Informação foi divulgada pela fundação criada por ele
Foto: Gretchen Ertl |
Ao lado do naturalista britânico David Attenborough, Wilson era visto como uma das maiores autoridades mundiais sobre história natural e conservação.
"E.O. Wilson era chamado de 'herdeiro natural de Darwin' e era conhecido afetuosamente como 'o homem-formiga' por seu trabalho pioneiro como entomologista", escreveu a fundação, que não mencionou a causa da morte, mas disse que uma homenagem à sua vida está planejada para 2022.
Além do trabalho inovador em evolução e entomologia, em seus últimos anos Wilson comandou uma campanha para unir as comunidades científica e religiosa em uma parceria ímpar que ele sentia representar a melhor chance de preservar a Terra.
Wilson apresentou suas ideias em mais de 30 livros, dois dos quais, On Human Nature, de 1979, e The Ants, de 1991, conquistaram o Prêmio Pulitzer de não-ficção. Seu estilo de escrita era muito mais elegante do que se poderia esperar de um cientista.
Ele até se aventurou na ficção, embora se atendo a um tópico que conhecia profundamente, em 2010 com Anthill, romance sobre amadurecimento que trata de um menino do estado norte-americano do Alabama que tenta salvar pântanos.
Entre seus livros mais polêmicos está Sociobiology: The New Synthesis, de 1975, no qual escreveu que todo o comportamento humano é produto da predeterminação genética, não da experiência adquirida. Ao se pronunciar a favor da natureza humana, e não da educação, ele provocou uma avalanche de críticas - seus oponentes mais ríspidos o acusaram de ser racista e sexista.
Um manifestante atirou água em Wilson durante uma conferência. Mais tarde, ele disse que era uma questão de orgulho pessoal estar disposto a buscar a verdade científica apesar de tais ataques.
Ele conseguiu conciliar ciência e religião em seu livro de 2006 The Creation: An Appeal to Save Life on Earth, uma série de cartas escritas a um pastor batista imaginário em busca de uma aliança ecológica para salvar a Terra.
Em 2011, durante um discurso de formatura na Universidade da Carolina do Norte, Wilson argumentou que a humanidade precisa mudar a maneira como cuida do planeta. "Temos emoções da Idade da Pedra, instituições medievais e tecnologia divina", disse ele.
Fonte: Reuters - Washington/ EUA
Foto: Gretchen Ertl - Reuters