Vacina contra Zika

Simpósio debate modelos para desenvolvimento de vacina contra Zika
Foto: Venilton Kuchler
A criação de um modelo para o desenvolvimento da vacina para o vírus Zika é um dos principais temas a serem discutidos no 3º Simpósio Internacional em Imunobiológicos, promovido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que começou hoje (2), no Centro de Convenções Sul América, na Cidade Nova, centro do Rio de Janeiro.


De acordo com o diretor de Bio-Manguinhos, Artur Couto, o primeiro desafio para o desenvolvimento de uma vacina é a definição do modelo animal, ou seja, em qual espécie de primata a vacina será testada antes de passar para o ser humano.

“Temos um debate programado para o modelo animal, que está no começo da discussão. Ainda estamos numa fase de definição de modelos. Quando se fala no desenvolvimento de uma vacina, temos que trabalhar com os modelos animais que vão responder aos testes que serão feitos, os testes clínicos. Qual o melhor animal que pode responder a esses testes para não fazer com ser humano antes de fazer com animais. É o que melhor responde a essa demanda”.

Segundo ele, a vacina para Zika é prioridade e conta com muita cooperação entre as entidades nacionais e também internacionais. Porém, o processo pode levar, pelo menos, cinco anos até ser concluído.

“Existe hoje um esforço muito grande, tanto dos governos quando da área de pesquisa, em busca de uma solução. Essa vacina já entrou na pauta como prioridade, e o pessoal vai trabalhar para ter uma vacina o mais rápido possível. Mas o mais rápido possível em desenvolvimento de vacina é falar em cinco anos como um prazo bem razoável, com todo o esforço, porque normalmente demora muito mais”, disse Artur Couto.

Quanto à vacina para a dengue, Couto explica que o laboratório francês Sanofi Pasteur já conseguiu chegar a um bom resultado e registrou o imunobiológico, inclusive no Brasil, mas o trabalho dos pesquisadores brasileiros ainda está em desenvolvimento no Bio-Manguinhos e no Instituto Butantã, em São Paulo.

O Simpósio, que vai até quinta-feira, reúne representantes da indústria, academia, poder público e sociedade civil para discutir os desafios e perspectivas nas áreas de vacinas, biofármacos e reativos a diagnósticos. O evento também comemora os 40 anos do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), unidade da Fiocruz produtora de vacinas e fármacos.

Akemi Nitahara – Repórter da Agência Brasil Edição: Jorge Wamburg