Tais Araújo elogia Spike Lee por boicote ao Oscar e diz que racismo deve ser tratado com tolerância e coragem

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O protagonismo do negro ainda é um problema para o Brasil. Como quando começaram os ataques orquestrados contra as atrizes Taís Araújo, Cris Vianna e Sheron Menezzes. Maju Coutinho, jornalista do Jornal Nacional, foi outra vítima.

Lá fora, apesar de alguns avanços - como o fato de Barack Obama ter sido eleito e reeleito para o cargo público mais importante do planeta -, a situação ainda está longe do ideal.

Em entrevista à coluna Direto da Fonte, da jornalista Sonia Racy, no Estado de S. Paulo, Tais Araújo comenta as recentes manifestações de representantes negros da classe artística americana quando da não indicação de diretores ou atores negros. Vem daí a hashtag #OscarStillSoWhite.

Na entrevista, a atriz brasileira elogia o diretor Spike Lee por suas duras críticas à Academia:

Após você ter se manifestado contra o racismo em seu Facebook no ano passado, a questão racial volta à mídia com a proposta de boicote ao Oscar feita por Spike Lee. Você apóia a esse movimento?

Hoje em dia a palavra representatividade está em voga. Acho que Spike Lee está sendo corajoso, porque está mexendo com o mercado. No entanto, é coerente que o diretor de um filme como Faça a Coisa Certa não fique calado. Essa é a causa dele, pela qual lutou uma vida inteira. Vão homenageá-lo sem colocar um representante da sua causa? Acho interessante esse radicalismo americano, 'Não me representa, não consumo'. Além do que, é impossível que não tenha tido um ator negro com um bom desempenho no cinema.
Perguntada sobre como o racismo "mexe" com ela, Tais disse optar por tratar o tema com "respeito, tolerância, coragem e compaixão".

O tema é duro, mas necessário. Tem que ser discutido com delicadeza, até para que você seja ouvido, não adianta tratar de uma maneira agressiva.
A solução para tudo isso? Tais crê que seja a educação. E, sim, ela é favorável à política de cotas, que, como sabemos, já mostra resultados.