Merkel tem chance de conquistar Nobel da Paz, diz jornal alemão

Da Agência Lusa Edição: Graça Adjuto

O jornal alemão Bild informou hoje (2) que a chanceler Angela Merkel é candidata séria ao Prêmio Nobel da Paz, que será atribuído na próxima sexta-feira, pelo papel desempenhado nas crises migratória e ucraniana.

"A chanceler Angela Merkel tem boas perspectivas de conquistar o Prêmio Nobel da Paz", destacou na capa o jornal mais lido na Alemanha.

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Nessa quinta-feira, Kristian Berg Harpviken, diretor do Instituto de Investigação sobre a Paz (Prio) de Oslo e um dos peritos mais ouvidos sobre o Nobel da Paz, previu a vitória da líder alemã.

"Angela Merkel terá o prémio Nobel da Paz", declarou em conferência de imprensa.

"Penso que a crise europeia dos refugiados - ou a crise mundial dos refugiados em situações igualmente dramáticas em grandes zonas da Ásia de Leste - vai dominar a atenção do Comitê Nobel Norueguês este ano", afirmou.

"Merkel foi a pessoa que assumiu a liderança" desta questão na Europa, acrescentou.

A chanceler alemã proclamou que a União Europeia tinha o dever moral de receber centenas de milhares de refugiados, que chegaram à Europa este ano, e abriu as portas do seu país que espera acolher entre 800 mil e um milhão de requerentes de asilo em 2015.

Esta posição valeu a Merkel uma série de críticas dos parceiros políticos na Alemanha.

A líder alemã foi também uma das principais responsáveis pelos acordos de Minsk, no início do ano, que resultaram em cessar-fogo relativamente respeitado no leste da Ucrânia, onde as tropas governamentais e os rebeldes pró-russos se confrontam.

Um outro perito do Nobel, o historiador norueguês Asle Sveen, considerou que o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur) é um candidato mais bem colocado para conseguir o prémio.

"Tenho na minha lista o Acnur e Mussie Zerai, padre eritreu, que desempenhou um papel central na ajuda aos refugiados que atravessam o Mediterrâneo a partir do norte de África para a Europa", disse.

No ano passado, o Nobel da Paz foi atribuído à paquistanesa Malala Yousafzai e ao indiano Kailash Satyarthi.