Leitura e Reflexão: Inumano.

Foto: freepik Ilustração
Inumano

Recentemente ouvi numa estação de rádio no carro sobre um caso de um idoso que estava internado num hospital há vários meses, os últimos sem receber

qualquer visita, e quando a família do idoso foi contatada pelo hospital recebeu, este recebeu como resposta: “Deitem-o no lixo!” Fiquei impressionado com a falta de humanidade por parte dos envolvidos.

É difícil culpar apenas a família, talvez não seríamos inteiramente justos, talvez devêssemos perguntar como este idoso, que hoje pela debilidade própria da idade, faz despertar em nós a compaixão viveu a sua vida e suas relações com as pessoas. Hoje chamar de desumano as palavras dos familiares é fácil, mas fica a pergunta no ar sobre o quão humano foi este idoso no auge da sua força, quer no tratamento com os filhos, quer no tratamento com os demais.

O grande problema está no fato de termos nos desumanizados nas nossas relações afetivas. Vivemos como se nunca fôssemos envelhecer e nos tornar dependentes de outras pessoas. Enquanto estamos com saúde e quando tudo nos vai bem é muito fácil dizer: “- Eu não dependo de ninguém!” Esquecemos que a vida é um ciclo de interdependência uns dos outros. A criança, o adolescente negligenciado hoje, será, possivelmente, um negligenciador no futuro. Igualmente o jovem ou adulto negligenciador hoje, possivelmente, será negligenciado no futuro. 

Enquanto vive-se egoisticamente, esqueçamo-nos do essencial, o amor. Um velho provérbio já diz: “Amor, com amor se paga!” Seres humanos não foram criados para serem negligenciados e serem deitados ao lixo. Fomos feitos para amar e sermos amados. No entanto, o individualismo dos dias atuais tem tirado da humanidade sua capacidade de amar e o privilégio de ser amado. Enquanto seguirmos este presente fluxo inumano, veremos coisas cada vez mais chocantes.

Autor: Luis Alexandre Ribeiro Branco


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