Charlie Hebdo terá edição especial para marcar um ano de atentado

Da Agência Lusa


O jornal satírico francês Charlie Hebdo anunciou hoje (31) que vai lançar uma edição especial para assinalar o primeiro aniversário do atentado, que fez 12 mortos.

A edição especial, com 32 páginas, terá uma seleção de caricaturas dos cartoonistas que morreram no ataque e dos que integram atualmente a redação, além mensagens de apoio. A publicação será lançada na próxima quarta-feira, dia 6 de janeiro, véspera do primeiro aniversário do atentado, com quase um milhão de exemplares.

No dia 7 de janeiro de 2015, dois homens armados atacaram os escritórios do Charlie Hebdo, em Paris, matando 12 pessoas. O atentado ocorreu depois que o jornal publicou um número especial sobre as primeiras eleições na Tunísia, após a destituição do presidente Zine el Abidine Ben Ali, vencida pelo partido islamita Ennahda, no qual o profeta Maomé era retratado “redator principal”.

Uma semana depois do atentado, o Charlie Hebdo lançou uma edição preparada pelos sobreviventes do ataque terrorista, que vendeu o recorde de 7,5 milhões de cópias e impulsionou a circulação do semanário.

O Charlie Hebdo afirmou que já recebeu muitas encomendas do número especial de outros países, incluindo 50 mil exemplares para a Alemanha. Atualmente, a publicação vende cerca de 10 mil cópias internacionalmente e aproximadamente 100 mil nas bancas franceses.

A publicação do número especial ocorre em um momento de crescente receio quanto a ataques terroristas na Europa, depois que jihadistas ligados ao movimento extremista Estado Islâmico (EI) mataram 130 pessoas, em Paris, em meados de novembro, em atentados coordenados.

Na Bélgica, Bruxelas cancelou, nesta quarta-feira, as festas previstas para a passagem de ano, justamente, devido ao receio de um eventual atentado na cidade belga, que tem 1,2 milhão de habitantes e que sedia a União Europeia e a Organização do Tratado do Atlântico Norte.

Calendário geek: confira os 13 filmes mais aguardados de 2016

HuffPost Brasil  |  De Amauri Terto




2016 será um grande ano para a cultura pop no cinema.

A partir de fevereiro, diversas histórias baseadas em personagens de HQs, livros e games chegarão às telonas em grandes produções e sequências de franquias.

Para você não perder nenhum título importante, montamos uma lista com os 13 filmes que mais têm gerado expectativa dos fãs em todo o mundo.

Junto com os trailers ou teasers, você confere também as datas das estreias das produções nos cinemas brasileiros. Abra o bloco de notas aí no seu smartphone e comece a se organizar desde já.

E que venha logo 2016!

1. Deadpool


A história do herói boca suja estreia nas salas brasileiras dia 11 de fevereiro.


2. Batman Vs. Superman - A Origem da Justiça


O embate entre super-heróis mais aguardado do ano chega às telonas dia 24 de março.



3. Capitão América: Guerra Civil


Aqui, a briga é entre Capitão América e Homem de Ferro. A estreia ocorre dia 6 de maio.



4. Warcraft



Dos games para as telonas, com muita aventura e fantasia, o filme estreia dia 26 de maio.



5. X-Men Apocalypse


Mais um título da mega franquia X-Men chega aos cinemas dia 19 de maio.



6. Independence Day - O Ressurgimento


Após 20 anos do primeiro filme, uma nova invasão alienígena chega às telonas dia 23 de junho.



7. Star Trek: Sem Fronteiras


A nova aventura da Enterprise chega aos cinemas brasileiros dia 21 de julho.



8. Esquadrão Suicida


A adaptação dos quadrinhos que traz Jared Leto na pele do Coringa chega aos cinemas dia 4 de agosto.


9. Gambit


O filme sobre o mutante que manipula energia cinética estreia por aqui dia 7 de outubro.


10. Doutor Estranho

Benedict Cumberbatch é quem dará vida ao neurocirurgião Stephen Strange no filme que estreia dia 3 de novembro.


11. Animais Fantásticos e Onde Habitam


Filme que integra o universo de Harry Potter chega às telonas dia 18 de novembro.


12. Star Wars - Rogue One


O spin-off da Disney baseado na saga Star Wars chega aos cinemas dia 15 de dezembro.


13. Assassin's Creed


Protagonizado por Michael Fassbender, o filme baseado nos games de aventura estreia nas salas brasileiras dia 21 de dezembro.

Universidade britânica planta uma árvore por estudante para ajudar o planeta

The Huffington Post UK  |  De Lucy Sherriff




Uma universidade britânica está plantando uma árvore para cada novo estudante matriculado.

A iniciativa tem como objetivo eliminar a pegada de carbono, ou seja, a quantidade de dióxido dos alunos emitida na atmosfera. A Arts University Bournemouth (AUB) fechou uma parceria com a organização Woodland Trust, que fornecerá as árvores, com mudas do Reino Unido, para serem plantadas nas proximidades da fazenda Hicks Farm, na cidade costeira de Bournemouth, no sul da Inglaterra.

As árvores incluem 500 carvalhos ingleses e uma mescla de outras espécies nativas.

Oscar Woodruff, presidente da união dos estudantes da universidade, que está liderando o projeto, disse: “Plantar uma árvore para cada novo estudante da AUB é uma tradição fantástica e uma maneira criativa de neutralizar as pegadas de carbono de cada novo aluno”, afirmou.

“Mostra o compromisso da união dos estudantes e da universidade para causar um impacto positivo na área local e na comunidade, ao mesmo tempo aumentando a conscientização para questões mais amplas relacionadas à sustentabilidade.”

“As emissões de gases causadas por organizações e pessoas ainda não foram levadas a sério por muitos, então estamos fazendo nosso melhor, considerando todas as questões relacionadas à sustentabilidade sempre que possível para incentivar e apoiar uma mudança positiva.”

Um porta-voz da Woodland Trust acrescentou: “à medida que as novas árvores cresçam, ajudarão a aumentar a contagem de árvores [do condado de] Dorset, que atualmente está abaixo da média nacional, coberto em apenas 11,5% por florestas. O índice recomendado pelo governo é de 15%”.

“As árvores absorvem e removem naturalmente as emissões de dióxido de carbono prejudiciais da atmosfera, ajudando a limpar e purificar o ar, então é fantástico que os estudantes estejam comprometidos em investir num futuro ambiental mais saudável”.

Este artigo foi originalmente publicado pelo HuffPost Uk e traduzido do inglês.

Dilma sanciona lei que cria cadastro de alunos superdotados

Estadão Conteúdo



A presidente Dilma Rousseff sancionou lei que prevê a criação de um cadastro nacional de alunos com altas habilidades ou superdotação. O texto foi publicado nesta quarta-feira (30) no Diário Oficial da União.

O cadastramento deverá ser o ponto de partida para ofertar a esse grupo de alunos atendimento especializado, que permita, por exemplo, a aceleração dos estudos.

Estima-se que no Brasil existam 2,5 milhões de alunos com altas habilidades matriculados no ensino fundamental e médio. Oficialmente, no entanto, os números são bem menores. Censo preparado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) identifica 13.308 estudantes que se encaixam neste perfil matriculados na educação básica.

As regras para identificação, cadastramento e atendimento ainda precisam ser regulamentadas pela União, Estados e municípios. A lei que cria o cadastro foi sugerida pelo senador Marcelo Crivella (PRB-RJ).

Em setembro, quando o então projeto foi aprovado na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara dos Deputados, a presidente do Conselho Brasileiro da Superdotação, Suzana Pérez, afirmou que a identificação dos estudantes com altas habilidades era necessária, mas insuficiente. Para ela, é essencial também a existência de profissionais preparados para fazer tal reconhecimento.

Delator fala em repasse de R$ 2 milhões para Renan evitar instalação de CPI

Estadão Conteúdo



Em delação premiada, Carlos Alexandre de Souza Rocha, um dos entregadores de dinheiro de Alberto Youssef, cita conversas em que o doleiro mencionou pagamentos ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Rocha, conhecido como Ceará, disse que em "várias vezes" ouviu Youssef falar no nome do peemedebista.

Em uma delas, Youssef teria dito que repassaria R$ 2 milhões a Calheiros para evitar a instalação de uma CPI da Petrobras.

O entregador de dinheiro não soube precisar aos investigadores o ano em que a conversa teria ocorrido, tampouco se o pagamento foi feito. De acordo com ele, a CPI não foi instalada naquela ocasião. "Mas Renan Calheiros não é da situação?", questionou Ceará a Youssef. O doleiro teria respondido, segundo o delator: "Ceará, tem que ter dinheiro pra resolver".

Renan Calheiros já é alvo de ao menos seis inquéritos perante o Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta participação no esquema de corrupção da Petrobras. Entre as apurações envolvendo o peemedebista, está a investigação por suposta formação da quadrilha.

No depoimento à Procuradoria-Geral da República, o entregador de dinheiro de Youssef também menciona uma operação com entrega de R$ 1 milhão em Maceió, Alagoas - Estado de Calheiros.

Depois de toda a operação, que envolvia retirada de dinheiro em Recife (PE) e entrega em Alagoas, Youssef teria dito a Ceará que o dinheiro seria destinado a Renan Calheiros. O dinheiro foi entregue em duas parcelas em um saguão de hotel, a um homem que o emissário de Youssef não sabe identificar.

Ao chegar em São Paulo, irritado com a pressão do doleiro para que a entrega fosse feita depressa, o delator perguntou a Youssef quem iria receber o R$ 1 milhão levado a Maceió.

"Que Alberto Youssef respondeu ao declarante em alto e bom som: 'O dinheiro era para Renan Calheiros'", disse o delator aos investigadores da Lava Jato, sobre a resposta de Youssef.

A terceira menção a Calheiros feita pelo delator menciona uma operação de venda da empresa Marsans, adquirida por Youssef, a um fundo de pensão.

De acordo com o entregador de dinheiro de Youssef, o doleiro disse que "havia a participação de Renan Calheiros nessa operação". Ele não soube precisar aos investigadores, no entanto detalhes sobre o caso e afirmou que em 2014 Youssef chegou a viajar a Brasília para conversar com o peemedebista a respeito, mas não conseguiu falar com o senador.

Os depoimentos de Ceará foram prestados entre o final de junho e o início de julho deste ano, na Procuradoria-Geral da República. As declarações foram mantidas sob sigilo até este mês, quando o relator da Lava Jato no STF, ministro Teori Zavascki, retirou o segredo da documentação.

A defesa de Calheiros afirmou que não teve acesso ainda ao depoimento e que o senador prestará esclarecimentos quando tiver a delação em mãos. O advogado de Calheiros, Eugênio Pacelli, disse ainda que "tais declarações do delator são de uma inconsistência que falam por si”.

Em Jerusalém, professor acalma bebê de aluna que não parava de chorar em sala de aula

Huffpost Brasil  |  De Andréa Martinelli

Imagine a seguinte situação: você é mulher, mãe, estudante, e não tem com quem deixar o seu bebê. Você o leva para a aula e ele começa a chorar e causa um desconforto aos colegas de sala e para quem está ministrando a aula. A reação mais comum seria sair da sala com o bebê e acalmá-lo em outro local, certo? Não exatamente...




Este professor da foto acima fez diferente. Ele é Sydney Engelberg, professor de filosofia e psicologia da Universidade de Gratz, em Jerusalém, Israel. O post acima foi publicado por Sarit Fishbaine, filha do acadêmico. A imagem foi compartilhada por mais de 3 mil pessoas e chegou até o Brasil. Tentamos traduzir a legenda, em hebraico, e o que descobrimos foi algo como:

"Local: uma faculdade bem conhecida em Jerusalém. O curso: comportamento organizacional. Palestrante: Dr. Sydney Engelberg. O que aconteceu: o bebê de uma das estudantes que frequentava a classe começou a chorar. Ao invés de deixar a moça se retirar com a criança, ele (que também é avô) não hesitou em pegar o bebê no colo e tentar acalmá-lo - dando uma lição de compaixão para todos ao continuar a aula com o pequeno no colo. Quero mais palestras como esta. Meu pai é o melhor do mundo"
Queremos um mundo com mais professores como este :)

Anvisa suspende fabricação e propaganda irregular de produto emagrecedor

Agência Brasil



Resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicada hoje (30) no Diário Oficial da União determina a suspensão da fabricação, distribuição, divulgação, comercialização e do uso do medicamento Natu Diet com a seguinte composição: sene, gelatina, cáscara sagrada, espirulino, cavalinha, espinheira santa, fucus e carquejo doce.

De acordo com o texto, foi constatada a existência de propaganda irregular do medicamento veiculada no endereço eletrônico: www.natu.diet e www.comprenatudiet.com.br, com as seguintes alegações terapêuticas: reduz apetite, acelera o metabolismo, elimina gordura localizada e diurético.

Ainda segundo a Anvisa, foi comprovada também a inexistência de registro do produto como medicamento e a ausência de identificação do fabricante no rótulo.

A agência determinou a apreensão e inutilização de todas unidades do produto encontradas no mercado.

Pela primeira vez, Bill Cosby é indiciado e pode pegar até 12 anos de prisão por caso de estupro

HuffPost Brasil  |  De Andréa Martinelli

Agora ficou sério para Bill Cosby.

Após mais de 50 acusações de abuso sexual por diversas mulheres, Bill Cosby foi, nesta quarta-feira (30), pela primeira vez, indiciado por um dos casos.

O comediante americano de 78 anos, foi formalmente acusado e teve um mandado de prisão expedido sob a acusação de ter drogado e abusado sexualmente Andrea Constand, uma ex-funcionária da Universidade de Temple em 2002, onde Cosby estudou e foi integrante da direção. O comediante pode ser sentenciado a até doze anos de prisão.

O episódio teria ocorrido na mansão do humorista em Elkins Park, na Pensilvânia. As informações foram divulgadas pela revista People.

Andrea não comentou o caso, mas segundo informações da revista, uma de suas advogadas agradeceu à do condado de Montgomery, também na Pensilvânia:

"Obviamente, nós agradecemos pela expressão de confiança", afirmou Dolores Troiani. "Vamos ver o que acontece. Esperamos que a justiça seja feita. Vamos cooperar totalmente".

Cosby já tinha sido interrogado em setembro de 2005 por Dolores Troiani, advogada de Andrea, que atualmente trabalha como massagista em Ontário, no Canadá.



Segundo informações da Reuters, em entrevista coletiva nesta quarta-feira (30), o promotor-assistente Kevin Steele anunciou: "O senhor Cosby foi indiciado por agressão indecente com agravante".

Segundo Steele, Cosby deverá se apresentar à juíza Elizabeth McHugh ainda na tarde desta quarta. Ele explicou:

"Na noite em questão, o senhor Cosby insistiu para que ela [Andrea Constand] tomasse pílulas dadas por ele além de vinho. Seu efeito a tornou incapaz de mover-se e de responder a suas investidas. Ele então cometeu uma agressão indecente agravada contra ela".
E acrescentou:

"A Justiça considera que o acusado comete algum tipo de penetração vaginal, penetração utilizando seus dedos, e que a pessoa faz isso sem o consentimento da denunciante. Examinando todas as evidencias, hoje podemos fazer justiça em nome da vítima".
Cosby também havia dito anteriormente que sua relação com Andrea Constand foi consensual, mas a ex-funcionária alega que, na época em que o crime ocorreu, ela estava em um relacionamento com outra mulher. Andrea se refere ainda ao humorista como um "narcisista" que não percebeu que ela era homossexual.

Elas quebraram o silêncio

Mais de 50 mulheres já alegaram terem sido drogadas e sexualmente violentadas por Bill Cosby, que nega as acusações desde o começo. Alguns incidentes ocorreram décadas atrás, e muitos deles já prescreveram. O caso atual, referente a Andrea, prescreve em janeiro de 2016.

O comediante vem negando repetidamente ter cometido qualquer delito e, recentemente, abriu um processo por difamação contra sete mulheres que o acusaram de estupro. O ator rotulou as acusações delas de "malvadas, oportunistas, falsas e difamatórias", e de serem "uma mera tentativa para conseguir dinheiro" e "arruinar" sua reputação.

(Com informações da Reuters)

ATUALIZAÇÃO:

Segundo a BBC, o comediante se apresentou à Justiça da Pensilvânia na tarde desta quarta-feira (30), mas não fez comentários sobre as acusações e o fato de ter sido indiciado. A CNN registou o momento no Twitter:

Segundo o Washington Post, a fiança de Cosby foi fixada em em US$ 1 milhão, e ele foi obrigado a deixar pelo menos 10% do valor para ser liberado. De acordo com documentos judiciais obtidos pelos repórteres do WP, Cosby já pagou exigido e pode ser liberado ainda hoje.

Cosby foi liberado após pagamento parcial da fiança e teve que entregar seu passaporte. Uma audiência preliminar no caso foi marcada para 14 de janeiro. Bill Cosby foi fichado após ouvir a determinação judicial:



*esta nota será atualizada com novas informações.

Lava Jato: Aécio Neves foi citado em delação premiada como beneficiário de R$ 300 mil

Folha de S.Paulo  |  De Rubens Valente



O delator Carlos Alexandre de Souza Rocha, "entregador" do doleiro Alberto Yousseff, revelou que um dos diretores da UTC Engenharia -- para qual fazia entregas -- disse que o senador Aécio Neves foi destinatário de uma leva de dinheiro. As informações são da Folha de S.Paulo.

O repasse, de R$ 300 mil, teria ocorrido entre setembro e outubro de 2013. A assessoria do senador disse que a citação de seu nome é "absurda e irresponsável". A UTC Engenharia disse que "a acusação não tem fundamento".

A delação integra a Operação Lava Jato, que investiga desvios bilionários de recursos da Petrobras e envolveu partidos como PP, PMDB e PT.

Produtores inovadores começam a cultivar a própria água no Mato Grosso

Fonte: NATIONAL GEOGRAPHIC BRASIL ONLINE   |   Por: Liana John


O esforço reúne agricultores, ONGs e índios numa história de sucesso que já dura dez anos


 

Na Fazenda Brasil, em Barra do Garças (MT), os bons resultados da restauração florestal à beira d’água já atraem vizinhos interessados em reproduzir as práticas sustentáveis. É o caso desta matinha, que há dois anos era apenas um pasto degradado.
« Especial: Plantadores de Florestas
Todo agricultor tem orgulho de botar comida na mesa. Em suas mãos, sementes se transformam em arroz, feijão, batata, verduras, frutas ou ração para bois e vacas, galinhas, porcos, carneiros, cabras e até peixes. Mas nem sempre é o bastante.

Quem mexe com a terra frequentemente também precisa se preocupar com a água. Ou até se tornar um produtor de água: para assegurar a própria atividade, altamente dependente de irrigação, para restaurar ou conservar ecossistemas e para ajudar a abastecer as cidades, de consumo cada vez mais concentrado. Em um mundo tão ocupado por populações humanas, que continuam a crescer, já não é suficiente deixar só para as chuvas a tarefa de matar a sede de todos os seres vivos. Sobretudo em um cenário de mudanças climáticas.

Em municípios pequenos, com tradição agrícola, eventualmente é mais fácil perceber a importância de ter os agricultores como aliados na hora de proteger os mananciais. E, se o prefeito tiver um pé na roça, tanto melhor!

É o caso de Louveira, no interior de São Paulo. Localizado entre duas metrópoles que disputam a berros e canetadas as águas do Sistema Cantareira - São Paulo e Campinas -, o município de 55 quilômetros quadrados e 39 mil habitantes tem a sorte de captar toda a água de abastecimento das nascentes localizadas em seu território. Escapa da briga política pelos recursos hídricos e da poluição dos rios à sua volta.

Mas precisa tomar suas providências para garantir água de qualidade em quantidade suficiente para todos os usos. Assim, em 2013, o prefeito e produtor de morangos Nicolau Finamore Júnior sancionou uma Lei Municipal de Incentivos à Fruticultura, que prevê um pagamento anual de 4 mil reais por hectare de árvores de fruta mantido nas áreas de mananciais. Para receber, o produtor de uva, caqui, pêssego ou ameixa deve cumprir algumas exigências, como promover a conservação do solo, com boa infiltração de água de chuva nas áreas cultivadas.

Para saber como fazer isso, caso haja alguma dúvida, o fruticultor pode recorrer a um técnico agrícola da prefeitura. Se for necessário movimentar terra, é só requerer o uso de máquinas municipais. E, se ainda faltarem os resíduos vegetais para acrescentar à cobertura morta amontoada ao pé de seu vinhedo ou de suas árvores de fruta, basta pedir uma entrega de restos de podas urbanas, já triturados e prontos para usar, disponibilizados na porteira do solicitante.

Muita moleza? Não, apenas uma retribuição por serviços ambientais efetivamente prestados. Ou, nas palavras do prefeito: "A estimativa de custos totais é alguma coisa em torno de 6 milhões de reais anuais, quando o plano de incentivo estiver plenamente estabelecido. Louveira produz água dentro do município e depende dos agricultores. Então é um investimento: nós estamos dando a contrapartida para quem já ajuda e sempre ajudou o município. Eu não vejo como uma despesa, na verdade é um bom investimento, que dá lucro em água e em qualidade de vida. É muito bom negócio".

Ainda no interior de São Paulo, o trabalho de muitos anos da Associação Mata Ciliar rende dividendos em transparência e qualidade das águas, nas bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí. Além de convencer pequenos e médios agricultores a dar sua contribuição para a conservação dos recursos hídricos, o engenheiro agrônomo Jorge Bellix de Campos passa todas as dicas técnicas e consegue as mudas de espécies florestais adequadas para a região. De quebra, ainda trabalha com a instalação de fossas sépticas nas propriedades rurais. Assim, os agricultores investem em saúde familiar e os rios recebem águas menos poluídas.

No coração do Brasil, mais uma parceria incomum aumenta a produção de água e melhora a qualidade dos recursos hídricos. Ao constatar a deterioração das nascentes na bacia do rio Xingu, quase todas localizadas fora do perímetro do Parque Indígena do Xingu, há dez anos o Instituto Socioambiental (ISA) criou a campanha Y Ikatu Xingu, ou Salve a Água Boa do Xingu. Logo obteve apoio de numerosas organizações não governamentais - nacionais, internacionais e locais -, de representantes oficiais e de lideranças indígenas, preocupadas com o abastecimento nas aldeias. Mas era preciso chegar a quem estava na beira dos córregos e rios formadores do Xingu. Aí veio a ousadia de convidar também os fazendeiros para as rodadas de conversa.

Camaiurás no ritual do banho, na lagoa Ipavu, formada pelos rios Xingu e Culuene. Suas águas, como as de toda a bacia, estão ameaçadas pela degradação do solo ao redor do Parque Indígena. Por isso, os índios também coletam sementes para reflorestamento das fazendas - Foto: Alex Almeida


A dificuldade em romper o preconceito e sentar à mesa para dialogar com o "inimigo" motivou discussões internas, cheias de prós e contras. Venceram os prós. Mesmo porque o "inimigo", aos poucos, revelou preocupações compatíveis com o objetivo maior, de melhorar a qualidade da água em toda a bacia hidrográfica.

Pressionados pela legislação ambiental e, depois, pelo polêmico Código Florestal, vários produtores de soja e pecuaristas do Mato Grosso queriam regularizar a situação de suas terras. No entanto, faltava uma assistência técnica capaz de desembaraçar o cipoal de decretos, medidas provisórias, termos de ajustamento de conduta. Faltava traduzir o palavrório em medidas práticas: a cerca vai aqui, o plantio de nativas começa ali, o manejo do gado é assim, o recuo da soja é assado...

Apesar de ser agrônomo, Rodrigo Junqueira nunca havia trabalhado em fazendas. Sua experiência era com comunidades. Mas topou a empreitada, fez as malas e foi morar em Mato Grosso, com a família e mais dois técnicos: Eduardo Malta Campos Filho e Osvaldo Luis de Sousa, o "pai" da agrofloresta no projeto. "Nosso primeiro resultado concreto foi promover esse encontro de diferentes, algo inédito na história da região, com a participação de lideranças indígenas, movimentos sociais, ambientalistas e representantes do agronegócio. E o objetivo não era expor as diferenças ou sair dali com uma carta de intenções. Era trabalhar concretamente naquilo que poderia ser comum", relata Junqueira. Os atores não estavam no mesmo barco, mas partilhavam as mesmas águas.

Gradativamente, definiu-se um modelo de intervenção com lugar para todos. O principal problema na região eram as pastagens, que se estendiam até a beira dos cursos d´água. Então a primeira providência solicitada aos fazendeiros foi cercar as áreas de preservação permanente (APPs), delimitadas pelos técnicos. O gado teve de se acostumar aos novos bebedouros, pois deixou de ter acesso direto aos córregos e rios. As faixas cercadas estavam destinadas à recuperação da vegetação ciliar para a produção de água boa.

O obstáculo seguinte era o custo para restaurar as matas ciliares com mudas de árvores nativas. Esse foi um grande porém: não havia produção suficiente de mudas na região e a manutenção das candidatas a árvores, após o plantio, ficava praticamente inviável porque o capim braquiária dos antigos pastos rebrota rápido, abafando qualquer outra espécie.

Muvuca

Da necessidade nasceu a solução, apelidada de "muvuca": em lugar de recompor as matas ciliares com mudas, os fazendeiros passaram a espalhar uma mistura de sementes nativas, coletadas na região por indígenas e pequenos agricultores. Estava estabelecida a conexão-chave para o sucesso da iniciativa!

Com a "muvuca", o custo de plantio é muito menor (de três a cinco vezes mais baixo), só é preciso fazer uma manutenção (contra quatro ou cinco do plantio de mudas) e isso viabiliza a recuperação de faixas mais extensas ao longo dos cursos d´água. O fato de a coleta de sementes ser feita na própria região livra as futuras matas de espécies exóticas. A mistura de sementes garante diversidade. E o novo mercado é fonte extra de renda para indígenas e pequenos agricultores, estabelecendo uma nova relação deles com os grandes produtores. Como regra básica, cada coletor só pode colher o que está encomendado, de modo a evitar desperdícios e impactos negativos sobre a regeneração natural das matas de onde saem as sementes.

Como se essas vantagens não fossem suficientes, a "muvuca" apresenta um índice melhor de crescimento e sobrevivência. "As mudas crescem inicialmente num ambiente de viveiro, protegidas do sol, com regas constantes, sem competição com outras plantas. Quando são transferidas para o campo, enfrentam o sol forte e disputam espaço com o capim, que é muito agressivo. A manutenção na várzea é inviável e a taxa de mortalidade torna-se alta, por volta de 45%. As sementes, ao contrário, já germinam no ambiente externo e aparentemente nascem mais adaptadas para sobreviver e competir com as invasoras", explica a bióloga Artemizia Nunes Moita, gerente de meio ambiente da Agropecuária Fazenda Brasil (Grupo AFB). Ela é a responsável pela recomposição da vegetação de APPs de diversas propriedades, localizadas no leste do Mato Grosso, nas vizinhanças de Nova Xavantina.

A primeira providência a ser tomada pelos fazendeiros comprometidos com a campanha Água Boa do Xingu é afastar os bois dos rios. O gado ganha bebedouros no meio do pasto, as margens dos cursos d’água são cercadas, e então ali é lançada a “muvuca” de sementes. Pelo menos 2 mil hectares de matas ciliares da bacia do rio Xingu já estão em recuperação, provando que dá para reverter a tendência de derrubada, erosão e assoreamento e proteger as nascentes localizadas fora do Parque Indígena do Xingu - Foto: Ricardo Teles

Segundo conta Artemizia, entre as sementes de árvores nativas, na "muvuca" são incluídas algumas leguminosas, usadas para a adubação verde, como o feijão-de-porco e o feijão-guandu. A missão dessas espécies, além de fornecer nitrogênio para as árvores nativas, é crescer rápido e produzir sombra, uma das poucas coisas capazes de limitar o "espaçoso" capim braquiária. "Essas leguminosas têm ciclo curto e logo morrem, adubando a terra. Aí as árvores nativas já cresceram o suficiente para se estabelecer. É uma recomposição mais rápida e mais eficiente", afirma.

O Grupo AFB precisa restaurar 568 hectares de vegetação ciliar degradada, dos quais 328 já estão plantados. Hoje muitos produtores procuram seus técnicos para saber como se faz essa recuperação, mostrando o potencial multiplicador da experiência.

No conjunto das propriedades agrícolas localizadas na bacia do rio Xingu, entre pequenos, médios e grandes produtores e assentamentos agrícolas, a recuperação da vegetação nativa hoje soma cerca de 2 mil hectares. É suficiente para tornar toda a água boa? Ainda não. A campanha Y Ikatu Xingu precisa da adesão de muitos outros produtores ao redor das nascentes e ao longo dos cursos d¿água. Afinal, os desmatamentos dos últimos 30 anos superam 6 milhões de hectares na bacia. Mas os 2 mil hectares comprovam a eficácia da alternativa. Demonstram que é possível reverter a tendência de derrubada, erosão e assoreamento.

Animadas com os primeiros bons resultados, algumas prefeituras municipais estruturaram programas de educação agroflorestal e esboçam estratégias de planejamento territorial considerando a conservação dos recursos hídricos. Nas aldeias, os indígenas aprenderam a monitorar a qualidade dos rios e selecionar as sementes mais adequadas para coleta, valorizando a floresta nativa e seus usos culturais. Nos assentamentos e nas propriedades de agricultura de subsistência, os sistemas agroflorestais se multiplicaram.

Do ponto de vista dos coletores, a "muvuca" provocou mudanças mais radicais. De repente, o mercado valorizou um conhecimento quase sem uso: o saber sobre a biodiversidade local, o tempo de florescimento e frutificação das árvores nativas, suas formas de reprodução. Em diversos casos, a nova atividade viabilizou a transição do subemprego para o negócio próprio. Neste início de 2014, a Rede de Sementes do Xingu conta com 350 coletores de sementes em 21 municípios, 18 assentamentos e 17 comunidades indígenas. Muitos deles trabalham com filhos e familiares, de modo que o número de pessoas envolvidas na atividade é bem maior.

Santino Sena, 55 anos, natural de Rio Pardo de Minas (MG), era trabalhador rural. Foi para o Mato Grosso aos 20 anos e cuidou de várias plantações, em Canarana e Nova Xavantina, sempre para os outros. Aos poucos, começou a produzir mudas de árvores nativas no quintal de sua casa e, em 2007, entrou para a rede organizada pelo Instituto Socioambiental. Hoje ele faz suas coletas nas matas de fazendas e no entorno das cidades ou mesmo nas praças das zonas urbanas.

Santino é um coletor dos bons, conhece as manhas da natureza. Retira sementes lá em cima, com uma tesoura de poda presa a uma taquara comprida ou subindo na árvore com cordas, se preciso for. Recolhe também os frutos caídos, cá embaixo no chão, seja no meio de folhagens ou pastagens, seja dentro d´água, nos banhados e igarapés. Depois de colhidas, ele limpa as sementes e as seca ao sol ou à sombra, conforme a espécie. Devidamente separadas, elas são armazenadas para esperar a hora do plantio em uma despensa refrigerada. Tudo muito simples, mas funcionando perfeitamente.

Antes das entregas, nos meses de primavera e verão, Santino ainda faz a quebra de dormência. Ou seja, ele imita a natureza, reproduzindo artificialmente as condições essenciais para acelerar a germinação. Para as sementes que passam pelo sistema digestivo dos animais, por exemplo, às vezes é preciso "arranhar" ou cortar a casca; às vezes é preciso mergulhar em uma solução ácida. Para aquelas que dependem de calor e umidade, basta colocar na água morna. A quebra de dormência é importante porque aumenta muito o índice de sucesso das futuras árvores.

Com o dinheiro da coleta de sementes, Santino deixou de ser funcionário e abriu sua microempresa, a S Sena Reflorestadora. A venda de mudas cresceu junto com a coleta de sementes e o viveiro pediu um terreno bem maior. "Agora ofereço o serviço de plantio e faço a manutenção durante os primeiros 30 dias para as mudas compradas aqui. Também reponho as que morrerem nesse período", anuncia. Ele continua trabalhando no campo, no entanto é dono do próprio tempo e ganha bem mais.

As mesmas vantagens levaram Vera Alves da Silva Oliveira a largar a vida de doméstica para investir na coleta de sementes e na produção de polpas de frutas congeladas. Aos 45 anos, ela finalmente quitou as dívidas, tem casa própria e agora planeja comprar uma moto para as entregas. "De manhã faço as polpas, vou vender na feira e nos restaurantes. E à tarde saio para fazer as coletas de sementes, quando é época", conta. As frutas nativas, como o cajá, têm dupla serventia: "Dá para tirar a polpa e aproveitar a semente. É só cuidar para o liquidificador não danificar as sementes", assegura Vera.

Em seu quintal, como no terreno de Santino, tem sempre uma lona esticada no chão, com sementes secando. É uma espécie de poupança a céu aberto, pronta para render juros aos coletores e água para a bacia do rio Xingu.

Nas fazendas, a par da recuperação de matas ciliares com a "muvuca", a boa infiltração das chuvas precisa ocorrer em toda a área de pastagens ou lavouras para garantir a recarga adequada dos lençóis subterrâneos. Não basta apenas cercar as margens de cursos d´água e construir bebedouros para o gado. É preciso olhar para o solo e lançar mão de práticas sustentáveis na propriedade inteira e então colher efeitos positivos na qualidade e quantidade dos recursos hídricos.

"Em 2006, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária [Embrapa] escreveu um macroprojeto envolvendo 13 unidades para atuar na região do rio Xingu, com vários subprojetos. Nossa campanha Y Ikatu Xingu era uma âncora, um eixo central que mobilizava muitas organizações e tinha o mesmo público com o qual a Embrapa ia trabalhar. Então as coisas se combinaram e conseguimos estabelecer uma estratégia de abordagem das pessoas interessadas com sucesso", recorda Rodrigo Junqueira, do Instituto Socioambiental.

A parceria ISA-Embrapa virou livro, em dezembro de 2013. Plantar, Criar e Conservar une as experiências-piloto realizadas com fazendeiros e acrescenta instruções técnicas. É dirigido a quem quiser unir produtividade e conservação ambiental. A publicação ensina a "planejar uma propriedade rural, associando diversificação de atividades, intensificação produtiva, valorização dos serviços socioambientais". Tudo dentro dos limites dos recursos naturais e com incremento de renda, conforme diz o prefácio.

iLPF

Um dos modelos de gestão com boas recomendações é a integração lavoura/pecuária/floresta, ou iLPF. E entre os grupos que abriram as porteiras para projetos-piloto está a mesma Agropecuária Fazenda Brasil que fez o teste com a "muvuca". "Quando resolvemos investir no Mato Grosso, o Grupo já tinha uma preocupação ambiental e queria ir além do exigido por lei", afirma Armando Pires Neto, gestor do Grupo AFB. "Nunca medimos esforços para garantir o uso de tecnologias mais limpas, evitar a degradação das pastagens, preservar as aguadas naturais. Mas havia uma carência de informação mais técnica, de soluções mais inteligentes, e na primeira conversa com o ISA e a Embrapa já encontrei esse tipo de informação, de padrão técnico".

A partir de 2007, as fazendas do Grupo AFB implantaram experimentos de integração do plantio de soja, pastagens e florestas produtivas, tornando-se uma Unidade de Referência Técnica da Embrapa (Urte). Como seu negócio principal é gado de corte, as lavouras de soja são usadas para revitalização das pastagens degradadas. O sistema de plantio direto - sem revolver a terra e com o uso de adubação verde - ajuda a descompactar o solo, maltratado pelo pisoteio dos bois.

Em uma das fazendas, em Nova Xavantina, os 5,7 mil hectares são divididos em piquetes, com parte dos bois em sistema de confinamento e outra parte em semiconfinamento.

O esterco recolhido na área de confinamento segue para a compostagem e se transforma em adubo orgânico para os pastos do semiconfinamento. O plantio de soja para restauração dos pastos é intercalado com milheto (para cobertura do solo) ou milho (usado na ração dos bois confinados).

Após a terceira colheita de soja, um capim chamado mombaça é semeado de avião e as pastagens revitalizadas se tornam nitidamente mais verdes (e mais produtivas), contrastando com o horizonte de paredões avermelhados da Serra do Roncador. A mesma serra, diga-se de passagem, por onde andaram o marechal Cândido Rondon e os irmãos Villas-Boas, de história tão emblemática para as comunidades indígenas do Xingu.

As áreas plantadas com soja ficam entre linhas de árvores orientadas no sentido leste/oeste para não sombrear a lavoura. "Várias combinações de árvores foram experimentadas: eucalipto, teca, mogno, pequi, jatobá, baru e outras frutíferas nativas", enumera o agrônomo Handerson Paulo da Cruz, gerente de agricultura da AFB. O melhor resultado, na sua avaliação, é soja com eucalipto. "Depois do quarto ano de soja, o capim substitui a lavoura, mas os eucaliptos permanecem. Os bois entram nos novos pastos e aproveitam a sombra dos eucaliptos. Isso garante grande conforto térmico para o gado, fator importante nesta região muito quente", acrescenta. O eucalipto, depois de mais alguns anos, é aproveitado para lenha ou madeira, servindo inclusive para a fabricação de mourões de cerca.

A iLPF visa a otimização de sistemas de uso da terra e deve elevar a produtividade, a qualidade dos produtos, a qualidade ambiental e a competitividade do produtor, dizem os especialistas da Embrapa. As diversas combinações de lavoura, pecuária e floresta - testadas na Fazenda Brasil e em outras fazendas transformadas em unidades de referência técnica - servem para ajustar as recomendações mais adequadas a cada região e ao gosto de cada produtor rural. Mas todas elas reúnem uma boa lista de benefícios, incrementando a sustentabilidade no campo.

A integração lavoura/pecuária/floresta, ou iLPF, reduz a necessidade de desmatar para abrir novas lavouras ao garantir aumento de rentabilidade com a diversificação de produtos. Na Fazenda Brasil, em Barra do Garças (MT), a melhor opção é soja com eucaliptos e gado de corte - Foto: Ricardo Teles

Para começar, o sucesso da intensificação pode evitar novas derrubadas de florestas nativas por tornar possível obter, na mesma área, vários produtos (árvores, grãos, animais, forrageiras) e mais de uma safra por ano. A mesma intensificação compensa as áreas produtivas eventualmente "perdidas" para a reconversão de pastos ou lavouras da beira d’água em Áreas de Preservação Permanente (APPs).

A otimização e a intensificação ainda se estendem ao ciclo de nutrientes do solo, melhorando a qualidade e a conservação de suas características produtivas. Além disso, a luz e a água são recursos utilizados com mais eficiência, logo tanto o capital financeiro investido quanto o capital ambiental têm melhor retorno.

A biodiversidade do solo e das áreas protegidas se mantém em melhores condições. E, em alguns casos, até aumenta. No meio da soja, em boa parte do Mato Grosso, é comum encontrar bandos de emas (Rhea americana) circulando, de olho em insetos e aranhas para fazer uma boquinha. Nas áreas mistas, com lavoura e floresta, aumenta o número de espécies silvestres em circulação. Famílias inteiras de quatis (Nasua nasua) passeiam tranquilas em plena luz do dia. Caso sejam surpreendidas por pessoas, buscam refúgio rápido entre as fileiras de árvores.

Falcões e gaviões de vários tamanhos sobrevoam as áreas de grãos atrás de pequenos roedores e aves, contando com os ramos mais altos das espécies florestais como ponto de observação. Catetos, queixadas e capivaras deixam seus rastros durante a noite e às vezes precisam ser contidos com cercas de múltiplos fios para não causar dano aos plantios de grãos. Atrás deles, eventualmente se registram rastros de onças - pardas e pintadas.

Nas margens dos cursos d´água, onde as sementes da "muvuca" já estão crescidas, a volta das aves complementa a restauração florestal. Ao voar entre as matas preservadas das reservas e as novas áreas em recuperação, essas aves transportam sementes de nativas, que "plantam" nos locais de pouso. Em particular, as aves da família dos tucanos e araçaris fazem um excelente trabalho de enriquecimento florestal. Elas são predominantemente frugívoras e têm uma autonomia grande de voo, viajando com mais frequência entre uma mata e outra. E, justiça seja feita, várias espécies de morcegos também contribuem no período noturno, devido ao hábito de colher frutos em um local e voar para longe para comer, deixando cair sementes pelo caminho e, principalmente, embaixo do recanto escolhido para as refeições.

Essa parte executada pela fauna silvestre na parceria pela restauração de matas ciliares não está nos acordos firmados entre indígenas, ambientalistas, movimentos sociais, assentados e fazendeiros. Mas cumpre seu papel em prol da água boa do Xingu, ao lado de toda essa gente.

Guns N' Roses prepara retorno com formação original e turnê em 2016

HuffPost Brasil



Depois de um hiato de mais de vinte anos, o Guns N' Roses deve se reunir em sua formação clássica durante festival Coachella, na Califórnia, em abril de 2016.

A confirmação dos rumores foi dada pelo site da revista Billboard.

De acordo com a publicação, além da apresentação no festival, a banda está negociando uma turnê por mais de 25 estádios na América do Norte no próximo ano. Um dos primeiros shows deve ocorrer em Las Vegas, também em abril.

Axl Rose, Slash e companhia estão pedindo mais de US$ 3 milhões por show, segundo a revista. Os ingressos provavelmente serão vendidos entre US$ 250 e US$ 275.

Os boatos sobre a reunião ganharam força nos últimos dias após o site oficial colocar em destaque o logotipo antigo do grupo. Fora isso, um vídeo com imagens do último show da banda com a presença de Slash tem sido exibido nos EUA antes do filme Star Wars: O Despertar da Força.

A informações sobre o retorno ainda não foram oficializadas nos canais da banda. Especula-se que o anúncio será feiro no dia 5 de janeiro.

Slash deixou o Guns N' Roses em 1996, após 11 anos na banda. Seguiu carreira solo e lançou diferentes projetos, incluindo o Slash's Snakepit, Velvet Revolver e o Kings of Chaos.

A última apresentação da banda com sua formação clássica, que inclui Axl e Slash, ocorreu em julho de 1993, no estádio do River Plate, em Buenos Aires.

Ator da série 'Glee' é preso sob suspeita de possuir pornografia infantil

HuffPost Brasil com Reuters



O ator Mark Salling, do seriado de sucesso teen Glee, foi preso na última terça-feira (29) sob suspeita de possuir pornografia infantil, disse o Departamento de Polícia de Los Angeles, nos Estados Unidos.

Salling, de 33 anos, que interpretou o jogador de futebol norte-americano Noah "Puck" Puckerman na série da Fox sobre um coral inclusivo em uma escola, foi levado para uma prisão no centro da cidade de Sunland, no norte de Los Angeles, segundo a porta-voz da polícia, Liliana Preciado.

Salling foi preso por policiais que cumpriam ordens de busca por posse de pornografia infantil na Internet, de acordo com a porta-voz. Ela afirmou que não tinha mais detalhes sobre o caso, que será enviado aos promotores para que se decida se o ator será formalmente indiciado.

E os fãs da série não deixaram de se manifestar no Twitter -- inconformados com a notícia:


Com um elenco diverso e versões próprias de músicas pop, raps e canções da Broadway, Glee estreou em 2009 e virou um sucesso mundial, ganhando o Globo de Ouro e o Emmy.

A série terminou em março de 2015, com os seus personagens saindo do colégio e indo para a faculdade.

(Com informações da Reuters)

Governo diz ter pago R$ 72,4 bilhões para quitar todas as pedaladas fiscais em 2015

HuffPost Brasil  |  De Luiza Belloni



A Secretaria do Tesouro Nacional informou nesta quarta-feira (30) que foram pagos R$ 72,4 bilhões em "obrigações" devidas ao FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e ao Banco do Brasil.

O valor se refere às chamadas "pedaladas fiscais" -- atrasos de pagamentos aos bancos por conta de benefícios sociais e subsídios. Do total, R$ 55,572 bilhões se referem a passivos de 2014 e R$ 16,803 bilhões a obrigações de 2015.

Segundo o Tesouro, R$ 55,8 bilhões estão sendo pagos neste final de ano e R$ 16,6 bilhões serão quitados entre janeiro e novembro. Com o pagamento, o governo quita o passivo levantado pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

Do total de pagamentos, R$ 70,9 bilhões são recursos da conta única do Tesouro. Destes, R$ 21,1 bilhões são recursos de emissões de títulos realizadas anteriormente, ou seja, sem necessidade de emitir novos títulos. Os outros R$ 49,8 bilhões vieram de outras fontes da conta única.

(Com informações da Reuters e Agência Brasil)

Doença da atriz Tônia Carrero pode ser mais comum do que se imagina

HuffPost Brasil  |  De Andréa Martinelli



Aos 93 anos, a atriz Tônia Carrero, um dos principais nomes da televisão, do teatro e do cinema brasileiros, reapareceu em uma foto ao lado de familiares na noite de Natal e levantou dúvidas -- e preocupações -- sobre o seu estado de saúde.

A imagem, publicada no último sábado (26), mostra Tônia debilitada, sentada em uma poltrona e segurando a mão de uma integrante da família.




Em entrevista ao UOL, o ator e diretor Leonardo Thierry, sobrinho da atriz, explicou o estado de saúde dela:

"Ela não anda mais, se desloca em cadeira de rodas e raramente fala, o que leva muita gente a achar que ela não está lúcida, mas ela está".

Ele disse ainda ao UOL que, em 2000, a atriz foi diagnosticada com hidrocefalia oculta.

Após cirurgias, a atriz voltou para o teatro e televisão. Mas, atualmente, mesmo com o quadro estável, necessita de cuidados e faz fisioterapia regularmente.

Segundo o sobrinho, ela teve gripe e muita tosse dias antes do Natal, por isso apareceu abatida na imagem publicada nas redes sociais.

O ator Cécil Thiré, filho de Tônia, falou pela primeira vez sobre o estado de saúde da mãe ao jornal Extra e confirmou que, devido a doença, "ela não se comunica mais" e nem consegue "andar normalmente".

Ainda ao jornal Extra, o Leonardo Thierry ainda esclareceu boatos de que Tônia não sofre de Alzheimer:

"O neurologista dela é categórico neste ponto: ela não tem Alzheimer", disse.

Esta é a primeira aparição de Tônia desde setembro, quando comemorou 93 anos com a família.

No final de junho deste ano, parentes publicaram uma foto com a atriz para desmentir boatos de que ela havia morrido:




Tônia está afastada da TV desde 2004, quando fez uma participação especial na novela Senhora do Destino.

Seu trabalho mais recente como atriz foi no filme Chega de Saudade (2008).

Atualmente, Tônia mora no Rio de Janeiro com o sobrinho Thierry, e o filho, Cécil Thiré.

Hidrocefalia oculta: o que é?

A hidrocefalia oculta ocorre quando o líquido cefalorraquidiano (chamado de "liquor"), que circula pelo cérebro e atua como um sistema de proteção, não consegue ser reabsorvido no próprio cérebro.

De acordo com a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira – Albert Einstein, no Brasil há aproximadamente 11 mil novos casos como o de Tônia em adultos por ano principalmente a partir dos 65 anos.

E a doença por ser mais comum do que se imagina.

O neurocirurgião José Ricardo Pinto, que operou a atriz duas vezes, explicou ao jornal Extra:

"Não é uma doença rara. Antigamente, quando se descobriu a hidrocefalia do adulto, media-se a pressão desse líquido, e essa pressão era normal. E aí então, passou a se chamar hidrocefalia oculta ou hidrocefalia de pressão normal."

Segundo ele, boa parte dos pacientes diagnosticados acabam se curando, mas afirma que o caso de Tônia é irreversível devido a idade avançada.

O tratamento usado para este tipo de doença é a colocação de uma válvula no cérebro que tem a função de regular o fluxo deste líquido. Ela se abre toda vez em que há um aumento e drena o excesso.

Tônia fez duas cirurgias para colocação de válvulas como estas, uma em 2000 e a outra em 2008.

"A Tônia teve, por conta da própria doença, a evolução dela. Ou seja, aí já não era nem a hidrocefalia, mas, sim, era a hipertrofia do cérebro, que já ocorreu por conta da idade, fazendo que ela perca os movimentos das mãos e das pernas. É como se se fosse uma vela que vai se pagando", explicou o médico da atriz ao jornal Extra.

É mais comum do que se pensa

A grande maioria das ocorrências de hidrocefalia em idosos, porém, está associada à incapacidade do cérebro de reabsorver adequadamente o liquor, por razões que especialistas dizem ainda desconhecer.

“Trata-se de uma doença extremamente limitante. O paciente não consegue se locomover e fica preso ao leito, com incontinência que favorece infecções urinárias de repetição", atenta o médico Ivan Hideyo Okamoto, neurologista do hospital Albert Einstein em entrevista à Agência Brasil.

Já o neurocirurgião Reynaldo André Brandt, e presidente da mesa diretora da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, explicou à EBC que "mais de 90% dos pacientes que apresentam a tríade de sintomas (comprometimento de memória e/ou funções cognitivas, marcha irregular e incontinência urinária) têm hidrocefalia".

Alguns sintomas que muitos consideram "comuns" em idosos e associam a outras doenças ou até à idade avançada como falta de equilíbrio, perda de memória e incontinência urinária, podem fazer parte do diagnóstico de hidrocefalia oculta, uma doença comumente subnotificada.

Poucos idosos recebem o tratamento adequado porque simplesmente não sabem que tem a doença.

Além dos sintomas citados, a hidrocefalia em adultos pode ocorrer quando o paciente sofre algum trauma na região da cabeça.

"Quando a doença é diagnosticada em até dois anos, é possível que haja reversão total do quadro", afirma o neurocirurgião Fernando Campos, do Hospital das Clínicas ao Estadão.

(Com informações do Estadão Conteúdo e agências de notícias)

Após grande arrecadação, Estado americano do Colorado pode ter de devolver dinheiro do imposto da maconha à população

Huffpost Brasil  |  De Thiago de Araújo



A legalização da maconha no Estado americano do Colorado está dando uma nova dor de cabeça aos políticos locais. Não, a violência não aumentou, tampouco problemas envolvendo o abuso do entorpecente. O problema é a possibilidade do Estado ter de devolver dinheiro arrecadado com o imposto sobre a maconha à população. E não é pouca coisa.

Originalmente, o imposto sobre a maconha foi instituído para as escolas estaduais (15%) e para outros gastos do poder público (mais 10%). Com base na legislação do Colorado, há um limite de arrecadação de impostos, o qual, se for excedido, deve resultar na devolução de dinheiro para os moradores. Entretanto, a disputa deve aquecer o debate sobre o tema, mais uma vez.

Apenas no primeiro ano do imposto sobre a maconha legalizada, o Colorado arrecadou US$ 50 milhões (R$ 135,7 milhões). Entre a população, há quem não discorde de ver o dinheiro excedente ir para escolas, mas há quem queira receber o valor, nem que seja em forma de “um baseado gratuito”, conforme noticiou a agência Associated Press. “Os impostos são muito altos, e eles deveriam nos devolver”, comentou David Huff, um carpinteiro de 50 anos.

A lei que estabelece um teto de arrecadação no Colorado é de 1992 e prevê que qualquer novo imposto deva passar pelo voto popular. Foi assim com o atual imposto sobre a maconha. Quando o Estado obtém mais do que o permitido, baseado em uma fórmula que leva em conta a inflação e o crescimento da população, ele deve devolver o dinheiro. No passado, foram seis pagamentos retornados aos moradores, em um total de US$ 3,3 bilhões (R$ 9 bilhões).

Tanto democratas quanto republicanos querem evitar a devolução do excedente do imposto da maconha. Eles apenas não sabem ainda como farão isso. É possível que uma nova votação popular seja convocada em breve para que a população decida o que será feito com o valor, estimado em US$ 30,5 milhões (R$ 82,7 milhões), o que corresponderia a US$ 7,63 (R$ 20,71) por adulto.

Os parlamentares terão até o fim de março para definir o que farão, e não são poucas as questões. Toda a população teria direito a receber o reembolso da maconha, ou só quem consome a droga? Por enquanto, a expectativa da classe política é manter a arrecadação com a ‘marijuana’ em alta, aproveitando os bons ventos em outros setores da economia. E, se possível, sem ter de devolver dinheiro.

Fazenda vai pagar dívida de R$ 1,5 bilhão com o Banco do Brasil

Sabrina Craide - Repórter da Agência Brasil Edição: Beto Coura


O Ministério da Fazenda publicou hoje (30) no Diário Oficial da União um despacho reconhecendo uma dívida de R$ 1,5 bilhão com o Banco do Brasil. A quitação será feita com a emissão de títulos da dívida pública mobiliária federal interna, segundo o documento assinado pelo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa. O pagamento é parte da dívida da União com bancos públicos referentes ao repasse de recursos a programas sociais.

Na última segunda-feira, o secretário interino do Tesouro Nacional, Otávio Ladeira, disse que a maior parte dos passivos apontados pelo Tribunal de Contas da União, que somam R$ 57 bilhões, será quitada com recursos da conta única do Tesouro, onde está o chamado "colchão da dívida".

Mas, segundo ele, o passivo de R$ 1,5 bilhão, relacionado especificamente com o Banco do Brasil, deve ser quitado por meio da emissão de títulos públicos. O governo federal deve anunciar hoje os detalhes sobre o pagamento.

No despacho publicado hoje, o ministro da Fazenda autoriza também o contrato de renegociação e quitação de dívida com a Caixa Econômica Federal, no valor total de R$ 168,1 milhões. O contrato é proveniente de obrigações do extinto Território de Roraima com a Caixa.


Estados Unidos avançam na questão climática, mas imigração é tabu

Leandra Felipe – Correspondente da Agência Brasil/EBC Edição: Kleber Sampaio


O governo dos Estados Unidos conseguiu em 2015 avançar na agenda climática ao assinar o acordo sobre o clima em Paris, em dezembro, propondo compromissos de redução anteriores à assinatura do documento na França.

Mas, se por um lado houve avanço na questão climática, a administração do presidente Barack Obama não conseguiu dar uma resposta às questões de imigração e controle de armas no país – promessas de campanha do primeiro e segundo mandatos.

Na questão climática, Obama lançou neste semestre um plano de redução de emissão de gases das termoelétricas em 32% até 2030. O projeto foi enviado ao Congresso e encontra resistência entre parte dos republicanos, que afirmam que a redução vai gerar perda de empregos devido aos altos custos que a indústria terá.

É justamente o setor empresarial norte-americano o que mais atua junto ao Congresso para tentar impedir mudanças. Entretanto, o governo apostou em campanhas publicitárias e no conceito de segurança (tão importante para os norte-americanos) para conquistar apoio político, por meio da opinião pública.

O Plano Força Limpa, como é chamado um conjunto de medidas que o governo dos Estados Unidos veem implementando para tentar minimizar os efeitos climáticos, mostra os prejuízos enfrentados no país em situações causadas pelas temperaturas mais altas, como, por exemplo, a existência de furacões e tufões mais fortes e mais potencialmente destrutivos.

Mas, apesar de ter assinado o acordo global e de ter se comprometido quanto ao financiamento de fundos – estimados em 100 bilhões de dólares – a ação do país ainda não é clara.

O próprio presidente Obama deixou subentendido que o acordo era um passo importante, mas não perfeito. “Fizemos um excelente trabalho, mas sabemos que ainda não é suficiente”, afirmou depois da assinatura do documento em Paris.

O desafio da Casa Branca é manter o apoio do Congresso, especialmente agora, a menos de um ano das eleições presidenciais. O legislativo precisa aprovar as metas com as quais o governo se comprometeu externamente.

Um exemplo da dificuldade que será enfrentada diz respeito ao uso de fontes de energias fósseis. Estudos apresentados durante a Conferência do Clima revelaram que somente reduções drásticas e rápidas no uso de tais fontes poderiam viabilizar a meta de reduzir o aumento da temperatura abaixo de 2ºC.

Os Estados Unidos são o maior consumidor de petróleo do mundo e também o maior produtor. A transição para fontes de energia limpa requer tempo e alto investimento.

Reforma migratória paralisada

Em 2015, a reforma migratória proposta por Obama não avançou, embora a promessa de alavancar a votação da nova lei imigratória tenha sido uma das plataformas que o ajudaram a se reeleger com ajuda do voto latino.

Mas, com o Congresso de maioria republicana, a última ação do governo foi o anúncio das medidas que o governo planeja implementar, mas ainda em dezembro de 2014. Na época, Obama prometeu medidas de proteção relacionadas à deportação, o que representaria um “alívio” para pelo menos 5 milhões de imigrantes que vivem sem documentação no país.

Entretanto, líderes dos republicanos consideraram a proposta ilegal e há ações na Suprema Corte para dar um parecer sobre o plano.

Enquanto isso, as deportações continuam, especialmente para a comunidade hispana, sobretudo, os mexicanos. Cada estado, e até mesmo condados (regiões administrativas), tendem agir de maneira independente. Na Georgia, Sudeste dos Estados Unidos, há deportações no condado de Cobb, mas o mesmo não acontece em Fulton (onde está localizada parte de Atlanta).

Sem uma definição do Congresso e sem a resposta judicial, a migração foi postergada mais um ano e novamente é tema da disputa política entre republicanos e democratas, em plena campanha presidencial. De um lado, Hillary Clinton encabeçando os pré-candidatos democratas. Ela está prometendo anistia para os ilegais.

Na outra ponta, os republicanos divididos entre o radicalismo do multimilionário Donald Trump, que declarou querer deportar mexicanos e demais latinos, além de terminar a construção do muro que divide o México e Estados Unidos.

O pré-candidato também usa o viés migratório para tocar em um dos pontos mais delicados para o eleitorado - a questão da imigração e da vulnerabilidade. Trump começou a defender que a entrada de muçulmanos seja proibida no país, bem como o funcionamento de mesquitas, como medida para evitar ataques terroristas.

O candidato já foi criticado pelo governo Obama e pela própria comunidade muçulmana, por considerar que este tipo de pensamento só alimenta radicais como o grupo extremista Estado Islâmico (EI).

Mesmo assim, o discurso de Trump agrada e ele cresce entre os republicanos, deixando para atrás representantes do voto latino mais conservador, como o senador Marco Rubio e Jed Bush, irmão do ex-presidente George W. Bush.

Rubio e Bush, ambos da Flórida, defendem uma reforma migratória e dizem que é preciso rever a questão, mas não fazem promessas tão amplas quanto Clinton, que mantém o discurso de Obama.

Tiroteios sem controle

O presidente Barack Obama admitiu este ano que sua maior frustração ao longo de quase dois mandatos à frente da presidência dos Estados Unidos foi a de não ter conseguido aprovar no Congresso uma lei que determine um maior controle de armas.

Os dois últimos incidentes registrados foram no fim deste ano em San Bernadino, Califórnia. Um casal de imigrantes muçulmanos foi responsável por um massacre que deixou 14 mortos, e, uma semana antes,  no final de novembro, um atentado deixou três mortos e vários feridos em uma clínica que realizava abortos no Colorado.

Depois disso, o presidente Obama voltou a defender o controle de armas. E questionou novamente até quando o país vai permitir que isso aconteça.

De acordo com levantamento feito pelo jornal Washington Post, só entre janeiro e outubro de 2015 foram registrados 294 massacres com armas de fogo nos Estados Unidos, 45 deles em instituições de ensino.

Obama admitiu que motivações políticas, religiosas, passionais, por crimes de ódio e  racismo - como o cometido pelo jovem Dylann Roof, 21 anos, acusado da morte de nove pessoas após abrir fogo em uma Igreja histórica para o movimento dos direitos civis em Charleston, na Carolina do Norte – ocorrem, mas a facilidade do acesso às armas se torna um perigo e dificulta o combate a esse tipo de crime.

O número de vítimas em 2015 foi superior a 380 pessoas e mais de mil feridos. Enquanto os crimes continuam, a sociedade civil tenta convencer a população a não usar armas de fogo e a não andar armada. Mas comprar uma arma é um direito de qualquer cidadão nos Estados Unidos e usá-la para se proteger é algo garantido pela Constituição do país.

Amparado na lei, na cultura e no lobby da indústria bélica, o desafio para mudar a legislação é grande e, ao que parece, pode mesmo terminar como uma das frustrações da era Obama na Casa Branca.


Publicado decreto que reajusta o salário mínimo para R$ 880

Luana Lourenço – Repórter da Agência Brasil Edição: Denise Griesinger

O governo publicou hoje (30), no Diário Oficial, o decreto que oficializa o aumento do salário-mínimo de R$ 788 para R$ 880, a partir de 1° de janeiro de 2016. De acordo com o texto, o valor diário do salário mínimo corresponderá a R$ 29,33 e o valor por hora a R$ 4.

O reajuste de 11,6% terá impacto direto para cerca de 40 milhões de trabalhadores e aposentados que recebem o piso nacional e, segundo o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão,  a medida causará impacto de R$ 30,2 bilhões nas contas públicas em 2016.

O novo aumento dá continuidade à política de valorização do salário-mínimo, criada em 2003, que determina que o reajuste anual do mínimo seja definido com base na soma da inflação do ano anterior mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes.


Presidente Obama termina ano com queda na aprovação

Leandra Felipe – Correspondente da Agência Brasil/EBC Edição: Denise Griesinger


Cerca de 75% dos norte-americanos estão descontentes com o governo de Barack Obama. Foi o que mostrou uma pesquisa divulgada nessa terça-feira (29) pela CNN/ORC. Além disso, 69% dos entrevistados afirmaram que reprovam os rumos da política no país, liderado há quase sete anos pelos democratas, sob a gestão de Obama.

Considerando apenas os norte-americanos que se declaram republicanos, a desaprovação é ainda maior: mais de 90% dos conservadores se declaram descontentes e 82% declaram reprovar o governo Obama.

Ao analisarem a administração do país desde 2008, cerca de 37% dos entrevistados disseram que Obama trouxe mudanças positivas para o país, conforme prometido em 2008, mas a mesma quantidade de entrevistados disse que o país piorou nos últimos anos e 21% afirmou que nada mudou, nem para melhor e nem para pior.

Entre os democratas, 67% declararam ter observado mudanças positivas e 63% dos republicanos responderam que o país piorou na gestão do democrata.

A opinião sobre o presidente Obama é polarizada. Dos entrevistados 48% disseram ter uma visão pessoal favorável e 50%, desfavorável.

Apesar da desaprovação nas áreas de política e segurança, os norte-americanos permanecem um pouco mais otimistas com relação à economia, com 52% de aprovação para as ações da Casa Branca.

A pesquisa da CNN foi feita por telefone entre os dias 17 e 21 de dezembro de maneira aleatória e ouviu 1.018 pessoas. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais e para menos.

Mas no país as pesquisas também apresentam dados divergentes. O Instituto Gallup divulgou ontem (28) sua pesquisa anual sobre personalidades mais influentes e o presidente Barack Obama apareceu, pelo oitavo ano consecutivo, no topo da lista dos mais admirados no país.


Livro revela indícios de que 1° premiê da China comunista era gay

Reuters


Um livro que será publicado em Hong Kong em 2016 relata que Zhou Enlai, respeitado primeiro premiê da China comunista, era provavelmente homossexual, apesar de seu longo casamento, e foi apaixonado por um colega de classe.

O livro apresenta argumentos que certamente vão criar controvérsias na China, onde o Partido Comunista gosta de manter seus grandes líderes como moralmente intocáveis e onde a homossexualidade é malvista, embora não seja mais repreendida oficialmente.



A autora sediada em Hong Kong, Tsoi Wing-mui, é uma ex-editora de uma revista política liberal no país, onde escreveu artigos sobre questões homossexuais antes, mas este é seu primeiro livro.

Ela releu cartas já publicamente disponíveis e diários que Zhou e sua esposa, Deng Yiangchao, escreveram, incluindo os que detalhavam os sentimentos de Zhou por um colega de escola e o afastamento emocional de sua esposa, para concluir que Zhou provavelmente era gay.


Zhou foi premiê da revolução em outubro de 1949, que levou o Partido Comunista ao poder, até morrer de câncer em 1976.

Tsoi releu livros publicados pelo partido em 1998 para marcar o 100º aniversário do nascimento de Zhou que continham ensaios e discursos públicos de Zhou, assim como seu diário, cartas, poemas, romances e teses de 1912 a 1924.

"Zhou Enlai era um político gay que teve o infortúnio de nascer 100 anos antes", escreveu a autora em seu livro.

A autora disse à Reuters que o real significado dos diários tinha sido escondido à vista de todos, mas há estudiosos chineses que tinham feito abertamente a conexão antes que este assunto viesse à tona.

"Quando os autores chineses da parte continental entraram em contato com esse material, eles não consideraram a possibilidade dele ser homossexual", disse ela.

Não é ilegal ser gay na China e nos dias de hoje grandes cidades chinesas têm cenas gays prósperas, embora ainda haja muita pressão da família para se casar e ter filhos, mesmo para homens e mulheres gays.

Há uma série de celebridades abertamente gays na China, mas é raro ouvir um político falar abertamente sobre sua sexualidade.

Em mais um ato de violência, Estado Islâmico edita 'leis para uso de escravas sexuais'

Veja.com



Teólogos do Estado Islâmico (EI) emitiram uma decisão extremamente detalhada sobre quando "donos" das mulheres escravizadas pelo grupo extremista podem ter relações sexuais com elas.

A decisão, ou fatwa, tem força de lei e parece ir além das conhecidas declarações anteriores do EI sobre o assunto, disse um estudioso do grupo jihadista. A medida lança nova luz sobre a forma como o grupo está tentando reinterpretar centenários ensinamentos para justificar a escravidão sexual de mulheres em áreas da Síria e do Iraque que controla.

A fatwa estava entre um enorme acervo de documentos capturados pelas Forças de Operações Especiais dos Estados Unidos durante um ataque que tinha como alvo um alto funcionário do Estado Islâmico na Síria, em maio.

A agência Reuters teve contato com alguns dos documentos, que não foram previamente publicados, e nesta segunda e terça-feira (29) publicou reportagens revelando partes do material.

Entre as normas religiosas estão a proibição de pai e filho manterem relações sexuais com a mesma escrava; e o proprietário de uma mãe e filha fazer sexo com ambas.

A Organização das Nações Unidas (ONU) e grupos de defesa dos direitos humanos acusam o Estado Islâmico do rapto e estupro sistemático de milhares de mulheres e meninas, especialmente membros da minoria yazidi no norte do Iraque. Muitas têm sido dadas aos combatentes como uma recompensa ou são vendidas como escravas sexuais.

Longe de tentar esconder a prática, o EI se vangloria de suas ações criminosas e criou um departamento de "despojos de guerra" para gerenciar a escravidão.

Em um relatório de abril, a Human Rights Watch entrevistou vinte fugitivas que contaram como combatentes do Estado Islâmico separavam as moças e meninas de homens e meninos e mulheres mais velhas. Elas foram levadas "de uma forma organizada e metódica para vários lugares no Iraque e na Síria" e eram então vendidas ou dadas como presentes, e repetidamente violadas ou submetidas à violência sexual.

(Com agência Reuters)

Lewandowski extingue ação popular que pedia afastamento de Eduardo Cunha

Mariana Jungmann - Repórter da Agência Brasil Edição: Armando Cardoso


O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Ricardo Lewandowski, declarou extinta uma ação popular contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Autor da ação, Antonio Carlos Fernandes pedia o imediato afastamento de Cunha de suas funções e a anulação do ato que acatou o pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff.


Lewandowski extinguiu a ação sem observar o mérito, considerando apenas questões de direitoArquivo/Tânia Rêgo/Agência Brasil

Lewandowski extinguiu a ação sem observar o mérito, considerando apenas questões de direito. Na decisão, o presidente do Supremo considerou que a Corte não tem prerrogativa de julgar esse tipo de ação popular, de “índole civil”.

O ministro citou o artigo da Constituição que estabelece a competência privativa do Supremo para processar e julgar somente infrações penais comuns dos presidentes de outros poderes, assim como do vice-presidente da República, membros do Poder Legislativo, ministros do STF e do procurador-geral da República.

Além disso, Lewandowski afirmou que “inexiste nos autos comprovação de que o titular da assinatura eletrônica da petição inicial, Paulo Napoleão Gonçalves Quezado, seja advogado devidamente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, o que também impede o conhecimento do pedido”.

Com a decisão de julgar extinto o processo, não há possibilidade de recurso.

Impacto total do novo salário mínimo no Orçamento será de R$ 30,2 bilhões

Mariana Branco - Repórter da Agência Brasil Edição: Juliana Andrade


O aumento do salário mínimo de R$ 788 para R$ 880, estabelecido hoje (29) por meio de decreto assinado pela presidenta Dilma Rousseff, causará impacto total de R$ 30,2 bilhões às contas públicas em 2016. Segundo o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, o valor supera em R$ 4,77 bilhões o impacto de R$ 25,5 bilhões previsto inicialmente no Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa). O decreto será publicado amanhã (30) no Diário Oficial da União.

O novo valor supera os R$ 865,46 previstos no Ploa porque a variação do salário-base da economia acompanha o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). O índice fechado para 2015 ainda não foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mas o Ministério da Fazenda estimou a variação em cerca de 11,57% para este ano.

O cálculo do salário mínimo também leva em conta a taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos em um país) dois anos antes da vigência. Para 2016, a referência foi o PIB de 2014, que registrou crescimento de 0,1%. A regra de cálculo atual está garantida por lei até 2019.


Nigéria: polícia evita linchamento de participantes de casamento gay

Da Agência Lusa


As 11 pessoas detidas na véspera de Natal no Senegal por "suspeita de homossexualidade" foram libertadas hoje (29) por falta de provas, sendo que a polícia precisou evitar o linchamento dos detidos durante o transporte para o tribunal.

O Código Penal do Senegal prevê penas de prisão efetiva até cinco anos e multas até US$ 3 mil para quem concretizar "atos impróprios ou antinaturais com uma pessoa do mesmo sexo".

Citando fontes policiais e várias testemunhas, a agência de notícias senegalesa APS informou que um tribunal de Kaolack, 200 quilômetros a sul de Dacar, na província de Casamança, fronteira com a Guiné-Bissau, decidiu, devido à insuficiência de provas, libertar os 11 detidos no dia 24 deste mês na mesma localidade.

Os detidos participavam de um casamento entre dois homens, que estão entre os presos, em um colégio de Kaolack e foram detidos com base na legislação senegalesa, quando a polícia interrompeu a cerimônia e apreendeu as alianças e outros objetos não especificados.

Na saída do tribunal, os "suspeitos de serem homossexuais", dentro de dois veículos da polícia e sob forte escolta, foram alvo de insultos de uma pequena multidão, que também atirou pedras nas duas viaturas policiais.

Em 2008, a polícia senegalesa prendeu um casal do mesmo sexo que estavam se casando no município de Mbao, nos arredores de Dacar. Em agosto, um tribunal de Dacar condenou a seis meses de prisão sete pessoas acusadas de "práticas homossexuais".

Em outubro, o presidente senegalês, Macky Sall, opôs-se novamente à despenalização da homossexualidade no Senegal.

"Em nome de quê devemos pensar que a homossexualidade foi despenalizada [ em alguns países] deve ser também despenalizada aqui [no Senegal]. É alguma lei universal? É preciso respeitar o direito de cada povo definir a sua própria legislação", disse então Macky Sall, sem adiantar pormenores sobre as razões subjacentes à decisão.