África é prioritária em fundos de sistemas de alerta sobre riscos climáticos

Da Rádio ONU


Mais de US$ 80 milhões foram anunciados hoje (2) em Paris para financiar a Iniciativa sobre Sistemas de Alerta Rápido sobre Riscos Climáticos (Crews, na sigla em inglês). Os doadores são Austrália, Canadá, França, Alemanha, Luxemburgo e Holanda. A África terá prioridade na aplicação dos fundos para os 80 países onde serão executados o Crews, que foi anunciado na 21ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP21).

O Crews pretende diminuir os prejuízos e mortes com catástrofes naturais, como as tempestades que atingiram o Sri Lanka em dezembro de 2014Army Media/divulgação/Lusa/Direitos Reservados

Pela iniciativa, apoiada pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), o Escritório das Nações Unidas para Redução de Desastres e o Banco Mundial pretendem arrecadar US$ 100 milhões até 2020. A chefe do escritório, Margareta Wahlström, disse que a contribuição direta oferece uma solução imediata e concreta para reduzir as mortes e cumprir as metas do Quadro de Sendai, com o objetivo de reduzir o risco de calamidades.

Segundo Margareta, com a iniciativa, haverá eficientes sistemas de alerta precoce para salvar vidas em áreas do Oceano Índico, do Oceano Pacífico, do Caribe e de outras regiões propensas a desastres climáticos.

Além de África, a Crews vai para o apoio aos pequenos Estados insulares em desenvolvimento e aos países menos avançados, por “estarem na linha de frente das consequências mais dramáticas das alterações climáticas”. Estes são considerados os menos equipados com sistemas eficazes de aviso prévio.

A OMM estima que mais de 80% dos 48 países menos desenvolvidos têm um sistema básico de alerta precoce. Uma pequena parte dos 40 Estados insulares em desenvolvimento tem um sistema de alerta precoce eficiente.

De acordo com o secretário-geral executivo da OMM, Michel Jarraud, esse tipo de mecanismo reduziu consideravelmente a perda de vidas devido a ciclones tropicais, inundações, tempestades, incêndios florestais, ondas de calor e tsunamis. Ele disse que esses sistemas provaram ser um bom investimento para reduzir perdas econômicas que ultrapassam US$ 300 bilhões anuais e estão aumentando em todo o mundo.

Estudo

Recentemente, foi lançado o estudo Custo Humano dos Desastres Relacionados ao Clima, feito pelo Escritório das Nações Unidas para Redução de Desastres e o Centro de Pesquisa sobre Epidemiologia e Desastres. A pesquisa revela que nos últimos 20 anos, 90% das grandes catástrofes foram causadas por 6.457 eventos relacionados com o clima que incluem inundações, tempestades, ondas de calor, secas e outros.

O relatório também revela que desde a primeira conferência do clima, em 1995, 606 mil pessoas morreram e outros 4,1 bilhões ficaram feridas, desabrigadas ou precisaram de ajuda de emergência devido a desastres relacionados ao clima.