amargar
não se pode negar,
não se pode conter
se negado:

pesa de mais este peso

— "Canção", de Allen Ginsberg, no livro "O Uivo e Outros Poemas". (Editora Relógio D'água; 1.ª edição [2014]).

Foto: Allen Ginsberg na City Lights Books. São Francisco, CA, 1959. [Foto de Joe Rosenthal]
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(...) Existe em cada homem um instinto profundo que não é o da destruição nem o da criação. Trata-se tão-somente de uma tendência para não assemelhar-se a nada.
 
— Albert Camus, no livro "Núpcias, O Verão". (Editora Nova Fronteira; 1.ª edição [1979]).

Obra: "Portrait of Edvard Munch", 1895 - Akseli Gallen-Kallela.
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(...) O amor não conhece meios-termos; ou perde, ou salva. Nesse dilema se resume todo o destino do homem: ou a perda, ou a salvação.

— Victor Hugo, no livro "Os Miseráveis". (Quarta Parte: O idílio da rua Plumet e a epopéia da rua Saint-Denis | Livro Oitavo: Encantamentos e desolações | Cap. I: Luz plena / Ed. Cosac & Naify/Casa da Palavra; 1.ª edição [2002]).

Obra: "The Lovers", de Akseli Gallen-Kallela.
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(...) A alma que não tem objetivo estabelecido se perde, pois, como se diz, estar em toda parte é não estar em lugar nenhum.

— Michel de Montaigne, no livro "Os Ensaios". (Livro Primeiro: VIII - Sobre a ociosidade / Ed. Penguin & Companhia; 1.ª edição [2010]).

Obra: "Homem perdido no tempo, pensando no tempo perdido", de Susano Correia.
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(...) Deveríamos sempre tentar ver todas as coisas, mesmo as mais comuns, cuja existência parece o que há de mais natural neste mundo, com olhos novos, admirados, como se fosse a primeira vez. Com isso elas recuperam a capacidade de causar admiração, que a naturalidade fez adormecer, e o mundo não perde o frescor; caso contrário, tudo adormece, a vida, a alegria, a admiração. O amor, por exemplo...

— Thomas Mann, no livro "Confissões do Impostor Félix Krull". (Livro III | Cap. X / Ed. Companhia das Letras; 1.ª edição [2018]).

Obra: "Cafe Kisses", 1966 - Joseph Lorusso.
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(...) As lágrimas do mundo são uma quantidade constante. Para cada um que começa a chorar em outro lugar, outro para. O mesmo é verdade para o riso. Não falemos mal de nossa geração, ela não é mais infeliz do que suas antecessoras.

Samuel Beckett, no livro "Esperando Godot". (Ed. Cosac Naify. Trad. de Fábio de Souza Andrade [2015]).

Obra: "Q Train", 1990 - Nigel Van Wieck.
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(...) A arte livra-nos ilusoriamente da sordidez de sermos. Enquanto sentimos os males e as injúrias de Hamlet, príncipe da Dinamarca, não sentimos os nossos...

— Fernando Pessoa, no livro "Livro do Desassossego". (Vol. I / Editora Brasiliense; 1.ª edição [1989]).

Obra: "Retrato de Fernando Pessoa", 1964 - Almada Negreiros.
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(...) Sentia a necessidade de algo ao qual pudesse fixar seu oscilante coração; o coração que lhe rasgava o lado do peito; o coração que parecia, todas as tardinhas, a esta hora, quando saía para passear, ser invadido por aragens pungentes e amorosas 

— Virginia Woolf, no livro "Orlando: uma biografia". (Ed. Autêntica; 1.ª edição [2017]).

Obra de Sergey Galanter.
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(...) As essências das coisas são desde toda a eternidade e permanecerão imutáveis por toda a eternidade.

— Espinosa, no livro "Breve tratado de Deus, do homem e do seu bem-estar: De Deus e de quanto lhe pertence / Cap. I: que Deus existe". (Ed. Autêntica Editora; 1.ª edição [2012]).

Obra: "Tate Sun Setting over a Lake", 1840 - Joseph Mallord William Turner.
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(...) Eu e outras pessoas como eu trabalhamos duro a vida toda, para obrigar nossas consciências a fingirem contentamento e alegria. [...] 

Exceto por algumas horas boas, estamos sempre abatidos, doentes e amargurados pela consciência de nossa própria futilidade.

— Thomas Mann, no livro “Os famintos e outras histórias: Tristão". (Editora Nova Fronteira; 2.ª edição [2000]).

Obra: "Operários", 1933 - Tarsila do Amaral.
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(...) A viva compreensão da vida é segurar o coração.



– Hilda Hist, no livro "A obscena senhora D". (Ed. Globo; 1.ª edição [2001]).

Obra [detalhe]: "Alegoría de la Caridad", 1655 - Francisco de Zurbarán.
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(...) No que diz respeito à arte de viver, o material é a sua própria vida. Não se pode criar grandes coisas de uma hora para outra. É preciso tempo. 

— Epicteto, no livro "A arte de viver: o manual clássico da Virtude, Felicidade e Sabedoria". (Ed. Sextante; 1.ª edição [2018]).

Obra: "Læsende pige ved vinduet [book]", 1909 - Carl Holsøe.
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(...) O amor constitui uma oportunidade sublime para o indivíduo amadurecer, tornar-se algo, tornar-se um mundo, tornar-se um mundo para si mesmo por causa de uma outra pessoa; é uma grande exigência para o indivíduo, uma exigência irrestrita, algo que o destaca e o convoca para longe.

— Rainer Maria Rilke, no livro "Cartas a um jovem poeta: Roma, 14 de maio de 1904". (L&PM Editores; trad. Pedro Süssekind; 1.ª edição [2009]).

Obra de Sergey Galanter.
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(...) Conversaram sem se preocupar com a hora, porque ambos estavam acostumados a compartilhar suas insônias. 

— Gabriel García Márquez, no livro "O Amor nos Tempos do Cólera". (Editora Record; 51.ª edição [2018]).

Obra: "Lilac Wine", (?) - Holly Warburton.
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Tu!
incendiando a minha
vida
como um vulcão de lava
aberta

— "O Teu Corpo", de Maria Teresa Horta, no livro "As Palavras do Corpo: Antologia de Poesia Erótica". (Ed. Dom Quixote; 1.ª edição [2012]).

Obra de Sergey Galanter.
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(...) O amor é um mestre, mas é preciso saber adquiri-lo, porque é difícil adquiri-lo, custa caro, um longo trabalho que demanda um longo tempo, porque não se deve amar apenas por um instante fortuito, mas até o fim. 

— Fiódor Dostoiévski, no livro "Os Irmãos Karamazov". (Segunda parte. Livro VI: Um monge russo [Cap III: Trechos das palestras e sermões do Stárietz Zossima]. (Editora 34 [Coleção Leste]; 3.ª edição [2012]).

Obra de Sergey Galanter.
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(...) Mas, como o humano é frágil e perecível, teremos sempre de buscar ao redor de nós pessoas que amaremos e por quem seremos amados: privada de afeição e de simpatia, a vida não tem qualquer alegria.

— Cícero, no livro "Lélio, ou a Amizade". (Ed. L± 1.ª edição [2009]).

Obra de Sergey Galanter.
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(...) E eu que pensava que sabia tudo, que ensinava os outros como viver... eu não sei nada. 

— Liev Tolstói, no livro "Padre Sérgio". (Cap. VIII / Ed. Cosac & Naify; 1.ª edição [2001]).

Obra: "Sunday", 1926 - Edward Hopper.
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Um longo beijo jovem, demorado
De amor, de beleza, aí se concentrava,
Raios a um fogo só, do céu atiçado [...]
E a pulsação é incêndio, e o sangue é lava, E um terremoto o beijo - o vigor de um beijo
Mede-se em sua extensão, assim que eu vejo.

— Lord Byron, no livro "Don Juan | Canto II: CLXXXVI". In: AGUSTINI, Lucas de Lacerda Zaparolli de. Don Juan de Lord Byron [Tradução Integral, Comentários e Notas]. Orientador John Milton. São Paulo, 2020.

Obra: "El Beso", 1859 - Francesco Hayez.
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(...) Trabalhou para poder viver e, para poder viver, amou, pois o coração também precisa de alimento. 

— Victor Hugo, no livro "Os Miseráveis". (Primeira Parte: Fantine | Livro Terceiro: durante o ano de 1817 | Cap. II: o duplo quarteto / Ed. Cosac & Naify/Casa da Palavra; 1.ª edição [2002]).

Obra: "Golden hours", 1864 - Frederic Leighton.
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(...) Pare de aspirar a ser outra coisa além do melhor de você mesmo. Porque isso está sob seu controle. 

— Epicteto, no livro "A arte de viver: o manual clássico da Virtude, Felicidade e Sabedoria". (Ed. Sextante; 1.ª edição [2018]).

Obra: "It's not pee", 2019 - Jenna Gribbon
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(...) Porque um coração que ama muito se entristece muito.

— Fiódor Dostoiévski, no livro "Um pequeno herói". (Editora 34. Trad. Fátima Bianchi; 1.ª edição [2015]).

Obra de Marcelo Tolentino.
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(...) Amo essa jovem mais que à minha vida, pois ela é a minha vida; amo-a mais que a todos os meus desejos, pois ela é o meu único desejo; mais do que a todos os meus pensamentos, pois ela é o meu único pensamento; mais ardentemente que o sol ama as flores, mais intimamente que o desgosto ama o segredo da alma dolorida; mais impacientemente que a areia ardente do deserto ama a chuva — estou ligado a ela com mais ternura que o olhar da mãe à criança, com mais confiança que uma alma em oração; ela é mais inseparável de mim que a planta da sua raiz.

— Soren Kierkegaard, no livro "Diário de um Sedutor" (3 de Agosto / Editora Abril Cultural [Os Pensadores]. 1.ª Edição [1979]).

Obra: "Persuasion", (?) - Leonard Campbell Taylor.
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(...) Cheguei ao ponto em que precisava de solidão e de desligar a máquina de "pensar" e "curtir" o que chamam de "viver"; tudo o que eu queria era deitar na grama e olhar as nuvens. 

— Jack Kerouac, no livro "Cenas de Nova York e outras viagens: Sozinho no topo da montanha". (Ed. L&PM, 1.ª edição [2012]).

Obra: "Two Girls Lying on the Grass", 1889 - John Singer Sargent.
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(...) O que obriga vocês a agir é só uma coisa, que sempre irá movê-los com mais força que todos os outros motores da vida: a necessidade de poesia, de que vocês nem têm consciência, mas sentem e sempre irão sentir, enquanto restar algo de humano em vocês. 

— Liev Tolstoy, no livro "Contos Completos: Das memórias do príncipe D. Nekhliúdov". (Editora Cosac Naify; 1.ª edição [2015]).

Obra: "Baco", 1595 - Caravaggio.
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(...) O verdadeiro lugar de nascimento é aquele em que lançamos pela primeira vez um olhar inteligente sobre nós mesmos: minhas primeiras pátrias foram os livros. 

— Marguerite Yourcenar, no livro "Memórias de Adriano". (Cap. II: Varius Multiplex multiformis / Ed. Círculo do Livro; 1.ª edição [1974]).

Obra de Danielle Joy Mckinney.
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(...) Uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora de minha própria vida. Foi apesar de que parei na rua e fiquei olhando para você enquanto você esperava um táxi. E desde logo desejando você, esse teu corpo...

— Clarice Lispector, no livro "Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres". (Ed. Rocco; 1.ª edição [1998]).

Obra de Sergey Galanter.
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(...) Fosse fantasia, fosse amor, fosse um capricho, todas as suas forças espirituais estavam concentradas num só desejo: vê-la e amá-la. 

— Liev Tolstoy, no livro "Contos Completos: Dois Hussardos". (Editora Cosac Naify; 1.ª edição [2015]).

Obra: "Lovers No. 3", de Owen Gent.
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(...) Senti uma inquietação interior e a necessidade de exprimir de algum modo o excesso de alguma coisa que de repente transbordava em minha alma. 

— Liev Tolstoy, no livro "Contos Completos: Das memórias do príncipe D. Nekhliúdov". (Editora Cosac Naify; 1.ª edição [2015]).

Obra: "Lady with a muff", 1916 - Gustav Klimt.
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(...) Às vezes, confesso, fico com medo porque ninguém pode aguentar toda essa merda que jogam sem parar em cima de nós. Mas, então, a gente tem que de algum modo erguer a cabeça para encarar o dia seguinte. 

— James Baldwin, no livro "Se a rua Beale Falasse". (Ed. Companhia das Letras; 1.ª edição [2019]).

Obra de Danielle Joy Mckinney.
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(...) E desesperava ao sentir que eu acumulara comigo tanto amor que estava inútil, sem ter onde pousar. 

— João Guimarães Rosa, no livro "Sagarana: Minha gente". (Editora Global; 1.ª edição [2019]).

Obra: "Melancholy", 1891 - Edvard Munch.
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(...) Ofereci-te tanta coisa. A mais preciosa, aquela que há muitos anos não dava a ninguém - a mais preciosa, repito, foi a minha absoluta disponibilidade para estar contigo, ouvir-te, ou estar em silêncio perto de ti. 

— Al Berto, no livro "Diários". (Editora Assírio & Alvim; 2.ª edição [2013]).

Obra: "Room in New York", 1932 - Edward Hopper.
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(...) O homem que não atravessa o inferno de suas paixões também não as supera.

— Carl G. Jung, no livro "Memórias, sonhos, reflexões". Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2016.

Obra: "Despair", 1894 - Edvard Munch.
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(...) Prolongaram-se os nossos olhares... ficamos a amar um ao outro. Todos os amores começam pouco mais ou menos assim.

— Machado de Assis, no livro "Contos (quase) esquecidos: Mariana". (Ed. Filocalia; 2.ª edição [2020]).

Obra: "Eye in Eye", 1894 - Edvard Munch.

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(...) Defenda sua solidão com uma aspereza que não respeita mais nada. Se os senhores têm deveres, deem-lhes no devido tempo o que lhes cabe; se têm amigos, combinem encontros oportunos; se pessoas inconvenientes quiserem se impor, fechem-lhes cortesmente sua porta. 

— A.D. Sertillanges, no livro "A vida intelectual". (Cap. IV: O tempo do trabalho / Ed. É Realizações; 1.ª edição [2010]).


Obra: "A Monk Reading", 1661 - Rembrandt.

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(...) O que a filosofia nos pede é uma opção pela coragem. Seu remédio é expor, sem hesitar, inflexível e obstinadamente, as premissas falsas e enganadoras nas quais baseamos nossas vidas e nossa identidade. 

— Epicteto, no livro "A arte de viver: o manual clássico da Virtude, Felicidade e Sabedoria". (Ed. Sextante; 1.ª edição [2018]).


Obra: "Boy Reading", 1921 - Samuel John Peploe.

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(...) Posso suportar um pouco de dúvida: é o preço que se tem de pagar pela pureza. 

— Jean-Paul Sartre, no livro "O Muro: O muro". (Editora Nova Fronteira; Edição especial [2015]).


Obra: "Man Smoking A Pipe", 1902 - Paul Cezanne.

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(...) A partir do momento que nos esforcemos em viver sinceramente, tudo irá bem, mesmo que tenhamos inevitavelmente que passar por aflições sinceras e verdadeiras desilusões. 

— Vincent van Gogh, no livro "Cartas a Théo: Antologia". (L&PM Editores; 1.ª edição [1997]).


Obra: "Autorretrato com a Orelha Enfaixada", 1889 - Vincent van Gogh

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(...) Há um dia, é um daqueles dias perfeitos que você tenta descrever... mas nunca consegue. Tem algo de cheiro de roupa lavada; de grama secando depois da chuva; tem algo do brilho quadriculado da luz do sol no pasto; do gosto fresco das folhas de hortelã na língua... do deslumbramento, do toque morno do sol na pele. Tudo isso à disposição para amar, para admirar.

— Sylvia Plath, no livro "Johnny Panic e a bíblia de sonhos: Um dia de junho". (Ed. Biblioteca Azul; 1.ª edição [2020]).


Obra: "Sun in an Empty Room", 1963 - Edward Hopper.

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(...) Escorregaram um pelo outro como para cair em si mesmos, na terra comum onde as palavras e as carícias e as bocas os envolviam como a circunferência envolve o círculo. 

— Julio Cortázar, no livro "O Jogo da Amarelinha". (Ed. Civilização Brasileira; 7.ª edição [2002]).


Obra de Sergey Galanter.

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(...) Sei quem eu era quando me levantei esta manhã, mas acho que já passei por várias mudanças desde então. 

— Lewis Carroll, no livro "Aventuras de Alice no País das Maravilhas". (Ed. Zahar; Trad. Maria Luiza X. de A. Borges (edição comentada e ilustrada) [2013]).


Obra: "Girl with a Pearl Earring", 1665 - Johannes Vermeer.

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As tuas mãos

compridas e serenas

de pele esticada sobre os dedos

as tuas mãos macias

como vales

que prendem me prendem e desprendem

as tuas mãos

sedentas

mais profundas de secretas razões

e que se afundam

nas partes fundas

do meu corpo

que me fazem gemer

e que me iludem

me rasgam

curam e descuram

me vestem de amor e de ventura.


— "As Tuas Mãos", de Maria Teresa Horta, no livro "As Palavras do Corpo: Antologia de Poesia Erótica". (Ed. Dom Quixote; 1.ª edição [2012]).

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(...) É só quando sabemos desfrutar da solidão que os outros podem desfrutar da nossa companhia. 

— Louis Lavelle, no livro "A Consciência de Si". (Cap. VIII: Solidão e comunhão / Ed. É Realizações / Trad. Lara Christina de Malimpensa; 1.ª edição [2014]).


Obra: "High Noon", 1949 - Edward Hopper.

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(...) As pessoas e as coisas não são como desejamos que sejam nem o que parecem ser. São aquilo que são. 

— Epicteto, no livro "A arte de viver: o manual clássico da Virtude, Felicidade e Sabedoria". (Ed. Sextante; 1.ª edição [2018]).


Obra: "Melancholy", 1891 - Edvard Munch.

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(...) Para onde tinham ido, se perguntava com melancolia, aqueles dias férteis da infância nos quais ela acreditara...?

Em que idade aqueles mundos de sonhos coloridos e benevolentes a tinham abandonado?

— Sylvia Plath, no livro "Johnny Panic e a bíblia de sonhos: A caixinha de desejos". (Ed. Biblioteca Azul; 1.ª edição [2020]).


Obra: "A estudante", 1915 - Anita Malfatti.

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Privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu, privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e a lei, privatize-se a nuvem que passa, privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno e de olhos abertos. E finalmente, para florão e remate de tanto privatizar, privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez a exploração deles a empresas privadas, mediante concurso internacional. Aí se encontra a salvação do mundo... e, já agora, privatize-se também a puta que os pariu a todos.


José Saramago.

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(...) E no entanto, é um impulso natural da humanidade o querer tocar o que nos fere os sentidos. 

— Johann W. von Goethe, no livro "Os sofrimentos do Jovem Werther". (L&PM Editores; 1ª edição [2004]).


Obra: "Attraction in Landscape", 1908 - Edvard Munch.

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(...) É que nunca nos achamos tão indefesos contra o sofrimento como quando amamos, nunca tão desamparadamente infelizes como quando perdemos o nosso objeto amado ou o seu amor. 

— Sigmund Freud, no livro "O mal estar na civilização". (Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de S. Freud, Volume XVI. Editora Imago; 1.ª edição [1996]).


Obra: "Ashes", 1895 - Edvard Munch.

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(...) Como é possível, em meio a essa natureza fascinante, persistir na alma do homem o sentimento de rancor, de vingança ou a paixão de aniquilar seus semelhantes? 

— Liev Tolstoy, no livro "Contos Completos: A Incursão". (Editora Cosac Naify; 1.ª edição [2015]).


Obra: "Leo Tolstoy Barefoot", 1901 - Ilya Replin.

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(...) Viveremos para acabar com a morte? Não, vivemos para temê-la e também para amá-la, e precisamente por causa da morte é que nossa vida vez por outra resplandece tão radiosa num breve instante. 

— Hermann Hesse, no livro "O Lobo da Estepe". (Editora Record; 1.ª edição [1982]).


Foto: Hermann Hesse, em Montagnola, Suíça, 1962. (Foto: Gisele Freund).

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(...) Quando o homem fala muito, acontece-lhe falar para nada. 

— Maxim Gorki, no livro "A Mãe". (Primeira Parte; Cap. X / Editora Zero Papel [Edição Digital]; 1.ª edição [2013]). 


Obra: "Hotel Bedroom", 1954 - Lucian Freud.

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(...) Aquilo que um cavalheiro procura, ele procura dentro de si próprio; aquilo que um homem vulgar procura, ele procura nos outros. 

— Confúcio, no livro "Os Analectos". (Livro XV / Trad. Caroline Chang e D. C. LauEd. L± 1.ª edição [2012]).


Obra: "Padre Sebastiano", 1906 - John Singer Sargent.

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(...) Quando um homem sente em si a força de praticar um ato grandioso, nenhuma palavra é necessária, qualquer que seja ela. 

— Liev Tolstoy, no livro "Contos Completos: A Incursão". (Editora Cosac Naify; 1.ª edição [2015]).


Obra: "Leo Tolstoy", 1907 - Nesterov.

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(...) O que não dá prazer não dá proveito.


— William Shakespeare, no livro "A Megera Domada". (Ato I | Cena I / L&PM Editores; 1.ª edição [2013]).


Obra: "Lovers Nude", 1911 - Egon Schiele.

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(...) Nada pode ser mais agradável do que viver no isolamento, deleitar-se com o espetáculo da natureza e ler de vez em quando um livro qualquer. 

— Nikolai Gógol, no livro "Almas Mortas". (Editora Nova Cultural; 1.ª edição [2003]).


Obra: "Miss Auras, The Red Book", 1900 - Sir John Lavery.

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[...] Ai de ti e de todos que levam a vida a querer inventar a máquina de fazer felicidade. 

— Excerto do poema "Falas de Civilização, e de não Dever Ser" de Alberto Caeiro, no livro "Poemas de Alberto Caeiro: Poemas Inconjuntos". (Ed. Ática; 10.ª edição [1993]).


Foto: Fernando Pessoa, 1914. (Foto: Apic/Getty Images).

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(...) Abraça todas as horas. Assim, acontecerá de dependeres menos do amanhã se tiveres tomado o hoje em tuas mãos. 

— Sêneca, no livro "Edificar-se para a morte: Das cartas morais a Lucílio". (Ed. Vozes; 1.ª edição [2016]).


Obra: "Woman at Window", 1822 - Caspar David Friedrich.

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(...) A misericórdia também corrompe. 


— Nelson Rodrigues, no livro "Toda nudez será castigada: terceiro ato". (Ed. Nova Fronteira; 3.ª edição [2012]).


Foto: Nelson Rodrigues, RJ, 1970. [Foto: Acervo Cedoc/Funarte].

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(...) O amor é um mestre, mas é preciso saber adquiri-lo, porque é difícil adquiri-lo, custa caro, um longo trabalho que demanda   longo tempo, porque não se deve amar apenas por um instante fortuito, mas até o fim. 

— Fiódor Dostoiévski, no livro "Os Irmãos Karamazov". (Segunda parte. Livro VI: Um monge russo [Cap III: Trechos das palestras e sermões do Stárietz Zossima]. (Editora 34 [Coleção Leste]; 3.ª edição [2012]).


Obra: "Lilac Wine", (#) - Holly Warburton.

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(...) Abraça todas as horas. Assim, acontecerá de dependeres menos do amanhã se tiveres tomado o hoje em tuas mãos. 

— Sêneca, no livro "Edificar-se para a morte: Das cartas morais a Lucílio". (Ed. Vozes; 1.ª edição [2016]).


Obra: "Woman at Window", 1822 - Caspar David Friedrich.

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(...) O que vale acima de tudo é o querer, um querer profundo: querer ser alguém; chegar a alguma coisa; ser desde já, pelo desejo, esse alguém qualificado por seu ideal. No restante sempre se dá um jeito. 

— A.D. Sertillanges, no livro "A vida intelectual". (Cap. I / Ed. É Realizações; 1.ª edição [2010]).


Obra: "Study for Phidias in The Apotheosis of Homer", 1827 - Jean-Auguste-Dominique Ingres.

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(...) Não supunha os homens bons nem maus: julgava-os sofríveis, pouco mais ou menos razoáveis, naturalmente escravos dos seus interesses. 

— Graciliano Ramos, no livro "Memórias do Cárcere". (Ed. Record; 45.ª edição [2011]).


Foto: Graciliano Ramos, s/d. (Foto: Acervo Família Graciliano Ramos).

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(...) Essa justiça que vela meu sono, eu a repudio, humilhada por precisar dela. Enquanto isso durmo e falsamente me salvo. Nós, os sonsos essenciais. 
Para que minha casa funcione, exijo de mim como primeiro dever que eu seja sonsa, que eu não exerça a minha revolta e o meu amor, guardados. Se eu não for sonsa, minha casa estremece. Eu devo ter esquecido que embaixo da casa está o terreno, o chão onde nova casa poderia ser erguida. Enquanto isso dormimos e falsamente nos salvamos.

— Clarice Lispector, no livro "Para não esquecer: Mineirinho". (Editora Rocco; 1.ª edição [1999]).


Foto: Clarice Lispector, s.d. [Foto: Alair Gomes/Arquivo Clarice Lispector/Acervo IMS].

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(...) A função do poeta não é contar o que aconteceu mas aquilo que poderia acontecer, o que é possível, de acordo com o princípio da verossimilhança e da necessidade.

— Aristóteles, no livro "Poética". (Ed. Calouste Gulbenkian; 3.ª edição [2008]).


Obra: "Young Man with a Book", 1860 - Jean-Louis Ernest Meissonier.

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(...) Será que existe maior bem-aventurança do que a que nos permite perder-nos na contemplação de um espetáculo... entregando-nos inteiramente a ele? 

— Thomas Mann, no livro "As cabeças trocadas: uma lenda indiana". (Ed. Companhia das Letras; 1.ª edição [2017]).


Obra: "Der Abendstern", 1830 - Caspar David Friedrich.

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(...) Deveis andar sempre embriagados. Tudo consiste nisso: eis a única questão. Para não sentirdes o fardo horrível do Tempo, que vos quebra as espáduas, vergando-vos para o chão, é preciso que vos embriagueis sem descanso.
Mas, com quê? Com vinho, poesia, virtude. Como quiserdes. Mas, embriagai-vos. E se, alguma vez, nos degraus de um palácio, na verde relva de uma vala, na solidão morna do vosso quarto, despertardes com a embriaguez diminuída ou desaparecida, perguntai ao vento, à vaga, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo o que foge, a tudo o que geme, a tudo o que rola, a tudo o que canta, a tudo o que fala, perguntai que horas são. E o vento, a vaga, a estrela, o pássaro, o relógio vos responderão: — É a hora de vos embriagardes! Para não serdes escravos martirizados do Tempo, embriagai-vos! Embriagai-vos sem cessar! Com vinho, poesia, virtude! Como quiserdes!

— "Embriagai-vos" (XXXIII), de Charles Baudelaire, no livro "Pequenos Poemas em Prosa [O Spleen de Paris]". (Ed. Hedra; 1.ª edição [2007]).


Obra: "The Drinkers", 1890 - Vincent van Gogh.

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(...) Escuta só: que quietude acolhedora! Digo "acolhedora", porque ela deriva do ato de acolher sons, e este provém do silêncio. 

— Thomas Mann, no livro "As cabeças trocadas: uma lenda indiana". (Ed. Companhia das Letras; 1.ª edição [2017]).


Obra: "Interior With Woman Reading", (?) - Carl Vilhelm Holsøe.

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Longe, agitados, perto, a estremecer

Ardências rubras, sem ter feito nada;

[...] Mostram como o amor é, de fato,

Embaraçado..

— Lord Byron, no livro "Don Juan | Canto I: LXXIV". In: AGUSTINI, Lucas de Lacerda Zaparolli de. Don Juan de Lord Byron [Tradução Integral, Comentários e Notas]. Orientador John Milton. São Paulo, 2020.

Obra: "Women Embracing", 1915 - Egon Schiele.

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 (...) Onde quer que esteja o edificante está o amor; e onde quer que esteja o amor, está o edificante. [...] As coisas do mundo, por mais magníficas ou barulhentas que sejam, são sem amor e, por conseguinte, elas não são edificantes; a mínima palavra pronunciada com amor, a mínima ação realizada com amor ou no amor são edificantes.

— Søren A. Kierkegaard, no livro "Obras do Amor". (Segunda Parte. Cap. I / Ed. Universitária São Francisco & Vozes; 4.ª edição [2013]).


Obra: "Monseigneur Love", 1880 - Thomas Cooper Gotch.

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(...) Reparem como o brasileiro se espanta cada vez menos. Somos, hoje, um povo de pouquíssimos espantos. 

— Nelson Rodrigues, no livro "O Óbvio Ululante: Hamlet nos bate a carteira [2/2/1968]". (Ed. Companhia das Letras; 1.ª edição [1995]).


Foto: Nelson Rodrigues, 1949. [Foto> Carlos Moskovics].

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(...) Com efeito, parece-me os homens absolutamente não terem percebido o poder do amor, que se o percebessem, os maiores templos e altares lhe preparariam, e os maiores sacrifícios lhe fariam, não como agora que nada disso há em sua honra, quando mais que tudo deve haver. É ele com efeito o deus mais amigo do homem, protetor e médico desses males, de cuja cura dependeria sem dúvida a maior felicidade para o gênero humano.

— Platão, em "O Banquete [Aristófanes]". (Ed. Vozes de Bolso; 1.ª edição [2017]).


Obra: "Lovemaking", 1915 - Egon Schiele.

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(...) Qualquer que fôsse a profundidade de meu sonho, nunca corri o perigo de me perder nêle.

 — Jean-Paul Sartre, no livro "As Palavras". (Cap. I / Ed. Nova Fronteira; 2.ª edição [2005]).


Obra: "The Sleep of Reason Produces Monsters", 1797 - Francisco de Goya.

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 Ética  


É o conjunto de valores e princípios que eu e você usamos para decidir as três grandes questões da vida, que são:

"Quero - Devo - Posso"

Quais são os princípios que usamos em nossas vidas?

- Existem coisas que eu quero mas não devo;

- Existem coisas que eu devo mas não posso;

- Existem coisas que eu posso mas não quero.

Quando é que você tem paz de espírito? Você tem paz de espírito quando aquilo que você quer é o que você pode e é o que você deve.

Como se define a ética? Através dos modos, através do exemplo, através de princípios da sociedade, religiosos ou não; através de normatizações...

Há vinte anos, num auditório, algumas pessoas fumariam e outras não. Há dez anos haveria uma placa: "É proibido fumar". Hoje não é mais preciso nenhuma imposição, ninguém fuma por censo comum. Às vezes isso surge como norma. Quando o cinto de segurança passou a ser obrigatório no Brasil, tinha gente que até vestia a camisa do time de futebol Vasco da Gama (que é branca com uma faixa transversal preta) só para enganar o agente da lei, tal a má vontade em obedecer a essa normatização. Hoje, todo mundo entra no carro e automaticamente coloca a faixa, sem nem lembrar da multa. - Isso significa que a ética vai se construindo.

Não existe ninguém "sem ética". O deputado que frauda, rouba, o falso amigo que mente e engana e o patrão que explora seus empregados? Esses têm uma ética contrária à ética da maioria. São "antiéticos". Mas isso ainda é um tipo (deturpado) de ética.


Mario Sérgio Cortella - filósofo; escritor; professor de teteologia.

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 (...) Contar é muito, muito dificultoso. Não pelos anos que se já passaram. Mas pela astúcia que têm certas coisas passadas – de fazer balance, de se remexerem dos lugares. O que eu falei foi exato? Foi. Mais teria sido?

Agora, acho que nem não. São tantas horas de pessoas, tantas coisas em tantos tempos, tudo miúdo recruzado.

— João Guimarães Rosa, no livro "Grande Sertão: Veredas". (Ed. Nova Fronteira; 16.ª edição [1984]).


Foto: João Guimarães Rosa [Acervo Família Tess].

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(...) Gostaria muito de explicar a felicidade que, como acontecera agora, trago em mim de tempos em tempos. É de fato uma coisa efervescente, algo que me preenche por completo com um estremecimento leve e agradável e que me imbui de capacidades de cuja a inexistência eu poderia a todo momento, inclusive agora, me convencer com absoluta segurança.

— Franz Kafka, no livro "Diários [1909-1923]: 16/02/10". (Ed. Todavia; 1.ª edição [2021]).


Obra: "Paul Gauguin (Man in a Red Beret)", 1888 - Vincent van Gogh.

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"Para amar é preciso desejar, e só podemos desejar o que não temos. Amar, então, é uma posição de falta. O amante crê que o amado tem algo que lhe interessa. Por isso, quando não se pode reconhecer-se como faltante, não se pode sustentar o amor. [...]Porque o amor tem disso, não basta amar em silêncio, em paralisia, é preciso dizê-lo, é preciso movimentar-se. Por isso amar é tão trabalhoso. Não tem quase nada de confortável no amor, embora ele dê tanta cor à vida e amparo à existência." 

— Ana Suy, em entrevista ao portal "Deus Ateu", 17 de fevereiro de 2021.


Obra de Joseph Lorusso.

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(...) No estado do viver, as coisas vão enqueridas com muita astúcia! Um dia é todo para a esperança, o seguinte para a desconsolação.

— João Guimarães Rosa, no livro "Grande Sertão: Veredas". (Editora Nova Fronteira, 16.ª edição [1984]).

Obra "Bêbado", 1868 - Albert Anker.

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(...) Se a luz é o primeiro amor da vida, o amor não é a luz do coração? 

— Honoré de Balzac, no livro "Eugénie Grandet". (Ed. Unesp. Trad. Fernando Santos; 1.ª edição [2020]).


Obra: "Lamia", 1905 - John William Waterhouse.

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(...) Ontem, em pleno expediente, comecei a sentir uma misteriosa angústia. Quero que me entendam. Disse "angústia", mas explico: — era um sofrimento menor e indefinível... Sofria sem nenhum motivo preciso, concreto. Fui ao boteco da esquina tomar um cafezinho. A angústia continuava lá. Mexendo o cafezinho, descobri subitamente tudo. Eu me afligia porque estava sentindo falta de alguma coisa e não sabia o quê. "Falta alguma coisa", repetia para mim mesmo. Mas não sabia o que era.

— Nelson Rodrigues, no livro "A Cabra Vadia: O negro azul [1/7/1968]". (Ed. Cia das Letras; 1.ª edição [1995]).


Obra: "Dans un café", 1880 - Gustave Caillebotte.

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(...) Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões, é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil.

— Clarice Lispector, no livro "Felicidade Clandestina: Perdoando Deus". (Ed. Rocco; 1.ª edição [1998]).


Obra: "Icarus No.2", de Owen Gent.

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(...) Nenhum mar mais forte que o mar dos sentimentos, em que ela nadava dentro dele, encrespando, nenhuma onda como as ondas do desejo, nenhuma espuma como a espuma do prazer. 
Nenhuma areia mais morna que a pele e a areia movediça das carícias. Nenhum sol mais poderoso que sol do desejo, nenhuma neve como a neve de sua resistência derretendo em alegrias azuis, em lugar nenhum uma terra tão rica quanto a carne. Ela dormia, caía em transe, estava perdida, sentia-se renovada, abençoada, transpassada pela felicidade, aquietada, queimada, consumida, purificada, nascida e renascida dentro do ventre da baleia da noite.

— Anais Nin, no livro "Fome de Amor". (Editora Artenova; 1.ª edição [1974]).


Obra: "Lovers No. 3", de Owen Gent.

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Sou tranquilo, não temperamental;

Modesto, mas com autoconfiança;

Mutável, e "idem semper", sempre igual;

Paciente, mas não fã da temperança;

Alegre, mas por vez sentimental.

— Lord Byron, no livro "Don Juan | Canto XVII: XI". In: AGUSTINI, Lucas de Lacerda Zaparolli de. Don Juan de Lord Byron [Tradução Integral, Comentários e Notas]. Orientador John Milton. São Paulo, 2020.


Obra: "George Gordon Byron", 1813 - Richard Westall.

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(...) Não compreendo o olho, e tento chegar perto. Também não compreendo o corpo, essa armadilha, nem a sangrenta lógica dos dias, nem os rostos que me olham nesta vila onde moro, o que é casa, conceito, o que são as pernas, o que é ir e vir... o que são essas senhoras velhas, os ganidos da infância, os homens curvos, o que pensam de si mesmos os tolos, as crianças, o que é pensar, o que é nítido, sonoro, o que é som, trinado, urro, grito, o que é asa hen? Lixo as unhas no escuro, escuto, estou encostada à parede no vão da escada, escuto-me a mim mesma, há uns vivos lá dentro além da palavra, expressam-se mas não compreendo.

– Hilda Hist, no livro "A obscena senhora D". (Ed. Globo; 1.ª edição [2001]).


Obra: "Eleven A.M.", 1926 - Edward Hopper.

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(...) Que amor é esse que empurra a cabeça do outro na privada e deixa a salvo pela eternidade sua própria cabeça? 

– Hilda Hist, no livro "A obscena senhora D". (Ed. Globo; 1.ª edição [2001]).


Obra: "Weeping Nude", 1913 - Edvard Munch.

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(...) Mas não quero resposta, quero ficar só. Gosto muito das pessoas mas essa necessidade voraz que às vezes me vem de me libertar de todos. 
Enriqueço na solidão: fico inteligente, graciosa e não esta feia ressentida que me olha do fundo do espelho. Ouço duzentos e noventa e nove vezes o mesmo disco, lembro poesias, dou piruetas, sonho, invento, abro todos os portões e quando vejo a alegria está instalada em mim.

— Lygia Fagundes Telles, no livro "As Meninas". (Ed. Cia das Letras; 1.ª edição [2009]).


Obra: "Night in Mountain City", 2020 - Zhiyong Jing.

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(...) O amante quer por à prova a amada, o amigo quer por à prova o amigo; é claro que este exame tem seu fundamento no amor, mas este prazer de provar, que se inflama febrilmente, este anelo do desejo de ser posto à prova explica, contudo, que inconscientemente o amor está inseguro de si mesmo.

— Søren A. Kierkegaard, no livro "Obras do Amor". (Cap. II / Ed. Universitária São Francisco & Vozes; 4.ª edição [2013]).


Obra: "Never Let Me Go", 1962 - Anne Magill.

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(...) Toco sua boca, com um dedo toco o contorno de sua boca, vou desenhando essa boca como se estivesse saindo de minha mão, como se pela primeira vez a sua boca se entreabrisse, e basta-me fechar os olhos para desfazer tudo e recomeçar. [...] as bocas se encontram e lutam debilmente, mordendo-se com os lábios, apoiando ligeiramente a língua nos dentes, brincando nas suas cavernas, onde um ar pesado vai e vem como um perfume antigo e um grande silêncio. Então, as minhas mãos procuram afogar-se no seu cabelo, cariciar lentamente a profundidade de seu cabelo, enquanto nos beijamos como se tivéssemos a boca cheia de flores ou de peixes, de movimentos vivos, de fragrância obscura. E se nos mordemos, a dor é doce, e se nos afogamos num breve e terrível absorver simultâneo de fôlego, essa instantânea morte é bela.


— Julio Cortázar, no livro "O Jogo da Amarelinha". (Ed. Civilização Brasileira; 15.ª edição [2009]).


Obra: "In Bed, The Kiss", 1892 - Henri de Toulouse-Lautrec.

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(...) Queria te falar... te falar esses nadas do dia a dia que vão consumindo a melhor parte de nós, queria te falar do fardo quando envelhecemos, do desaparecimento, dessa coisa que não existe mas é crua, é viva, o Tempo. 

– Hilda Hist, no livro "A obscena senhora D". (Ed. Globo; 1.ª edição [2001]).


Foto: Hilda Hilst aos 29 anos, em 1959. [Foto: Fernando Lemos/MIS-SP].

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(...) Senhora D, a viva compreensão da vida é segurar o coração. 

– Hilda Hist, no livro "A obscena senhora D". (Ed. Globo; 1.ª edição [2001]).


Obra de Marcelo Tolentino.

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(...) O cavalheiro ajuda os outros a perceberem o que há de bom neles; não os ajuda a perceberem o que há de ruim. O homem vulgar faz o contrário. 

— Confúcio, no livro "Os Analectos". (Livro XII / Trad. Caroline Chang e D. C. LauEd. L± 1.ª edição [2012]).


Obra: "Friends at the Theater", 1879 - Edgar Degas.

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(...) Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento. 

— Clarice Lispector, no livro "A Paixão Segundo G.H". (Editora Rocco; 1.ª edição [1998]).


Obra de Marcelo Tolentino.

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(...) Não há remorso tão profundo quanto aquele que não pode ser remediado. 

— Charles Dickens, no livro "Oliver Twist". (Cap. XXXIII / Editora Unesp; 3.ª edição [2020]).


Obra: "Jeremia treurend over de verwoesting van Jeruzalem", 1630 - Rembrandt.

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(...) Sempre pensava no mar como "la mar", que é o que o povo lhe chama em espanhol, quando o ama. Às vezes, aqueles que gostam do mar dizem mal dele, mas sempre o dizem como se ele fosse mulher. Alguns dos pescadores mais novos, os que usam boias por flutuadores e têm barcos a motor, comprados quando os fígados de tubarão davam muito dinheiro, dizem "el mar", que é masculino. Falavam dele como de um antagonista, um lugar, até um inimigo. Mas o velho sempre pensava no mar como feminino, como algo que entrega ou recusa favores supremos, e, se tresvariava ou fazia maldades era porque não podia deixar de as fazer. A lua influi no mar como as mulheres, pensava ele.

— Ernest Hemingway, no livro "O Velho e o Mar". (Editora Livros do Brasil; 1.ª edição [1956]).


Obra: "Fog Warning", 1885 - Winslow Homer.

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 (...) Das pessoas, eu esperava o bem divino e o medonho diabólico; da vida, esperava a beleza encantadora e o abominável, e dominava-me uma ânsia por tudo isto, um profundo e angustioso anseio pela realidade distante, pela vivência, qualquer que fosse o tipo, pela felicidade inebriantemente magnífica e pelo sofrimento indizível, insuspeitadamente terrível. 

— Thomas Mann, no livro "Contos: Desilusão". (Ed. Bertrand; 1.ª edição [2013]).


Obra: "The Dreamer", 1840 - Caspar David Friedrich.

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(...) Eu aprecio conversar com os velhos. Penso que devemos aprender com eles, pois são pessoas que nos antecederam num caminho que também iremos trilhar, para assim conhecermos como é: áspero e árduo ou tranqüilo e cômodo.

— Platão, no livro "A República". (Livro I / Ed. Fundação Calouste Gulbenkian; 8.ª edição [1996]).


Obra: "Old Woman Frying Eggs", 1618 - Diego Velázquez.

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(...) A noite não é o fim do dia: é o começo do dia que vem. 

— João Guimarães Rosa, no livro "Ave, Palavra". (Editora Nova Fronteira; 4.ª edição [2008]).


Obra: "Noite Estrelada Sobre o Ródano", 1888 - Vincent Van Gogh.

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  “Olhe novamente para esse ponto. É aqui. É a nossa casa. Somos nós. Nele, todos que você ama, todos que você conhece, todos que você já ouviu falar, cada ser humano que já existiu, viveram suas vidas.
O conjunto de nossa alegria e sofrimento, milhares de religiões, ideologias e doutrinas econômicas confiantes, cada caçador e coletor, cada herói e covarde, cada criador e destruidor da civilização, cada rei e camponês, cada jovem casal apaixonado, cada mãe e pai, filho esperançoso, inventor e explorador, cada professor de moral, cada político corrupto, cada “superstar”, cada “líder supremo”, cada santo e pecador na história de nossa espécie viveu ali – em um grão de poeira suspenso em um raio de Sol.

SAGAN, Carl. Palido ponto azul: uma visão do futuro da humanidade no espaço. Tradução de Rosaura Eichenberg. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.


Foto: O "Pálido Ponto Azul", fotografia da Terra tirada em 14 de fevereiro de 1990 pela sonda Voyager 1, de uma distância de seis bilhões de quilômetros (40,5 AU) da Terra.

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(...) Não creio ser um homem que saiba. Tenho sido sempre um homem que busca. 

— Herman Hesse, no livro "Demian". (Editora Record; 33.ª edição [2002]).


Obra: "Man At The Window", 1875 - Gustave Caillebotte.

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(...) Tudo se esquece, até mesmo os grandes amores. É o que há de triste e ao mesmo tempo de  na vida. Há apenas uma certa maneira de ver as coisas, e ela surge de vez em quando.

É por isso que, apesar de tudo, é bom ter tido um grande amor, uma paixão infeliz na vida. Isso constitui pelo menos um álibi para os desesperos sem razão que se apoderam de nós.

— Albert Camus, no livro "A Morte Feliz". (Editora Record; 2.ª edição [1971]).


Foto: Albert Camus, no terraço do lado de fora de seu escritório, Paris, França, 1957. (Foto: Loomis Dean/The LIFE Picture Collection).

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(...) Velho. É o que sou. Quero tudo e nada quero. Posso? Permites-me tal ousadia? Subir a mais alta montanha, conhecer o algures e o nenhures; tocar o fundo de todos os mares e deitar-me com as estrelas e correr como o vento. 

— Ernest Hemingway, no livro "O Velho e o Mar". (Editora Bertrand Brasil; 80ª edição [2013]).


Foto: Ernest Hemingway em Cuba, 1952. (The Life Picture Collection/Getty Images).

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(...) Sofre mais quem espera sempre ou quem nunca esperou ninguém? 

— Pablo Neruda, no livro "Livro das Perguntas". (Ed. Cosac & Naify; 1.ª edição [2008]).


Obra: "The Lonely Ones", 1899 - Edvard Munch.

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(...) Brasil vacila entre o pessimismo mais obtuso e a esperança mais frenética. 

— Nelson Rodrigues, no livro "Somos o Brasil: Brasil vacila entre o pessimismo mais obtuso e a esperança mais frenética." (Ed. Nova Fronteira; 1.ª edição [2013]).


Foto: "Nelson Rodrigues", 1949. [Foto: Carlos Moskovics]

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(...) A vida, a desgraça, o isolamento, o abandono, a pobreza, são campos de batalha que também têm seus heróis; heróis obscuros, maiores talvez que muito herói ilustre. 

— Victor Hugo, no livro "Os Miseráveis". (Livro III [Marius: Cap. V]. Ed. Penguin; 1.ª edição [2017]).


Obra: "Os Comedores de Batata", 1885 - Vincent van Gogh.

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(...) Mesmo não sabendo que era amor, sentiam que era bom. 

— Jorge Amado, no livro "Capitães da Areia". (Ed. Cia das Letras; 1.ª edição [2008]).


Obra: "L'Amour et Psyché, enfants", 1890 - William-Adolphe Bouguereau.

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Ainda sabendo que a morte vem de Deus, quando nós não a provocarmos, não podemos, por enquanto, na Terra receber a morte com alegria porque ninguém recebe um adeus com felicidade, mas podemos receber a separação com fé em Deus, entendendo que um dia nos reencontraremos todos numa vida maior e essa esperança deve aquecer-nos o coração.


Chico Xavier , ARANTES, Hércio Marcos Cintra. Palavras de Chico Xavier. São Paulo: IDE, 1995, Cap. 25.

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(...) Por que é um deserto o meu si-mesmo? Será que vivi por demais fora de mim, nas pessoas e nas coisas? Por que evitei o meu si-mesmo? Eu não me era caro? 

— Carl G. Jung, no livro "O livro vermelho: Liber Primus / Cap. IV: O deserto". (Ed. Vozes. Trad. Edgar Orth. 4.ª edição [2015]).


Obra: "Interior with Young Man Reading", 1898 - Vilhelm Hammershøi.

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(...) Na solidão o solitário devora a si mesmo, na multidão o devoram muitos. Agora escolha.

— Friedrich W. Nietzsche, no livro "Humano, Demasiado Humano II". (Editora Cia das Letras; 1.ª edição [2002]).

Obra: "Slow Progress", 2012 - Lesley Oldaker.

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(...) Será que também desta festa mundial da morte, e também da perniciosa febre que inflama o céu da noite chuvosa, ainda surgirá o amor?

— Thomas Mann, no livro "A Montanha Mágica". (Parte VI - Neve / Ed. Cia das Letras; 1.ª edição [2016]).


Obra: "Time to Change", 2019 - Lesley Oldaker.

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(...) – O Senhor – Então no mundo não há nada bom?

– Mefistófeles – Não senhor. Quando eu lá vejo passa até de ruim. Chega a haver dias em que eu próprio tenho lastimas dos homens.

— Johann W. von Goethe, no livro "Fausto". (Quadro I | Cena I / Editora W. M. Jackson; 2.ª edição [1956]).


Obra: "O passado de uma ilusão", de Susano Correia.

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(...) A verdade construía altos muros à sua volta, tapava todas as fendas do horizonte; não havia nada no mundo além deste calor e destas pedras, a não ser os sonhos.

— Jean-Paul Sartre, no livro "Os caminhos da liberdade: Com a morte na alma". (Ed. Nova Fronteira; 1.ª edição [2017]).

Obra: "Melancholy Woman", 1902 - Pablo Picasso.

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(...) O homem é vasto, vasto até demais; eu o faria mais estreito.

— Fiódor Dostoiévski, no livro "Os Irmãos Karamazov". (Primeira parte. Livro III: Os lascivos [Cap III: Confissão de um coração ardente - em versos]". (Editora 34 [Coleção Leste]; 3.ª edição [2012]).


Obra: "Evening", 1986 - Ilya Glazunov.

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(...) Quem enfrentar monstros deve permanecer atento para não se tornar também um monstro. Se olhares demasiado tempo dentro de um abismo, o abismo acabará por olhar dentro de ti.

— Friedrich Nietzsche, no livro "Para Além do Bem e do Mal". (Hemus Editora; 3.ª edição [2001]).


Obra: "Face a face com o abismo", de Susano Correia.

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(...) Ser coerente com as próprias palavras é ter moral.

— Confúcio, no livro "Os Analectos". (Trad. Caroline Chang e D. C. LauEd. L± 1.ª edição [2012]). 

Obra: "Portrait of Baron H.H. Thyssen-Bornemisza", 1981 - Lucian Freud.

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[...] Amor é tudo que nós dissemos

que não era.

— "Uma definição!", de Charles Bukowski, no livro "O amor é um cão dos diabos". (L&PM Editores; 1.ª edição [2010]).


Obra: "Later That Night", (#) - Joseph Loruso.

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(...) Eu às vezes tenho uma saudade de uma coisa que eu não sei o que é, nem de donde, me afrontando.

— João Guimarães Rosa, no livro "Manuelzão e Miguilim [Corpo de Baile]". (Ed. Nova Fronteira; 12.ª edição [1984]).


Obra: "Claude Monet [Le Liseur]", 1872 - Pierre-Auguste Renoir.

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(...) A grande vaia é mil vezes mais forte, mais poderosa, mais nobre do que a grande apoteose. Os admiradores corrompem.

— Nelson Rodrigues, no livro "Flor de Obsessão". (Ed. Cia Das Letras; 1.ª edição [1997]). 


(Foto: Acervo Editora Globo.)

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(...) Na solidão, onde todos se veem limitados aos seus próprios recursos, o indivíduo enxerga o que tem em si mesmo.

— Arthur Schopenhauer, no livro "Aforismos Para Sabedoria de Vida. (Editora Martins Fontes; 3.ª edição [2009]).

Obra: "Ocean Limited", 1962 - Alex Colville.

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(...) A cegueira também é isto, viver num mundo onde se tenha acabado a esperança.

— José Saramago, no livro "Ensaio Sobre a Cegueira". (Ed. Companhia das Letras; 6.ª edição [1995]).

Obra: "Blindfolded Man", 2013 - Cristina Pedrazzini.

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(...) O olhar interior transforma tudo e dá a todas as coisas o complemento de beleza que lhes falta para que sejam
 verdadeiramente dignas de nos serem agradáveis.

— Charles Baudelaire, no livro "Paraísos Artificiais". (Parte I: Poema do Haxixe / Cap. IV: O homem-deus". (Ed. L± 2.ª edição [2011]).

Obra: "Bohemian (Miquel Utrillo)", 1890 - Santiago Rusiñol.

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(...)  Ninguém suporta o amor alheio. O mundo nunca foi a casa do amor. [...] Os impotentes do sentimento precisam matar o amor. 

— Nelson Rodrigues, no livro "O Óbvio Ululante: Ninguém pode saber que você ama [21/2/1968]". (Ed. Companhia das Letras; 1.ª edição [1995]).


Obra: "The Lovers", 1928 - René Magritte.

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(...) Se todo animal inspira ternura, o que houve, então, com os homens?

— João Guimarães Rosa, no livro "Ave, Palavra". (Editora Nova Fronteira; 4.ª edição [2008]).

Detalhe da Ilustração "Plutão", de Gustave Doré, para o livro "A Divina Comédia" de Dante Alighieri.

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[...] Por que és assim tão escura, assim tão triste?! 

É que, talvez, ó Noite, em ti existe 

Uma Saudade igual à que eu contenho!

Saudade que eu sei donde me vem ... 

Talvez de ti, ó Noite! Ou de ninguém!

Que eu nunca sei quem sou, nem o que tenho!!

— "Noite de Saudade", de Florbela Espanca, no livro "Livro de Mágoas". (Globus Editora; 1.ª edição [2011]).


Obra: "Portrait of Edith Schiele Seated with Striped Dress", 1915 - Eggon Schiele.

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(...) Sendo a alma criada com inclinação para o amor, corre ao encontro de tudo que lhe acene alegrias, se em nome do amor nessa direção for convocada. Para que o instinto do amor se transforme em ato de amor, o teu entendimento recolhe imagens que, desenvolvidas no íntimo, atraem outras almas. E quando elas se entregam, essa entrega é o amor, é a própria natureza que, pelo liame do prazer amoroso, de novo se funde com o homem. É qual chama que busca elevar-se, em virtude de sua forma que para o alto sempre tende, em direitura do centro onde sua remota origem ainda arde; é pelo desejo que a alma se incendeia, num impulso espiritual que não aplaca enquanto do objeto amado não consegue a posse ambicionada.

— Dante Alighieri, no livro "A Divina Comédia [Col. Obras-Primas]". (Purgatório | Canto XVII / Editora Nova Cultural. Trad. Fábio M. Alberti [2002]).


Obra: "Eye in Eye", 1894 - Edvard Munch.

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(...) Mas então, o que era a vida? Era calor, o produto calorífico de uma instabilidade preservadora da forma, uma febre da matéria que acompanhava o processo de incessante decomposição e reconstituição de moléculas de albumina, estas mesmas insubsistentes, dadas a complicação e engenhosidade de sua estrutura. Era o ser daquilo que em relidade não podia ser, daquilo que, a muito custo e mediante um esforço delicioso e aflitivo, consegue chegar, nesse processo complexo e febril de decadência e de renovação, ao equilíbrio no ponto do ser. Não era nem matéria nem espírito. Era qualquer coisa entre os dois, um fenômeno sustentado pela matéria, tal e qual o arco-íris sobre a queda-d’água, e igual à chama. Mas, se bem não fosse material, era sensual até a volúpia e até o asco, o impudor da natureza tornada irritável e sensível com respeito a si própria, e a forma lasciva do ser. Era um movimento clandestino, mas perceptível no casto frio do universo, uma secreta e voluptuosa impureza composta de sucção e de evacuação, uma exalação excretória de gás carbônico e de substâncias nocivas de procedência e qualidade ignotas. Era vegetação, desenvolução e configuração — possibilitadas pela hipercompensação da sua instabilidade e controladas pelas leis de formação que lhe eram inerentes — de uma coisa túmida de água, albumina, sal e gorduras, uma coisa que se chamava carne e se convertia em forma, em imagem sublime, em beleza, mas que, ao mesmo tempo, era o princípio da sensualidade e do desejo.

— Thomas Mann, no livro "A Montanha Mágica". (Parte V - Pesquisas / Ed. Cia das Letras; 1.ª edição [2016]).


Obra: "Mulher Sentada com Joelho Dobrado", 1917 - Egon Schiele.

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(...) Nesta mala há um lugar vazio que encho de palha. Assim também na mala da nossa existência: basta enchê-la de qualquer coisa, só para que não haja vazio.

— Ivan Turgueniev, no livro "Pais e Filhos". (Ed. Cultura Brasileira; 1.ª edição [1935]).Obra de Anne Magill.

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(...) Muitos trabalham, gemem o tempo todo, esgotam suas forças, fazem tudo que é possível, mas não conseguem apaziguar a fome.

— Raduan Nassar, no livro "Lavoura Arcaica". (Editora Cia das Letras; 3.ª edição [1989).


Obra: "Head of a Young Peasant Woman with Dark Cap", 1885 - Vincent van Gogh

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(...) Qualquer que fôsse a profundidade de meu sonho, nunca corri o perigo de me perder nêle. 


— Jean-Paul Sartre, em "As Palavras". (Cap. I [Ler] / Editora Nova Fronteira; 2.ª edição [2005]).


Obra: "Portrait of Vera Repina", (?) - Ilya Repin.

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(...) Mas, apesar da sua imensa sabedoria e de sua aura misteriosa, tinha um peso humano, uma condição terrestre que o mantinha atrapalhado com os minúsculos problemas da vida cotidiana.

— Gabriel García Márquez, no livro "Cem Anos de Solidão". (Editora Record; 28.ª edição [1985]).


Obra: "The Reader", 1885 - Ferdinand Hodler.

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(...) O mal todo tem a sua origem em que os homens imaginam que existem determinadas situações, nas quais se pode proceder sem amor para com os seus semelhantes, quando tais situações não existem. Pode-se proceder sem amor para com as coisas; sem amor pode-se rachar lenha, malhar ferro ou coser tijolos, mas nas relações de homem para homem, o amor é tão indispensável como é indispensável a prudência quando se lida com abelhas. É a natureza que assim o quer, pois que o amor é a lei fundamental dessa mesma natureza... 

— Liev Tolstoy, no livro "Ressurreição". (Livro II | Cap. X / Editora Centaur; 1.ª edição [2010]).


Obra: "Disappointed Soul", 1889 - Ferdinand Hodler.

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(...) É impossível expressar a sensação vital de qualquer época da nossa existência... aquilo que confere verdade, sentido à existência... sua essência sutil e penetrante. É impossível. Vivemos conforme sonhamos... sozinhos. 

— Joseph Conrad, no livro "No Coração das Trevas". (Ed. Hedra; 1.ª edição [2008]).


Obra: "Homem a bordo de sua própria solidão", de Susano Correia.

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(...) A gente não pode se ofender com qualquer um... é exatamente assim! Não é qualquer um que merece atenção — magnífica regra! É justamente dela que preciso. 

— Fiódor Dostoiévski, no livro "O Adolescente". (Primeira Parte; Cap. II / Editora 34 [Coleção Leste]; 1.ª edição [2015]).


Obra: "Sur le Pont de l'Europe", 1877 - Gustave Caillebotte.

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(...) Nós, homens, inventamos o telégrafo e o telefone e tantas outras aquisições da era moderna; sim, isto fizemos. Mas quando olhamos para cima é preciso reconhecer e compreender que, no fundo, somos uns vermes, uns vermes miseráveis e nada mais. 

— Thomas Mann, no livro "Tonio Kröger". (Ed. Abril Cultural; 1ª edição [1971]).


Obra: "The Renowned Orders of the Night", 1997 - Anselm Kiefer.

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(...) Como a alegria e a felicidade tornam bela as pessoas! Como o amor enche o coração! Quando nos sentimos felizes parece-nos que o coração nos vai transbordar para o coração do ente amado. Queremos que todos se alegrem, que todos se riam. 

— Fiódor Dostoiévski, no livro "Noites Brancas". (Editora 34; 3.ª edição [2009]).


Obra: Untitled, (?) - Anne Magill.

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(...) O enfermo é justamente um enfermo, tem uma natureza particular e o modo de sentir alterado, como decorrência de seu estado; a doença prepara o sujeito de modo que os dois, ela e ele, se entendam bem:

há diminuições de sensibilidade, desfalecimentos, narcoses providenciais, medidas da natureza, no sentido do ajustamento e alívio morais e espirituais, fenômenos que o homem sadio, na sua ingenuidade, se esquece de levar em conta.

— Thomas Mann, no livro "A Montanha Mágica". (Parte VI - Operationes Spirituales / Ed. Cia das Letras; 1.ª edição [2016]).


Obra: "The Misery", 1886 - Cristóbal Rojas.

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"Não sei se meu temperamento sombrio irá um dia me deixar. E pensar que tal estado mental é destinado apenas ao homem - a atmosfera de sua alma parece composta de um misto do que é divino e do que é terreno." 

— Fiódor Dostoiévski, em carta à seu irmão Mikhail [Petersburgo: 9 de agosto de 1838], no livro "Dostoiévski - Correspondência [1838-1880]: Os primeiros anos". (Ed. Inverso; 1ª edição [2009]).


Obra: "Reader of Dostoevsky", 1907 - Emil Filla.

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(...) Mas vocês são como os outros, um muro. Sempre a condenar sem procurar entender. 

— Jean-Paul Sartre, no livro "Os caminhos da liberdade: Sursis". (Ed. Nova Fronteira; 1.ª edição [2017]).


Obra: "Self-Portrait with Physalis", 1912 - Egon Schiele.

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(...) Como é extraordinário, senhores,No o que os homens denominam prazer, e como se associa admiravelmente com o sofrimento. 

PLATÃO. Fedão. Tradução de Carlos Alberto Nunes. Coordenação de Benedito Nunes. Belém: Ed. Universitária da UFPA, 2002.


Obra: "Ashes", 1895 - Edvard Munch.

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(...) O que nos tranqüiliza no sono é a certeza de que dele retornamos, e retornamos os mesmos, já que uma estranha interdição nos impede de trazer conosco o resíduo exato dos nossos sonhos.
Outra coisa nos tranqüiliza ainda: é que ele nos cura temporariamente da fadiga pelo mais radical dos processos, isto é, fazendo com que cessemos de existir durante algumas horas.

— Marguerite Yourcenar, no livro "Memórias de Adriano". (Cap. I: Animula vagula blandula / Ed. Círculo do Livro; 1.ª edição [1974]).


Obra: "Sleeping Girl", 1881 - Nikolai A. Yaroshenko.

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(...) O brasileiro, inclusive o nosso ateu, é um homem de fé. 


— Nelson Rodrigues, no livro "A Cabra Vadia: Aos beijos e soluços [15/5/1968]". (Ed. Cia das Letras; 1.ª edição [1995]).


Foto: Nelson Rodrigues, Rio de Janeiro, meados de 1960. [Foto: Chico Nelson/Veja].

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(...) Em realidade o tempo não tem censuras; não há tempestades nem ressoar de trombetas no início de um novo mês ou de um novo ano, e mesmo no início de um novo século somos apenas nós, seres humanos, que lançamos fogos e repicamos sinos. 

Obra: "Looking Back", (?) - Lesley Oldaker.

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"O que é uma mulher? Eu lhes asseguro, eu não sei. Não acredito que vocês saibam. Não acredito que alguém possa saber até que ela tenha se expressado em todas as artes e profissões abertas à habilidade humana." 

WOOLF, Virginia (1882-1941)


Retrato de Virginia Woolf, aos vinte anos de idade, pelo fotógrafo George Charles Beresford, Londres, 1902. [Fot: Fine Art Images/Heritage Images.].

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(...) As atividades inúteis e as discussões consumiam as melhores parcelas do tempo, as melhores forças, e, no final, restava uma vida limitada, prosaica, uma idiotice, mas sair dela, fugir, era impossível, como se a pessoa estivesse trancada num hospício ou numa penitenciária.

— Anton Tchékhov, no livro "A Dama do Cachorrinho e Outras Histórias: A dama do cachorrinho / L&PM Editores; 1ª edição [2009]).


Obra: "Nighthawks", 1942 - Edward Hopper.

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(...) Para chamar belo a alguma coisa é preciso que nos cause admiração e prazer. 

— Voltaire, no livro "Dicionário Filosófico". (Editora Martin Claret; 1.ª edição [2002]).


Obra: "Retrato de Adele Bloch-Bauer I", 1907 - Gustav Klimt.

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(...) Incontáveis como as areias do mar são as paixões humanas, e todas elas diferentes entre si; e todas elas, as vis como as nobres, no princípio são submissas ao homem, para logo depois se transformarem em suas terríveis dominadoras. 
— Nikolai Gógol, no livro "Almas Mortas". (Editora Nova Cultural; 1.ª edição [2003]).


Obra: "A vampira", 1895 - Edvard Munch.

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(...) Como posso amar a grandeza do mundo se não posso amar o tamanho de minha natureza? 

— Clarice Lispector, no livro "Felicidade Clandestina: Perdoando Deus". (Ed. Rocco; 1.ª edição [1998]).


Foto: "Clarice Lispector, sd. [Foto: Antonio Andrade/Editora Abril].

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(...) Mas, que era afinal o humanismo? Era o amor aos homens, nada mais, nada menos. 

— Thomas Mann, no livro "A Montanha Mágica". (Parte IV - Temor nascente. Dos dois avós e do passeio de barca ao crepúsculo / Ed. Cia das Letras; 1.ª edição [2016]).


Obra: "Operários (Workers)", 1933 - Tarsila do Amaral.

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(...) No crepúsculo encantado da metrópole, sentia algumas vezes uma solidão assombrosa e percebia que outros também a sentiam, jovens pobres, que gastavam o tempo em frente às vitrinas, esperando a hora de um jantar solitário em qualquer restaurante; jovens funcionários de escritório perdidos no crepúsculo, desperdiçando em noites vazias os momentos mais pungentes de suas vidas. 

— F. Scott Fitzgerald, no livro "O Grande Gatsby". (Cap. I / L&PM Editores; 1.ª edição [2011]).


Obra: "Night Shadows", 1921 - Edward Hopper.

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(...) Pouco a pouco fui vendo mais claramente o defeito mais difundido de nossa maneira de ensinar e de educar. Ninguém aprende, ninguém aspira, ninguém ensina — “a suportar a solidão”. 

— Friedrich W. Nietzsche, no livro “Morgenröte/Aurora". (Editora Escala; 1.ª edição [2013]).


Obra: "Night in Saint-Cloud", 1893 - Edvard Munch.

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(...) Procuro sempre o silêncio. Sou um feixe de opostos e só consigo suportar-me quando me considero um fenômeno objetivo. 

— Carl G. Jung, no livro "Cartas 1946-1955: carta a Valerie Reh [28.07.1952]". (Ed. Vozes; 1.ª edição [2002]).


Obra: "Weeping Woman",v 1907 - Edvard Munch.

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(...) Todos os homens têm medo. Todos. Aquele que não tem medo não é normal; isso não tem nada a ver com a coragem. 

— Jean-Paul Sartre, no livro "Os caminhos da liberdade: Sursis". (Ed. Nova Fronteira; 1.ª edição [2017]).


Obra: "O homem amarelo", 1917 - Anita Malfatti.

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(...) A vida não vem das coisas, mas de nós. 

— Carl G. Jung, no livro "O livro vermelho: Liber Primus / Cap. V: Descida ao inferno no futuro". (Ed. Vozes. Trad. Edgar Orth. 4.ª edição [2015]).


Obra: "Lady with a muff", 1916 - Gustav Klimt.

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(...) Você é a lição de casa. Por todos os lados nenhum aluno. 

— Franz Kafka, no livro "Essencial [Aforismos: XXII]". (Ed. Penguin & Cia das Letras; 1.ª edição [2011]).


Obra [detalhe]: "Robert Louis Stevenson and His Wife", 1885 - John Singer Sargent.

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(...) É realmente mais fácil enfrentar privação, a desonra e a perdição da alma... do que a fome prolongada. Triste, mas verdadeiro. 

— Joseph Conrad, no livro "No Coração das Trevas". (Ed. Hedra; 1.ª edição [2008]). 


Obra: "Miseráveis diante do mar", 1903 - Pablo Picasso.

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(...) É indispensável emocionar a sua alma, agitá-la em todos os sentidos possíveis, mas não por partes e em rajadas, e sim inteiramente.  

— Soren Kierkegaard, no livro "Diário de um Sedutor". (3 de Agosto / Ed. Abril Cultural [col. Os Pensadores]; 1.ª Edição [1979]).


Obra: "Ophelia", 1894 - John William Waterhouse.

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(...) Ficava só, evadia-me dêste cemitério banal, ia juntar-me à vida, à loucura nos livros. Bastava-me abrir um dêles para redescobrir êsse pensamento inumano, inquieto, cujas pompas e trevas ultrapassavam meu entendimento, que saltava de uma idéia a outra, tão depressa que eu largava a prêsa cem vêzes por página, deixando-a escapulir, aturdido, perdido.

— Jean Paul-Sartre, em "As Palavras". (Cap. I [Ler] / Editora Difusão Européia; 3.ª edição [1967]).


Obra: "Nenette Reading", (?) - Elisabeth Chaplin.

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(...) No chamado "silêncio sepulcral", a sensação é sinistra. Por quê? Há fantasmas rondando? Dificilmente. O que se teme na verdade é o que poderia provir do interior da pessoa, isto é, tudo aquilo de que fugimos através do barulho. 

— Carl G. Jung, no livro "Cartas 1956-1961: carta ao Prof. Karl Oftinger [09.1957]". (Ed. Vozes; 1.ª edição [2003]).


Obra: "Hotel Room", 1931 - Edward Hopper.

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(...) Abraça todas as horas. Assim, acontecerá de dependeres menos do amanhã se tiveres tomado o hoje em tuas mãos. 

— Sêneca, no livro "Edificar-se para a morte: Das cartas morais a Lucílio". (Ed. Vozes; 1.ª edição [2016]).


Obra: "Claude Monet (Le Liseur)", 1872 - Pierre-Auguste Renoir.

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(...) Este mundo é uma choldra. Se não fosse por alguma hora que se passa em amizade, caramba, não valia a pena andar por cá! 

— Eça de Queiroz, no livro "O Crime do Padre Amaro". (Ed. Vozes [Edição de Bolso]; 1.ª edição [2019]).


Obra: "The Drinkers", 1890 - Vincent van Gogh.

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(...) Uma das terríveis características de nossa época é a luta contra o criador. Desconfia-se, nega-se, anematiza-se o criador. O que vale é a falsa criação.

— Mário Ferreira dos Santos, no livro "A Invasão Vertical dos Bárbaros". (Parte II: O Barbarismo e a Intelectualidade;  I: A Luta contra o criador / Ed. Matese; 1.ª edição [1967]).

Obra: "Portrait of Beethoven", 1820 - Joseph Karl Stieler.

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(...) Qualquer amor já é um pouquinho de saúde, um descanso na loucura. 

— João Guimarães Rosa, no livro "Grande Sertão: Veredas". (Ed. Nova Fronteira; 16.ª edição [1984]).

Obra: "Women Embracing", 1915 - Egon Schiele.

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(...) Porque numa ocasião em que este explicava com muitos pormenores o mecanismo do amor, interrompeu-o para perguntar: “O que é que se sente?”. José Arcadio deu-lhe uma resposta imediata: - É como um tremor de terra.

— Gabriel García Márquez, no livro "Cem Anos de Solidão". (Editora Record; 35.ª edição, Trad. Eliane Zagury [1985]).

Obra de Nickie Zimov.

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(...) Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo. Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante. 

— Clarice Lispector, no livro "Felicidade Clandestina: Felicidade clandestina". (Ed. Rocco; 1.ª edição [1998]).

Obra: "Girl in an Interior", (?) - Carl Vilhelm Holsøe.

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(...) O amor mais profundo não se vale das palavras. Em suas manifestações mais sutis como nas mais ardentes, romper o silêncio seria romper o amor: seria enfraquecê-lo para justificá-lo. 

— Louis Lavelle, no livro "O Erro de Narciso". (Realizações Editora; 1.ª edição [2012]).

Obra: "Room in New York", 1932 - Edward Hopper.

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(...) Amigos, não há paixão mais atroz do que a fé. 

— Nelson Rodrigues, no livro "Somos o Brasil: A Canção do Bi [Jornal dos Sports, 30/5/1962]". (Ed. Nova Fronteira; 1.ª edição [2013]).


Foto: Nelson Rodrigues e sua máquina de escrever, Rio de Janeiro, 1970. [Foto: J. Antônio/Acervo O Globo].

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(...) A arte é o homem acrescentado à natureza. 

— Vincent van Gogh, no livro "Cartas a Théo: Antologia". (L&PM Editores; 1.ª edição [1997]).

Obra: "An Out-of-Doors Study", 1889 - John Singer Sargent.

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(...) É que nunca nos achamos tão indefesos contra o sofrimento como quando amamos, nunca tão desamparadamente infelizes como quando perdemos o nosso objeto amado ou o seu amor. 

— Sigmund Freud, no livro "O mal estar na civilização". (Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de S. Freud, Volume XVI. Editora Imago; 1.ª edição [1996]).

Obra: "Menhir", (2020) - Anne Magill. 

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(...) Levem tanto quanto possível uma vida ao ar livre. É um fato comprovado que a atenção, esse nervo da ciência, está em estreita correlação com a respiração e, para a saúde geral, é sabido que a abundância de oxigênio é uma condição básica.

SERTILLANGES, A.-D. A vida intelectual. Trad. Lilia Ledon da Silva. SP: É realizações, 2010.

Obra: "Rye", 1878 - Ivan Shishkin.

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(...) Garotas e rapazes da América têm curtido momentos realmente tristes quando estão juntos; a artificialidade os força a se submeterem imediatamente ao sexo, sem os devidos diálogos preliminares.
Não me refiro a galanteios - mas sim um profundo diálogo de almas, porque a vida é sagrada e cada momento é precioso.

— Jack Kerouac, no livro "On The Road". (Editora Brasiliense; 1.ª edição [1984]).

Obra: "Summer Evening", 1947 - Edward Hopper.

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(...) Põe a mão no teu coração—bate e bate com forca, como o feto nas entranhas de sua mãe. Há ai dentro muita vida ainda: muito amor por amor, muito fogo por viver!

 — Álvares de Azevedo, no livro "Noite na Taverna". (Ed. Francisco Alves; 3.ª edição [1988]).

Obra: "Man with hand in heart", 1632 - Frans Hals.

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(...) O que move meu empenho não é um otimismo exagerado nem o encantamento dos grandes ideais.
Minha preocupação visa apenas ao destino, ao bem e ao mal que podem recair sobre o indivíduo singular, essa unidade infinitesimal de quem depende um mundo, a essência individual, na qual - se percebermos corretamente o sentido da mensagem cristã - o próprio Deus busca a sua finalidade. 

— Carl G. Jung, no livro "O si-mesmo oculto". (Cap. VII: O sentido do autoconhecimento / Ed. Vozes; 1.ª edição [2019]).

Obra: "Nocturne In Grey And Gold; Chelsea Snow", 1876 - James McNeill Whistler.

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(...) Às vezes eu caía em profunda melancolia, mas procurava esconder isso como se fosse algo ruim; outras vezes, entrava num estado eufórico, transbordante de alegria e ternura [...] mas, também tenho razão se acho tudo vazio e tedioso, se quero vida, movimento, e não isso de ficar parado no mesmo lugar, vendo o tempo passar. Eu quero andar para a frente, quero que aconteça algo de novo a cada dia, a cada hora."

— Liev Tolstoy, no livro “A Felicidade Conjugal". (Cap. II / L&PM Editores; 1.ª edição [2008]).

Obra: "Portrait of Leon Tolstoy, (1901) - Leonid Pasternak.

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(...) Apesar da idade, não me acostumar à vida. Vivê-la até ao derradeiro suspiro de credo na boca. Sempre pela primeira vez, com a mesma apetência, o mesmo espanto, a mesma aflição.

Não consentir que ela se banalize nos sentidos e no entendimento. Esquecer em cada poente o do dia anterior. Saborear os frutos do quotidiano sem ter o gosto deles na memória. Nascer todas as manhãs.

— Miguel Torga, no livro "Diários" (Editora Dom Quixote; 1. Edição [1982]).

(Obra "Old Man Walking In a Rye Field", 1905 - Laurits Andersen Ring.)

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(...) Muitos são obstinados em relação ao caminho tomado, poucos em relação à meta. 

— Friedrich W. Nietzsche, no livro "Humano, Demasiado Humano". (Editora Cia das Letras; 1.ª edição [2001]).

Obra: "Der Botaniker", (?) - Carl Spitzweg. 

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[...] mas a mim

nenhum som me importa

afora o som do teu nome que eu adoro. 

E não me lançarei no abismo,

e não beberei veneno,

e não poderei apertar na têmpora o gatilho.

Afora

o teu olhar

nenhuma lâmina me atrai com seu brilho.

— "LÍLITCHKA! (1916), de Vladmir Maiakóvski, no livro "Poesia Russa Moderna", de Augusto de Campos, Haroldo de Campos e Boris Schnaiderman. (Ed. Perspectiva, 6.ª edição [2001]).

Obra: "Les Amourex", 1888 -Emilie Friant.

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(...) Não há dúvida, não há dúvida, estou na idade da razão.

— Jean-Paul Sartre, no livro "Os caminhos da liberdade: A idade da razão". (Ed. Nova Fronteira; 1.ª edição [2017]). 

Obra: "Homem perdido no tempo, pensando no tempo perdido", de Susano Correia.

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(...) Não há dúvida, não há dúvida, estou na idade da razão.

— Jean-Paul Sartre, no livro "Os caminhos da liberdade: A idade da razão". (Ed. Nova Fronteira; 1.ª edição [2017]). 

Obra: "La Buveuse d'absinthe", 1901 - Pablo Picasso.

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(...) Quanto mais amo a humanidade em geral, menos amo os homens em particular, ou seja, em separado, como pessoas isoladas.

Em meus sonhos, dizia ele, não raro chegava a intentos apaixonados de servir à humanidade e é até possível que me deixasse crucificar em benefício dos homens se de repente isso se fizesse de algum modo necessário, mas, não obstante, não consigo passar dois dias com ninguém num quarto, o que sei por experiência. Mal a pessoa se aproxima de mim, e eis que sua personalidade já esmaga meu amor-próprio e tolhe minha liberdade. Em vinte e quatro horas posso odiar até o melhor dos homens: este por demorar muito a almoçar, aquele por estar resfriado e não parar de assoar o nariz. Eu, dizia, viro inimigo das pessoas mal elas roçam em mim. Em compensação, sempre acontecia que quanto mais eu odiava os homens em particular, mais ardente se tornava meu amor pela humanidade em geral.

— Fiódor Dostoiévski, no livro "Os Irmãos Karamazov". (Primeira parte. Livro II: Uma reunião inoportuna [Cap III: Uma senhora de pouca fé]". (Editora 34 [Coleção Leste]; 3.ª edição [2012]).

Obra: "Self Portrait with a Bottle of Wine", 1906 - Edvard Munch

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(...) A maioria das pessoas imagina que o importante, no diálogo, é a palavra. Engano, e repito: o importante é a pausa. É na pausa que duas pessoas se entendem e entram em comunhão. 
— Nelson Rodrigues, no livro "Flor de Obsessão". (Ed. Cia das Letras; 1.ª edição [1997]).

Obra de Anne Magill.

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(...) Todos estes atos foram movidos por paixão de mulheres; é mais intensa que a nossa e possui fúria bem maior. 

— "A Paixão Feminina", de Ovídio, no livro "Amores & Arte de Amar". (Ed. Penguin & Cia das Letras. Trad. Carlos Ascenso André; 1.ª edição [2011]). 

Obra: "Soldier and Girl at Station", 1953 - Alex Colville.

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(...) A solidão é para mim fonte de água medicinal e que dá sentido à minha vida. Muitas vezes o falar me tortura e preciso de silêncio por vários dias para me recuperar da futilidade das palavras. 

— Carl G. Jung, no livro "Cartas 1956-1961: carta ao Prof. Gustav Schmaltz [30.05.1957]". (Ed. Vozes; 1.ª edição [2003]).

Obra: "Man on Varandah", 1953 - Alex Colville.

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(...) Vivo espantado de estar vivo.

— Gabriel García Márquez, no livro "Do Amor e Outros Demônios". (Cap. II / Editora Record; 26.ª edição [1994]). 

Obra: "Hand with Reflecting Sphere", 1935 - M.C Escher.

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(...) Direi mesmo que o brasileiro está em processo de desumanização. Imaginem cada um de nós transformado, de repente, na antipessoa.

Conheço vários que perderam qualquer semelhança com o ser humano.

— Nelson Rodrigues, no livro "A Cabra Vadia: A multidão afrodisíaca [12/7/1968]". (Ed. Cia das Letras; 1.ª edição [1995]).

Foto: Nelson Rodrigues e sua máquina de escrever, 1970. [Foto: J. Antônio/Acervo O Globo].

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“Ouça, querida”, disse Otávia certa vez, “não fique assim com essa mentalidade de donzela folhetinesca, não separe com tanta precisão os heróis dos vilões, cada qual de um lado, tudo muito bonitinho como nas experiências de química.
Não há gente completamente boa, nem gente completamente má, está tudo misturado e a separação é impossível. O mal está no próprio gênero humano, ninguém presta. Às vezes a gente melhora. Mas passa.” 

Lygia Fagundes Telles, in: Ciranda de Pedra. — Editora: Companhia das Letras, 2009, pág. 148.

Foto: André Lessa.

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[...] Escutai, pois! Se as estrelas se acendem

é porque alguém precisa delas. 

É porque, em verdade, é indispensável

que sobre todos os tetos, cada noite,

uma única estrela, pelo menos, se alumie.

— "Estrela (1913)", de Vladímir Maiakóvski, no livro "Antologia Poética". (Editora Max Limonad; 4.ª edição [1984]).

Obra: "Noite Estrelada Sobre o Ródano", 1888 - Vincent Van Gogh.

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(...) Não, a vida não me desapontou! Pelo contrário, todos os anos a acho melhor, mais desejável, mais misteriosa. 

— Friedrich W. Nietzsche, no livro "A Gaia Ciência". (Ed. Cia das Letras; 1.ª edição [2001]).

Obra: "City Sunlight", 1954 - Edward Hopper.


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(...) Como é extraordinário, senhores, o que os homens denominam prazer, e como se associa admiravelmente com o sofrimento. 
— Platão, no livro "Diálogos: Protágoras, Górgias e Fedão: Fedão]". (Editora da UFPA. Trad. Carlos Alberto Nunes; 2ª edição [2002]).


Obra: "The Glass of Beer", 1902 - Pablo Picasso.


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(...) De todos os jogos, o do amor é o único capaz de transtornar a alma e, ao mesmo tempo, o único no qual o jogador se abandona necessariamente ao delírio do corpo. 
— Marguerite Yourcenar, no livro "Memórias de Adriano". (Cap. I: Animula vagula blandula / Ed. Círculo do Livro; 1.ª edição [1974]).


Obra: "It's All About Love", (#) - Nickie Zimov.


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(...) Para que eu seja assim inteira (essencial e essência) é preciso que não esteja em outro lugar senão em mim. 

— Lygia Fagundes Telles, no livro "As Meninas". (Ed. Cia das Letras; 1.ª edição [2009]).

Obra: "Young Lady at the spinet", (?) - Carl Vilhelm Holsøe.


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Em todas as ruas te perco

conheço tão bem o teu corpo

sonhei tanto a tua figura

que é de olhos fechados que eu ando

a limitar a tua altura 

e bebo a água e sorvo o ar

que te atravessou a cintura

tanto, tão perto, tão real

que o meu corpo se transfigura

e toca o seu próprio elemento

num corpo que já não é seu

num rio que desapareceu

onde um braço teu me procura


Em todas as ruas te encontro

Em todas as ruas te perco

— "Em todas as ruas te encontro", de Mário Cesariny, no livro "Pena Capital". (Ed. Assirio & Alvim; 3.ª edição [2004]).

Obra: "I wonder where you’re going", de Holly Warburton.


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(...) Como são pobres os que carecem de paciência! Que ferida alguma vez cicatrizou que não fosse por etapas? 

— William Shakespeare, no livro "Otelo". (L&PM Editores; 1.ª edição [2001]).

Obra: "Interior with Young Man Reading", 1898 - Vilhelm Hammershøi.


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(...) Percebi o que ainda hoje me parece ser uma verdade eterna do amor: — a verdadeira posse é o beijo na boca e repito: — é o beijo na boca que faz do casal o ser único, definitivo. Tudo mais é tão secundário, tão frágil, tão irreal. 
— Nelson Rodrigues, no livro "A Menina Sem Estrela". (Cap. LVI / Ed. Cia das Letras; 1.ª edição [1993]).

Obra: "A Kiss", (?) - Nickie Zimov.


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(...) Os momentos perfeitos, sobretudo quando raiam o sublime, têm o gravíssimo contra da sua curta duração, o que, por óbvio, dispensaria ser mencionado se não fosse a circunstância de existir uma contrariedade maior, que é não sabermos o que fazer depois. 
— José Saramago, no livro "Ensaio sobre a lucidez". (Ed. Cia das Letras; 1.ª edição [2004]). 

Obra: "An Unclean Spirit Of Wisdom", (?) - Nickie Zimov.


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Não quero o primeiro beijo:

basta-me

O instante antes do beijo. 

Quero-me

corpo ante o abismo,

terra no rasgão do sismo.


O lábio ardendo

entre tremor e temor,

o escurecer da luz

no desaguar dos corpos:

o amor

não tem depois.


Quero o vulcão

que na terra não toca:

o beijo antes de ser boca.

— "O Instante Antes do Beijo", de Mia Couto, no livro "Tradutor de Chuvas". (Editora Caminho; 1ª edição [2015]).

Obra: "Persuasion", de Nickie Zimov.


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(...) Já nos primeiros anos de minha juventude, notei que enquanto todas as outras pessoas aspiravam a bens exteriores, eu não me dirigi para tais bens, pois trago em mim um tesouro infinitamente mais valioso do que quaisquer bens exteriores: independência. 

— Arthur Schopenhauer, no livro "A arte de conhecer a si mesmo". (Ed. WMF Martins Fontes; 1.ª edição [2009]).

Obra: "Young Man with a Book", 1860 - Jean-Louis Ernest Meissonier.


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(...) Muita gente só tem de humano o terno, a gravata, os sapatos. E passamos meses e até anos sem ver ninguém parecido com o ser humano.

— Nelson Rodrigues, no livro "A Cabra Vadia: Werther". (Ed. Cia das Letras; 1.ª edição [1995]).

Obra: "The Pilgrim", 1966 - René Magritte.


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(...) Não é uma beleza, em especial, que estimula o meu amor; cem são as razões para eu estar, sempre, a amar. 

— Ovídio, no livro "Amores & Arte de Amar". (Ed. Penguin. Trad. Carlos Ascenso André; 1.ª edição [2011]).

Obra: "Lovers", 1914 - Egon Schiele.


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(...) Trabalhou para poder viver e, para poder viver, amou, pois o coração também precisa de alimento. 

— Victor Hugo, no livro "Os Miseráveis". (Ed. Cosac & Naify/Casa da Palavra; 1.ª edição [2002]).

Obra: "Eros & Psyche", 1908 - Gustav Vigeland.


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Amemos! quero de amor 

Viver no teu coração! 

Sofrer e amar essa dor 

Que desmaia de paixão! 

Na tu’alma, em teus encantos 

E na tua palidez 

E nos teus ardentes prantos 

Suspirar de languidez! 


Quero em teus lábios beber 

Os teus amores do céu! 

Quero em teu seio morrer 

No enlevo do seio teu! 

Quero viver d’esperança! 

Quero tremer e sentir! 

Na tua cheirosa trança 

Quero sonhar e dormir! 

— Excerto do poema "Amor", de Álvares de Azevedo, no livro "Lira dos Vinte Anos". (Primeira Parte / Editora Paulus; 1.ª edição [2004]).

Obra: "The Fisherman and the Syren", 1856 - Frederic Leighton.


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(...) O homem nunca deve medir-se pelo valor que lhe atribuem aqueles que só o julgam por aparências e dele só pretendem o sangue. Aprecie-se a si mesmo, na sua consciência, não para os seus inimigos, mas para os seus amigos. 

— Maxim Gorki, no livro "A Mãe". (Segunda Parte | Cap. XVIII / Editora Zero Papel [Edição Digital]; 1.ª edição [2013]).

Obra: "Paul Alexis Reading a Manuscript to Emile Zola", 1870 - Paul Cezanne.


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(...) Nunca vi dia assim, tão feio e belo...

— William Shakespeare, no livro "Macbeth". (Ato I | Cena III / L&PM Editores; 1ª edição [2000]).

Obra: "Early Evening", (?)  Anne Magill.


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(...) Caminho sem saber se caí na podridão e na desonra ou na luz e na alegria. Eis aí onde está o mal, pois tudo na terra é enigma! 

— Fiódor Dostoiévski, no livro "Os Irmãos Karamazov". (Primeira parte. Livro III: Os lascivos [Cap III: Confissão de um coração ardente - em versos]". (Editora 34 [Coleção Leste]; 3.ª edição [2012]).

Obra: "Sur le Pont de l'Europe", 1877 - Gustave Caillebotte.


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(...) Vazio é o amor sem pensar, ou o pensar sem amor. Poderoso é quem ama [...] Quem está no amor é um recipiente cheio e transbordante que aguarda o momento de doar. 
— Carl G. Jung, no livro "O livro vermelho: Liber Primus / Cap. XI: Solução". (Ed. Vozes. Trad. Edgar Orth. 4.ª edição [2015]).

Obra: ""The Milkmaid", 1660 - Johannes Vermeer.


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(..) Apenas após ter se livrado de todas as possíveis pretensões, retornando à existência tal como é, o homem pode alcançar a tranquilidade que constitui a base da felicidade humana. 
— Johann W. von Goethe, no livro "Os sofrimentos do Jovem Werther". (L&PM Editores; 1ª edição [2004]).

Obra: "Evening", 1821 - Caspar David Friedrich.


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Mas agora,

se pouco a pouco me deixas de amar

deixarei de te amar pouco a pouco.

Se de súbito

me esqueceres

não me procures, 

porque já te terei esquecido. 

[...] Porém

se todos os dias,

a toda a hora,

te sentes destinada a mim

com doçura implacável,

se todos os dias uma flor

uma flor te sobe aos lábios à minha procura,

ai meu amor, ai minha amada,

em mim todo esse fogo se repete,

em mim nada se apaga nem se esquece,

o meu amor alimenta-se do teu amor,

e enquanto viveres estará nos teus braços

sem sair dos meus. 

— "Se você me esquecer", de Pablo Neruda, no livro "Antologia poética". (Editora José Olympio; 23.ª edição [1968]).

Foto: Pablo Neruda olhando para baixo pensativamente. Itália, 1963. (Foto de Angelo Cozzi/Mondadori).


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(...) A gente vive como pode. Não existe um único caminho determinado para o indivíduo, que lhe fosse prescrito ou adequado. [...] O importante é fazer a coisa mais próxima e mais necessária. 
— Carl G. Jung, no livro "Cartas 1906-1945: carta à Senhora R. [15.12.1933]". (Ed. Vozes; 2.ª edição [2002]).

Obra: "Der Botaniker", (?) - Carl Spitzweg.


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(...) Ela era o mar e eu o rio que nele desembocava. Era uma estrela e eu outra que marchava em sua direção. Encontrávamo-nos e nos sentíamos mutuamente atraídos, permanecíamos juntos e girávamos felizes por toda a eternidade em círculos muito próximos e vibrantes, um ao redor do outro. — Herman Hesse, no livro "Demian". (Editora Record; 33.ª edição [2002]).

Obra: "Boundaries", 2019 - Miles Johnston.


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(...) O verdadeiro e o belo são afins. A verdade é contemplada pelo intelecto, que é saciado pelas relações de satisfação máxima do inteligível: a beleza é contemplada pela imaginação, que é saciada pelas relações de satisfação máxima do sensível. — James Joyce, no livro "Um retrato do artista quando jovem". (Cap. V / Ed. Autêntica; 1.ª edição [2018]).

Obra: "Late October", 1882 - John Atkinson Grimshaw.


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(...) Sempre sei, realmente. Só o que eu quis, todo o tempo, o que eu pelejei para achar, era uma só coisa? A inteira? cujo significado e vislumbrado dela eu vejo que sempre tive. 
A que era: que existe uma receita, a norma dum caminho certo, estreito, de cada uma pessoa viver? E essa pauta cada um tem? Mas a gente mesmo, no comum, não sabe encontrar; como é que, sozinho, por si, alguém ia poder encontrar e saber? Mas, esse norteado, tem. Tem que ter. Se não, a vida de todos ficava sendo sempre o confuso dessa doideira que é.

— João Guimarães Rosa, no livro "Grande Sertão: Veredas". (Editora Nova Fronteira; 16.ª edição [1984]).

Obra: "Simples Assim", 2020 - Alfredo Vieira.

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Eu vos amei. Ainda talvez vivo, 

O amor não se apagou no peito meu; 

Mas não vos seja de aflição motivo: 

Entristecer-vos não desejo eu. 

Eu vos amei, mudo, sem cor de espera, 

Ora acanhado, ora de ciúme a arder. 

Eu vos amei com ternura sincera, 

Deus queira amada assim venhais a ser.

— "Dois" (1829), de Alexander Púchkin, no livro "Poesias escolhidas". (Ed. Nova Fronteira; 1.ª edição [1992]).

Obra: "Menhir" (2020) - Anne Magill.


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És como um céu de outono, róseo e luminoso! 

Mas a tristeza em mim é qual o mar que avança 

E deixa, ao refluir, sobre meu lábio umbroso 

O amargo travo de uma cáustica lembrança.

 - Sobre meu peito corre inútil a tua mão; 

O que ela toca, amiga, é um sítio devastado 

Pelas garras e os dentes das mulheres. Não

Busques meu coração, por elas devorado. [...]

— "Tristezas da Lua", de Charles Baudelaire, no livro "As Flores do Mal". (Editora Nova Fronteira; 1.ª edição [1985]).

Obra: "Lovers Nude", 1911 - Egon Schiele.


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(...) Cada um de nós tem seu momento de pulha. Naquele instante, eu me senti um límpido, translúcido canalha.

— Nelson Rodrigues, no livro "O Óbvio Ululante: Pirâmides e biscoitos [5/12/1967]". (Ed. Companhia das Letras; 1.ª edição [1995]).

Obra: "Nelson Rodrigues", 1949. [Foto: Carlos Moskovics]. 


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(...) É horrível que a beleza seja uma coisa não só terrível, mas também misteriosa. Aí lutam o diabo e Deus, e o campo de batalha é o coração dos homens. 

— Fiódor Dostoiévski, no livro "Os Irmãos Karamazov". (Primeira parte. Livro III: Os lascivos [Cap III: Confissão de um coração ardente - em versos]". (Editora 34 [Coleção Leste]; 3.ª edição [2012]).

Obra: "Psyche Opening the Golden Box", 1904 - John William Waterhouse. 


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(...) Onde quer que te escondas os males da humanidade te assediarão. Há muitas coisas externas que nos rodeiam para nos enganar ou nos acossar. Há muitas coisas internas que ficam fervilhando em plena solidão.

— Sêneca, no livro "Edificar-se para a morte: Das cartas morais a Lucílio". (Ed. Vozes; 1.ª edição [2016]).

Obra: "Old Man at Celeyran", 1882 - Henri de Toulouse-Lautrec. 


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 (...) É duro. Quando se quer bem uma pessoa, o senhor compreende, a presença dela conforta. Só a presença, não é necessário mais nada.

— Graciliano Ramos, no livro "Caetés". (Ed. Record; 15.ª edição [1979]).

Obra: "The Wine Glass", 1660 - Johannes Vermeer. 


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(...) Mesmo que guardemos apenas uma boa lembrança no coração, algum dia só isto já nos poderá servir como salvação.

— Fiódor Dostoiévski, no livro "Os Irmãos Karamazov". (Epílogo: Cap III - Os funerais de Iliúchetchka / O discurso junto à pedra]. (Editora 34 [Coleção Leste]; 3.ª edição [2012]).

Obra: "Fidelity", 1869 - Briton Riviere.


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(...) Esses corações puros guardam tesouros inteiros de simpatia, consolo e esperança, e muitas vezes também são dilacerados, porque um coração que ama muito se entristece muito.

— Fiódor Dostoiévski, no livro "Um pequeno herói". (Editora 34. Trad. Fátima Bianchi; 1.ª edição [2015]).

Obra: "Le Confiant", 1895 - Félix Vallotton. 


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(...) A mulher não está sabendo: mas está cumprindo uma coragem. [...] Sua coragem é a de, não se conhecendo, no entanto prosseguir. É fatal não se conhecer, e não se conhecer exige coragem.

— Clarice Lispector, no livro "Felicidade Clandestina: As águas do mundo". (Ed. Rocco; 1.ª edição [1998]).

Obra: "Woman at Window", 1822 - Caspar David Friedrich.


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(...) As palavras se tornaram baratas demais. Ser é bem mais difícil e por isso mesmo é prazerosamente substituído por palavras.

— Carl G. Jung, no livro "Cartas 1956-1961: carta a Jean Vontobel [28.04.1959]". (Ed. Vozes; 1.ª edição [2003]).

Obra: "Menhir", (2020) - Anne Magill.


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(...) Sim, havia profundeza nela. Mas ninguém encontraria nada se descesse nas suas profundezas - senão a própria profundeza, como na escuridão se acha a escuridão. É possível que, se alguém prosseguisse mais, encontrasse, depois de andar léguas nas trevas, um indício de caminho, guiado talvez por um bater de asas, por algum rastro de bicho. E - de repente - a floresta.

— Clarice Lispector, no livro "Felicidade Clandestina: A criada". (Ed. Rocco; 1.ª edição [1998]).

Obra: "Am Fenster", 1882 - Carl Vilhelm Holsoe. 


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(...) A única coisa capaz de nos estragar um dia eram pessoas, mas, se se pudesse evitar encontros, os dias não tinham limites. As pessoas eram sempre limitadoras da felicidade, exceto aquelas que eram tão boas quanto a própria primavera.

— Ernest Hemingway, no livro "Paris é Uma Festa". (Bertrand Brasil; 7.ª edição [2007]).

Obra: "In a separate room", 1900 - Henri de Toulouse-Lautrec. 


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(...) Mesmo a nossa própria existência parece uma longa corrente de acontecimentos, só iluminada em parte pela existência, permanecendo no escuro o que existiu antes do começo e o que vem depois do fim.

— Carl G. Jung, no livro "Cartas 1956-1961: carta a Mrs. N. [05.03.1959]". (Ed. Vozes; 1.ª edição [2003]).

Obra: "Melancholy", 1622 - Domenico Fetti. 


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(...) Morremos um pouco a cada dia. De fato, a cada dia, uma parte da vida se perde. Então, também, enquanto crescemos, a vida decresce. Perdemos a infância, em seguida, a puerícia, em seguida, a adolescência. Todo o tempo que passou até o dia de ontem está extinto. Este dia mesmo que estamos vivendo, o dividimos com a morte.

— Sêneca, no livro "Edificar-se para a morte: Das cartas morais a Lucílio". (Ed. Vozes; 1.ª edição [2016]).

Obra: "The Hour of Death", 1900 - Alfred Kubin. 



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Por: Etiene Bouças