Há dias era jovem exuberante, forte e esbanjador da vida,
De pele lisa, cabelos pretos e alinhados,
Nos olhos um um brilho cativante que penetrava a alma.
A mente lúcida memorizava
fácil os versos, nomes, números e o passado,
O corpo rijo enfrentava todos os obstáculos da vida,
Mãos lisas, firmes e quentes ao tocar despertava o amor.
Então veio o crepúsculo da vida,
Que foi logo seguido pela noite,
E na escuridão da noite houve a transformação.
Hoje a velhice tomou conta deste corpo que luta para manter-se vivo e de pé,
A rugas cobriram-lhe o corpo em especial o rosto e cada risco parece revelar um caminho trilhado.
Os olhos enfraqueceram, sua luz apagou-se restando uma névoa na qual a memória perdeu-se.
A mente cedeu ao esquecimento e as fracas e forçosas lembranças, já não sei quem são, quantos são e o que aconteceu,
O corpo curvou-se diante do peso da vida,
As mãos enrugadas, fracas e frias vivem em busca de algum alento.
Espera-se agora o raiar de um novo dia,
Onde todas as coisas serão feitas novas,
Maranata!
Autor: Luis Alexandre Ribeiro Branco
Tambem publicado em:
Cascais - Lisboa - Portugal
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Geraldo Brandão
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