"Derrota não quer dizer nada", diz Lula no ato Cultura pela Democracia

POR NOTÍCIAS AO MINUTO



"Não imaginei ver golpista querer tirar uma presidente do poder e que foi eleita democraticamente pelo voto popular"


 
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa nesta segunda-feira (11), no Rio de Janeiro, do ato Cultura pela Democracia, com artistas e intelectuais. Estão entre os participantes, os músicos Chico Buarque, Tico Santa Cruz, Beth Carvalho, o teólogo Leonardo Boff, o jurista Joarez Tavares, humorista Gregório Duvivier, entre outros representantes da cultura popular brasileira.

Lula falou logo após os deputados da Comissão Especial do Impeachment aprovarem o parecer apresentado pelo relator, Jovair Arantes, com 38 a 27. O processo segue para votação no plenário da Câmara. "Eles acabaram de nos derrotar, mas não importa. Era do Cunha".

O petista iniciou sua fala chamando os participantes de queridos e se desculpa pela perda de voz. Ele recorda do Golpe Militar eclodido em 1964 e que as pessoas conservadoras defendiam os militares. Depois de 23 anos a democracia foi recuperada.

"Eu disse a Dilma, eu jamais imaginei que a minha geração, que viu o golpe de 64, e a dessa molecada que quis derrubar os militares nas diretas, ver hoje golpista querer tirar uma presidente do poder e que foi eleita democraticamente pelo voto popular. Quem quer tirar Dilma? Temer; Eduardo Cunha; Henrique Eduardo Alves, Padilha, Wellington Franco (ex-governador do RJ). Perdi eleições em 1989, roubado pela Globo e fiquei quieto, em 1994 e fiquei quieto. Perdi em 1998 e como diria o velho Brizola voltei pra casa para lamber feridas. Bastou ganharmos todos os anos depois e eles resolveram mostrar a faceta de uma parte da população que não acredita na democracia. Eles querem governar para apenas 33% da população.

Aos 70 anos não consigo mais falar a longo prazo, mas queria que eles soubessem: aprendi a andar de cabeça erguida. Eu sei o motivo que eles querem Dilma. Ela me convidou para voltar para o governo em agosto e eu não quis. Agora ela pediu novamente. Dessa vez eu aceitei recuperar o país. O Brasil aprendeu a ser respeitado, passou a gostar de si mesmo. Sou brasileiro e não desisto nunca".

Eu vou ir para a história como o presidente que mais fez universidades neste país. O que mais fez escolas técnicas, a Dilma e eu", conclui o ex-presidente