Tsipras confia em acordo e na derrota dos que elaboraram "plano oculto"

Da Agência Lusa

O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, disse hoje (12) que está confiante na conclusão do novo programa de resgate da Grécia e previu o fracasso daqueles que teriam elaborado o que chamou de “plano oculto” contra o seu país.

Ao se pronunciar pela primeira vez desde o fim das negociações técnicas, concluídas na manhã de terça-feira (11), e durante uma visita ao Ministério de Infraestrutura, Tsipras disse estar “confiante na conclusão de um acordo e de um empréstimo do Mecanismo de Estabilidade Europeu que vai por fim à incerteza econômica grega".

Apesar de transparecer otimismo generalizado entre os credores sobre a aceitação deste acordo técnico em nível político, diversos países como a Alemanha e Finlândia ainda pareciam reticentes.

Ainda hoje, o governo alemão destacou o “clima construtivo” com que decorreram as negociações entre a Grécia e as instituições envolvidas no terceiro resgate, mas recusou avaliar o seu conteúdo por considerá-lo “prematuro”.

Na tarde de terça-feira, por telefone, a chanceler alemã Angela Merkel expressou a Alexis Tsipras a sua preferência por um “empréstimo-ponte” à Grécia, antes da assinatura definitiva deste novo empréstimo de 85 bilhões de euros, para permitir que a Grécia cumpra o compromisso de um reembolso de 3,4 bilhões de euros ao Banco Central Europeu (BCE) em 20 de agosto.

Na Alemanha e Finlândia diversos setores, incluindo círculos próximos do poder, continuam a defender a saída da Grécia da zona euro. Sem especificar a quem se dirigia, Tsipras disse que “aqueles que têm um desejo secreto, um plano secreto para reformular a zona euro utilizando a Grécia como pretexto, vão falhar”.

O primeiro-ministro grego, que também enfrenta oposição ao acordo por parte da esquerda do grupo parlamentar Syriza, decidiu ignorar as divergências.

Na noite de terça-feira, Tsipras enviou ao parlamento uma cópia do acordo e um projeto de lei de 400 páginas pedindo que seja convocada uma sessão parlamentar extraordinária amanhã (13) para ratificar o documento.