Leitura e reflexão: A igreja.

Foto: Verdade na Prática 

 
A igreja

Numa determinada ocasião eu trabalhava com uma igreja fui chamado para uma conversa com o administrador daquela comunidade sobre a renovação do meu contrato como pastor adjunto. A pessoa responsável por tratar deste assunto era um executivo de uma empresa multinacional.

Quando demos início a conversa, o que para mim era algo simples, naquele momento tomou uma proporção que surpreender-me. A primeira pergunta do administrador foi: “Pastor Branco, onde você se visualiza daqui a cinco anos, o que pretende alcançar?” Demorei um pouco para responder, saboreando um pouco do gosto amargo daquela pergunta. Então virei-me para ele e respondi com a mesma coragem com a qual ele me fez a pergunta: “Meu amigo, daqui a cinco anos eu vejo-me fazendo a mesma coisa que faço hoje, aqui ou em qualquer outro lugar, que é cuidar de pessoas e servir a Igreja de Cristo.” E antes que ele dissesse alguma coisa disse-lhe ainda: “Quando fui consagrado ao pastorado, aceitei a mais elevada posição que um cristão pode alcançar, a de servo de Cristo e do seu povo. Acima disto não há mais nada.” E com isto a reunião encerrou-se logo, meu contrato foi renovado, mas em meu coração senti que não deveria ficar muito tempo ali. O que estava errado naquela reunião? Queriam fazer da igreja, que é um organismo vivo, o corpo de Cristo, uma empresa com metas, hierarquias, uma empresa que dá lucro. E assim aos poucos estão importando para dentro das igrejas a filosofia empresarial e uma linguagem corporativa. Esquecendo-se que a igreja é corpo, é gente, nossos elementos de trabalho são pão, vinho e a Escritura Sagrada. Dinheiro nunca foi uma prioridade no ministério de Jesus, nem na vida da igreja primitiva. No entanto hoje os valores estão trocados. Eu pedi demissão daquela igreja, não poderia trabalhar com uma comunidade que apenas queria sentar-se confortavelmente aos domingos, descansar no seu gordo saldo bancário e ver seus ministros como funcionários. Prefiro a simplicidade bíblica que descreve a igreja como aqueles que seguiam a Jesus e reuniam-se para comer o pão, beber do cálice do Senhor e anunciar o evangelho ao mundo. Na igreja não há um organograma vertical, mas horizontal, onde todos são iguais perante a Deus, ainda que diferentes em seus dons, talentos e vocação.


Autor: Luis Alexandre Ribeiro Branco



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Cascais - Lisboa - Portugal

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Geraldo Brandão

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