Arte: Verdade na Prática
O cristão e a arte
Uma vez fui chamado atenção por apreciar determinado poeta. Isto por que meu censor na verdade não apreciava poesia, era seco demais para isto.
Não sei o que se passava em sua mente, talvez achasse pecado que o poeta descrevesse a beleza da mulher, a profundidade do amor, a exuberância da natureza ou descrevesse a complexidade dos dilemas humanos. Surpreso ficou quando o disse que um terço da Bíblia é composto justamente por poesia, e não há poeta mais magnífico do que o próprio Deus. Na verdade não é apenas a poesia que foi estigmatizada pela religiosidade, o mesmo ocorre com a pintura, a música clássica, o teatro, e outras formas de expressão artística. Uma parcela deste problema sem dúvida tem origem na Reforma Protestante, mas o maior agravante veio através do Movimento dos Puritanos. Desta forma criamos uma religiosidade simplesmente empírica, mas vazia de significados, símbolos e arte. Estas coisas ou são idolatrias ou são profanas dentro desta perspectiva. Criamos um mundo espiritual em preto e branco, com uma musicalidade pobre e monótona, vazio de significados. O zelo contra a idolatria foi tanto que excluíram até a cruz dos locais de culto ou dos adereços. Eu não quero esta espiritualidade, por isto aceitei de bom grado a condição de poeta. É possível que eu escandalize muitos, mas jamais limitarei à expressão poética de manifestar-se através das minhas mãos e sentimentos. Leio e escrevo poesia como quem lê e escreve uma prece. Henderik Rookmaaker foi um professor de teoria da Arte, História da Arte Filosofia e Religião, um cristão com valores muito bem fundamentados é que talvez tenha mais contribuído para aquilo que ainda restou da arte no protestantismo. Rookmaaker escreveu: “Jesus não veio para nos tornar cristão. Jesus veio para nos tornar plenamente humano.” Só podemos ser salvos quando reconciliados com a nossa humanidade, e nesta reconciliação está a nossa expressão artísticas. Adoramos a um Deus criativo, criador dos céus e da terra, o que inclui a beleza do ser humano e sem duvida que espera de nós que sejamos nada menos do que aquilo para o qual ele nos criou.Autor: Luis Alexandre Ribeiro Branco
Tambem publicado em:
Cascais - Lisboa - Portugal
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Geraldo Brandão
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