Obama faz piada com possível discurso de Trump sobre Estado da União

Reuters




WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que poderia imaginar o candidato presidencial republicano Donald Trump fazendo um discurso sobre o Estado da União, mas em uma esquete de comédia.

Obama e seu vice-presidente, Joe Biden, falaram no programa Today, da NBC, em entrevistas que foram ao ar nesta terça-feira, algumas horas antes de Obama fazer o último discurso do Estado da União de sua presidência.

O presidente democrata foi questionado se poderia imaginar Trump, o bilionário conhecido por seu estilo bombástico, fazendo o seu próprio discurso do Estado da União como presidente.

"Bem, eu posso imaginar, em uma esquete de 'Saturday Night', disse Obama, referindo-se ao programa de comédia de fim de noite da NBC, Saturday Night Live.

"Olha, tudo é possível. E acho que, você sabe, nós não devemos ser complacentes."

Biden foi mais cauteloso, não descartando uma vitória de Trump na eleição presidencial de novembro nos EUA. "Sim, eu acho que é possível", disse. Se isso vier a acontecer, Biden afirmou esperar que Trump "leve as questões mais a sério".

"Acho que ele teria de reconhecer que é muito divisionista e que isso não é saudável", disse Biden. "É sempre melhor quando agimos como uma só América. Sempre fazemos mal quando apelamos aos nossos medos e às nossas diferenças."

Na entrevista, que foi gravada na segunda-feira, Obama disse que lamenta não ter realizado a sua meta de unificar os americanos, especialmente em Washington. Ainda assim, ele disse não acreditar que os eleitores sejam seduzidos pela abordagem divisionista de Trump.

"Estou muito confiante de que a esmagadora maioria dos norte-americanos está buscando uma política que alimente nossas esperanças, e não nossos medos, que trabalhe com parcerias, e não tente dividir, e que não proponha soluções simplistas e procure bodes expiatórios", disse Obama.

Trump costuma ter retórica racista. Chegou a dizer que deportaria todos os imigrantes ilegais e, em dezembro, pediu a proibição da entrada de muçulmanos nos Estados Unidos.