Candidato a vice apresentou proposta de governo da chapa e citou reforma do sistema bancário como prioridade
Em meio à incertezas de quem será o candidato do PT na corrida presidencial, Fernando Haddad participou nesta terça-feira (14) de evento promovido por entidades de comércio e serviços, em Brasília.
O candidato a vice-presidente pelo PT representou Lula, que está preso desde abril e pode ter a candidatura negada pelo TSE nesta quarta-feira (15). O petista está enquadrado na Lei da Ficha Limpa, já que teve a condenação confirmada em segunda instância pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).
ELEIÇÕES 2018
Cobertura jornalística das eleições, focada nos interesses dos cidadãos
Durante o evento, Haddad apresentou propostas de governo e afirmou que Lula “acompanhou cada detalhe”. O candidato a vice afirmou que é preciso compreender a crise econômica que o país vive, e que devem ser tomadas medidas enérgicas.
Haddad afirmou que a primeira atividade a ser realizada em um eventual governo petista será a reforma do sistema bancário. O ex-prefeito de São Paulo cita que é preciso dar um fim ao oligopólio do sistema bancário, ou seja, acabar com situação em que poucas empresas detêm o controle da maior parcela do mercado.
Na visão de Haddad, isso não virá sem dor para os banqueiros, que, segundo ele, impõem taxa de juros sete vezes superiores do que a média mundial.
“Nós teremos que mudar a legislação e a legislação tributária dos bancos. No nosso entendimento, quanto mais o banco cobrar, mais impostos ele vai ter que pagar. Quando o banqueiro subir o juro, vai doer no bolso dele antes de doer no bolso de quem toma emprestado”.
O petista também defendeu uma reforma tributária com a unificação dos impostos por meio do Imposto de Valor Agregado (IVA). Haddad defendeu, no entanto, que essa mudança seja colocada em prática de forma progressiva.
“Nós vamos fixar a carga tributária líquida em um determinado patamar e ela permanecerá estável durante a transição, compromisso em Lei. Em segundo lugar, nós vamos garantir aos entes federados que ninguém vai perder receita real, porque se a pessoa for perder ela vai lutar contra reforma Tributária”.
Ao ser indagado por jornalistas, os outros concorrentes ao Planalto manifestaram opinião sobre Haddad participar dos eventos representado o ex-presidente Lula.
Henrique Meirelles, do MDB, defendeu a participação de Fernando Haddad em debates e eventos com presidenciáveis, citando que “quem se apresenta hoje como candidato é Haddad”.
Já o candidato pelo PDT, Ciro Gomes, ao se mostrar contrário à presença de Fernando Haddad em debates e eventos com candidatos ao Planalto, indagou: "afinal, quem é o candidato do PT?".
Reportagem, Juliana Gonçalves
