Descoberta ajuda a entender a eficácia de vacinas contra a nova cepa
Foto: NAIAD
A partir da análise genética, pesquisadores observaram que todas as mutações existentes na Ômicron, variante do novo coronavírus identificada em novembro de 2021, já haviam sido descritas anteriormente.
“Nós usamos programas de bioinformática e comparamos o genoma, principalmente a proteína spike, dessa variante Ômicron com demais variantes virais, no caso Alfa, Beta, Gama e Delta, e outras variantes de interesse também”, disse o pesquisador da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp) e coordenador do estudo, Ricardo Durães-Carvalho.
Durães-Carvalho explica que esses programas de biologia computacional permitem encontrar “regiões parecidas entre as variantes, principalmente nas regiões onde o vírus se liga à célula hospedeira, que é um processo inicial de entrada no humano e começa o processo infeccioso”.
O pesquisador acrescenta que, se a “chavinha” que se liga à célula humana for parecida com outras cepas, o vírus é alvo de anticorpos. “Fizemos uma certa associação que possivelmente uma vacina de fato que foi produzida contra uma variante pode ser de fato eficaz contra essa variante também.”
O pesquisador conta que o estudo também usa ferramentas de evolução molecular, pela qual se estuda o nível molecular com que o vírus evolui ao longo do tempo. “Como ele está evoluindo é uma forma de você monitorar aquele vírus”.
Segundo Durães-Carvalho, a pesquisa identificou que o coronavírus tem mutações parecidas em todas as variantes, “ou seja, ele carrega esse traço de similaridade”. “Se o vírus tem essa característica de as novas gerações trazerem mutações compartilhadas com outras variantes virais, a gente supõe, com as devidas proporções de eficácia vacinal -- é bom também ressaltar isso -- que as vacinas são altamente prováveis de serem também eficazes”, diz, destacando que é necessário ser cauteloso com esta afirmação.
O pesquisador reforça ainda a importância da vacinação e respeito às medidas sanitárias. “Um dado de relevância é que de 90% das pessoas que estão hospitalizadas, e vindo a óbito, são pessoas que não tomaram a vacina ou são pessoas que estão com esquema vacinal incompleto, mostrando a importância de se tomar vacina”.
Fonte: EBC
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