Como o fim das sanções pode inaugurar uma nova era para o Irã

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O mundo viveu, neste sábado (16), um momento histórico. Os EUA e a União Europeia, finalmente, suspenderam as sanções econômicas e financeiras contra o Irã.

Segundo o presidente iraniano, Hassan Rohani, o fato representa "um novo capítulo" na relação do país persa com o mundo.

"Nós estendemos a mão para o mundo em sinal de amizade e, deixando para trás as inimizades e suspeitas, abrimos um novo capítulo nas relações do Irã com o mundo", afirmou em um pronunciamento na manhã deste domingo (17).
Do ponto de vista econômico, o acordo é um belo negócio para o país persa, pois descongela cerca de US$ 100 bilhões que o Irã tem de ativos no exterior. O fim das sanções também abre caminho para empresas europeias regressarem ao país de 80 milhões de habitantes.

Os EUA também vão agora permitir que filiais estrangeiras de empresas norte-americanas comercializem com o Irã.

A decisão veio logo após a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmar que o país cumpriu todas as exigências do acordo nuclear assinado em julho, em Viena.

O secretário de Estado norte-americano, John Kerry se referiu a “um Médio Oriente mais seguro, porque foi reduzido o perigo de uma bomba nuclear. Cada um dos caminhos em direção a uma bomba nuclear foram fechados de forma verificável”, completou.

Do ponto de vista da política externa e da diplomacia, o acordo também é um importante passo. Segundo a chefe de relações exteriores da União Europeia, Federica Mogherini, o Irã se junta ao Reino Unido, aos EUA, à França, à Rússia, à China e à União Europeia e se torna um usuário "pacífico" de energia nuclear.

O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, saudou a implementação do acordo nuclear.

"Esta conquista demonstra que as preocupações internacionais com a proliferação são melhor tratadas por meio do diálogo e da diplomacia paciente", disse o porta-voz de Ban Ki-moon, em comunicado.