Recentemente ficamos chocados com o caso do suicídio envolvendo alguns pastores. Na verdade os casos não são novos, mas só agora tornam-se publicos. Já há alguns anos que ouço sobre o caso, em especial nos Estados Unidos. E há alguns anos li numa revista portuguesa sobre o problema da depressão sofridos por padres em Portugal. Na ocasião pensei que se a reportagem envolvesse pastores evangélicos o número seria ainda mais assustador.
A verdade é que o pastor sofre com a depressão, ansiedade e o pânico como qualquer outra pessoa. Aliás, como disse-me uma psicóloga, o fato de lidar com os problemas dos outros é um fator ainda mais agravante. O pastor é, portanto, um curador ferido.
Não defendo a tese de que o pastor deva falar para todos sobre sua situação psicológica, mas deve, na medida do possível, conversar com algum colega dentro ou fora da igreja sobre suas inquietações, em especial o pastor psicologicamente debilitado deve procurar ajuda profissional com um médico de família, psiquiatra e psicólogo.
É imprescindível que o pastor, como qualquer doente seja medicado. É preciso romper com o preconceito com relação ao uso dos psicotrópicos. Eles são benéficos e muito podem ajudar para que o pastor tenha uma qualidade de vida melhor.
A igreja não está preparada para lidar com esta realidade, infelizmente muitos vêm este assunto como uma fraqueza do pastor, falta de preparo e até incapacidade do mesmo de exercer as suas funções. Lembre-se, o pastor é um curador ferido. Conheci um caso de um pastor que foi recriminado por fazer uso de medicação para depressão por outro pastor que havia recentemente abandonado a esposa para ficar com outra mulher. Neste caso, a depressão é vista como um mal maior que o adultério.
Termino este breve texto com algumas dicas, se é que poderão ser úteis:
– O pastor ao notar sinais que apontam para uma depressão deve buscar ajuda com pessoas capazes de o ajudar.
– A igreja toda não precisa saber, mas seu grupo mais íntimo na igreja podem tomar conhecimento e ajudar o pastor em algumas ações práticas.
– Não tenha medo dos psicotrópicos, eles ajudarão com que sinta-se bem e tenha uma qualidade de vida melhor.
– Rompa com o tabú, psicólogos não evangélicos são tão capazes como quaisquer outros de tratar da depressão de um crente.
Autor: Luis Alexandre Ribeiro Branco
Tambem publicado em:
Cascais - Lisboa - Portugal
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