| Foto: Verdade na Prática |
Onde está, ó Morte a tua vitória?
Morte, cavaleiro da escuridão e do medo.
Tua face nunca foi vista pelos homens, mas és conhecido e temido por todos.
Mesmo os mais valentes dos homens, aqueles que enfrentam-te sem estremecer, temem à tua aproximação daqueles a quem amam.
Nem mesmo Aquiles que banhava-se nas águas sagradas do Estige escapou à tua fúria envenenada.
Morte, cavaleiro da escuridão e do medo.
Chegas sempre de surpresa, não respeitando nem o dia e nem a hora.
Não tens piedade de crianças, jovens ou velhos, nem mesmo dois amantes que acabam de descobrir o amor escapam a tua crueldade.
A surpresa é teu grande trunfo e teu maior instrumento de dor.
A semelhança do que Sísifo fez com Tânato, tentamos enfeitar a morte com flores e assim apaziguar a dor.
Morte, cavaleiro da escuridão e do medo,
Por que viestes tantas vezes e em tão pouco tempo?
Por tua causa encontro-me num vazio enorme, ando de um lado ao outro a procura daqueles que levaste na esperança de que tudo não passou de um pesadelo e que retiveste a tua fúria por mais um instante.
Mas nada encontrei senão os rastros deixados por Nix e suas filhas perversas.
Morte, cavaleiro da escuridão e do medo.
Procuro em vão por quem já não existe mais.
Em seus lugares deixaste a saudade, a lembrança, a culpa, e uma tristeza sem fim.
Por que quando te chamo tu não vens a mim para me juntar aos meus?
A minha espera por tua chegada também faz parte da tua crueldade.
Foi inspirado por ti que Olaf Trugvasson manteve as völvas numa longa e terrível espera pela morte.
Morte, cavaleiro da escuridão e do medo.
Nem ao Filho de Deus poupaste, antes o feriste, como fere a todos os homens.
Sim Morte, tu triunfas sempre. É um impiedoso vencedor, mas já experimentaste a derrota, pois nem com toda a tua força conseguiste segurar o Autor da Vida que ao terceiro dia ressuscitou.
Morte, cavaleiro da escuridão e do medo,
Teus dias estão contados, aquele que sobre ti triunfou, o Filho bendito de Deus, viu tua face, olhou nos teus olhos e prometeu o teu fim.
Que mais tenho eu, senão acreditar nesta única promessa de uma vitória final?
E então finalmente os homens serão livres e cantarão:
“Onde está, ó Morte a tua vitória?
Onde está, ó Morte, o teu aguilhão?”
Autor: Luis Alexandre Ribeiro Branco
Tambem publicado em:
Cascais - Lisboa - Portugal
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Geraldo Brandão
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