Vendas do varejo caem 0,6% em maio

Resultado foi impactado pela paralisação dos caminhoneiros, que durou 11 dias no fim do mês analisado

As vendas do comércio varejista brasileiro tiveram queda de 0,6% de abril para maio. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE. Maio foi o primeiro mês que registrou queda neste ano.
No comércio varejista ampliado, onde também são incluídas as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, o volume de vendas caiu 4,9% em relação a abril.
Queda no varejo foi motivada pela paralisação dos caminhoneiros
Seis das oito atividades analisadas pelo IBGE apresentaram queda no volume de vendas de abril para maio. Os recuos mais expressivos foram observados no setor de livros, jornais, revistas e papelarias, que teve queda de 6,7% e de combustíveis e lubrificantes com 6,1%.
De acordo com a gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, Isabella Nunes, a queda nas vendas do varejo em maio tem relação direta com a greve dos caminhoneiros, que durou 11 dias nas últimas semanas daquele mês.
Segundo ela, a paralisação contribuiu para o desabastecimento do comércio e atingiu todos os setores.
“Esse impacto, ele foi observado tanto no varejo restrito, quanto no varejo ampliado. O varejo ampliado, ele inclui também a demanda das empresas e está representado por duas atividades que têm um forte componente na demanda de empresas, que são veículos automotores e material de construção. Mas nos dois grupamentos se observa impactos vindos”.
O único setor com desempenho positivo de abril para maio foi o de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que teve alta de 0,6%, o que evitou uma queda ainda maior do comércio varejista brasileiro como um todo. Segundo Isabella Nunes, a alta no setor deve-se ao consumo de alimentos por parte da população, principalmente os não-perecíveis.
“A gente sabe que os supermercados também tiveram problemas de abastecimento. Mas não foram todos os supermercados. Foi nos setores de bens perecíveis. E o estoque de setores de não-perecíveis no supermercado, ele é bem maior do que os perecíveis”.
As vendas no comércio varejista recuam em 15 estados, com destaque para Santa Catarina e Rondônia, ambos com queda de 4,2%.Os estados do Amazonas, com 6%, e Roraima com 3,2%, registraram os maiores aumentos. Já o comércio varejista ampliado recuou em 24 estados, com destaque para Santa Catarina, que teve recuo de 7,7% e o Espírito Santo, com 7,3%.

Reportagem, Paulo Henrique Gomes