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Superlativos

Tenho alguma dificuldade com o excesso de superlativos usados nas conversas. Conheço um líder cristão que todas as vezes em que nos encontramos tem algo novo e extraordinário para falar da sua comunidade.

Enquanto que na verdade, o excesso de superlativos utilizado por este líder em nada muda a realidade de que a sua comunidade vive diariamente na luta pela sobrevivência em meio as coisas ordinárias. A mesma tentação ocorre connosco, tentar apresentar-mo-nos acima dos demais com façanhas extraordinárias. Não duvido que coisas extraordinárias aconteçam connosco, mas estas são ocasiões especiais da vida, na verdade vivemos de forma ordinária no dia-a-dia e por mais superlativos que possamos usar em nossas conversas, nada muda a nossa realidade. O que torna a vida especial não são os eventos extraordinários, mas o proveito que tiramos das coisas ordinárias. O saudoso bispo anglicano Robson Cavalcanti dizia que a vida na verdade é como o ato diário e monótono de almoçar e jantar, mas com um arroto no meio. Acredito que quando guardarmos os superlativos para as ocasiões em que eles realmente façam sentido e nos reconciliarmos com as coisas simples e banais do cotidiano viveremos melhor e mais felizes.

Autor: Luis Alexandre Ribeiro Branco

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Geraldo Brandão