Espetáculo “A História do Soldado” na Sala do Coro

BTCA e OSBA se reúnem no espetáculo “A História do Soldado”

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Foto: Aline Valadares

Cabriola Cia de Teatro

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Depois de oito anos, o Balé Teatro Castro Alves (BTCA) e a Orquestra Sinfônica da Bahia (OSBA) voltam a realizar uma grande criação conjunta: “A História do Soldado”, da composição do russo Igor Stravinsky (1882-1971) a partir de texto do escritor suíço Charles-Ferdinand Ramuz (1878-1947), renasce do trabalho coletivo dos dois corpos artísticos da Bahia, numa releitura dramatúrgica que estreia em celebração ao primeiro aniversário da Nova Sala do Coro do Teatro Castro Alves (TCA). Com texto e direção de Wanderley Meira, coreografia de Jorge Silva e regência de Eduardo Torres, a montagem tem primeira apresentação para convidados no dia 19 de julho e duas sessões públicas nos dias 20 e 21 de julho, sempre às 20h. Os ingressos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).

A concretização deste projeto é uma mostra dos potenciais do Complexo do Teatro Castro Alves, que reúne as duas companhias públicas mantidas pelo equipamento, através da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb) e da Secretaria de Cultura do Governo do Estado da Bahia (SecultBA). Isto porque, enquanto reforça a aproximação de ambos como prioridade de gestão, também marca o sucesso da reabertura, há um ano, da Sala do Coro, mais uma conquista do projeto Novo TCA, e ainda evidencia a fundamental colaboração do Centro Técnico do TCA, onde toda produção cênica foi concebida.

A adaptação mantém intacta a versão original da composição musical, mas faz a história do soldado que vende seu violino ao diabo ganhar uma discussão contemporânea sobre o lugar do artista e da arte na atualidade. Wanderley Meira, atual diretor artístico do BTCA, conta que o objetivo é dialogar com a ideia de soldados-artistas que podem ser diabos das suas próprias trajetórias, seja nos conflitos existenciais ou nas íntimas negociações pessoais: trata-se de uma reflexão existencialista sobre a autoria em nossas escolhas e as consequências decorrentes delas. “O espetáculo é, sobretudo, sobre a persistência e a resistência dos artistas que mantêm o ritmo da marcha, apesar dos desvios e dos obstáculos do caminho, dos diabos de dentro e de fora, e de todas as adversidades de cada tempo”, afirma.

Para Carlos Prazeres, diretor artístico da OSBA, o coração do TCA é formado pelos seus dois corpos estáveis. “Ver este coração pulsando saudável e com saúde para correr maratonas deve ser sempre o nosso objetivo. Foi com este intuito que a OSBA fez o convite ao BTCA. Se ‘Pedro e o Lobo’, de Prokofiev, já provou o quão longe esta parceria pode chegar, ‘A História do Soldado’, de Stravinsky, vem para reafirmar e solidificar esta união, que deve ser celebrada a cada segundo”, assegura. O maestro acredita que esta, que é a primeira colaboração entre as companhias após a publicização da OSBA, em 2017, é apenas o começo de voos artísticos ainda maiores.

Convidado para assinar a coreografia, Jorge Silva parte dessa proposta para refletir sobre o fazer artístico diário, apresentando os dançarinos como mulheres e homens comuns nos afazeres de trabalho. Atravessados por traços das culturas afrodescendentes, os movimentos em cena são inspirados nos orixás guerreiros, como Ogum e Iansã, partindo dos gestos cotidianos e da relação dos diversos corpos do BTCA com objetos. Assim, costura-se um mosaico de possibilidades corporais que traduzem as certezas e incertezas do soldado-artista na construção da carreira.

Para compor este enredo, além dos artistas que integram o BTCA e a OSBA, o espetáculo também conta com a participação de dois atores convidados: Daniel Farias e Fernanda Silva, que costuram a narrativa como narradores. Cenário, figurino e maquiagem ficam sob responsabilidade de Zuarte Júnior e a iluminação é de João Sanches.

Trilha Histórica – “A História do Soldado” apresenta o trabalho do compositor russo Igor Stravinsky, que explora uma enorme diversidade rítmica, extrapolando características das obras do chamado “período russo”. A composição explora o material popular nacional, contemplando desde a marcha militar até danças populares, como tango, valsa e pasodoble espanhol. A ousadia de investir nesse caminho de experimentações melódicas faz dessa composição mais do que uma peça de câmara, mesmo com instrumentação reduzida.

Essa pequena peça foi composta nos meses que antecederam a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e foi pensada para ser narrada e dançada com um efetivo instrumental menor, justamente para permitir a realização de apresentações simples, com poucos recursos, dado o contexto de extrema escassez do período. A obra estreou no ano de 1918, na cidade suíça de Lausanne, com uma formação de apenas sete instrumentistas, número que se mantém nesta versão baiana.

Serviço

Balé Teatro Castro Alves e Orquestra Sinfônica da Bahia em:
“A HISTÓRIA DO SOLDADO”
Quando:
19 de julho de 2019 (sexta-feira), 20h: sessão para convidados
20 e 21 de julho de 2019 (sábado e domingo), 20h: sessões públicas
Onde: Sala do Coro do Teatro Castro Alves
Quanto: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)
À venda na bilheteria do Teatro Castro Alves, nos SACs do Shopping Barra e do Shopping Bela Vista ou pelos canais da Ingresso Rápido (http://site.ingressorapido.com.br/tca)
Classificação indicativa: Livre

PROGRAMA: I. STRAVINSKY – A História do Soldado (65')
Direção geral e texto: Wanderley Meira
Coreografia: Jorge Silva
Regente: Eduardo Torres