Palacete das Artes recebe exposição que retrata a finitude da vida nas lápides tumulares

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Foto: Jomar Lima 


De janeiro a março de 2019, o Palacete das Artes receberá o projeto Ars Moriendi, que aborda os aspectos socioculturais, religiosos, artísticos vinculados a iconografia da morte. O lançamento oficial acontecerá no dia 29 de janeiro às 19h, no salão nobre.

Na ocasião, o especialista em restauração, José Dirson Argolo, e o arquiteto Francisco Santana, nomes fundamentais para a restauração das lápides tumulares da Ordem Terceira do Carmo, o arquiteto João Carlos Cruz de Oliveira Diretor Geral do IPAC, participarão de uma mesa de conversas com o curador da exposição, o museólogo Jomar Lima e mediação do também museólogo Menderson Bulcão.

O projeto ARS MORIENDI foi aprovado e contemplado com recursos do Fundo de Cultura, do edital Setorial de Patrimônio, vinculado às políticas públicas de fomento a cultura do estado da Bahia, através da Secretaria de Cultura e do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural.

O LIVRO E A EXPOSIÇÃO ARSMORIENDI

A Cidade de Cachoeira também nominada Cidade Heróica pela participação da população nas lutas pela Independência do Brasil e Monumento Nacional título de reconhecimento pela preservação de aspectos da história e memória brasileira. No 25 de junho acontece a transferência simbólica da capital da Bahia para a cidade de Cachoeira uma forma de reconhecimento pela participação decisiva do povo do recôncavo para a consolidação do 2 de julho.

Na atualidade os públicos se questionam sobre a existência de 4 cemitérios (cemitérios dos Nagôs, da Ordem 3ª do Carmo, da Piedade e dos Estrangeiros) no núcleo urbano e sobre as lápides tumulares nas capelas e igrejas da cidade. É a partir desta necessidade de compreender às dinâmicas sociais e religiosas que motivaram essa proliferação de práticas de cuidado com a vida e com a preparação para uma boa morte que está inserida a pesquisa monográfica ARS MORIENDI de autoria do Museólogo Jomar Lima.

A publicação e exposição ARS MORIENDI é um texto sobre as práticas sociais e culturais a partir das percepções, vivências e experiências de Jomar Lima em sua relação cotidiana com patrimônio cultural em Cachoeira, desde as suas lembranças de infância e a sua posterior vontade como cidadão em proteger o bem cultural até o seu priorado na Ordem Terceira do Carmo com uma atuação responsável em requerer dos órgãos do patrimônio IPHAN, IPAC e demais às políticas de preservação para Cachoeira.

A exposição e a publicação do livro ARS MORIENDI é a percepção de Jomar Lima sobre a construção do discurso de patrimonialização na cidade de Cachoeira - Bahia. Assim como nas lápides tumulares tem um roteiro sobre a morte, Jomar constrói um roteiro sobre a vida e a memória dos irmãos terceiros do Carmo, apresentando uma versão de uma leitura da imagem na contemporaneidade.

O AUTOR
É no Recôncavo Baiano - “chão de massapê diaspórico” - que o percurso triádico do autor se inicia na instituição museológica, de Cidadão à Membro da Ordem e Prior à Museólogo; a sua atuação como cidadão na busca de diálogo sobre a educação patrimonial, a atuação como membro e prior na busca pela preservação dos bens culturais de Cachoeira (restauração dos bens culturais), a sua atuação no curso de Museologia da UFRB e a sua monografia como um meio de comunicação e preservação, deste modo, Jomar entende “que o recinto funerário enquanto um livro sobre a relação vida e morte”

Jomar Lima é um Artista Visual e Museólogo e elege a paisagem cultural e social do Recôncavo da Bahia, o fotógrafo faz a extroversão de micro realidades estéticas com o olhar sócio histórico privilegiando o Recôncavo – um entre lugar na Modernidade tardia brasileira). A paisagem cultural patrimonializada é o seu itinerário - capta as imagens da religiosidade que integrou as práticas culturais hibridas das imagens do Ocidental-Oriental e socialização da estética “Colonial” e Diaspórica.

Os patrimônios culturais (i)materiais são o foco da lente de Jomar Lima que investe em uma proposição da Fotografia Documental que perpassa temas diversificados e interdependentes pelos sujeitos - Mulheres-Sacerdotizas, Marisqueiras - que constroem a relação com este território criando uma estÉticaDiaspórica na contemporaneidade da arte brasileira. 

O artista visual Jomar Lima participou de algumas exposições coletivas: IX Bienal do Recôncavo 2008 - Mãos poderosas ferramentas (fotografia); X Bienal do Recôncavo 2010 - Fé Quebrada (Fotografia); Instituto Cultural de Macau 2011 - Cachoeira Memórias; XI Bienal do Recôncavo 2012- Sem Título (Fotografia); Memorial Irmandade da Boa Morte, Cachoeira 2012 (Acervo Permanente); Exposição Em Trânsito, Espaço Cultural Hansen Bahia 2015 (Fotografia); Exposição AfroBarroco 2016 - Centro Universitário de Cultura e Arte (CUCA). Publicou o Livro O Recôncavo no olhar de Jomar Lima pela editora UFRB, editora Fino Traço.

Palacete das Artes – O Palacete do Comendador Bernardo Martins Catharino integra os espaços administrados pela Diretoria de Museus do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (DIMUS/IPAC), da Secretaria de Cultura do Estado (SecultBA). Seu espaço é constituído da Sala Contemporânea Mario Cravo Jr., que abriga exposições temporárias de importantes artistas no cenário das artes plásticas da Bahia, do Brasil e outros países; uma loja e café bar. Nos jardins, além de árvores centenárias e espécies diversas de flora nativa, estão quatro esculturas, em bronze, do escultor francês Auguste Rodin, adquiridas pelo Governo do Estado da Bahia. Foi o primeiro imóvel de estilo eclético tombado pelo IPAC, em 1986.

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