Que Hist🧐ria é essa?

Por: Etiene Bouças

Máquinas de banho da era vitoriana da década de 1890.⁣
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Durante esse período, as mulheres eram obrigadas a ficar totalmente vestidas até entrarem em uma máquina de banho para vestir um maiô.  Em seguida, alguém levaria o carrinho para o oceano, para que as mulheres pudessem entrar na água em particular sem serem vistas em seus trajes de banho.
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O dramaturgo irlandês, Walley Chamberlain Oulton, descreveu-os como "carruagens de quatro rodas, cobertas com lona, ​​e tendo em uma das extremidades um guarda-chuva do mesmo material que desce até a superfície da água, para que o banhista desça  da máquina por alguns passos é escondido da vista do público, por meio do qual a mulher mais refinada pode desfrutar das vantagens do mar com a mais estrita delicadeza."⁣
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As máquinas de banho foram usadas ativamente na Inglaterra até o final da década de 1890, quando ficaram permanentemente estacionadas nas praias.  Em 1914, no entanto, a maioria deles havia desaparecido do Reino Unido.
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Há exatos 100 anos,  numa segunda-feira feira do dia 14 de novembro de 1921, falecia a Princesa D. Isabel.  No dia 15 fariam 32 anos de uma de suas maiores tristezas: o exílio.  Em 1920 a lei que proibia a família de colocar os pés no Brasil foi revogada, mas ela já estava muito doente para vir… Com certeza não resistiria ao desgaste físico e emocional da viagem e chegada. 
O conde D’Eu faleceu no ano  seguinte (1922) durante a viagem que fazia para o Rio de Janeiro.  No ano de 1953 os remanescentes da  princesa e do Conde D'Eu foram trasladados para  o Rio de Janeiro e em 1971 foram transferidos para Petrópolis.




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A princesa fazia diversos questionamentos em suas anotações… E a  verdade é que ela passa longe do que a maioria dos livros didáticos e muitos professores “ensinam”. Existem muitos mitos que infelizmente foram perpetuados pelo próprio ensino, por pessoas que possuem uma boa visibilidade e que só repetem o que escutam sem confirmar a veracidade ou até mesmo por historiadores que deixam a antipatia pelo biografado falar mais alto.  Faço minhas as palavras da própria princesa Isabel:
“Tudo passa, os homens e também as coisas. Onde está o enorme colosso de Rhodes? O Templo de Diana em Éfeso? Onde estão os Jardins Suspensos da Babilônia e seus muros de uma largura extraordinária? Alexandre passou, César passou e, finalmente, Napoleão passou. E assim, todos passaram, os maiores homens como os mais pequenos. Por isso, devemos ocupar-nos na vida de fazermos boas ações, a fim de que se o nosso corpo passa, a nossa memória não passa.” — Anotações do caderno da Princesa D. Isabel / Arquivo do Museu Imperial






📍Indicações de livros sobre a biografia da princesa: 
1. A história da princesa Isabel / “Amor, liberdade e exílio” 
2. Alegrias e Tristezas - Estudos sobre a autobiografia de D. Isabel do Brasil
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Mulher passando por um programa de ajuste de atitude, anos 30.

Mulheres que sofriam de depressão ou demonstravam sinais de “mau comportamento”, como não “cuidar bem do marido”, eram legalmente incentivadas a se internar em uma ala psiquiátrica.

Aqui, os tacanhos anos 1930 ofereceriam um tratamento sorridente usado para condicionar uma mulher a sempre usar um sorriso. Os especialistas acreditavam que se uma mulher se visse sorrindo, isso se tornaria uma prática natural e ela estaria “curada”. Isso geralmente acompanhava a terapia de choque.
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ARQUEOLOGIA 

A ADAGA DE CRISTAL 

Ferramentas antigas que pertenceram a civilizações pré-históricas (ou Era Áfraga) foram encontradas em todo o mundo, mas uma descoberta na Espanha, é diferente daquelas tradicionalmente feitas de pedra ou sílex. Uma equipe que escavava a tumba megalítica de Montelirio tholos descobriu uma adaga formada de cristal de rocha que, segundo especialistas, é a "mais sofisticada tecnicamente" já descoberta na Península Ibérica pré-histórica e que teria de ser entalhada com enorme habilidade. 

O artefato, que tem cerca de 5 mil anos, tem quase 20 centímetros de comprimento e foi encontrado junto com 10 pontas de flecha, quatro lâminas e um núcleo para fazer armas, todas de cristal de rocha. O local de descanso final da arma está longe de minas de cristal, o que sugere que eles pertenceram a um indivíduo de elite que pagou um preço alto para obter os materiais obtidos e moldados. Os pesquisadores também especulam que o cristal de rocha durante esta época pode ter um significado simbólico e tais sociedades o usaram para vitalidade, poderes mágicos e conexões com ancestrais. 

"Eles [os artefatos] provavelmente representam parafernália funerária acessível apenas à elite deste período", diz o estudo publicado na revista Quaternary International. "A associação da lâmina da adaga a um cabo feito de marfim, também uma matéria-prima não local que deve ter sido de grande valor, sugere fortemente o status de alto escalão das pessoas que fazem uso de tais objetos", completamente o estudo. 

A escavação no sudoeste da Espanha foi uma colaboração de pesquisadores da Universidade de Granada, da Universidade de Sevilha e do Conselho Superior de Pesquisa da Espanha. As equipes trabalharam no local de 2007 a 2010 e publicaram suas descobertas em 2015, que detalham o tesouro de armas de cristal. 

A tumba está localizada no vale de Guadalquivir, na área metropolitana de Sevilha - o assentamento é chamado de 'Valencina de la Concepcion Castilleja de Guzman'.

Referência 
Artigo - Quaternary International.
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NAVIOS VOADORES? 


Não, é um dos fenômenos óticos mais espetaculares da natureza. 

O fenômeno, conhecido como 'fata morgana' (fada Morgana, em latim), cria uma miragem que ocorre quando o sol aquece a atmosfera sobre a terra ou o mar, criando um gradiente de temperatura. Uma camada de ar quente se instala em uma camada de ar frio e, portanto, quando a luz atinge uma área entre duas camadas da atmosfera que têm diferentes temperaturas, como resultado, diferentes densidades são produzidas, a luz 'se curva' (refração) e se move em um ângulo diferente. Nosso cérebro pressupõe que a luz viaja em linha reta, então quando a luz é "dobrada", pensamos que o objeto para o qual estamos olhando está onde estaria se o caminho da luz fosse reto. 

FATA MORGANA
O nome faz alusão a uma feiticeira fictícia, supostamente uma sacerdotisa da Ilha de Avalon, na Bretanha e meia-irmã do lendário Rei Arthur. O efeito leva o nome dela pois, segundo as histórias, Morgana podia utilizar seus poderes para criar imagens de castelos flutuando e enfeitiçar marinheiros. Da mesma forma, este efeito é óptico, e causa “aparições fantasmas” no horizonte. Bom, é claro que possivelmente a magia de Morgana também relacionava-se a efeitos óticos. 

MEDO
Antigamente os marinheiros sentiam pânico quando viam essas imagens em alto mar, pois atribuíam a m@ldições ou feitiços, e na época da colonização europeia da América, os navegadores acreditavam que eram imponentes navios fantasmas. 

Referência 
Artigo - Fata Morgana: o efeito que faz barcos voarem no mar. Felipe Miranda. 
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 HISTÓRIA DAS MARCAS - McDonald's 

Richard McDonald, que com seu irmão Maurice revolucionou a maneira como bilhões de pessoas em todo o mundo comem em restaurantes fast-food. 

Em uma única barraca de hambúrguer em San Bernardino, Califórnia, em 1948, a abordagem sistematizada que os irmãos McDonald desenvolveram para oferecer aos clientes comida a preços razoáveis ​​em um ritmo rápido formou a pedra angular do negócio de fast-food. Hoje, o negócio que eles criaram, construíram e venderam em 1961, a McDonald's Corporation, tem mais de 23 mil pontos de venda em 111 países e vendas na casa dos bilhões de dólares.

“Todo o nosso conceito se baseava em velocidade, preços mais baixos e volume”, disse Richard McDonald. 

Não foi uma ideia que os dois irmãos chegaram rapidamente. Pobres e nascidos na zona rural de New Hampshire, Richard e Maurice migraram para a Califórnia no final dos anos 1920, munidos de diplomas do ensino médio e o desejo de ganhar dinheiro. 

No final dos anos 1930, eles abriram uma barraca de cachorro-quente perto da pista de corrida Santa Anita em Arcadia, Califórnia, a nordeste de Los Angeles. Em 1940, eles abriram uma pequena churrascaria drive-in em San Bernardino, uma cidade crescente de operários. Os negócios estavam agitados, mas depois de alguns anos o McDonalds se convenceu de que poderia fazer melhor se as coisas fossem mais rápidas. No outono de 1948, eles fecharam o restaurante, dispensaram as carhops, simplificaram o cardápio e começaram a reinventar a maneira como entregariam a comida. “Dentro da cozinha, tudo era mecanizado”, escreveu David Halberstam em “The Fifties”, seu livro de 1993. “Grande parte da comida era pré-montada." 

Além de uma cozinha de ritmo revolucionário, eles queriam um símbolo. O que Richard McDonald criou foram os Arcos Dourados. ''Achei que os arcos iriam levantar o prédio'', disse ele ao The Chicago Tribune em 1985. ''Nosso arquiteto disse: 'Esses arcos têm que desaparecer.' Mas eles funcionaram - foi sorte, eu acho." 

Logo, havia longas filas para comprar hambúrgueres de 15 centavos, cheeseburgers de 19 centavos, milk-shakes de 20 centavos e batatas fritas de 10 centavos. 
Em 1954, o McDonalds vendeu 21 franquias e abriu nove pontos de venda. Naquela época, Ray Kroc era um vendedor de máquinas de milkshake que não vendia muitas máquinas, exceto para o McDonalds. Ele viajou para San Bernardino para ver o motivo e ficou tão impressionado que pediu um emprego como agente de franquia. Em 1955, o Sr. Kroc fundou a Franchise Realty Corporation e abriu seu primeiro restaurante McDonald's em Des Plaines, Illinois. Em 1960, ele mudou o nome para McDonald's Corporation. Um ano depois, ele comprou o negócio de Dick e Mac McDonald por US $ 2,7 milhões. Após a venda, Dick McDonald voltou para sua terra natal, New Hampshire. Seu irmão Maurice morreu em 1971. 

POLÊMICA 
Uma espécie de contratempo explodiu no final dos anos 1970, após a publicação da biografia de Kroc, "Grinding it Out: The Making of McDonald's", que dava a entender que Kroc tinha sido o criador do McDonald's. "Ele [Kroc] nunca havia mencionado ser o fundador", disse Richard McDonald ao The Wall Street Journal em 1991. "Se tivéssemos ouvido falar, ele voltaria a vender máquinas de milk-shake na mesma hora." Ray Kroc morreu em 1984. "Nós concordamos mutuamente que Dick e Mac foram os pioneiros do McDonald's e ajudaram a fundar a indústria de fast-food", disse Chuck Eberling, porta-voz do McDonald's. ''Sr. Kroc foi o empresário que fundou o que hoje é conhecido como McDonald's Corporation.''

ARREPENDIMENTO?
Anos depois que os irmãos venderam a empresa, foi perguntado a Richard McDonald se ele tinha algum arrependimento. "Nenhum. Eu teria acabado em algum arranha-céu em algum lugar com cerca de quatro úlceras e oito advogados fiscais tentando descobrir como pagar todo o meu imposto de renda”, respondeu Richard McDonald. 

Referência 
HALBERSTAM, David. The Fifties.
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LEONARDO DA VINCI - ESTUDOS ANATÔMICOS E NATURAIS 

Leonardo da Vinci foi mais do que dotado. Ele era um gênio cuja mente poderosa continuará sempre a ser objeto de admiração dos mortais comuns. Sabemos da gama e produtividade da mente de Leonardo porque os seus pupilos e admiradores preservaram cuidadosamente para nós os seus esboços e cadernos, páginas e mais páginas (mais de 6 mil) cobertas com escritos e desenhos, com trechos de livros que Leonardo leu, e rascunhos para livros que pretendia escrever. Quanto mais se estuda todo esse material, menos se compreende como um ser humano poderia ter-se destacado em todos esses diferentes campos de investigação e contribuído de maneira importante para quase todos eles. Talvez uma das razões seja que Leonardo foi um artista nato (curioso e inquieto) e não um estudioso treinado a reproduzir. Para ele o negócio do artista era explorar o mundo visível. Em um momento que os homens que aprendiam  nas universidades dependiam da autoridade de seus professores e de confiar na informação que lhe era passada. Leonardo, nunca aceitaria o que leu sem verificá-lo com seus próprios olhos. Sempre que ele se deparava com um problema, não confiava nas autoridades, tentava uma experiência para resolvê-lo. Não havia nada na natureza que não despertasse sua curiosidade e desafiasse seu engenho. Ele explorou os segredos do corpo humano ao dissecar mais de 30 corpos. Foi um dos primeiros a sondar o mistério do crescimento das crianças no útero; investigou as leis das ondas e correntes; passou anos a observar o voo de aves e insetos, para ajudá-lo a elaborar uma máquina voadora que ele tinha certeza que um dia se tornaria realidade. As formas de rochas e nuvens, os efeitos da atmosfera na cor de objetos distantes, as leis que regem o crescimento das árvores e das plantas, a harmonia dos sons, todos estes eram objetos de sua pesquisa, que sem dúvida, era a fundação de sua arte. 

Referência 
Artigo - Leonardo da Vinci, o desbravador do corpo humano.
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FULANIS - OS NÔMADES 

Uma mulher fulani que faz jus a fama que as precede como uma das mais belas etnias do mundo. 

Imagine-se na África, o enorme brilho do sol se pondo sobre o horizonte. Ainda está bem quente, a fadiga derrama-se sobre seus músculos, apesar do cansaço, você sorri e repousa....amanhã você sabe, um novo dia começa. Você desperta e caminha pelas colinas de Agonlin, no Benin e depois de muito caminhar, depara-se com os homens e mulheres fascinantes, com penteados elegantes, roupas coloridas e tatuagens. Você acabou de encontrar membros dos Fulani, o maior povo nômade do mundo com pessoas espalhados por diversos países, embora sua origem ainda seja um mistério. 

Cerca de 90% deles são muçulmanos. Eles são uma espécie de "ciganos da África". 

A origem dos Fulani não é totalmente clara, pois há quem os coloque no “Chifre da África” ou mesmo no próprio Sudão, outros que os levem para o Senegal ou Níger-Congo e outros que os chamam de “a diáspora cigana na Europa”. Seja como for, eles são o maior povo nômade do mundo com cerca de 40 milhões de membros e, embora tenham sido os primeiros a adotar o Islã, eles mantêm ritos de iniciação anteriores que incluem circuncisão ou corte e Sharot. 

O gado é sua principal fonte de renda e a alimentação tem como base o leite, manteiga e queijo combinada com leguminosas ou cereais. Eles também têm tatuagens como marca registrada. 

Extra: Você sabe qual é a diferença entre tribo e etnia? 

São termos frequentemente cruzados e usados ​​em paralelo, mas apresentam diferenças sutis. O conceito de tribo refere-se à forma e organização da vida, pessoas que vivem juntas e são autossuficientes. Porém, a etnicidade apela mais a um sentimento de unanimidade, com signos comuns como a língua, a cultura, a religião ... Você deve se sentir parte de uma etnia, mas a etnia também deve recebê-lo.
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 KEANU REEVES 

Por muito tempo, ele foi seu único público, mas então algo mudou. A carreira de Keanu Reeves percorreu um caminho tortuoso para o sucesso e só mais tarde o mundo percebeu que ele era e o reconheceu pelo que ele é - um lutador, humanitário e, acima de tudo, um homem humilde. 

Quem é Keanu Reeves? 

Keanu Reeves nasceu em Beirute, Líbano, em 2 de setembro de 1964 (ele é descendente de anglo-havaianos). Muito antes de se tornar um galã e um herói de filme de ação, o ator não dormia em um mar de rosas. Seu pai, Samuel Reeves, passou metade de sua vida atrás das grades por traficar heroína. A mãe de Keanu, Patricia, foi deixada para cuidar do menino e de sua irmã Kim sozinha. Embora ela fosse uma designer, ela supostamente estava trabalhando como stripper na época, e ela era a única fonte de renda da família. Primeiro, a família de três pessoas mudou-se do Líbano para Sydney e depois para Nova York. Eventualmente, eles se estabeleceram em Toronto. Ao longo desse tempo, a mãe de Keanu se casou novamente 3 vezes, o que significa que o futuro ator teve 3 padrastos em um curto período de tempo. Quando adolescente, o futuro astro lutou contra a dislexia e a propensão a desobedecer à autoridade, o que o levou a abandonar a escola. Keanu nunca terminou o ensino médio. 

Ele também perdeu uma filha prematura e, meses depois, a mãe de sua filha. 
A relação entre o ator e sua namorada começou a se deteriorar, pois eles foram incapazes de lidar com a imensa dor. Em 2001, quando os dois estavam próximos de uma reconciliação amorosa, Jennifer sofreu um acidente de carro e faleceu. Keanu se fez presente na família da ex-namorada e sentiu muito a perda de sua amiga/paixão, que foi enterrada ao lado do bebê, em Los Angeles. 

Keanu por um período deu uma pausa na carreira pra cuidar da irmã que tinha leucemia. E com isso perdeu milhões de dólares em trabalhos.
Sua irmã, Kim, conseguiu se recuperar. Keanu, então, doou uma parte do que ganhou na franquia Matrix para hospitais de câncer e criou um fundo de pesquisa de cura para a doença.
Mas ele não gosta de ter o nome relacionado, ele diz que ajuda com as doações e deixa a fundação agir por conta própria. 

ATOR
Keanu sempre quis ser ator. Ele começou a atuar quando tinha apenas nove anos de idade. Ele desempenhou vários papéis no teatro e até mesmo foi escalado para o papel de Mercutio no clássico Romeu e Julieta de Shakespeare quando ele tinha apenas 15 anos. No final dos anos 80, Keanu fez aparições em vários comerciais, incluindo um para a Coca-Cola. Ele fez sua primeira aparição no cinema em One Step Away, mas não conseguiu encontrar seu lugar até que se mudou para Los Angeles. 

Durante a década de 1990, ele lentamente começou a sair de seus papéis de adolescente. Ele deixou uma grande impressão com Point Break (1991). Esse foi o ponto de partida de uma carreira consagrada. 

Um ponto intetessante é que ele doou grande parte do ganho que ele teve com o filme matrix, para a equipe cinemática, com quem ele trabalhou, visto que eles fizeram o maior trabalho do filme, na parte dos efeitos. 

Por que Keanu Reeves é uma inspiração? 
Embora sua fortuna seja estimada em cerca de cem milhões de dólares, Keanu ainda anda de metrô e não é incomum vê-lo na calçada conversando com um sem-teto.
Ele segue humilde e, segundo ele mesmo, um cara solitário. Tanto que a tal foto do “Keanu Solitário” viralizou  quando, em um de seus aniversários, ele comprou um bolo, sentou num banco de praça e dividiu com quem sentasse ao seu lado. 

Imortalizado no papel de Neo, da trilogia Matrix, e com mais alguns bons papéis, Keanu não chegou a ser o ator versátil que se esperava dele, mas sempre ostentou um carisma enorme e muita dedicação ao trabalho que ama. Até chegar ao sucesso estrondoso de John Wick, ele fez muito dinheiro na carreira, só que diferentemente de muitos outros, Keanu Reeves fez de tudo para não ser apenas mais um clichê de Hollywood. 

O astro passou por muitas coisas na vida antes de habitar o coração dos fãs. 

Mas Reeves pegou as partes mais dolorosas de sua vida e encontrou inspiração nelas. Ele nunca parou de sofrer ou se esqueceu da perda, mas encontrou uma maneira de canalizá-la para seus filmes e seu livro. Essa dolorosa sinceridade pode ser o motivo pelo qual seu trabalho continua a tocar o coração das pessoas em todo o mundo. Ele continua a contribuir para a indústria cinematográfica por meio de papéis incríveis e uma paixão incansável pela atuação. Mais importante ainda, Keanu nunca deixou de ser gentil com os outros e é ótimo vê-lo receber amor em troca.
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O DESAPARECIMENTO DA MULHER 

Era o início da noite e Zahra, sua mãe e três irmãs estavam a caminho para jantar na casa de outra irmã quando viram pessoas correndo e ouviram tiros na rua. 
“O Talibã está aqui!” pessoas gritaram. 

Em apenas alguns minutos, tudo mudou para a moradora de Herat, de 26 anos, a terceira maior cidade do Afeganistão. Zahra cresceu em um Afeganistão sem o Talibã, onde as mulheres ousavam sonhar com uma carreira e as meninas estudavam. Nos últimos cinco anos, ela tem trabalhado com organizações sem fins lucrativos locais para aumentar a conscientização para as mulheres e pressionar pela igualdade de gênero. Seus sonhos e ambições desabaram na noite de quinta-feira (12/08) quando o grupo fundamentalista invadiu a cidade, plantando suas bandeiras brancas com uma proclamação de fé islâmica em uma praça central, enquanto as pessoas em motocicletas e carros corriam para suas casas. 

CABUL
Nasreen Sultani, diretora da Escola de Ensino Médio para Meninas Sardar-e-Kabuli em Cabul, passou anos lutando pelos direitos das meninas afegãs, mas disse que agora vive com medo constante pela segurança de seus alunos. "Estou muito triste. Quando vejo todas essas garotas, fico muito chateada ", diz ela, com os olhos marejados de lágrimas.
O desespero só cresceu com a invasão da capital no domingo (15/08). 

Sultani é uma das muitas mulheres afegãs em cargos de liderança que dizem temer que o retorno ao regime do Talibã também signifique um retorno à sua interpretação austera e severa do Islã, que por muito tempo restringiu severamente os direitos das mulheres até a queda do regime em 2001 

Referências 
Artigo - Afghan women fear 'dark' future, loss of rights as Taliban seize control. 
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A Batalha de Campo Grande conhecidaecida como "Batalha de Los Niños" aconteceu dia 16 de agosto de 1869. 










Foi a última grande batalha da Guerra do Paraguai com vitória da Tríplice Aliança. 

A batalha foi comandada por Conde d'Eu, marido da Princesa Isabel, que assumiu o exército já no final da guerra, em 1869. Sua personalidade e participação histórica é conflitante, situada entre uma imagem de herói que pôs fim à guerra, liquidando a ameaça de Solano López, e aquele que simplesmente comandou uma caça pelo inimigo.
O exército paraguaio havia sido praticamente destruído nas batalhas anteriores, chegando à última com um número muito pequeno de soldados veteranos. Devido a escassez de homens adultos surgiram os batalhões de crianças. Dos cerca de 6 mil paraguaios que lutaram na Batalha de Campo Grande sob o comando do general Bernardino Caballero, a maioria eram crianças de no máximo 15 anos. Eles lutaram contra 20.000 homens da Tríplice Aliança durante oito horas.
A batalha começou às oito e meia da manhã em Campo Grande, uma vasta planície de cerca de doze quilômetros quadrados que era ideal para a cavalaria brasileira. Esta, porém, estava na retaguarda e não conseguia avançar pelo caminho estreito, o que impediu sua ação em um primeiro momento. Devido a isso, o ataque brasileiro teve de iniciar com a infantaria, na qual um batalhão era comandado pelo coronel Manoel Deodoro da Fonseca.
No fim, 2.000 paraguaios foram mortos e 1.200 capturados. O 1º corpo do exército dos aliados teve 30 mortos, 269 feridos, 30 contusos e 17 extraviados; o 2º, 15 mortos e 90 feridos, totalizando 45 mortos e 359 feridos. Um número pequeno em relação ao das baixas paraguaias.
Exsitem muitas indagações sobre a participação do exército brasileiros, se houve excesso no uso de força diante de um inimigo em condições precárias, e com um batalhão formado por crianças.
Solano Lopez foi um ditador sem escrúpulos que utilizou crianças em seu exército, mesmo sabendo que não tinha condições de vencer a guerra não poupou seu povo. O dia 16 de agosto é o dia das crianças no Paraguai, dia de prestar homenagens e condolências aos mortos na batalha.
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OS TRÊS "IRMÃOS" 



Os navios Olympic, Titanic e o Britannic eram três "navios irmãos" da classe Olympic, criados quase da mesma forma. Vamos conhecer um pouco do destino dos três. 

O primeiro, o RMS Olympic, teve a melhor sorte. Inaugurado em maio de 1911 com grande pompa como o maior barco da sua época - ele tinha 30 metros a mais que os rivais próximos - o Olympic quase teve um final desastroso poucos meses depois de ser "lançado ao mar". 

Em setembro de 1911, a embarcação se chocou contra o navio de guerra HMS Hawke na costa da Inglaterra - o acidente perfurou o casco e danificou a hélice do Olympic, mas não houve feridos e o cruzeiro retornou ao porto de Southampton. 

O navio permaneceu trabalhando até 1935, foi desmontado em 1937, com muitos de seus elementos decorativos sendo leiloados e reutilizados em hotéis e até mesmo em outros navios. 

O Titanic você bem sabe caro leitor, em sua primeira viagem bateu em um enorme iceberg e afundou, em 15 de abril de 1912. 

O Britannic começou a navegar em 1914 - e logo começou a Primeira Guerra Mundial. 

O mais jovem dos navios, que assim como seus semelhantes havia sido criado com a intenção de unir a Europa com os Estados Unidos, nunca chegou a cruzar o Atlântico.
O governo britânico o transformou em um navio hospital em 1915 (f.3). Em 21 de novembro de 1916, por volta das 8h 12 min, o Britannic navegava pelo canal entre as ilhas de Kea e Makronisos quando uma violenta explosão abriu um enorme buraco em seu casco. Na ocasião, a equipe hospitalar estava na sala de jantar tomando o café da manhã. Ao contrário do que havia acontecido no Titanic, a tripulação de imediato tomou consciência da gravidade da situação. Além de abrir um buraco nos compartimentos 3 e 4, a explosão também danificou os compartimentos adjacentes. A agilidade da tripulação em pedir socorro foi primordial para que a maioria das pessoas sobrevivessem. O gigante afundou lentamente e repousou no fundo do mar. 

Referências 
Artigo - Classe Olympic: Titânicos em Ação.
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EM 5 DE AGOSTO DE 1962 MORRIA MARILYN MONROE 


Por fora, ela era a loira deslumbrante de Hollywood, mas por dentro, a modelo que virou atriz enfrentou demônios que a levaram à morte prematura aos 36 anos. 
De certa forma, parecia que em agosto de 1962, Marilyn Monroe estava tentando organizar sua vida. Ela tinha acabado de comprar sua primeira casa no bairro de Brentwood na Califórnia por US $ 75.000, ela estava na capa da revista Life e tinha acabado de ser recontratada no filme Something’s Got to Give. Mas, sob outros aspectos, parecia o pior dos tempos para a modelo que virou estrela de Hollywood. Ela havia se divorciado de seu terceiro marido, o dramaturgo Arthur Miller, no ano anterior, havia rumores sobre um suposto caso entre ela e o presidente John F. Kennedy, e sua aparência normalmente impecável foi substituída por poucos cuidados estéticos. 

Em 5 de agosto de 1962, Marilyn foi encontrada morta em sua casa em 12305 Fifth Helena Drive. Ela estava deitada de bruços e sem roupas. Ao lado dela estava um frasco de comprimidos vazio que tinha a capacidade de armazenar 50 cápsulas de Nembutal, uma droga frequentemente usada como pílula para dormir. Uma vida breve e profundamente marcante, da ascensão à glória, o final trágico e chocante, da infância abandonada à realeza das estrelas de cinema, sua história parece um filme, só que foi a vida real. 

Embora sua morte aos 36 anos tenha sido considerada um provável suicídio, ainda existem muitas teorias sobre o que pode ter realmente levado à morte dela. 

Referências 
Artigo - Marilyn Monroe: Inside Her Final Days and Fragile State of Mind. Rachel Chang.
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JIM CARREY 



É impossível pensar em comédia e não imaginar Jim Carrey. 
O ator canadense é um dos grandes nomes do humor, e participou de diversos marcos do cinema, como O Show de Truman.

Com papéis inesquecíveis, Carrey consegue transitar entre humor enérgico e drama com maestria, envolvendo o público com caretas inesquecíveis. Principalmente na década de 1990, falar em comédia era falar em Carrey - e isso porque grandes filmes do ator estrelaram na época.

Pulando alguns anos para o futuro — mas ainda não atualmente —, Carrey esteve alguns anos afastado das grandes mídias após um abandono gradativo de grandes projetos aos quais era convidado a participar. Ele sumiu de qualquer holofote por um bom tempo. 

DEPRESSÃO 
Em 2004, ano de lançamento do aclamado Brilho Eterno de Uma Mente sem Lembranças, Jim Carrey relatou em uma entrevista ter sido diagnosticado com depressão: "Há picos e vales, mas eles são sempre escavados e suavizados para que você sinta um permanente desespero e fique sem respostas, mesmo que consiga viver bem. Você consegue sorrir quando está no trabalho, mas continua em um baixo nível de aflição".  

Em setembro de 2015, a ex-namorada do ator, Cathriona White, foi encontrada morta em decorrência de overdose de remédios. Junto ao corpo foi encontrada uma carta escrita para Jim, ainda citando o relacionamento dos dois: "Esperei três dias sem acreditar que você não está aqui. Eu posso ir de coração partido e tentar colocar os pedaços de volta. Eu poderia, mas desta vez eu não tenho mais vontade". 

Jim foi visto apenas no enterro da jovem, chorando, e depois seus amigos mais íntimos relataram que sua depressão havia se agravado, e que ele não saía mais de casa. Foram, assim, 4 anos sem realizar nenhum grande projeto.  

Neste meio-tempo, Jim Carrey lançou o curta documental I needed color, no qual ele fala sobre como a pintura salvou seus dias de serem tomados pela angústia e aflição causados pela depressão: "Eu não sei o que a pintura me ensina", diz Carrey durante o documentário. "Eu só sei que ela me liberta. Fico livre do futuro, livre do passado, livre do arrependimento, livre de preocupações." 
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BOZO - O PALHAÇO 



O Circo do Bozo, com sede em Chicago, apresentava as travessuras de um palhaço com cabelos vermelhos, e acabou se tornando o programa de televisão infantil mais antigo dos EUA. 
O personagem Bozo se originou em Los Angeles em 1946, quando Alan Livingston criou o palhaço para uma série de álbuns infantis da Capitol Records. A KTTV-TV exibiu o primeiro programa Bozo televisionado lá no longínquo ano de 1949. 

Larry Harmon, um dos primeiros Bozos, comprou os direitos de franquia do palhaço em todo o país em 1956. O Circo do Bozo de Chicago estreou na WGN-TV em 1961 com Bob Bell como o palhaço, transmitindo todos os dias da semana ao meio-dia. Seus atos de circo, esquetes cômicos, desenhos animados e jogos de público, foram um sucesso entre as crianças. Durante as décadas de 1960 e 1970, a espera para aparecer na platéia do estúdio se estendia por quase 2 anos. Bozo da WGN começou a ser transmitido nacionalmente em 1978. Bob Bell se aposentou em 1984 e foi substituído por Joey D'Auria. Uma audiência cada vez menor finalmente levou a WGN a cancelar o programa em 2001.

NO BRASIL
Bozo foi levado à TV brasileira por Silvio Santos em 1980. No início, o dono do Baú chegou a pensar em encarnar ele mesmo o personagem, mas mudou de ideia. No ar por ininterruptos doze anos, Bozo foi vivido por diversos atores diferentes, que se revezavam no papel quando o programa era transmitido em rede nacional. Ou ainda antes disso, nos tempos das TVs locais, algumas retransmissoras do SBT tinham seus próprios programas do Bozo, como Rio, Minas e Bahia, com atores locais. 

Referências 
Bozo” subject file. Museum of Broadcast Communications Archives, Chicago, IL. 

Bozo 25th Anniversary Special. Video, MBC Archives. WGN, 198
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O CAVALO DE TRÓIA 

Guerreiros poderosos, a mulher mais bonita do mundo, intervenção divina e um cavalo de madeira gigante - a Guerra de Tróia é uma das maiores histórias da história antiga. 

O EQUINO MITOLOGICO REALMENTE EXISTIU? 

Ninguém sabe ao certo, mas provavelmente não. Evidências sobre a existência da cidade de Tróia e sobre uma guerra entre ela e os gregos até já foram encontradas, mas sobre o lendário cavalo, nada. Entretanto, essa história é muito boa. O artifício grego de construir um enorme cavalo de madeira, é descrito em detalhes no poema épico Eneida, do poeta latino Virgílio. Outros relatos sobre essa fantástica história são atribuídos ao poeta Homero, mas a própria existência do escritor como personagem histórico é incerta.
Se o cavalo de fato existiu, deve ter sido construído por volta do ano 1250 a.C., quando teria ocorrido a famosa guerra, no litoral oeste da atual Turquia. “Vários sítios da atual costa turca foram destruídos entre os séculos 12 e 13 a.C. Ou seja, os poemas reduzem a uma cidade acontecimentos que abalaram toda a região na época”, diz a historiadora Maria Cristina Kormikiaria, da Universidade de São Paulo. Real ou não, o Cavalo de Tróia teve um papel fundamental. “Ele foi um símbolo de guerra importante para os gregos. Há quem se refira a ele como o primeiro tanque de guerra da humanidade”, diz outra historiadora, Margarida Maria de Carvalho, da Unesp de Franca (SP). 


O FAMOSO TRUQUE

Como a guerra de Tróia terminou é o elemento mais famoso da história. Os gregos, incapazes de obter uma vitória clara no campo de batalha - mesmo depois de Aquiles ter matado Heitor - recorreram a um truque astuto. Eles construíram um grande cavalo de madeira, esconderam alguns de seus melhores lutadores dentro e deixaram-no como um "presente propiciatório" para os troianos e como uma oferenda para Atena (deusa protetora de Tróia), antes de recolher seu acampamento e aparentemente partir. Acreditando que a guerra estava vencida, os troianos moveram o cavalo para dentro das muralhas da cidade, com a intenção de usá-lo para homenagear os deuses. Naquela noite, os gregos ocultos saíram, mat@r@m os guardas e abriram os portões da cidade para permitir que toda a força grega entrasse em enxame. Príamo, rei de Tróia, foi massa.crado junto com todos os homens de Troia - adultos e crianças - enquanto as mulheres e meninas foram escravizadas. Os gregos queimaram Tróia até não sobrar nada. Quanto a Helena, seu marido Menelau tinha insistido que fosse ele a matá-la, mas ficou maravilhado com sua beleza mais uma vez e não teve coragem de fazê-lo. 
O truque do Cavalo de Tróia sinalizou o fim da guerra e é lembrado como uma das manobras militares mais infames da história. 

Imagem 
Réplica do Cavalo de Troia construída para o filme Troia. Está exposta em Çanakkale, na Turquia. Créditos da imagem a Adam Jones.
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Para conter o calor que beira aos 50°C, os Emirados Árabes Unidos apelaram à tecnologia para fazer chover. Conseguiram, nesta semana, graças ao lançamento de drones que geram atividade elétrica nas nuvens a ponto de fazê-las desaguarem em chuvas torrenciais. A ideia é de que os choques elétricos nas gotículas de água das nuvens façam com que elas fiquem mais propensas a precipitar.

 As nuvens são compostas por gotículas de água que são muito pequenas para cair do céu (ficam suspensas no ar devido as correntes de vento). As cargas elétricas basicamente estimulam essas pequenas gotículas a colidirem gerando gotículas maiores que eventualmente ficam pesadas o suficiente para cair como chuva. É, basicamente, uma réplica de um processo que já existe na natureza em nuvens com raios.

Como os Emirados Árabes têm altas temperaturas, o mais natural é que as gotículas de água formadas pelas nuvens sequem antes mesmo de caírem no solo, e, por isso, as chuvas se tornam escassas na região. A técnica de carga elétrica pode ajudar a “engordar” essas gotas o suficiente para chegar ao solo do deserto e repor um lençol freático que está afundando devido ao crescimento voraz da região.
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Uma estátua da Medusa segurando a cabeça decepada de Perseus foi instalada em Manhattan, em frente ao Tribunal Criminal do Condado de NY, o local de casos de abuso de alto perfil.

Medusa foi perseguida e estuprada por Poseidon e então culpada por isso, e amaldiçoada por Atena com o cabelo de cobra e transformando pessoas em estátuas de pedra.  Ela foi banida e então Perseu a matou e decapitou. Se transformando em um "Herói" 

Esta estátua “inverte a narrativa” Como uma forma de trazer justiça a personagem e as Inúmeras Medusas da vida Real. Que sofrem o Mesmo destino por parte da falta de justiça no Mundo...

Uma linda e significante Obra de Arte, para os que realmente entendem o seu verdadeiro significado. 
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MARIDO LARGA ESPOSA E FILHAS POR CAUSA DOS OLHOS AZUIS 

Essa é a história das "Cinderelas de olhos azuis". Risikat Azeez, uma jovem nigeriana foi abandonada pelo marido porque ela e suas duas filhas, tem os olhos azuis. 
A mulher que mora no estado nigeriano de Kwara foi abandonada por seu marido, AbdulWasiu Omo-Dada. Risikat, de 30 anos, diz que seu marido começou a agir de maneira diferente quando ela deu à luz a primeira filha do casal e os problemas aumentaram com o nascimento da segunda criança. “Ele mudou totalmente, ficava calado e sempre que eu tentava conversar com ele, era rejeitada." 


PROBLEMAS 
E o problema não é só com o marido. Na verdade, Risikat e as filhas enfrentaram discriminação por parte da família e de sua comunidade em Ilorin, na Nigéria. “O meu marido mandou-me fazer as malas por causa dos olhos azuis que temos. Quando minha filha vai para as aulas, as outras crianças riem dela e dizem ‘vejam os olhos de uma bruxa'”. Além disso, muitos pais proíbem seus filhos de brincarem com as meninas. 


Ao contrário da crença popular, olhos azuis não são uma exclusividade dos povos caucasianos. Longe disso. Os africanos também podem ter olhos azuis ou verdes.

A história de Risikat acabou se tornando conhecida e gerou uma onda de apoio para elas e as crianças. A humilde residência onde elas vivem se tornou um local de visitação. Elas ganharam roupas da moda, penteados e ensaios fotográficos. O marido? Acusou a família de Risikat de usar as crianças para ganhar dinheiro. E que não deixou a esposa pela cor dos olhos, mas pelo comportamento e temperamento dela. Risikat, no entanto, está descansada. E não se incomoda mais com isso. “Sou a primeira pessoa na minha família a ter olhos azuis. Na verdade, quando era pequena estava na escola, fizeram vários exames. Pensavam que era uma anormalidade. Mas eu vejo tudo muito claramente. Vejo com tanta clareza e sei que as minhas filhas também têm uma visão muito boa”, revela. 


"Eu nasci com esses olhos e também dei à luz as minhas filhas com o mesmo par de olhos. Eu agradeço a Deus."
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CURIOSIDADE - O MAIOR NAVIO DE CRUZEIRO DO MUNDO VS O TITANIC 

Apesar do Symphony of the Seas ser o maior navio de cruzeiro do mundo, ele ainda perde em relação à fama do Titanic. 

A embarcação que afundou em 1912 foi eternizada no filme de James Cameron de 1997 e as pessoas costumam comparar outros navios luxuosos ao eterno cenário da história de Jack e Rose. Então vamos ver quais são as maiores diferenças entre os dois. 

O Symphony possui 93 metros a mais de largura do que o Titanic. O navio naufragado possuía 269 metros e o maior do mundo atualmente possui 362. 

Com 72,5 metros de altura, o Symphony of the Seas possui 19,5 metros a mais que o Titanic, que possuía 53 metros. 

Quando inaugurado, o Titanic foi considerado o maior navio do mundo por seu peso e não exatamente por seu comprimento. Seu “irmão”, o Olympic tinha na realidade o mesmo tamanho, mas o Titanic possuía 46 mil toneladas, tendo sido considerado maior que o Olympic na época. Seja como for, ele ainda perde para o Symphony, que tem 228 mil toneladas. 

O Titanic possuía a capacidade para cerca de 2.300 pessoas, incluindo passageiros e tripulação. O Symphony of the Seas possui capacidade para cerca de 9.000 pessoas! 

Surpreendentemente, o Symphony of the Seas só é um pouco mais rápido que o Titanic. A média de velocidade do Titanic era de 39 km/h, mas ele estava a 41 km/h na hora da colisão com o iceberg. O Symphony ganha do Titanic por apenas 5 km/h a mais. 
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BINTI JUA - A GORILA QUE SALVOU UMA CRIANÇA DE 3 ANOS 

Binti Jua ficou conhecida em 1996, quando um menino de 3 anos, num descuido dos pais, caiu no fosso dos gorilas no zoológico Brookfield, em Chicago. 

No momento da queda, a criança bateu a cabeça e desmaiou. Naquele instante, começava o pânico entre os visitantes do zoológico. As pessoas começaram a gritar quando viram um gorila se aproximando, acreditando que ele pudesse machucar o bebê desfalecido. Ao contrário do que todos imaginavam, Binti Jua, que significa “Filha do Sol Nascente” em Swahili, chegou perto da criança e como uma mãe protetora, segurou-o no colo, afastou os demais gorilas presentes no fosso e se dirigiu até a porta pela qual os tratadores tinham acesso. 

Ali, parou e começou embalar a criança até que ouviu o barulho dos cuidadores abrindo a porta. Nesse momento, a gorila de 8 anos deixou carinhosamente o menino deitado no chão e se afastou para que pudessem prestar socorro. 

O menino passou quatro dias no hospital Loyola University Medical Center e mais tarde teve alta. Enquanto Binti Ju, que ainda está viva e no zoológico de Brookfield, foi listada como uma verdadeira heroína. 

Após o acontecido, iniciou-se um debate a respeito da ação da gorila Binti Jua; se tratava apenas de um comportamento para o qual ela já fora treinada ou se era uma clara demonstração de empatia animal. As opiniões eram divergentes, entretanto, o primatologista Frans de Waal alegou que a atitude foi uma demonstração de empatia, algo já observado outras vezes no mundo animal, não apenas em meio a grupos de gorilas.
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PARTENON - GRÉCIA
 

O magnífico templo na Acrópole de Atenas, conhecido como Partenon, foi construído entre 447 e 432 a.C na Era de Péricles e foi dedicado à deidade padroeira da cidade, Atena Partenos. 
O templo foi construído para abrigar a nova estátua colossal da deusa e para proclamar ao mundo o sucesso de Atenas como líder da coalizão de forças gregas que derrotou os exércitos invasores persas de Dario e Xerxes. O templo permaneceria em uso por mais de mil anos e, apesar da devastação do tempo, explosões, saques e danos causados ​​pela poluição em seu mármore branco, o Partenon ainda domina a moderna cidade de Atenas, um magnífico testemunho da glória e fama que a cidade desfrutou ao longo da antiguidade. O projeto para construir um novo templo para substituir os edifícios danificados da acrópole após o ataque persa à cidade em 480 a.C e reiniciar o projeto do templo abortado iniciado em 490 a.C foi instigado pelo estadista ateniense Péricles e financiado pelo excedente do tesouro de guerra da Liga de Delos, uma aliança política de cidades-estado gregas que se formaram juntas para repelir a ameaça de invasão persa. Com o tempo, a confederação se transformou no Império Ateniense, e Péricles, portanto, não teve escrúpulos em usar os fundos da Liga para embarcar em um grande projeto de construção para glorificar Atenas. 

O nome Partenon deriva de um dos muitos epítetos de Atenas: Atenas Partenos, que significa Virgem. Partenon significa 'casa de Partenos', que era o nome dado no século 5 a.C à câmara dentro do templo que abrigava a estátua de culto. O próprio templo era conhecido como mega neos ou 'templo grande'. A partir do século 4 a.C, todo o edifício adquiriu o nome de Partenon.
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DINA SANICHAR - "MOGLI DA VIDA REAL" 

Em 1867, um grupo de caçadores que atravessavam a Selva indiana de Uttar Pradesh avistou uma toca de lobos e, cautelosamente, começou a aproximar-se. 
Mas, para o choque dos caçadores, descobriram que um membro da matilha era um garoto de cerca de 6 anos de idade. Os caçadores decidiram tirar a criança, e para isso, espantaram com fogo a matilha da caverna. Eles deram ao menino o nome de Dina Sanichar e levaram-no para um orfanato na esperança de o civilizar. O orfanato era dirigido pelo padre Erhardt, um missionário que vivia na Índia, que observou que, embora Sanichar “indubitavelmente pagal (imbecil ou idiota), ainda mostra sinais de razão e, às vezes, perspicácia real”. O sociólogo francês Lucien Maison, em seu ensaio Les Enfant Sauvages relatou que o garoto, por ter sido criado por lobos em meio a um ambiente selvagem, teria adquirido hábitos peculiares. 

Por isso, sua adaptação no mundo civilizado foi considerada demorada e incompleta. “Ele adquiriu o hábito de roer ossos para afiar os dentes e rejeitou as tentativas iniciais de se vestir. A única coisa que aprendeu durante os 20 anos em companhia humana foi ficar ereto, vestir-se com dificuldade e comer no prato e no copo", afirmou Maison em seu estudo. 



Sanichar se comunicava através de rosnadas e grunhidos, exatamente como um lobo, embora não fosse mudo, só fazia sons de animais. As pessoas do orfanato tentaram trabalhar com o menino e aos poucos ele começou a se adaptar, mas nunca aprender a falar, e consequentemente, também nunca aprendeu a ler ou escrever 

O pioneiro da equipe de Pesquisa Geológica da Índia, o antropólogo Valentine Ball, descreveu Dina Sanichar como o "animal selvagem perfeito de todos os pontos de vista". 



O LIVRO
Essa história fascinou particularmente, missionários, soldados e escritores dos países colonizadores, que foram confrontados com questões de personalidade enquanto subjugavam o povo da colônia. Rudyard Kipling, o escritor britânico que viveu muitos anos na Índia, ficou fascinado com a história e escreveu a coleção infantil The Jungle Book, em que um jovem "filhote", Mowgli, vagueia pela floresta indiana e é adotado por animais - fazendo com que alguns sugiram que Sanichar foi a inspiração de Kipling. É uma fantasia sobre recuperar uma conexão perdida com o mundo natural e sobre o fim do isolamento humano. 
Sanichar faleceu em 1895, de tuberculose, com estimados 30 anos. 

Referências 
Mogli: O menino lobo, de Rudyard Kipling.
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O URSO DA IDADE DO GELO 

Pastores de renas tropeçam em urso da caverna da Idade do Gelo com todos os órgãos intactos na Sibéria. Antes dessa descoberta, apenas os ossos de ursos das cavernas haviam sido encontrados. 

O permafrost siberiano é conhecido como um tesouro de artefatos pré-históricos onde os animais da Idade do Gelo jazem perfeitamente congelados no tempo. E um espécime notável acabou de ser descoberto: a carcaça mumificada de um urso das cavernas de 39.500 anos. 

O urso das cavernas foi encontrado por pastores de renas na Ilha Bolshoy Lyakhovsky, a maior das Ilhas Lyakhovsky pertencente ao arquipélago da Nova Sibéria. “Esta é a primeira e única descoberta desse tipo - uma carcaça de urso inteira com tecidos moles”, relata Lena Grigorieva, paleontóloga molecular da Universidade Federal do Nordeste (NEFU) em Yakutsk. “Está totalmente preservado, com todos os órgãos internos no lugar.” A paleontóloga acrescentou que embora esta não seja a primeira vez que os pesquisadores encontram um urso das cavernas pré-histórico, é a primeira vez que eles encontram um que estava completamente intacto. Um espécime anterior apresentava apenas seu crânio e ossos. 

"Essa descoberta é extraordinária e extremamente importante”, diz a pesquisa que não consegue esconder a empolgação. 

Na verdade, este urso das cavernas está tão bem preservado que até mesmo seu nariz, pelo e dentes ainda estão completamente intactos.

1- EXTINTO
O urso das cavernas mumificado pertence à espécie extinta Ursus spelaeus, que viveu na Eurásia durante o período do Pleistoceno Médio e Superior. Os pesquisadores ainda não conduziram um exame completo no espécime, mas como os ursos das cavernas desse tipo viveram em algum momento durante o período interglacial Karaginsky, é razoável supor que este espécime viveu entre 39.500 e 22.000 anos atrás. A população de Ursus spelaeus começou a diminuir cerca de 15 mil anos atrás, antes de finalmente se extinguir. Ao contrário de muitos de seus irmãos modernos, esses ursos pré-históricos provavelmente não eram carnívoros, embora possam ter sido canibais em raras ocasiões para sobreviver. Mas não se engane; apesar de sua dieta principalmente vegetariana, o U. spelaeus era uma fera magnífica, medindo até 3,5 metros de altura quando em pé nas patas traseiras. Eles pesavam algo entre 500kg e alguns machos podendo chegar a 1.500 kg. 
2- "É necessário realizar uma análise de radiocarbono para determinar a idade precisa do urso”, disse o pesquisador sênior Maxim Cheprasov, do laboratório do Mammoth Museum em Yakutsk.
"Teremos que estudar a carcaça do urso usando todos os métodos modernos de pesquisa científica - genética molecular, celular, microbiológica e outros”, explicou o pesquisador.
Não há dúvida de que em breve ouviremos sobre mais descobertas incríveis da Sibéria. 
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JONATHAN - O ANIMAL TERRESTRE MAIS VELHO DO MUNDO 

Jonathan é uma das várias tartarugas gigantes que vivem no terreno da Plantation House, a residência do governador de Santa Helena.
Jonathan é o mais famoso porque é o mais velho - na verdade, com 189 anos ele pode ser o animal terrestre vivo mais velho do planeta! 

A tartaruga foi trazida para a ilha de Seicheles em 1882, juntamente com outras três tartarugas, quando já tinha cerca de 50 anos de idade. 

A estimativa da idade tomou como base o fato de que ele estava ‘completamente maduro’ quando foi trazido para Santa Helena em 1882. 

Para uma tartaruga, a expressão ‘totalmente maduro’ significa pelo menos 50 anos de idade, o que remete seu nascimento ao ano de 1832. Para corroborar essa estimativa há ainda uma fotografia datada de 1886 mostrando Jonathan já como uma tartaruga adulta. 

OS PROBLEMAS
Com problemas típicos da idade, desde 2015, Jonathan já havia ficado quase completamente cego por conta de catarata, tinha perdido o olfato, mas, mantinha excelente audição e a libido em alta. 

ANIMADO
Segundo o veterinário que cuida do gigante, ele gosta de comer alface, repolho, pepino, maçã, cenouras e, mesmo com a idade avançada continua com a libido acima da média sendo comum ele acasalar com dois dos outros três animais com os quais convive. 

Nos dias frios de inverno, a tartaruga gigante gosta de se enterrar na na grama e, atualmente, a maior  envolve a segurança de Jonathan, uma vez que ele virou atração turística. As regras gerais envolvem proibir que turistas cheguem a menos de dois metros dele e não atrapalhem quando ele estiver dormindo
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HISTÓRIA DA MODA - SUNGA DE PRAIA 

A sunga de praia masculina realmente não é um artigo tão novo como alguns podem pensar. 

Como eram os banhos de mar ou de rio? 

Quem quisesse nadar e se refrescar até o final do século XIX não precisaria se preocupar com trajes de banho. Exatamente, nadinha. Nesta época ainda não havia proibições com relação a natação nu. 

A História da Sunga de Praia 

Uma das características das roupas de banho masculina, independente da moda e da época sempre destacou a masculinidade com trajes sóbrios, quadradões e com poucas cores. Para que as sungas chegassem ao que conhecemos hoje muitos verões se passaram 

IMPULSIONADO PELO CINEMA 

Em 1950 estreava o filme A Um Passo da Eternidade, estrelado por Burt Lancaster que na época já era um dos maiores galãs de Hollywood. No filme, o personagem de Lancaster aparece numa cena icônica usando o que chamamos hoje de sungão. Esse foi fator fundamental para a popularização da sunga entre os homens.

Ná década de 80 e meados da década de 90 as sungas eram mais ousadas, com cortes mais fortes nas coxas, expondo mais as pernas. Bem como as cinturas mais baixas. Os modelos mais cavados passaram a ser inspirados nos modelos utilizados pelos atletas de natação. 

Atualmente as sungas de praia são em sua maioria feitas em lycra, poliéster ou spandex, e algumas marcas podem usar outros tipos de materiais. Tudo realmente pode variar muito de acordo com as tendências de cada estação. 

Referências 
Artigo - História da Sunga de Praia. Evolução das Roupas de Banho Masculinas.
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BAOBÁ - A MÃE DA FLORESTA 

Este é o sagrado tsitakakantsa (Adansonia Grandidieri), o maior baobá de Madagascar com uma circunferência de 28,88 m registrado em maio de 2018.

O Baobá é conhecido como a "Árvore da vida" devido aos muitos usos desta árvore resistente, sua vida útil extraordinária e o impacto econômico e social que tem nas vidas dos animais e das comunidades humanas. 

A MÃE DA FLORESTA 

Os Baobás são definitivamente árvores incríveis. Encontrados em 32 países, podem viver até 2 mil anos, atingir até 30 metros de altura e enormes 50 metros de circunferência. Os baobás normalmente crescem em condições muito adversas - secas e áridas, mas se adaptaram maravilhosamente ao seu ambiente. É, portanto, um símbolo positivo de persistência de vida em condições impossíveis onde todos os outros falham. 

COMO O BAOBÁ FAZ ISSO? 

O baobá perde suas folhas durante a estação seca para reduzir a perda de água. Sua raiz profunda também se espalha, dando-lhe uma chance maior de sobrevivência quando a água é escassa - às vezes, a extensão das raízes supostamente excede sua altura! A casca espessa (muitas vezes capaz de se regenerar também) protege-o dos incêndios no mato. É uma suculenta e durante a estação chuvosa absorve e armazena água em seu vasto tronco - cerca de 60-75% de seu enorme tronco é água. Isso permite que ela produza frutas de alto valor nutritivo na estação seca, quando tudo ao redor está seco e árido. 

CENÁRIO DE FILME
Vários filmes e livros populares apresentam essa árvore magnífica, por exemplo, no Rei Leão da Disney (é Rafiki, a árvore do macaco), Madagascar o filme (Palácio do Rei Julien e onde os eventos são realizados) e o famoso romance "O Pequeno Príncipe". 

Referências 
Artigo - Baobab: the "tree of life" is slowly dying. Srinivasa Shenoy.
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DAVI COM A CABEÇA DE GOLIAS - 1600/01 ou 1606/1607

Autor: Caravaggio 
Técnica: Óleo em madeira de choupo (35,6x45,7 cm)
Acervo: Museu Kunsthistorisches, Viena. 

O naturalismo absoluto que permeia a obra se manifesta tanto no espaço composicional quanto no tema central da passagem bíblica. 

Contra um fundo totalmente escuro, desprovido de objeto ou figura sombreada, esta o jovem Davi com seu triunfo, a cabeça do gigante Golias. Em tons de marrom, preto, branco e prata, e uma iluminação que vem do lado direito do personagem vitorioso, combina os volumes do corpo de Davi com a cabeça nojent@ do derrotado, em cuja testa notamos a marca da pedra que o derrubou. A composição, baseada nas diagonais, o braço direito que carrega a espada e o esquerdo, com a vertical da mão de Davi e a cabeça de Golias, se cruzam e se conectam com a diagonal que marca a coxa direita do vencedor, manifestando o domínio de Caravaggio como o pai absoluto do naturalismo. Elementos bonitos, como o corpo de David e elementos grotescos e repugnantes, como a cabeça abatida do gigante, que mostra horror e medo, que David contempla com compaixão. Em ambas as imagens, a própria personalidade de Caravaggio foi investigada, apesar de sua maestria prodigiosa, ele era briguento e com uma vida bizarra, e essa própria cabeça é provavelmente o autorretrato do fim de seus dias. E o jovem David, bonito e brilhante seu Caravaggino, que também retrata em muitas de suas obras. Talvez esse tenebrismo seja a imagem e a transposição do interior do próprio pintor. Na espada que Davi carrega, uma inscrição abreviada é vislumbrada "H-AS OS, A humildade mata o orgulho ", máximas muito alinhadas com a pregação da Contra-Reforma. 

Essa é uma das últimas obras do pintor milanês, senão a última, segundo pesquisas. A melancolia e tristeza que a obra evoca referem-se aos últimos anos sombrios de sua vida. A pintura fazia parte da coleção do Cardeal Scipione Borghese. 

Referências 
PUGLISI, Catherine Puglisi. Caravaggio.
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 YASUKE - 
O SAMURAI AFRICANO 

Por mais que a própria história não contemple tanto esse personagem, sua importância histórica foi grande durante o final do século XVI.

No período das grandes navegações, as expedições marítimas realizadas pelos países do mediterrâneo, especificamente da península Ibérica, o Japão recebeu visitantes portugueses. Foi nesse contexto que Yasuke chegou ao Japão (escravizado), mais precisamente em 1579. 

Yasuke nasceu entre 1555 e 1566, e é provável que tenha sido um macua, povo originário de Moçambique. Mas há historiadores que acreditam que ele era da Angola ou da Etiópia. Pois bem, no Japão a cor da pele de Yasuke logo chamou a atenção dos japoneses, mas o que mais impressionou foi sua estatura, ele era um gigante de 1,82 m, um padrão muito maior do que os japoneses daquela época que mediam aproximadamente 1,52 metros.
Ele despertou interesse especial em Oda Nobunaga, um dos senhores da guerra mais importantes do Japão feudal.

Fontes japonesas descreveram Yasuke com aparência entre os 24 e 25 anos, "preto como um boi", saudável e bonito, e possuindo a força de 10 homens. Essa condição física impressionou ainda mais Nobunaga e o impensável aconteceu, Yasuke foi feito membro da classe samurai, uma rara honra entre estrangeiros e passou a fazer parte da guarda pessoal de Oda Nobunaga. 
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O ÚLTIMO BEIJO 

O beijo secreto. Dois amantes, um incêndio, um esconderijo e um beijo em 800 a.C. O misterioso achado continua a impressionar pela ternura que mostra. 

Os "Amantes de Hasanlu", saíram do esconderijo em 1972 graças à equipe liderada por Robert Dyson. Seu beijo, que sobreviveu ao longo dos séculos, poderia ilustrar as páginas do livro que explicariam, se é que existe, o amor eterno. Esses restos mortais estavam em Teppe Hasanlu, um local no Vale do Solduz, no Irã. A princípio, alguns especialistas apontaram que os corpos haviam sido enterrados por cerca de 8 mil anos, mas a Universidade da Pensilvânia fixou sua morte por volta de 800 a.C. O local havia sofrido um forte ataque militar que culminou em um grande incêndio no qual combatentes de ambos os lados morreram quando as chamas se espalharam pela cidade. 

Os "amantes" estavam dentro de uma caixa para armazenar grãos, provavelmente haviam se escondido lá para fugir dos soldados. Segundo os cientistas, eles foram sufocados pela fumaça do incêndio. Não sejamos enganados pelo buraco no crânio do esqueleto à direita - porque na verdade foi causado pela máquina de escavação. 

OS "AMANTES" 
Não havia nenhum objeto com eles, só uma das vítimas colocando a mão direita no queixo do outro para dar-lhe um último beijo. A fotografia original, mantida no Museu Penn, contém uma descrição que diz o seguinte: "The Lovers, 1972 at Hasanlu." 

QUEM SÃO?
Ainda que muito intrigantes, a identidade, o gênero e a idade exatos dos dois esqueletos permanecem um mistério. Devido à estrutura dentária e à forma pélvica de um dos restos, os cientistas conseguiram identificar que o corpo deitado de costas pertencia à um homem jovem, com entre 18 e 22 anos. 
O gênero do segundo amante segue um mistério, já que o esqueleto apresenta características tanto masculinas, quanto femininas. O que se sabe é que essa pessoa morreu com cerca de 30 a 35 anos. Todavia, de acordo com evidências forenses, os arqueólogos acreditam que esse corpo também pertence à um homem. 
O tipo de relação entre as duas pessoas, no entanto, é a maior das questões. Devido à idade, caso fossem dois homens, o mais velho poderia ser o pai do mais novo, enquanto, se o esqueleto fosse feminino, a mulher poderia ser a mãe do jovem.
Ainda assim, a possibilidade de que os dois fossem namorados hétero ou homossexuais nunca foi descartada. Isso porque, ainda hoje, historiadores não têm muitas informações sobre as relações interpessoais do povo em questão. 
Teppe Hasanlu, no noroeste do Irã, é um sítio arqueológico onde uma antiga cidadela estava localizada. Foi escavado dez vezes entre 1956 e 1974 por uma equipe da Universidade da Pensilvânia e do Metropolitan Museum de Nova York. 
Referências 
DANDAMAEV, M. A. (1989). The Culture and Social Institutions of Ancient Iran.
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 SAMURAI 

O termo “SAMURAI”, citado pela primeira vez em texto do século X, vem do verbo “saburau” que significa “servir” ou “ficar ao lado”, quando se trata de uma pessoa importante.  O Samurai é, portanto, um servo (a serviço de um nobre, um diplomata, um clã ...). 

PODEROSOS
Os samurais, membros de uma poderosa casta militar no Japão feudal, começaram como guerreiros provincianos antes de subir ao poder no século XII com o início da primeira ditadura militar do país, conhecida como xogunato. Como servos dos daimyos, ou grandes senhores, o samurai apoiou a autoridade do shogun e deu-lhe poder sobre o mikado (imperador). Os samurais dominariam o governo e a sociedade japonesa até que a Restauração Meiji de 1868 que levou à abolição do sistema feudal. 

INFLUENTES
Apesar de serem privados de seus privilégios tradicionais, muitos dos samurais ingressariam nas fileiras de elite da política e da indústria no Japão moderno. Mais importante ainda, o código de honra, disciplina e moralidade tradicional do samurai conhecido como bushido - ou “o caminho do guerreiro” - foi revivido e tornou-se o código de conduta básico para grande parte da sociedade japonesa.

Bushi e Samurai são frequentemente confundidos, mas correspondem a diferentes períodos e funções. Originalmente, BUSHI (cavalheiro de guerra) era o único nome dos guerreiros japoneses. O Bushi é, portanto, distinto do Samurai por pertencer à classe superior de guerreiros. 

O CÓDIGO DE ÉTICA 
Os samurais deveriam levar suas vidas de acordo com o código de ética do bushido ("o caminho do guerreiro"). Fortemente confucionista por natureza, o bushido enfatizou conceitos como lealdade ao mestre, autodisciplina e comportamento ético e respeitoso. Muitos samurais também foram atraídos pelos ensinamentos e práticas do Zen Budismo. 

RONIN
Um Samurai sem mestre, sem apego a um clã ou Daimyo (senhor feudal) era chamado de Ronin (homem errante ou homem vago). Um Samurai que era um vassalo direto do Shogun era chamado de Hatamoto. 
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Thonnis - Heracleion:
A cidade perdida


Ele ficou por séculos nos limites do antigo Egito, olhando imperiosamente para os navios mercantes que sopravam do Mediterrâneo. 
Seu nome era Hapy (f.2): deus da fertilidade, senhor do rio, administrador vivificante de suas enchentes. E, em seu pedestal na foz ocidental do Nilo, era um enorme guardião em granito vermelho para uma das maiores cidades portuárias da Terra. Até que um dia, provavelmente no final do século II a.C, houve um tremor e o solo começou a se agitar e se liquefazer aos pés de Hapy. Ele cambaleou, cambaleou e, em seguida, seis toneladas de pedra intrincadamente entalhada se espatifaram no mar. Com o tempo, o resto do assentamento que Hapy guardava fez o mesmo. Um lugar escrito nas lendas da antiguidade (o local dos primeiros passos do herói divino Hércules na África e onde a famosa Helena de Esparta buscou refúgio com seu sequestrador, Paris de Tróia) desapareceu completamente debaixo d'água e foi enterrado, aparentemente para sempre, por camadas sobre camada de areia e lodo. 

DESCOBERTA
No início dos anos 2000, entretanto, um grupo de mergulhadores trabalhando na costa egípcia encontrou um grande fragmento de rocha sob o fundo do mar e o trouxe para a terra. Era um pedaço de Hapy, incrustado de sal, mas intacto. Eles continuaram procurando e, finalmente, desenterraram mais seis. Em torno dessas peças estavam outros tesouros: as ruínas de templos, cacos de cerâmica, joias preciosas, moedas, lamparinas, barcaças processionais e bustos. “Como arqueóloga, descobrir uma tumba é emocionante, mas é a tumba de um indivíduo”, relata Aurélia Masson-Berghoff, curadora de exposições no Museu Britânico. “Descobrir uma cidade inteira, que foi o lar de milhares e milhares de pessoas por mais de mil anos ... Bem, isso é outra coisa.” A cidade em questão era Thonis-Heracleion. E agora, mais de dois milênios depois de ter sido submersa pela primeira vez, a cidade que Hapy guardava está voltando à superfície mais uma vez. 

Ao contrário da Babilônia, Pompeia ou a  mística Atlântida, poucas pessoas hoje ouviram falar de Thonis-Heracleion.

Na verdade, até as notáveis ​​descobertas dos últimos anos, havia o perigo de que as ondas do Mediterrâneo escondessem à história, não apenas os vestígios físicos da cidade, mas também sua memória. E, no entanto, se você fosse um comerciante europeu no século V a.C - um importador de grãos, perfume ou papiro talvez, ou um exportador de prata, cobre, vinho ou óleo - então Thonis-Heracleion surgia em seu horizonte. O mesmo aconteceria se você fosse um mercenário cariano, um grego instruído, um marinheiro profissional ou um membro da corte faraônica. Espalhada por uma série de ilhas interligadas, areia e bancos de lama, Thonis-Heracleion - parte pântano aquático, parte expansão urbana - era o portal cosmopolita e movimentado do Egito antigo para o Mediterrâneo e, portanto, seu nexo com o mundo ocidental.

1- FUNDAÇÃO 
Fundada há cerca de 2.700 anos no local da atual baía de Abu Qir, 24 quilômetros a nordeste de Alexandria, Thonis-Heracleion antecedeu seu vizinho mais conhecido como o principal emporion (porto comercial) da região por vários séculos e foi um importante ponto para o comércio internacional. Cruzada por uma rede de canais e pontilhada de portos, cais, templos e casas-torre - todos unidos por uma rede de balsas, pontes e pontões - a cidade controlava a maior parte do tráfego marítimo vindo do Mediterrâneo para o Egito. As mercadorias seriam inspecionadas e tributadas no centro de administração alfandegária e, em seguida, continuadas para distribuição mais para o interior, em Naukratis - outro porto comercial que ficava quase 80 quilômetros rio acima - ou através do Lago Ocidental, que era conectado por um canal para a cidade vizinha de Canopus e oferece acesso a muitas outras partes do país. Embora Thonis-Heracleion e Canopus sejam mencionados por muitos dos grandes cronistas da antiguidade, de Heródoto a Estrabão e Diodoro, temia-se que o conhecimento mais detalhado de sua existência tivesse sido perdido para sempre.

2- VESTÍGIOS 
Antes de 1933, quando um comandante da RAF sobrevoando Abu Qir vislumbrou ruínas na água, a maioria dos historiadores acreditava que Thonis e Heracleion eram duas conurbações separadas, ambas situadas no atual continente egípcio. O avistamento do piloto, no entanto, deu início a uma nova era de pesquisa. Na virada do século, uma equipe do Instituto Europeu de Arqueologia Subaquática - originalmente atraída para a baía pela presença de navios de guerra franceses que afundaram no final do século XVIII - criou uma série de mapas que esboçavam a antiga topografia da região. 

3- A TECNOLOGIA 
Munidos desses mapas - e o trabalho árduo de escavação subaquática que se seguiu - basearam-se em técnicas de pesquisa de alta tecnologia e esforço humano incansável.
Os arqueólogos tiveram que começar com um sonar de varredura lateral, direcionando pulsos de energia sonora no fundo do mar e, em seguida, analisando o eco para estabelecer a mudança de profundidade do fundo do oceano. Com os locais de escavação mais promissores agora consertados, os mergulhadores foram enviados. Eles carregavam enormes "aspiradores de pó" subaquáticos que aspiram cobertores de areia sobrepostos e expõem as camadas arqueológicas abaixo. Os maiores itens, como fragmentos de construção e estátuas colossais - um rei e uma rainha ptolomaicos, cada um com cinco metros de altura, entre eles - foram os mais fáceis de encontrar e ressuscitar do fundo do mar, mas logo seguiram-se joias menores e mais ecléticas, incluindo taças, estatuetas , baldes rituais e 13 sarcófagos animais de calcário. Um por um, cada artefato foi catalogado, fotografado e então - se for seguro fazê-lo - guinchado para o convés do barco de pesquisa. O Decreto de Sais (f.4,), por exemplo - uma magnífica estela negra de dois metros de altura e esculpida com hieróglifos perfeitamente preservados do início do século IV a.C - foi desenterrada no local de um templo ao deus supremo dos egípcios, Amun-Gereb, em Thonis-Heracleion.
Como explica a arqueóloga Aurélia Masson-Berghoff, "alguns desses objetos são completamente únicos, de grande importância histórica ou artística." 
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 OS CORPOS DE POMPEIA 


A erupção do vulcão Vesúvio, que matou cerca de 20 mil pessoas em Nápoles, na Itália, é um dos desastres naturais mais conhecidos da história. 

Escavações arqueológicas no local; que no ano da tragédia, 79 d.C., abrigava a cidade de Pompeia; descobriram verdadeiras testemunhas do fatídico 24 de agosto. São centenas de corpos contraídos, esticados ou agarrados uns aos outros que às vezes também retêm vestígios de roupa, foram
fossilizados e modelados pelas cinzas que contam ao mundo como foram seus últimos momentos antes da fúria do vulcão se manifestar.

A TÉCNICA 
A técnica que os pesquisadores usam para identificar os mortos de Pompeia é curiosa.
Ao contrário do que muita gente imagina, as vítimas não ficaram petrificadas pela erupção. Na verdade, os corpos foram cobertos por cinzas vulcânicas, que se solidificaram ao redor deles. À medida que a carne, órgãos internos e roupas decompunham-se, restava no lugar um espaço vazio. Esse "oco" criou uma impressão negativa exata da forma dos cadáveres na hora da morte. Em fevereiro de 1863, o arqueólogo Giuseppe Fiorelli desenvolveu uma técnica para preencher esse espaço com gesso, calcário líquido (ou giz), criando moldes perfeitos das vítimas. 

NUVEM EM CHAMAS
Várias horas depois da erupção, ondas de ar fervente misturado com material piroclástico atingiram a cidade, envolvendo-a em cinzas. Os moldes que vemos são todos de pessoas que sobreviveram à primeira fase da erupção e foram mortas pela nuvem em chamas. Os ossos dos antigos pompeianos, que sobreviveram ao desgaste do tempo, também ficaram presos no molde de gesso, o que permitiu obter informações muito importantes sobre o estado de saúde, idade e condição social do falecido.
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Ele era um intelectual, um fã de arte e arquitetura, doutor em filosofia, teologia e direito. Quando o italiano Fabio Chigi (1599-1667) se tornou o Papa Alexandre VII, nem em seus piores pensamentos ele imaginou que teria que enfrentar uma epidemia de peste. 

Sua reação, entretanto, foi avassaladora. O Sumo Pontífice decretou medidas sanitárias que, segundo os pesquisadores, contribuíram para que a letalidade em Roma fosse bem menor do que em outros lugares afetados pela mesma epidemia. De acordo com um estudo do historiador italiano Luca Topi, professor da Universidade de Roma La Sapienza, entre 1656 e 1657 a praga matou 55% da população da Sardenha, metade dos habitantes de Nápoles e pelo menos 60% dos residentes de Gênova. Em Roma, por outro lado, morreram 9.500 pessoas de um total de 120 mil, menos de 8%. Esses dados foram publicados em uma revista científica italiana em 2017. 

Quando os primeiros relatos de mortes pela epidemia chegaram ao então reino de Nápoles, Alexandre VII já era pontífice há um ano. 

Quais foram as medidas do papa? Dentro dos domínios papais, o surto ocorreu entre maio de 1656 e agosto de 1657. Assim que chegou a Roma as primeiras notícias da peste, Alexandre VII colocou em alerta o Congresso da Saúde, que havia sido criado em um surto anterior. As medidas de contenção foram gradativamente implementadas, à medida que a situação se tornava mais perigosa. Em 20 de maio, foi promulgado um decreto suspendendo todo o comércio com o reino de Nápoles, que já estava fortemente afetado. Na semana seguinte, o bloqueio foi estendido proibindo a entrada para Roma de qualquer viajante que viesse de lá. Em 29 de maio, na cidade de Civitavecchia, localizada nos Estados Pontifícios, foi registrada a chegada da peste e imediatamente imposta a quarentena. “Nos dias e meses que se seguiram, muitas outras localidades daquele território ficaram isoladas”, detalha o historiador Luca Topi em seu artigo. Em Roma, a decisão foi radical: quase todas as portas de acesso à cidade foram fechadas. Apenas oito permaneceram abertas, mas eram protegidos 24 horas por dia por soldados supervisionados por “um nobre e um cardeal”. 

1- A partir de então, qualquer entrada tinha que ser justificada e registrada. Em 15 de junho Roma teve seu primeiro caso: um soldado napolitano que morreu em um hospital. As regras foram ainda mais rígidas. Em 20 de junho, foi introduzida uma lei que obrigava os cidadãos a informar às autoridades se encontrassem um paciente. Posteriormente, um novo dispositivo papal passou a obrigar cada pároco e seus assistentes a visitar, a cada três dias, todas as casas de seus distritos eleitorais para identificar e registrar os enfermos. Em seguida, espalhou-se a notícia de outra morte, desta vez de um pescador da região de Trastevere. “Os parentes da vítima também foram infectados e muitos morreram”, explica Raylson Araujo, estudante de teologia da PUC de São Paulo, que também investigou o assunto. A primeira ideia foi tentar isolar a região.
"O papa também era a autoridade civil. Quando a epidemia começou a se espalhar, ele implementou medidas de isolamento. Depois de proibir o comércio com Nápoles, ele decretou outras regras de distanciamento social: proibiu reuniões, procissões e todas as devoções populares”, relata Raylson. O endurecimento das medidas foi gradativo até atingir o isolamento total. Com o passar do tempo, o papa adotou novas proibições. As congregações na igreja foram suspensas, as visitas diplomáticas, assim como as reuniões religiosas e as reuniões públicas, as estradas foram monitoradas. “Todas as aglomerações civis foram suspensas. Várias atividades econômicas e sociais foram proibidas. Festas e cerimônias públicas, civis e religiosas foram canceladas ”, explica o seminarista Gustavo Catania, filósofo do Mosteiro de São Bento, em São Paulo.

2- As feiras foram suspensas e algumas pessoas que viviam nas ruas foram expulsas porque podiam ser causa de contágio. A travessia noturna do rio Tibre foi proibida. O papa também determinou que ninguém deveria jejuar, para que a população pudesse se alimentar e assim se manter mais saudável caso fosse infectada. Todas as pessoas com pelo menos uma pessoa infectada na família foram proibidas de sair de casa. Para garantir o atendimento, Alexandre VII separou os padres e os médicos em dois grupos: os que teriam contato com os enfermos e os que não teriam, que cuidariam do resto da população. Leia também: Como foi a morte de Jesus, segundo a ciência “Havia a preocupação de que os padres se tornassem vetores da doença”, diz Araujo. “Os médicos foram proibidos de fugir de Roma”, diz Catânia, observando que muitos temiam a infecção. Como os pacientes estavam isolados, foi criada uma rede de apoio à população. “Houve um auxílio financeiro para as famílias que não podiam sair de casa e algumas pessoas receberam comida pela janela”, conta o seminarista. Nos meses de outubro e novembro, quando a incidência da doença era maior, a pena de morte foi até prevista para quem infringisse as regras. 
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LEI Nº 3.353, DE 13 DE MAIO DE 1888. 

DECLARA EXTINTA A ESCRAVIDÃO NO BRASIL 

A Princesa Imperial Regente, em nome de sua majestade o imperador, o senhor D. Pedro II, faz saber a todos os súditos do Império, que a Assembleia Geral decretou e ela sancionou a seguinte lei: 

Art. 1°: É declarada extincta desde a data desta lei a escravidão no Brazil. 

Art. 2°: Revogam-se as disposições em contrário. 

Manda, portanto, a todas as autoridades, a quem o conhecimento e execução da referida Lei pertencer, que a cumpram, e façam cumprir e guardar tão inteiramente como nella se contém. 

Dada no Palácio do Rio de Janeiro, em 13 de maio de 1888, 67º da Independência e do Império. 

Princeza Imperial Regente. 

OPINIÕES DIVIDIDAS 
Alguns historiadores, como por exemplo, Mary del Priore afirmam que a Princesa Isabel, que assinou a Lei Áurea em 1888, era uma pessoa alheia, que entrou na luta só após a pressão ser grande demais, apontando uma crítica de Rui Barbosa à princesa, falando que a mudança de postura dela e seu apoio à causa abolicionista não era generosidade, mas política. Já outros dizem que os principais membros da família real eram abolicionistas convictos, mas não agiam mais por causa do poder da aristocracia rural, que dominava o Congresso. Esses estudiosos citam episódios em que a princesa foi vista portando camélias – símbolo da causa abolicionista naquela década – e existem alguns escritos dela em que há o posicionamento pelo fim do trabalho escravo, além de ter tido um desentendimento sério com o Barão de Cotegipe, presidente do Conselho de Ministros do Brasil e um escravocrata ferrenho.

 COLAPSO
Os fazendeiros argumentavam que, com o fim da escravidão, a economia entraria em colapso. Mas isso não aconteceu em outros lugares do mundo. Onde não existia mais escravidão, havia desenvolvimento. Sem receber indenização, os senhores de escravos retiraram o apoio político a um já cambaleante Império, o que levaria ao golpe e à Proclamação da República, em 1889. 
VÍTIMAS E MARGINALIZADOS
Apesar de a Lei Áurea ter sido uma vitória para as pessoas escravizadas, elas e seus descendentes nunca foram ressarcidos pelos horrores que sofreram, perpetuando a desigualdade no Brasil. Permaneceram à margem e foram estigmatizados pelas gerações seguintes, algo visível até hoje. Para alguns historiadores, a Lei Áurea serviu para responder às pressões sociais e econômicas de um mundo novo sem, de fato, dar poder aos negros e, assim evitar que uma revolução surgisse entre as camadas mais baixas da população contra a elite do país. “O abolicionismo foi o primeiro grande movimento político de massa no Brasil”, afirma Martha Abreu, professora de história da Universidade Federal Fluminense.

ABOLICIONISTAS NOTÁVEIS 
Grandes homens que trabalharam pelo fim da escravidão: 
F. 2 – André Rebouças (1838-1898) Advogado autodidata, engenheiro e conselheiro do Império, defendia que a integração do negro à sociedade passava pela garantia do acesso à terra. 
F.3 – Francisco José do Nascimento (1839-1914) Conhecido como Dragão do Mar, foi líder jangadeiro do Ceará, primeira província do Império a abolir a escravidão, em 1884. Ajudou a impedir o tráfico nas praias locais. 
F.4 – Luís Gama (1830-1882) Escritor, jornalista e advogado autodidata, atuava nos tribunais para conseguir a alforria de escravos e defendia negros acusados de crimes. Ajudou a libertar mais de 500 pessoas. 
F.5 – José do Patrocínio (1853-1905) Filho de um vigário e uma escrava, fez faculdade de farmácia e atuou como jornalista. Auxiliou fugas de escravizados e liderou campanhas para a compra de alforrias. 

Referências 
Artigo - O Destino dos Negros após a Abolição. Gilberto Maringoni.
DEL PRIORE, Mary. O Castelo de Papel.
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 QUEIMA DE LIVROS NA ALEMANHA NAZISTA.

Há 88 anos, acontecia em Berlim a "Bücherverbrennung", a queima de livros considerados “nocivos” pelo regime nazista. Outras queimas aconteceram nas semanas seguintes em Berlim e outras cidades alemãs, sempre com a presença de multidões, polícia, bombeiros e autoridades.
 As queimas tinham dia e hora  marcada, eram abertas com discursos ardentes e seguidas de bandas de música reforçando seu caráter ritualístico de propaganda do regime nazista. Bibliotecas e livrarias sofreram  saques  e milhares de livros foram removidos. Tudo o que fosse crítico ou se distanciasse dos padrões impostos pelo regime nazista foi destruído.

 A ação contou com forte colaboração da União Nacional dos Estudantes Alemães. Centenas de milhares de livros foram queimados no auge de uma campanha iniciada pelo diretório nacional de estudantes. 

Entre os livros queimados pelos Nazistas, contavam-se obras de autores falecidos e contemporâneos perseguidos pelo regime, muitos deles já tendo emigrado. Na lista, estavam, entre outros: Thomas Mann, Walter Benjamin, Bertolt Brecht, Erich Maria Remarque, Sigmund Freud, Albert Einstein e Karl Marx.
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O poema abaixo é atribuído a Baruch Espinoza – nascido em 1632 em Amsterdã, falecido em Haia em 21 de fevereiro de 1677, um dos grandes racionalistas do século XVII dentro da chamada Filosofia Moderna, juntamente com René Descartes e Gottfried Leibniz. 

Era de família judaica portuguesa e é considerado o fundador do criticismo bíblico moderno. Há controvérsias se essas palavras deveras vieram dele, porém refletem a forma como ele via DEUS na harmonia da natureza vivente, bem como seu pensamento inquisitivo em relação à Bíblia, que, segundo nos ensina INRI CRISTO, é um livro de letras mortas, repleta de fábulas, lendas, parábolas, metáforas e até charadas, e só o homem inspirado por DEUS pode compreendê-la sem enveredar pela senda do fundamentalismo religioso. DEUS é inefável, indefinível, intraduzível, porém se manifesta peremptoriamente na vida pulsante do Universo.

DEUS SEGUNDO SPINOZA

“Pára de ficar rezando e batendo o peito! O que eu quero que faças é que saias pelo mundo e desfrutes de tua vida. Eu quero que gozes, cantes, te divirtas e que desfrutes de tudo o que Eu fiz para ti.

Pára de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo construíste e que acreditas ser a minha casa. Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, nas praias. Aí é onde Eu vivo e aí expresso meu amor por ti.

Pára de me culpar da tua vida miserável: Eu nunca te disse que há algo mau em ti ou que eras um pecador, ou que tua sexualidade fosse algo mau. O sexo é um presente que Eu te dei e com o qual podes expressar teu amor, teu êxtase, tua alegria. Assim, não me culpes por tudo o que te fizeram crer.

Pára de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver comigo. Se não podes me ler num amanhecer, numa paisagem, no olhar de teus amigos, nos olhos de teu filhinho… Não me encontrarás em nenhum livro! Confia em mim e deixa de me pedir. Tu vais me dizer como fazer meu trabalho?

Pára de ter tanto medo de mim. Eu não te julgo, nem te critico, nem me irrito, nem te incomodo, nem te castigo. Eu sou puro amor.

Pára de me pedir perdão. Não há nada a perdoar. Se Eu te fiz… Eu te enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio. Como posso te culpar se respondes a algo que eu pus em ti? Como posso te castigar por seres como és, se Eu sou quem te fez? Crês que eu poderia criar um lugar para queimar a todos meus filhos que não se comportem bem, pelo resto da eternidade? Que tipo de Deus pode fazer isso?
Esquece qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei; essas são artimanhas para te manipular, para te controlar, que só geram culpa em ti.
Respeita teu próximo e não faças o que não queiras para ti. A única coisa que te peço é que prestes atenção a tua vida, que teu estado de alerta seja teu guia.
Esta vida não é uma prova, nem um degrau, nem um passo no caminho, nem um ensaio, nem um prelúdio para o paraíso. Esta vida é o único que há aqui e agora, e o único que precisas.

Eu te fiz absolutamente livre. Não há prêmios nem castigos. Não há pecados nem virtudes. Ninguém leva um placar. Ninguém leva um registro. Tu és absolutamente livre para fazer da tua vida um céu ou um inferno. Não te poderia dizer se há algo depois desta vida, mas posso te dar um conselho. Vive como se não o houvesse. Como se esta fosse tua única oportunidade de aproveitar, de amar, de existir. Assim, se não há nada, terás aproveitado da oportunidade que te dei. E se houver, tem certeza que Eu não vou te perguntar se foste comportado ou não. Eu vou te perguntar se tu gostaste, se te divertiste… Do que mais gostaste? O que aprendeste?

Pára de crer em mim – crer é supor, adivinhar, imaginar. Eu não quero que acredites em mim. Quero que me sintas em ti. Quero que me sintas em ti quando beijas tua amada, quando agasalhas tua filhinha, quando acaricias teu cachorro, quando tomas banho no mar.

Pára de louvar-me! Que tipo de Deus ególatra tu acreditas que Eu seja? Me aborrece que me louvem. Me cansa que agradeçam. Tu te sentes grato? Demonstra-o cuidando de ti, de tua saúde, de tuas relações, do mundo. Te sentes olhado, surpreendido?… Expressa tua alegria! Esse é o jeito de me louvar.

Pára de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que te ensinaram sobre mim. A única certeza é que tu estás aqui, que estás vivo, e que este mundo está cheio de maravilhas. Para que precisas de mais milagres? Para que tantas explicações? Não me procures fora! Não me acharás. Procura-me dentro… aí é que estou, batendo em ti.”

Einstein, quando perguntado se acreditava em Deus, respondeu:

 “Acredito no Deus de Spinoza, que se revela por si mesmo na harmonia de tudo o que existe, e não no Deus que se interessa pela sorte e pelas ações dos homens”.
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Em 1974, Marina Abramovic fez uma performance em que ela dizia para visitantes que não se moveria durante seis horas, não importa o que fizessem com ela. 

Ela colocou à disposição em uma mesa do seu lado 72 objetos que poderiam ser usados para agradar ou destruir, incluindo desde flores até uma faca e uma arma carregada. Ela convidou os visitantes a usar os objetos nela da maneira que desejassem.

Inicialmente, disse Abramović, visitantes estavam pacíficos e tímidos, mas se tornaram violentos rapidamente: “ A experiência que eu aprendi foi que… se você deixar a decisão para o público, você pode ser morta… Eu me senti muito violada. Cortaram minhas roupas, enfiaram espinhos de rosas na minha barriga, uma pessoa apontou a arma para a minha cabeça, e outra tirou a arma de perto. Isso criou uma atmosfera agressiva. Após exatamente 6 horas, como planejei, eu me levantei e comecei a andar em direção ao público. Todos fugiram correndo, escapando de um confronto real.” Esta performance revelou algo terrível sobre a humanidade, similar ao que o Experimento da prisão de Stanford, de Philip Zimbardo e o Experimento de obediência de Stanley Milgram, também mostraram a rapidez com que pessoas se agridem dependendo das circunstâncias.

Essa performance mostrou como é fácil desumanizar uma pessoa que não pode se defender, e é particularmente poderosa porque desafia o que achamos que sabemos sobre nós mesmos.
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TITANIC 

A tragédia do “inafundável” Titanic, perdido nas águas frias do oceano Atlântico norte, tornou-se parte da história e da cultura pop.

Pouco antes da meia-noite de 14 de abril de 1912, o Titanic colidiu com um iceberg. Seis dos compartimentos impermeáveis ​​do navio foram danificados e apenas duas horas depois o navio afundou, com ainda 1.500 passageiros a bordo. 

Um novo artigo da pesquisadora meteorológica Mila Zinkova publicado na revista Weather sugere que as interferências magnéticas e elétricas associadas a uma perturbação temporária da magnetosfera da Terra naquela noite contribuíram para o desastre do Titanic. 

RELATOS
Testemunhas descreveram luzes do norte muito fortes visíveis no céu depois que o Titanic atingiu o iceberg. James Bisset, segundo oficial do RMS Carpathia (o navio que resgataria 705 sobreviventes do Titanic na madrugada de 15 de abril) escreveu em seu diário na noite de 14 de abril de 1912: “Não havia lua, mas a 'Aurora Borealis' brilhou como raios de lua disparando do horizonte norte.” Os sobreviventes também descreveram ter visto as luzes do norte em seus botes salva-vidas por volta das 3 da manhã, horário local. O brilho "formou um arco em forma de leque no céu do norte, com tênues serpentinas alcançando a estrela polar", escreveu um sobrevivente.

As luzes do norte se formam a partir de tempestades solares quando o sol expele fluxos de partículas em alta velocidade que são lançados em direção à Terra. Conforme as partículas carregadas colidem com a atmosfera da Terra, os gases atmosféricos energizados começam a brilhar em verde, vermelho, roxo e azul. Essas partículas carregadas também podem interferir nos sinais elétricos e magnéticos, causando mau funcionamento de dispositivos eletrônicos. Uma tempestade solar ou geomagnética poderosa o suficiente para causar a aurora boreal na latitude onde o Titanic atingiu o iceberg também pode ter afetado as bússolas magnéticas e o telégrafo elétrico a bordo do navio. Informado dos campos de gelo por outros navios que viajavam na rota do Atlântico Norte naquela noite, o capitão do Titanic, Edward John Smith, ordenou que contornasse as áreas mais perigosas navegando para o sul. No entanto, de acordo com a pesquisadora, é possível que a tempestade geomagnética responsável pela aurora boreal também tenha causado um ligeiro desvio - um erro de apenas 0,5 grau teria sido suficiente - da bússola do navio. Em vez de evitar o perigoso campo de gelo, o Titanic navegou direto para ele. Isso também pode explicar outro aspecto da tragédia do Titanic. As coordenadas enviadas do Titanic naufragando estavam erradas, e outros navios primeiro procuraram na área errada, chegando ao local do desastre apenas algumas horas depois.
De acordo com Zinkova, a interferência da tempestade geomagnética, também atrapalhou os esforços de resgate. Depois de perceber que o navio não poderia ser salvo, Smith ordenou que os dois operadores de rádio a bordo enviassem sinais de socorro aos navios próximos. O transatlântico RMS Baltic - um dos navios que respondeu ao primeiro pedido de socorro do Titanic - relatou que os sinais de rádio naquela noite também eram "estranhos" e muitas mensagens não foram ouvidas, e as respostas do Titanic nunca foram recebidas. 


Bibliografia 
Artigo - A Geomagnetic Storm May Have Contributed To The Sinking Of The Titanic. Autor: David Bressan.
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Essa é Hattie McDaniel, a primeira atriz negra a conquistar um Oscar, em 1940. Ela recebeu o prêmio por seu papel no filme "E o vento levou...", mas o hotel em que a cerimônia estava sendo realizada não permitia a entrada de negros. 
Hattie acabou conseguindo entrar, após insistência de algum dos produtores do filme, no entanto teve que ficar em um salão no fundo, enquanto todos os seus colegas de elenco participavam da comemoração. Ela também foi proibida de ir à estreia do filme em que atuou. A mulher era sempre destinada a papéis de empregadas ou serviçais e por esse motivo não tinha a empatia de algumas pessoas negras, que diziam que a atriz se sujeitava aos estereótipos de Hollywood. Hattie sempre respondia: “Prefiro interpretar uma criada por 700 dólares a ser uma por 7.” Mas, ela morreu sem dinheiro. Por conta da intensa segregação racial no meio artístico, a atriz não conseguiu muitos papéis relevantes. Em seu testamento, ela pediu para que seu Oscar fosse doado à Universidade Howard e isso não foi feito. Até hoje não se sabe o paradeiro do prêmio. Além disso, Hattie também havia solicitado que fosse enterrada no cemitério Hollywood Forever, porém o local não enterrava negros e até após a morte, a mulher sofreu com o preconceito intenso existente no país.
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PHILIP - DUQUE DE EDIMBURGO 




O duque de Edimburgo, a "força e permanência" da rainha por 73 anos, morreu aos 99. 
Um comunicado do Palácio de Buckingham nesta sexta-feira diz: “É com profunda tristeza que Sua Majestade a Rainha anuncia a morte de seu amado marido, Sua Alteza Real o Príncipe Philip, Duque de Edimburgo. Sua Alteza Real faleceu pacificamente esta manhã no Castelo de Windsor. Novos anúncios serão feitos oportunamente. A Família Real junta-se a pessoas de todo o mundo no luto pela sua perda. ” 

Ele era o consorte mais antigo da história britânica e faltava apenas alguns meses para completar 100 anos em junho. 

Philip havia retornado ao Castelo de Windsor em 16 de março para se reunir com a Rainha depois de passar um mês no hospital - sua estadia mais longa. Ele inicialmente recebeu tratamento para uma infecção, mas depois foi submetido a uma cirurgia cardíaca para uma condição pré-existente. Um aviso oficial de sua morte foi afixado nas grades do Palácio de Buckingham, como é tradicional, mas estava sendo removido logo depois, para evitar aglomeração de multidões. A pandemia de coronavírus terá um grande impacto nos planos cuidadosamente traçados para seu funeral. Com as restrições ainda em vigor em meio ao surto de Covid-19, os elementos públicos da despedida final não poderão ocorrer em sua forma original. 

Nascido na ilha de Corfu, o Príncipe Philip, que certa vez se descreveu como “um príncipe dos Bálcãs desacreditado, sem nenhum mérito ou distinção particular”, desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento da monarquia moderna na Grã-Bretanha. 

Embora nunca tenha recebido oficialmente o título de príncipe consorte, ele viveu uma vida de dever real implacável, renunciando à sua promissora carreira naval, que alguns acreditavam que poderia tê-lo visto ascender para se tornar o Primeiro Lorde do Mar, para um papel que exigia que ele andasse vários metros atrás de seu esposa. Tendo feito essa escolha, ele mergulhou na vida nacional, conquistando um papel público único.
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"Olê mulher rendeira / Olê mulher rendá / Tu me ensina a fazer renda / Que eu te ensino a namorar.” Esses versos, quando soavam no sertão nordestino dos anos 1920 e 1930, podiam ser prenúncio de muito sangue – ou de muita festa. 
Lampião e seu bando entravam nas vilas cantando. Se a população negasse o que queriam – dinheiro, comida, apoio –, eles revidavam. Sequestravam crianças, incendiavam fazendas, matavam rebanhos, estupravam, assassinavam e torturavam. Se fossem atendidos, organizavam bailes e davam esmolas. Por isso, quando ouvia Mulher Rendeira, que aliás é de autoria de Lampião, a gente sertaneja oscilava entre o pavor e a curiosidade. Ou fugia ou ia espiar pelas frestas, para ver aquele cuja fama já se espalhava pelo país.

Cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva, conhecido como Lampião, em 1936. 

Fotografia colorizada digitalmente.
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Uma das mais famosas personagens das lendas do folclore brasileiro, a Caipora é representada na forma de uma jovem índia de cabelos avermelhados, com orelhas pontudas e dentes esverdeados. É considerada uma das principais protetoras dos animais e da floresta, como um todo. 

Vive muito bem escondida por dentro da mata e aparece quando algum caçador tenta fazer algum mal a algum animal ou ao meio ambiente. Apesar de possuir baixa estatura, a lenda diz que a caipora é detentora de uma força imensa. 

Ela ataca e agride os caçadores com muita crueldade e maldade. Muitas vezes, chega a matar quem se aproxima da floresta com más intenções. 

Caipora tem origem da palavra tupi-guarani “caapora” que quer dizer “habitante do mato”.
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Hades é o deus grego do submundo, do reino dos mortos, e na mitologia romana, ele é chamado de Plutão.

Também é chamado de deus da riqueza porque possui todos os metais preciosos do planeta. 

Reside e governa o lugar mais sombrio da Terra, para onde vão as almas dos mortos.

Dono de uma personalidade impiedosa, Hades era repugnante, insensível, monstruoso e poucos tinham coragem de pronunciar seu nome. Assim, na mitologia grega ele é considerado o mais temido dos deuses.

Hades é retratado como um homem de pele morena e que usa barba. É adornado com uma coroa, e carrega a chave do submundo e um cetro.

Em sua companhia anda um cão de três cabeças, o cérbero. Esse animal tinha o objetivo de guardar a entrada do reino dos mortos.

Geralmente, Hades usava uma carruagem para se locomover e, muitas vezes, ele é retratado na carruagem em companhia de sua esposa Perséfone.

Hades é filho de Cronos, rei dos Titãs, e Reia. Ele possuía mais quatro irmãos: Poseidon, Zeus, Deméter, Héstia e Hera.

Cronos, o pai deles e o mais novo dos titãs, devorava seus filhos ao nascerem, com receio de ser destronado.

Com a vitória dos filhos sob Cronos, Hades teve direito de governar o submundo. Já seus irmãos, Zeus e Poseidon, ficaram com a posse do céu e do mar, respectivamente.

Assim, ele era o único que não morava no Monte Olimpo, uma vez que residia em um palácio debaixo da Terra. Seu símbolo era um capacete confeccionado por Hefesto cujo adorno o tornava invisível.
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Pindorama era o nome dado ao Brasil pelos indígenas antes da chegada européia, habitantes que somavam de 6 a 8 milhões falantes de cerca de 1300 línguas diferentes. 

Estima-se que só na Floresta Amazônica brasileira, havia em torno de 2 milhões de habitantes, mesma época em que o Império Inca comportava 10 milhões, estendendo-se da Colômbia ao Chile.Documentos da expedição de Cristóvão Colombo de 1492, relatavam assentamentos como verdadeiras cidades, abrigando até 2 mil pessoas. 


Hoje, os indígenas no Brasil são 800 mil habitantes distribuídos em 230 povos, falantes de 200 línguas. Isso representa uma queda de 98% da população desde 1500, compondo 0.47% da população nacional.

Como o interior brasileiro só foi explorado parcialmente por europeus a partir do século 17, as fontes sobre os diferentes povos na costa são mais numerosos e específicos do que no interior brasileiro, que geralmente são possíveis generalizações de grupos do mesmo tronco-linguístico. No mapa, na costa, boa parte dos grupos indígenas são de origem tupi.

Mesmo com a desbravada do território nos séculos seguintes, pouco esforço foi feito para registrar as culturas e povos existentes nas regiões.

Logo após a chegada europeia os indígenas pereceram rapidamente devido a conflitos armados, trabalho escravo ou disseminação de doenças como varíola. No Rio de Janeiro, após os tupinambás resistirem a tentativas de escravidão e aliarem-se aos franceses em uma tentativa fracassada de expulsar os portugueses, viram-se obrigados a imigrarem para o interior do estado. 


No norte, sul e oeste brasileiro alguns viveram comunitariamente com jesuítas espanhóis e portugueses nas Missões. Apenas em 1755 através do decreto de Marquês de Pombal, primeiro-ministro de Portugal, a escravidão indígena seria proibida nas colônias portuguesas.

A partir do século 19, com uma grande miscigenação entre tupis e europeus, surgem culturas como o caboclo e o caipira, romantizando figura indígena na cultura brasileira, seja na literatura como no livro "Iracema" ou na música como na ópera "Guarani".

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O TOPLESS 


Mulher fazendo topless, Riviera Francesa, 1974. 

Nos anos 1960, o topless se tornou uma símbolo das feministas francesas. “Se os homens não precisam usar a parte de cima, por que nós precisamos?”, clamavam elas. A quebra de barreiras se tornou moda, e foi nessa época que fotos de Brigitte Bardot na Cote d´Azur circularam o mundo. 


O frisson apenas aumentou quando a prática foi denunciada pelo Vaticano e condenada pela igreja espanhola. Quando a França recusou um movimento conservador nos anos 1970 e decidiu não banir o topless das praias, usar o monoquíni (biquíni de uma peça só) se tornou um símbolo do orgulho francês. 


Mas um dos ícones das praias da França está se tornando cada vez mais raro: o topless feminino. Apenas 2% das mulheres francesas com menos de 35 anos querem tirar a parte de cima do biquíni em público. 


CAUSAS

Os tempos mudam, assim como as roupas de banho. Alguns associam a falta de adesão ao topless a uma simples mudança no estilo de moda no país, com a tendência recente de usar maiôs completos ou biquínis que acentuam a parte de baixo do corpo. 


Mas sociólogos afirmam que o topless deveria ser levado mais a sério, e alguns dizem que as mulheres francesas esqueceram as conquistas do feminismo. “As jovens de hoje são mais conformistas. Elas já conseguiram a liberdade, então se tornaram preguiçosas”, diz Jean-Claude Kauffman, autor do livro Sociologia dos Peitos Nus. 


REDES SOCIAIS - PROBLEMAS 

Por último, há que culpe as redes sociais pela impopularidade do topless. Algumas banhistas podem ser desencorajadas pelo aumento das câmeras de celular e o medo de que seu corpo acabe aparecendo nas redes sociais de estranhos. 


Bibliografia 

KAUFFMAN, Jean-Claude. Sociologia dos Peitos Nus. 

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CABRA-MACHO COM BORDADO, SEDA E OURO


No território brasileiro nos anos 1920 e 1930, não havia uma pessoa com mais motivos para se esconder do que Virgulino Ferreira da Silva, aquele que você conhece como Lampião. Periódicos do Brasil inteiro — e até do exterior — narravam, de forma dramática, as façanhas e crueldades de Lampião e de seus homens, que tocavam o terror pelo sertão do Nordeste. Existia até premiação 

para quem entregasse o fora-da-lei à polícia, vivo ou morto, de modo que o recomendável seria Lampião e seu bando aderirem a uma certa discrição, quase uma camuflagem — para que tentassem, afinal, passar desapercebidos. 

Mas, definitivamente não era. Lampião tinha muitas preocupações, mas a discrição, indiscutivelmente, não era uma delas. 

No ano de 1933, o grande escritor Graciliano Ramos deixou um registro incrível da passagem de Lampião pela cidade Palmeira dos índios, em Alagoas, onde fora prefeito de 1928 a 1930: 

"Quando Lampião esteve no município de Palmeira dos Índios, [...] trazia mais de cem homens que não se escondiam na capoeira nem transitavam em veredas. Corriam pela estrada real, muito bem montados, espalhafatosos, pimpões, chapéus de couro enfeitados de argolas e moedas, cartucheiras enormes, alpercatas que eram uma complicação de correias, ilhós e fivelas, rifles em bandoleira, lixados, azeitados, alumiando" 

Em outros termos, os cabras eram exibidos. Queriam mais era aparecer e, suas vestimentas eram uma maneira de ostentar os valores associados àquele fenômeno do banditismo rural: poder, relevância, invencibilidade e glória. Uma estética traduzida em cores vibrantes, brilhos e intrincadas padronagens geométricas.

Estilo, de fato, nada básico. 


1- A PRESENÇA FEMININA

Foi somente no início dos anos 1930, quando as mulheres entraram no bando de Lampião, que as roupas e acessórios dos cangaceiros ganharam a aparência única que sobreviveria a mais de oito décadas. A primeira cangaceira a ingressar no grupo, Maria Bonita, não costurava tão bem quando Lampião, mas Dadá era uma mestre do ramo. 

Dadá produzia as próprias bonecas de pano — quando foi raptada pelo futuro marido, tinha apenas 12 anos — e deu vida aos bornais, as bolsas de alças largas usadas pelos cangaceiros, aplicando sobre as peças bordados de formas geométricas e motivos florais multicoloridos. 

As mulheres também disputavam entre si — incentivadas pelos homens — o posto de mais arrumada do grupo. Quanto mais luxo ostentassem, maior era o poder do cabra ao qual pertenciam (no bando de Lampião, os cangaceiros consideravam as mulheres suas propriedades). 

Além do broche, Maria Bonita gostava de usar, no pescoço, sete correntes de ouro que haviam pertencido a Joana Vieira de Siqueira Torres, a baronesa da cidade alagoana de Água Branca, cujo casarão fora invadido por Lampião em 1922. 

Ao passo que se destacavam nos acessórios, as mulheres não conseguiam inventar com as roupas. Tinham, basicamente, dois tipos de vestimenta. No dia a dia, adotavam o vestido de batalha, de mangas compridas e na altura do joelho, feito com pano resistente para suportar as incursões pela caatinga. 

Apesar do calor, usavam meias grossas e perneiras de couro de bode — o objetivo era proteger a pele dos espinhos. Pelo mesmo motivo, também calçavam luvas; estas, sim, um pouco mais caprichadas — era comum que se dedicassem a bordá-las com motivos florais. Quando a ocasião propiciava algum sossego, como nas temporadas em fazendas de coronéis aliados dos cangaceiros, usavam vestidinhos de seda.


2- OS HOMENS

No caso dos homens, a quantidade de enfeites no chapéu (à semelhança de como se ornava sua mulher), era proporcional ao poder do cabra. Um dos mais bonitos de Lampião, feito de couro de veado, exibia cerca de 70 moedas de ouro, além de estrelas de oito pontas bordadas nas abas. 

O guarda-roupa básico dos homens consistia de camisa de pano cáqui ou azul, com calças de cós alto e pernas curtas, para permitir o uso das perneiras de couro. Lampião preferia os botões de ouro. Em ocasiões especiais, escolhia camisas listradas. 

O que dava aos cangaceiros a aparência de verdadeiros espantalhos eram as cartucheiras cruzadas no peito, os diversos bornais coloridos carregados de dinheiro e mantimentos e os enormes chapéus reluzentes. Seus corpos adquiriam a serventia de verdadeiros cabides ambulantes, onde penduravam tudo, de cobertores a fuzis, de modo a precisarem andar com os braços esticados afastados do corpo. 

Produziam, por onde passavam, uma imagem de morte e vida; de medo e fascinação; violência e resistência unidas em uma mesma simbologia. Uma estética que sobreviveria à história. 

Bibliografia 

NEGREIROS, Adriana. Maria Bonita - Sexo, Mulheres e Violência no Cangaço. 

Imagem - foto retificada e colorizada por Rubens Antonio sobre original de Benjamin Abrahão Botto.

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MARECHAL RONDON- UM BRASILEIRO GIGANTE


Cândido Mariano da Silva Rondon, nasceu em Mimoso, hoje Santo Antônio de Leverger, no Mato Grosso, no dia 5 de maio de 1865, era descendente da etnia dos bororo, por parte de mãe. Foi pioneiro nos campos da Etnologia, Antropologia e da Linguística. 


Ele realizou expedições que o alçaram à condição de um dos maiores exploradores da história, acima de sir Richard Francis Burton, Ernest Shackleton e David Livingstone, tanto em número de expedições empreendidas, a extensão da exploração, o número de quilômetros viajados, o tempo da carreira militar (1890 a 1930). Em todos os sentidos ele vai muito além dos outros exploradores. 

O  presidente norte-americanoTheodore  Roosevelt participou de uma expedição comandada por Rondon e ficou impressionado com seu vigor e resistência. 


Rondon realizou a construção física de linhas telegráficas (com o objetivo de estender as comunicações entre o Rio de Janeiro e Cuiabá, passando por Uberaba e Goiás), de pontes e estradas, suas expedições acabaram fundando colônias. Ele descobriu e nomeou rios, montanhas, vales e lagos. 


PACIFISTA

Recebeu duas indicações ao Prêmio Nobel, uma delas feita por Albert Einstein. 

A única campanha convencional que ele comandou foi em 1924, contra a Coluna Prestes. Fora isso, suas missões foram de construção do país e de projeto nacional.

Em 1934, foi fundamental para dirimir o conflito entre o Peru e a Colômbia pela posse da região de Letícia. 


ANTROPÓLOGO 

Foi o primeiro a gravar cantos/músicas dos povos nativos com a colaboração do seu assistente Roquete Pinto. E o primeiro a filmar os ritos e o cotidiano desses povos.  


ACADÊMICO 

No âmbito acadêmico, forneceu a base de pesquisa de Lévi-Strauss na década de 1930, que visitou as mesmas aldeias que Rondon visitou 20 anos antes. Strauss deu continuidade na obra de Rondon, chegando às suas próprias conclusões. A Comissão Rondon, publicou mais de 100 artigos científicos sobre as suas descobertas, com assuntos que iam do clima aos costumes locais. 


1- INDIGENISTA 

Foi o idealizador do Parque Nacinal do Xingu e Criador e Diretor do Serviço de Proteção ao Índio (antecessor da Funai). 

Tinha como lema: "Morrer se for preciso, matar nunca" e seguiu seu lema até as últimas consequências, ele foi flechado pelos nativos Nambiquara. Os soldados dele quiseram reagir, mas ele proibiu qualquer reação violenta. Em outras ocasiões, homens foram flechados e alguns morreram. No boletim da comissão, louvava o falecido por ter aderido até o fim a filosofia de não violência. Alguns militares questionaram muito. Mas ele foi fiel às palavras.

Rondon fez pesquisas sobre os povos nativos, estabeleceu contato pacífico, lutou para que os povos nativos possam ter posse da terra tradicionais. Ele dizia que os ameríndios "Tem o direito de escolher o grau de acercamento que quer ou não com a sociedade brasileira. É uma decisão soberana de cada povo." 

Para Darcy Ribeiro, ele "O maior brasileiro de todos os tempos." 

Bibliografia: 

ROHTER, Larry. Rondon - uma biografia. 

ALMEIDA, S.L. Augusto de Andrade. Expedição Científica Roosevelt - Rondon.

RIBEIRO, Darcy. Cândido Mariano da Silva Rondon. 

Crédito das Imagens:

Brasiliana Fotografia - Acervo Arquivo   Nacional.


Extra: Até 1917, a Comissão Rondon havia construído 2.270km de linhas telegráficas, instalado 28 estações que deram origem a outros povoados, havia realizado o levantamento geográfico de cinquenta mil km lineares de terras e de águas, determinado duzentas coordenadas geográficas e incluído 12 rios no mapa do Brasil e corrigido o curso de outros. 

Extra II: Em 1956, em sua homenagem, o território de Guaporé passou a denominar-se  Rondônia. 

Extra III: Com autorização do Ministério da Guerra, acrescentou o sobrenome Rondon, em homenagem ao tio que lhe criou Manuel Rodrigues da Silva Rondon. 

Extra IV: Pelas fronteiras do Brasil 

“Nenhum córrego ou morro à tua vista escapa,

Nem salto ou corredeira, ou charco ou terrapleno.

E o Brasil que Rio Branco ampliou sobre o mapa,

Vais, milha a milha, demarcando no terreno.”

(Ode em louvor de Rondon, de Bastos Tigre)

Autora - Maria Elizabeth Brêa Monteiro.


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GÊNGIS KHAN — "SENHOR DO UNIVERSO" O MAIOR CONQUISTADOR DE TERRITÓRIOS DA HISTÓRIA 

"Eu sou um castigo de Deus. E se você não cometeu grandes pecados, Deus não teria enviado um castigo como eu". 

Nas planícies remotas e geladas da Mongólia, em plena Ásia Central, um menino pobre acabaria se transformando num dos maiores conquistadores de todos os tempos. Seu nome: Genghis Khan. Impiedoso, com fama de cruel e sanguinário, o guerreiro mongol conseguiu a proeza de derrotar o Império Chinês. Multiplicou seu território por 3 em menos de 20 anos, entre 1206 e 1225. Quando morreu, em 1227, seus domínios se estendiam do mar Cáspio ao oceano Pacífico. 

Nasceu na década de 1160 à beira do Rio Onon, na Mongólia, foi chamado de Temujin. Filho de Yesugei Baghatur, chefe de uma das tribos nômades que viviam constantemente em confronto. O menino nasceu com um coágulo em uma das mãos, o que foi interpretado como um sinal divino de que ele seria um grande guerreiro. O pai de Temujin morreu envenenado por uma tribo rival quando o menino tinha 9 anos. Ele herdou a liderança de uma tribo pequena e vulnerável. Mesmo jovem, soube usar a estratégia e buscou se aliar a outros clãs. Foi assim que conheceu Borte, sua esposa. 

RESGATOU A ESPOSA

Os merkits, antigos inimigos do pai de Temujin, invadiram e saquearam sua tribo, além de raptar Borte. O líder mongol convocou os aliados e armou a vingança. Massacrada, a tribo merkit sumiu do mapa, e Borte, enfim, foi resgatada. Temujin ganhou o respeito dos mongóis. 

MODIFICOU AS TRADIÇÕES 

Temujin abandonou tradições hierárquicas na distribuição de cargos. Passou a ser promovido quem ele julgava merecedor, independentemente das origens da pessoa. Ele começou também a disciplinar todo o povo: treinamentos como atirar com arco e flecha se tornaram obrigatórios desde a infância. 

 1- SENHOR DO UNIVERSO

Em 1204, o desrespeito à tradição levou Temujin a enfrentar no campo de batalha um amigo de infância, Jamuka. Temujin venceu com táticas psicológicas, como acender cinco archotes por soldado para fazer seu exército parecer maior. Derrotado, Jamuka, que também queria ser o grande líder mongol, foi executado. Com o caminho livre de concorrência, Temujin adotou o título Gêngis Khan, que significa “Senhor do Universo”.

Gêngis Khan logo tratou de fazer jus ao título e invadiu a China, o império mais poderoso da época. Conforme avançava rumo à capital, Zhongdu, deixava um rastro de chacinas e estupros. Trinta quilômetros de muralhas cercavam a cidade, mas ela não estava totalmente protegida. Os mongóis interceptaram a entrada de alimentos, matando milhares de fome. Depois, usaram civis como escudos humanos para se proteger das flechas chinesas. Quando finalmente invadiram, atearam fogo, pilharam e destruíram tudo e todos.

2- ESTRATÉGIA DE GUERRA

Um só lema: matar ou morrer – com preferência pela primeira, claro. Os mongóis eram cavaleiros ágeis, mas o que fazia diferença era o sangue nos olhos da tropa. Eram absolutamente determinados, jogavam sujo, escondiam punhais e machados por baixo de seus casacões e chapéus cônicos. A inteligência estratégica do chefe também surpreendia: ele dividia a turma em unidades de 10, 100, 1000 e 10 mil e mantinha membros treinados para fazer a comunicação entre as fileiras. Ele infiltrava espiões para nos locais que iria atacar para fazer o levantamento através de mapas e de quantas guarnições existiam no local. 

E não parava por aí, entra aqui a parte da psicologia: os mongóis prezavam e dependiam de sua reputação de invencíveis e implacáveis. A cada cidade que desejavam incorporar, eles davam a opção da rendição, que era muito menos perigosa a eles próprios. Isso dependia de as notícias correrem para que, se um local conquistado pensasse em se revoltar, tivesse certeza de que eles voltariam para se vingar fulminantemente.

 3- A TÁTICA 

A outra parte era a tática: as armaduras pesadas dos cavaleiros diminuíam, ao menos em parte, sua vantagem de velocidade. O que os mongóis faziam era protelar ao máximo possível o combate corpo a corpo. Avançavam e recuavam atirando, faziam todo tipo de armadilhas em flancos, através de floresta. Atraíam os inimigos para emboscadas fingindo estar batendo em retirada – às vezes, por dias.

As flechas não eram muito eficientes contra cavaleiros em armadura, mas obrigavam reação, e, no corre-corre, o cavalo europeu, com menos resistência, acabava se cansando, tornando a perseguição ainda mais infrutífera. Com os cavaleiros exaustos e separados da ala principal, finalmente os mongóis acionavam seus lanceiros, que usavam armadura, em combate direto (eram quatro lanceiros para cada seis arqueiros). Aí, era basicamente uma execução, com os europeus oferecendo pouca resistência.

4- MUITO À FRENTE DO SEU TEMPO

Esses truques todos também dependiam de algo que o inimigo não tinha: comunicação. Mongóis basicamente operavam por “rádio”: eles tinham um sistema de bandeiras, cornetas e flechas para transmitir ordens, passadas pelos generais geralmente posicionados em terreno alto, acompanhando tudo. Os cavaleiros europeus, quando se separavam de seus generais, basicamente estavam por si mesmos.

Em outras palavras, a sofisticação tática e estratégica dos mongóis os colocava à frente de seus concorrentes. Operações militares tão bem organizadas só se tornariam comuns de novo na Era Napoleônica. 

5- O MONSTRO SAIU DA JAULA

A princípio, Gêngis queria conquistar o mundo pelo comércio, não pela espada. Enviou embaixadores ao Império Corásmio, potência da Ásia Central, mas os corásmios não queriam papo e mandaram de volta a cabeça de um dos representantes, em 1218. Aí, o monstro saiu da jaula. A fúria mongol cavalgou com 200 mil homens para enfrentar o inimigo. Foi tanto sangue que, para evitar que vivos se escondessem em pilhas de mortos, os mongóis decapitavam o corpo e depois fincavam a cabeça em estacas. O Império Corásmio acabou incorporado ao mongol.

6- A MORTE 

Gêngis voltou à China, onde queria conquistar novos reinos. Nessa incursão, em 1227, ele morreu, possivelmente por causa de uma queda de cavalo (outras fontes citam malária e uma flechada no joelho). Conta- se que Subedei, general Mongol, atravessou o deserto de Gobi (na região central da Ásia), carregando o corpo de seu senhor por planícies e montanhas. A sepultura nunca foi encontrada. 

7- O MAIOR IMPÉRIO DO MUNDO 

Após a morte de Genghis Khan, um de seus filhos, Ogodai, tratou de dar continuidade às guerras de conquista. Resultado: por volta de 1280, os mongóis controlavam mais de um quinto do planeta – o maior Império que a humanidade já viu, em área contígua. Da Europa Oriental a Vladivostok, tudo pertencia àquele povo. Com o tempo, essa vastidão territorial foi se desintegrando, dando lugar a uma constelação de Estados independentes. Era o fim do sonho de Genghis Khan e seus descendentes. Eles queriam conquistar o mundo. E quase conseguiram.

Extra: Manias: Quem machucasse os olhos de um cavalo, praticasse a sodomia, abandonasse um colega ferido ou se negasse a dividir comida era morto. Gêngis não tolerava desertores – chegava a mandar decapitar ex-soldados. E tinha senso prático: apesar de a praxe ser assassinar toda uma população, às vezes poupava profissionais de valor como carpinteiros, pedreiros e, quem diria, atores. 

Extra II: Os mongóis inventaram o "correio express". Com entrepostos entre 32 e 64 km pelo caminho, de forma que cavalos e cavaleiro podiam ser trocados, operando dia e noite, correspondências que levavam até 10 dias para chegar passaram a ser entregues em apenas 24 horas.

Foi no contato com os mongóis que o aventureiro italiano Marco Polo acabou conhecendo o macarrão. Mais tarde, ele teria levado a novidade para a Itália, onde fez enorme sucesso.

Nos tempos do Império Mongol, a Rota da Seda reviveu seus dias de glória. O comércio entre Europa, Ásia Central e Extremo Oriente enriqueceu cidades ao longo do caminho e promoveu intenso intercâmbio cultural.

Tolerância religiosa foi uma característica do Império Mongol. Cristãos, islâmicos e budistas viveram em paz sob seus domínos. 

Extra III: No período em que comandou seu Império de 1206 a 1227, Gêngis conquistou quase 20 milhões de km². 

EXTRA IV: Aos interessados, dois documentários: Genghis Khan: A Fúria Mongol (BBC), e Ancients Behaving Badly (History Channel).


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CLEÓPATRA  -  A RAINHA DOS REIS 

Ano 51 a.C. Cleópatra, aos 18 anos, torna-se rainha do Egito com a morte de seu pai Ptolomeu XII. É provável que os oráculos profetizassem que a jovem ambiciosa, meio grega, meio macedônica, estava destinada a interferir nos meandros da História. Mas tudo que Cleópatra queria era manter-se no poder. O Egito, celeiro do mundo ocidental e uma das nações mais ricas do Mediterrâneo, representava um troféu muito cobiçado pelos inquietos romanos; afinal, uma centena de anos antes eles haviam começado sua expansão para o Oriente. Mais de uma vez falara-se em anexação e o próprio pai de Cleópatra só conseguiu manter-se no trono distribuindo subornos. Assim, a rainha ainda adolescente sabia muito bem que o caminho para a permanência no poder passava por Roma — e seus governantes. Tornou-se amante e aliada de Júlio César (100-44 a.C.), o primeiro ditador romano. Mais tarde, conquistou as atenções de seu sucessor, Marco Antônio (82 ou 81-30 a.C.). 

 ROMANCE, DESEJO E POLÍTICA 

A história desses romances, misto de desejo e jogo de interesses, repercutiria intensamente na política romana, que passava por um período crucial. A República, implantada em 509 a.C., agonizava em meio à guerra civil. Os generais mais ricos, que podiam pagar seus exércitos, procuravam obter o poder para si. “Nesse tabuleiro de xadrez Cleópatra manobra com habilidade”, avalia Ciro Flamarion Cardoso, professor de História Antiga da Universidade Federal Fluminense. “Num mundo em que os negócios do Estado estavam nas mãos dos homens, ela usou a sedução para vencer como estadista.” A personagem Cleópatra, na maioria dos livros de história, encarna como nenhuma outra mulher da Antiguidade o papel de irresistível sedutora. “Mas esta é uma visão deformada”, critica Flamarion Cardoso. “Cleópatra foi uma administradora competente, uma mulher culta, que além do mais devia ter consideráveis dotes eróticos. Apostou na sua estratégia e perdeu". E a história não costuma ter complacência com os vencidos.

 1- O OUTRO LADO DA RAINHA 

Surpreendentemente, apenas há poucas décadas, passou-se a pesquisar com outro enfoque a vida da rainha do Egito. Até então, baseados no que diziam seus inimigos, que por sinal não eram poucos, os textos clássicos a descreveram de maneira extremamente pejorativa— mulher venal, amante de orgias, que conseguiu, com seus ardís, enfeitiçar dois generais romanos. Além das lendas, são poucos os registros históricos dignos desse nome sobre Cleópatra. Para evocar a sua aparência existem algumas efígies em moedas e um busto no Museu Britânico, em Londres. Não se sabe, portanto, se a moça tinha os olhos claros e cabelos loiros dos macedônios, ou a tez morena dos gregos. Parecia ter olhos grandes, boca pequena e bem desenhada. “Se o seu nariz tivesse sido mais curto, toda a face da Terra teria mudado”, disse o matemático francês Blaise Pascal (1623-1662), pioneiro da Teoria da Probabilidade. O nariz era aquilino . O fato é que a beleza não constituía o seu maior atributo. Plutarco, o historiador romano que viveu um século depois, explicava de outro modo o fascínio que ela exercia: “A presença de Cleópatra era irresistível e havia tal encanto em sua pessoa e no seu modo de falar, misturado com uma força singular que permeava cada palavra e cada gesto, que a todos ela subjugava.”

 2- DINASTIA 

Cleópatra pertencia à dinastia de Ptolomeu, um dos generais de Alexandre, o Grande (356 a.C.-323 a.C.), cujo império se estendia do Egito até a Índia. “Alexandre, de origem macedônica absorveu a cultura oriental e se comportou como um monarca divino”, classifica o professor de História Antiga Ricardo Mário Gonçalves, da Universidade de São Paulo. “Os sucessores imitaram o seu exemplo.” Depois da morte do imperador, suas terras foram divididas, cabendo a Ptolomeu o Egito. Para consolidar seu poder, o general se fez sagrar faraó, retomando as tradições das linhagens que comandaram o país durante três milênios, sob cuja autoridade se desenvolveu uma peculiar civilização de que as pirâmides são o signo mais conhecido. Cleópatra VII Thea Philopator (deusa que ama o pai, em grego) era o seu nome todo. Herdeira da dinastia ptolomaica, gostava de vestir-se como Ísis, a deusa-mãe, de quem se dizia a reencarnação. 

 3- UMA DEUSA? 

Nascida em 69 a.C., na rica Alexandria cujo porto era o mais importante da época, nada mais natural que Cleópatra se sentisse uma deusa. Dos jardins do seu palácio, ela podia ver algumas das maravilhas legadas ao mundo por seus antepassados: a mais famosa biblioteca da Antiguidade, com mais de 700 mil volumes, e um museu frequentado por sábios do Mediterrâneo. Os Ptolomeu eram patronos das artes e muito do que se conhece hoje de filosofia e ciência gregas foi conservado em Alexandria, a capital do Egito. Do palácio também se avistava a féerica agitação do porto, os monumentos e o magnífico farol, construído por Ptolomeu II, uma das Sete Maravilhas do Mundo. Como regente do Egito, Cleópatra controlava, com a ajuda de administradores gregos, não só a vida da cidade mas a agricultura ao longo do Nilo, de onde provinha a fabulosa riqueza de seu país. Dispondo de poder absoluto, tinha objetivos definidos para o seu reinado, além de obstinação suficiente para dedicar a vida à realização de suas ambições: garantir a riqueza e a independência do Egito e restaurar a glória dos faraós.

 4- CLEÓPATRA NÃO CONHECIA LIMITES 

Cercada de uma corte corrupta, Cleópatra não tinha escrúpulos. Mandou matar quatro dos cinco irmãos que podiam atrapalhar-lhe os planos. Era porém uma mulher culta. Nas negociações comerciais e nos encontros diplomáticos dispensava intérpretes, sendo a única rainha macedônica a falar o egípcio — além de nove outras línguas. Durante o seu reinado, patrocinou as artes e as ciências e teria, segundo alguns historiadores, escrito duas obras: um improvável tratado sobre pesos e medidas e outro, mais compatível com sua figura no imaginário popular, sobre penteados e cosméticos. Para conquistar a confiança do povo, subiu o Nilo até Tebas, onde presidiu uma cerimônia de culto ao touro sagrado, manifestação do deus Ra. Nos 21 anos em que governou o Egito, evitou que a massa se rebelasse, o que contraria a afirmação de que era odiada por sua crueldade. 

 5- CONSPIRAÇÃO

Em compensação, logo que se tornou rainha, enfrentou a primeira conspiração palaciana. Como de costume entre os Ptolomeu, Cleópatra deveria dividir o trono com seu irmão Ptolomeu XIII, de apenas 10 anos, de quem era formalmente a mulher. Temendo, com bons motivos, que ela pretendesse governar sozinha, os tutores do irmão-marido a expulsaram para a Síria. Nesse meio tempo, o triunvirato que governava Roma desde 60 a.C. havia se desfeito e César disputava com Pompeu o controle da República. Pompeu foi assassinado em 48 a.C. no Egito, para onde César se dirigiu com suas legiões. A fim de entrar incógnita em Alexandria e conquistar as graças de César, Cleópatra arquitetou um plano ao seu estilo. Detalhe miúdo, ela se fez embrulhar num tapete, colocado nos ombros de um servo. Pode-se imaginar a expressão do ditador romano, ao ver o que continha o tapete desdobrado aos seus pés. Não espanta que a apresentação tenha terminado na cama. Seja como for, no dia seguinte César entregaria o controle do Egito para Cleópatra. Era um presente sujeito a condições. Em troca, a rainha, que mais tarde deu à luz a um filho apropriadamente chamado Cesário Ihe garantiu riquezas para sustentar seus exércitos.

 6- CÉSAR

Assim, apesar do que diziam na época, a sedução de César não era cega. Mas, ao voltar a Roma, em 46 a.C., depois de uma vitoriosa campanha na Ásia Menor, o ditador convidou a rainha a visitá-lo. E, para provar a todos que Cleópatra era mais do que uma amante casual, mandou colocar sua estátua no templo dos próprios ancestrais dedicado a Vênus, como se sabe, a deusa do amor e da beleza na mitologia romana. César tinha então 54 anos. Cleópatra, 23. Os dias do conquistador, no entanto, estavam contados. Os inimigos acreditavam que ele pretendia tornar-se rei e instalar o governo do império em Alexandria para ficar junto da amante. Em 44 a.C., num dos episódios mais dramáticos da história de Roma, César foi assassinado por um grupo de republicanos. Sua morte pôs um fim à primeira campanha de Cleópatra pelo poder. Discretamente, retirou-se para o Egito à espera dos desdobramentos que não tardariam, na luta em Roma.

 7- MARCO ANTÔNIO

Divulgado por Marco Antônio, o melhor amigo de César, o testamento do finado não mencionava sequer uma vez o nome de Cleópatra nem fornecia indicação de um eventual projeto monárquico. Os conspiradores que acreditavam que a morte de César traria de volta a República tiveram de sair do país. Formou-se um novo triunvirato com Marco Antônio, Otávio — um jovem de 18 anos, herdeiro de César — e Lépido, o maior de seus generais. Logo ficou claro que a ambição dos dois primeiros iria jogá-los um contra o outro. Em 42 a.C., na primeira batalha de que os dois participam juntos, em Filipos, na Grécia, o maior quinhão da glória cabe a Marco Antônio — ou assim parece, já que nessa época Otávio era apenas um rapaz doente. Para consolidar o poder recém-conquistado, Antônio sonha com uma invasão da Pérsia e, para esse objetivo, convoca todos os aliados da República Romana a um encontro em Tarso, na Síria. É a oportunidade que Cleópatra esperava para voltar a cena. Sua entrada é nada menos que triunfal. Baseado nos textos de Plutarco, o dramaturgo inglês William Shakespeare (1564-1616) imortalizaria a cena na peça Antônio e Cleópatra, em que a rainha, adornada como Vênus, aparece na popa dourada de um barco com velas de cor púrpura enfunadas ao vento. Cleópatra se faz abanar com plumas de avestruz por meninos vestidos de Cupido, enquanto, ao som de flautas, oboés e alaúdes, escravos movem ritmicamente os remos de prata. Dado a festas e exageros, como poderia Marco Antônio resistir? No golpe de misericórdia, Cleópatra, aos 29 anos e no auge de seus encantos, convida o general quarentão para um banquete inigualável. Segundo Plutarco, dai em diante Cleópatra fez o que quis de Marco Antônio: “Ela despertou e inflamou paixões até então adormecidas em sua natureza, abafou e finalmente corrompeu quaisquer resquícios de bondade e justiça que ainda subsistissem nele." E como explica Flamarion Cardoso, "na realidade, o general era emotivo, bêbado e mulherengo."

 8- AMANTE GENEROSO 

Marco Antônio desistiu da campanha da Pérsia e aceitou o convite da rainha para visitar Alexandria. Na bela cidade eles formaram uma sociedade chamada “os que vivem para o prazer”, bem ao gosto do general romano. Em 34 a.C., Antônio deu a Cleópatra, como prova de amor, a ilha de Chipre, mais a Líbia e a Síria, a Armênia, a Média (no noroeste do atual Irã) e a Cilícia (sudeste da atual Turquia) — e, é claro, o velho Egito. Em troca, como já havia acontecido com César, a rainha sustentaria com suas riquezas as legiões romanas. Marco Antônio foi um amante mais generoso do que seu antecessor. Numa das festas que promoveu, deu a Cleópatra o título de Rainha dos Reis, repartindo entre Cesário, o filho que ela tivera com César e as três crianças que eram filhos dela consigo, partes das terras conquistadas pelo seu exército.  

 9- ROMA

Em Roma, tais doações foram usadas por Otávio para indispor o populacho contra seu rival. Segundo o professor Ricardo Gonçalves, “ao unir-se com Cleópatra, Marco Antônio tornou-se para os romanos um monarca despótico e absolutista. Enquanto Otávio, embora também quisesse o poder absoluto, parecia agir como um defensor da República.” Não tardou para que ambos guerreassem. A batalha de Ácio, no leste da Grécia. em 31 a.C., foi definitiva. Embora seu exército fosse melhor preparado, Antônio não conseguiu furar o bloqueio marítimo montado por Otávio. Cleópatra, ao lado do amante, foi a primeira a reconhecer a derrota e fugir para o Egito. Para não perdê-la, Marco Antônio foi atrás, abandonando os que ainda lutavam — pecado imperdoável para um chefe militar. No Egito, o par formou a sociedade dos “inseparáveis na morte”. Como bom soldado, ele matou-se com a espada. Cleópatra, porém, tinha apego à vida. Prisioneira dos romanos, com 39 anos, apelou para a velha fórmula, tentando seduzir Otávio. Mas este recusou o jogo. Não restou mais nada à rainha senão suicidar-se, fazendo-se picar por uma áspide, pequena cobra venenosa.

 A COR DA PELE DE CLEÓPATRA 

Com relação a cor da pele de Cleópatra, o historiador Adrian Goldsworthy faz alguns comentários interessantes, confira:

"Não são conhecidas a cor de seu cabelo e sua compleição. Há uma tradição popular em alguns círculos de que ela era negra, mas não existe a menor prova para fundamentar isso. Os Ptolomeus eram macedonienses, embora também existisse algum sangue grego e, em consequência de alguns casamentos com selêucidas, também um pouco de sangue persa nos registros de sua linhagem familiar. Não conhecemos a identidade da avó de Cleópatra. Também existe alguma dúvida em relação à mãe, embora a maioria aceite que era irmã de Auletes por parte do mesmo pai e mãe, o que aumentaria, então, a importância da avó. A conjectura aceita é que a última fosse uma concubina e, possivelmente, não tivesse ancestrais macedônios, talvez, fosse egípcia, ou de outro povo distante. Não é absolutamente impossível, portanto, que Cleópatra tivesse sangue especificamente africano, mas não há provas para sustentar isso. Tampouco é absolutamente impossível que fosse loura, pois alguns macedônios tinham cabelo claro (o que, novamente, é um termo muito subjetivo), mas, igualmente, nenhuma de nossas fontes menciona esse detalhe. Essa incerteza permitirá que povos diferentes continuem a imaginar Cleópatras muito diferentes." (GODSWORTHY, p. 572) 

▪️A historiadora britânica Mary Beard, explica que as milhares de representações de Cleópatra ao longo do tempo são "baseadas em uma série perigosa de deduções de evidências fragmentárias ou flagrantemente não confiáveis".

Sabe-se tão pouco sobre ela que Beard defende que Cleópatra deveria aparecer para nós hoje como "a rainha sem rosto".

 Extra: Com uma história que mistura política, intriga, violência, luxo e erotismo, é natural que a arte se apropriasse da figura da rainha do Egito, desde as pinturas que descrevem de forma romântica e grandiloquente o seu suicídio às peças de Shakespeare e Bernard Shaw e ao romance histórico de Théophile Gautier. Vivendo num ambiente de opulência e sensualidade — a corte dos faraós na faustosa Alexandria — Cleópatra é esculpida como a mulher irresistível que usa o corpo para conseguir o que quer dos homens e depois os descarta. Ou, segundo analisa o psicanalista Renato Mezan, professor da PUC, “como ela não tem existência real, sendo apenas a projeção dos desejos masculinos, o mito a despoja de sentimentos”.

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AS "MULHERES GIRAFAS" DA TAILÂNDIA 

Durante séculos, as mulheres da nação indígena Kayan exibiram elaboradas argolas de ouro em volta do pescoço, o que fez com que fossem apelidadas de mulheres girafas.

Ao contrário do apelido, as mulheres Kayan têm pescoços de tamanho normal. No entanto, a ilusão de um pescoço mais longo é criada pelas pesadas argolas, pois com o tempo elas empurram a clavícula, vértebras e as costelas para baixo. 

O MÉTODO 

A partir dos cinco anos de idade as meninas Kayan recebem a primeira argola e podem acumular vinte e cinco ao longo da vida. Antigamente as argolas eram de ouro, mas agora são de bronze, pois existia o risco da mulher ser decapitada para ter o ouro roubado.

As mulheres não estão proibidas de tirar as argolas, porém muitas vêem a utilização como uma forma de beleza, exibindo sua feminilidade, dando a impressão de um pescoço longo e esguio. Elas tiram suas argolas quando precisam trocá-las, ou quando um médico precisa examiná-las. 

Uma teoria observada por trás do uso das argolas é que ajudavam a proteger as mulheres da tribo de ataques de tigres, pois as espirais cobrem o pescoço. No entanto, a teoria mais aceita é que ela é usada como uma forma de realçar a beleza e feminilidade da mulher.

Muitos antropólogos, teorizaram por que as mulheres usam as argolas, alguns acreditam que foi usado séculos atrás como uma forma de evitar que as mulheres da tribo fossem escravizadas pelas comunidades vizinhas, pois seriam consideradas pouco atraentes. 

RISCOS E PODER DE ESCOLHA

O peso das argolas que em uma mulher adulta pode chegar a 10 kg, faz com que sua clavícula, vértebras e as costelas colapsem, o que ajuda a dar a impressão de um pescoço estendido. Apesar dos riscos potenciais para a saúde, muitas mulheres Kayan ainda as usam como um emblema de honra e as veem como uma parte vital de sua cultura.

Na teoria, hoje em dia as mulheres da tribo têm a opção de usar as argolas ou não, mas a tradição é imposta de maneira subliminar, pois as que se recusam a usar só recebem uma cesta básica do governo, para sua sobrevivência. 

ATRAÇÃO TURÍSTICA 

Os Kayan fazem parte de um grupo tribal que historicamente viveu nas colinas de Myanmar perto da fronteira tailandesa, especificamente na província de Mae Hong Son, no noroeste da Tailândia.

Enquanto seus maridos trabalham no campo e em fazendas, elas trabalham com tecelagem e artesanato.

Desde meados dos anos 1980, muitos turistas se aglomeraram na área para ver as várias aldeias da tribo Kayan espalhadas pela paisagem acidentada da região e essa procura dos turistas acaba alimentando a tradição, pois é necessário pagar para entrar nas vilas onde essas mulheres habitam e isso acabou gerando um forte comércio e incentivando a utilização das argolas. 


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 NIKOLA TESLA — ASSOMBROSAMENTE GENIAL 

Se algum dia um inventor satisfez os requisitos românticos das obras de Júlio Verne, foi Nikola Tesla. Comunicando-se com Marte, extraindo unidades de calor da atmosfera para fazer funcionar os motores, usando toda a terra como ressonador elétrico para que um homem na China pudesse se comunicar sem fio com outro na América do Sul, transmitindo energia através do espaço - era para tais possibilidades que ele dedicou os últimos quarenta anos de sua longa vida. 

Tesla, foi para os Estados Unidos em 1884, é considerado um dos maiores engenheiros elétricos do início do século XX. Ele era o grande rival de Thomas Edison, trabalhou com George Westinghouse para desenvolver sistemas de iluminação precoce e demonstrou um transmissor de rádio antes de Guglielmo Marconi. Mas ele também teve algumas ideias estranhas e passou grande período da última parte de sua vida explorando assuntos como viagem no tempo e o que ele descreveu como uma teoria da gravidade.

Tesla não era muito bom em administrar seus negócios. Ele teve longas disputas com Edison e Marconi, entre outros, e embora ganhasse muito dinheiro, também perdia muito. 

1- RECONHECIMENTO

O mundo da ciência está reconhecendo tardiamente a genialidade de um de seus inventores mais importantes, excêntricos e enigmáticos. Um século depois de chegar sem um tostão às docas da cidade de Nova York, Tesla está recebendo crédito por realizações brilhantes que superaram as de seus contemporâneos, Edison e Marconi. E mais de 60 anos depois que o recluso inventor morreu em um quarto de hotel em Manhattan, na companhia dos pombos que foram seus companheiros favoritos nos anos finais de sua vida, ele está finalmente sendo elevado ao panteão dos maiores inventores do mundo. Foi Nikola Tesla, não Marconi, quem inventou o primeiro rádio; foi Tesla, não Edison, que planejou o sistema de distribuição de energia elétrica agora usado em todo o mundo. Trabalhando em pequenos laboratórios no centro de Manhattan e Greenwich Village, Tesla inventou o motor elétrico polifásico, a turbina a vapor sem pás e o torpedo guiado por rádio. Alguns cientistas dizem que foi Tesla quem primeiro concebeu as ideias para um escudo militar do tipo '' Guerra nas Estrelas '' no espaço. Para ajudar a analisar e divulgar as realizações do gênio recluso, um grupo de cientistas e engenheiros formou o Comitê do Centenário de Tesla realizando simpósios, para estudar os feitos de Tesla.

"Ele ajudou a gerar a revolução industrial", disse Toby Grotz, presidente do Comitê do Centenário da Tesla e engenheiro da Martin Marietta Aerospace em Denver. “Não poderia ter acontecido sem ele. Ele veio de um período em que um único indivíduo ainda podia mudar o curso da história.'' Os eventos centenários ocorreram em grande parte no Colorado, onde o inventor construiu um laboratório para criar enormes raios artificiais. 

“Estamos tentando trazer seu nome à proeminência de direito”, explica William H. Terbo, que é sobrinho-neto de Tesla e presidente honorário da Tesla Memorial Society.

 2- TESLA

Tesla nasceu em 1856 na Croácia, então parte do Império Austro-Húngaro, e logo mostrou talento para invenções e consertos. Em 1884, ele embarcou para Nova York e foi imediatamente trabalhar para Thomas Alva Edison. Mas os dois rapidamente se separaram após uma disputa sobre uma invenção. 

Apesar dos problemas com Edison, Tesla continuo empenhado e logo desenvolveu a base para o sistema de corrente alternada em uso mundial hoje. Ele percebeu que a corrente contínua pode ser transportada por fios por apenas alguns quilômetros, enquanto a corrente alternada de alta tensão pode durar quase para sempre sem sofrer grandes perdas de energia. Para tornar o novo sistema prático, ele inventou e patenteou uma variedade de geradores, transformadores e motores de corrente alternada. Edison apoiou a corrente contínua como a fonte elétrica perfeita do futuro, e os dois homens travaram uma batalha acalorada pelo melhor sistema. Ficou na história da ciência como a '' guerra das correntes '' - uma competição que Tesla venceu.

3- DISPOSITIVOS FUTURISTAS

Chega de história convencional da Tesla. O Comitê do Centenário diz que ele fez muito mais do que apenas desencadear a era da eletricidade - visualizando e inventando uma gama deslumbrante de dispositivos futuristas. 

"Toda a literatura diz que Marconi inventou o rádio", relata Toby Grotz. “Mas muito antes de Marconi ter uma patente, Tesla estava demonstrando um modelo de barco controlado por rádio e falando sobre a transmissão de energia elétrica através do Atlântico. Compare isso com o S-O-S de Marconi.'' De fato, em 1943, os juízes da Suprema Corte dos Estados Unidos anularam a patente de Marconi porque descobriram que ela havia sido precedida pelas realizações práticas de Tesla na transmissão de rádio. Outro exemplo é o radar, que emprega sinais de rádio de comprimento de onda curta que podem ser refletidos de volta de objetos sólidos, já em 1900, Tesla sugeriu que esses comprimentos de onda poderiam ser usados ​​para localizar navios. 

Em seu laboratório Tesla promoveu experimentos espetaculares, construiu enormes bobinas que geraram de 10 milhões a 12 milhões de volts de eletricidade e enviou relâmpagos artificiais a 135 pés no ar, um feito que nunca foi igualado.

 4- TRABALHO ENVOLTO EM MISTÉRIO

Até hoje, os cientistas debatem o que Tesla realizou no Colorado, pois grande parte do trabalho estava envolto em mistério. Dr. Robert W. Bass, um engenheiro elétrico da Litton Industries, relata que uma das afirmações mais controversas de Tesla - que ele havia criado um raio de bola - era provavelmente verdade e ele citou teorias contemporâneas da física para explicar como Tesla poderia reproduzir um fenômeno  natural raro. O laboratório de Tesla em Colorado Springs era uma estrutura semelhante a um celeiro que ficava no topo de uma colina na pradaria e era coroada por uma torre de 24 metros e, além dela, um mastro de 36 metros. A cerca alta que o rodeava trazia cartazes com os dizeres: "Fique longe - grande perigo". Os trovões de seus raios artificiais podiam ser ouvidos a quilômetros de distância. De acordo com Charles Wright, um engenheiro aposentado que trabalhava para a Public Service Company of Colorado, o laboratório estava repleto de uma série de invenções, incluindo transformadores de alta tensão, dínamos, bobinas, dispositivos de descarga de capacitores, capacitores isolados a óleo e um grande controle medido painel. No Colorado, Tesla descobriu o que ele pensou ser uma forma revolucionária de enviar eletricidade pelo ar. "Não só era possível enviar mensagens telegráficas a qualquer distância sem fios'', escreveu ele sobre o insight, ''mas também imprimir em todo o globo as fracas modulações da voz humana, muito mais ainda, para transmitir poder, em quantidades ilimitadas, a qualquer distância terrestre e quase sem qualquer perda."

5- FINANCIADO POR J. P. MORGAN

Com o apoio financeiro de J. P. Morgan, Tesla embarcou em um plano para comercializar a descoberta, construindo uma torre de 60 metros em Shoreham em Long Island. Em 1905, entretanto, Morgan abandonou o projeto e a torre nunca foi concluída. Tesla, especialmente nos últimos anos, foi um homem de extraordinárias idiossincrasias e declarações arrogantes que às vezes deixavam seus colegas da ciência furiosos. Suas ideias de transmissão de força pelo ar foram rejeitadas por muitos como pura fantasia.

6- O FIM 

O New York Times relatou em um artigo de primeira página em 1915 que Tesla iria compartilhar o Prêmio Nobel de Física daquele ano com Edison. Mas ele nunca recebeu o prêmio. Um biógrafo disse que Tesla se recusou a compartilhá-lo com seu antigo rival. Outra versão afirma que Tesla rejeitou o prêmio porque ele havia sido dado em 1909 a Marconi. Após a morte de sua mãe, Tesla tornou-se cada vez mais excêntrico e retraído. Ele discordou vigorosamente das teorias apresentadas por grandes cientistas de sua época, incluindo James Clerk Maxwell e Albert Einstein. Ele nunca se casou. Quase todos os dias ele ia ao Bryant Park, atrás da Biblioteca Pública de Nova York, e alimentava seus amigos, os pombos. Embora Tesla esteja apenas tardiamente sendo reconhecido pelo brilho abrangente de suas realizações, um testemunho de sua genialidade veio em 1917 de B.A. Behrend, um engenheiro que tinha uma vaga ideia da marca que Tesla deixaria na civilização ocidental. '' Se eliminássemos de nosso mundo industrial os resultados de seu trabalho, as rodas da indústria parariam de girar, nossos carros e trens elétricos parariam, nossas cidades ficariam escuras, nossas fábricas estariam mortas e ociosas." Seu nome marca uma época no avanço da ciência elétrica. De seu trabalho surgiu uma revolução.


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 PIETÁ - 1499

Autor: Michelangelo Buonarroti

Técnica: Escultura em mármore Carrara (174x195x69 cm)

Acervo: Basílica de São Pedro, Vaticano. A Virgem é confrontada com a realidade da morte de seu filho. Em sua total tristeza e devastação, ela parece resignada com o que aconteceu e é envolvida em uma aceitação graciosa. Cristo parece dormir um sono tranquilo. Ao apoiar Cristo, a mão direita da Virgem não entra em contato direto com sua carne, mas em vez disso, é coberta com um pano que toca o corpo do filho. Isso significa a santidade do corpo de Cristo. Duas figuras lindas e idealizadas, apesar do sofrimento. Isso reflete a crença da Alta Renascença nos ideais neoplatônicos de que a beleza na terra refletia a beleza de Deus, então essas belas figuras estavam ecoando a beleza do divino. 

 A OBRA

A cena da Pietá mostra a Virgem Maria segurando o cadáver de Cristo após sua crucificação, morte e remoção da cruz, mas antes de ser colocado no túmulo. Este é um dos eventos-chave da vida da Virgem, conhecido como as Sete Dores de Maria, que foram objeto de orações devocionais católicas. O assunto provavelmente era conhecido por muitas pessoas, mas no final do século XV era representado em obras de arte mais comumente na França e na Alemanha do que na Itália. Esta foi uma obra de arte especial até mesmo na Renascença porque, na época, as esculturas multiformes eram raras. Essas duas figuras são esculpidas de modo a aparecerem em uma composição unificada que tem a forma de uma pirâmide, algo que outros artistas renascentistas (por exemplo, Leonardo) também gostaram. Um exame de cada figura revela que suas proporções não são inteiramente naturais em relação às outras. Embora suas cabeças sejam proporcionais, o corpo da Virgem é maior que o corpo de Cristo. A razão pela qual Michelangelo fez isso provavelmente foi porque era necessário para que a Virgem pudesse sustentar seu filho em seu colo; se seu corpo fosse menor, poderia ter sido muito difícil ou estranho para ela segurar um homem adulto tão graciosamente quanto ela o faz. Para ajudar nessa questão, Michelangelo juntou as roupas em seu colo em um mar de cortinas dobradas para fazê-la parecer maior. Embora esta cortina atenda a esse propósito prático, também permitiu a Michelangelo exibir seu virtuosismo e excelente técnica ao usar uma broca para cortar profundamente o mármore. Depois que seu trabalho foi concluído, o mármore parecia menos com pedra e mais com tecido real por causa de sua multiplicidade de dobras de aparência natural, curvas e reentrâncias profundas.

 MICHELANGELO (1475-1564)

Michelangelo esculpiu várias obras em Florença durante seu tempo com os Medici, mas na década de 1490 ele deixou Florença e foi brevemente para Veneza, Bolonha e depois para Roma, onde viveu de 1496-1501. Em 1497, um cardeal chamado Jean de Billheres encomendou a Michelangelo uma obra de escultura para ir para uma capela lateral na Basílica de São Pedro, em Roma. O trabalho resultante - a Pieta - seria tão bem-sucedido que ajudou a lançar a carreira de Michelangelo ao contrário de qualquer trabalho anterior que ele havia feito. Michelangelo afirmou que o bloco de mármore de Carrara que ele usou para trabalhar era o bloco mais “perfeito” que ele já usou, e ele iria polir e refinar este trabalho mais do que qualquer outra estátua que ele criou.

Bibliografia 

Consulta: Simone Martins, mestre em história da arte.


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 PROCEDIMENTOS MÉDICOS DO PASSADO - EXTRAÇÃO DE DENTES 

Para qualquer pessoa que já pronunciou as palavras “os bons e velhos tempos”, este post é para você. 

Farei uma sequência de postagens que farão você feliz por estar vivo no século XXI. Antes de existirem os dentistas e suas especializações em cada área, o tratamento dental era feito de forma amadora e até com certo requinte de tortura. Isso porque não haviam exames para identificar os problemas e tudo era resolvido com a “extração do elemento causador”, sem anestesia e às vezes, com as próprias mãos. 

DENTISTA? 

Quem fazia o trabalho do dentista, quando ainda nem havia essa profissão, na Idade Média eram monges católicos, que também davam seus pitacos na medicina, realizando tratamentos e cirurgias, já que tinham maior acesso ao conhecimento do que a população em geral. Após a Igreja proibir essa prática, quem herdou a função foram os barbeiros, que teriam aprendido a prática com os religiosos.

“Os médicos não queriam colocar as mãos na boca das pessoas. Aí acabou sobrando para os barbeiros se aventurarem nesse ramo, uma vez que eles já eram conhecidos por cuidar da cabeça das pessoas, pois cortavam barba e cabelo”, explica Paulo Bueno, diretor e curador há 11 anos do Instituto Museu e Biblioteca de Odontologia de São Paulo.

Só que, sem os devidos conhecimentos e instrumentos (que em meados de 1840, não existiam), eles realizavam as extrações sem anestesia e na marra. “Se o dente doía, eles entendiam que era uma infecção que precisava de extração. Não sabiam dizer nem que tipo de infecção era e nem conheciam outra forma de curá-la. Na hora de retirar o dente, eles chegavam a estourar a boca da pessoa com instrumentos improvisados e até quebravam outros dentes sadios, era um horror”, relata Paulo. 

1- NA ANTIGUIDADE

Em 2012, foi encontrado na Eslovênia, no Leste Europeu, um dos vestígios mais antigos da existência de um tratamento dentário. Um dente de aproximadamente 6,5 mil anos de idade foi achado com um preenchimento de cera de abelha na coroa. Os estudos mostraram que o material foi aplicado na época da morte do indivíduo, mas não se sabe se foi antes ou depois.

Documentos sumérios feitos em tabletes de argila dão conta que, em 2750 a.C., já havia procedimentos cirúrgicos em mandíbulas. Na mesma época foram encontrados, na região da Mesopotâmia, peças para limpeza dentária, como palitos de metal. 

Alguns dos exemplos mais antigos de cárie dentária foram encontrados em crânios do Egito Antigo. Acredita-se que elas fossem causadas por pães duros e vegetais fibrosos. E nenhuma escova de dente ou artefato de cuidados dentários foram encontrados em qualquer um dos túmulos.

Uma das primeiras explicações para as cáries dentárias foi a ideia de que pequenos vermes ou demônios cavavam os dentes e gengivas. Os sumérios acreditavam que as terminações nervosas eram esses pequenos vermes - as quais tratavam de retirar.

Na Idade Média, as extrações de dentes eram realizadas sem anestesia, em público e por barbeiros. 

Para isso, era utilizado um instrumento amedrontador chamado "pelicano dental" e, mais tarde, uma "chave dental" - fórceps para a extração de dentes. 

2- O PAI DA ODONTOLOGIA

O médico francês Pierre Fauchard, escreveu um tratado chamado O Cirurgião-Dentista e

atuou entre o final do século XVII a princípios do século XVIII, é tido como o pai da Odontologia.

Ele é celebrado pelas explicações científicas da anatomia oral básica e por procedimentos dentários pioneiros, como a eliminação de cáries e transplantes dentários.

Mas ele também recomendava fazer bochechos generosos com... a própria urina. 

3- DENTADURAS DOS MORTOS

No século XIX, os vivos usavam dentes postiços arrancados de cadáveres.

Depois da Batalha de Waterloo, ocorrida na região onde fica a Bélgica, foram retirados os dentes de 50 mil mortos, e isso não era um segredo: essas dentaduras ganharam o nome de "dentes de Waterloo".

4- EVOLUÇÃO 

Porém, para a alegria dos pacientes, a odontologia evoluiu bastante com o passar do tempo. A invenção da anestesia injetável local, em meados de 1910 contribuiu, e muito, para que o sofrimento de quem tinha problemas dentais diminuísse durante uma extração ou tratamento. A partir dos anos 1960 a odontologia deu um impulso tremendo. E as responsáveis por isso foram as grandes guerras, que beneficiaram (ironicamente) o povo com seus avanços tecnológicos. 

E até aquela ideia de que qualquer dor de dente deveria ser tratada com a extração do dente, foi mudada. Essa ideia de sempre se extrair os dentes era coisa dos médicos. A partir de 1960 isso começou a mudar, pois os dentistas começaram a intervir nessas decisões médicas mostrando que era possível tratar o dente sem extraí-lo. Foi aí que os dentistas começaram a ganhar respeito, inclusive dos médicos.  


Extra: 

▪️A pasta de dentes mais antiga de que se tem notícia foi desenvolvida pelos egípcios por volta de 3 mil anos a.C.

▪️A composição incluía mirra, pedra-pome, cinzas e cascas de ovos.

▪️Na Grécia e Roma Antiga, eram usados ossos e conchas de ostras trituradas.

▪️Mais tarde, no século XVI, a pasta de dente adotada na Inglaterra incluía substâncias que nos aterrorizariam hoje, como pó de tijolos, porcelana e talheres triturados, além de conchas de moluscos.

▪️Atribui-se ao empresário inglês William Addis a confecção da primeira escova de dentes, em 1780, usando ossos de vacas e pelos de javali.

▪️A primeira escova comercial surgiu na década de 1930, nos Estados Unidos.

 

Bibliografia 

BARNETT, Richard .The Smile Stealers: The Fine and Foul Art of Dentistry. Imagens: Wellcome Library


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O SURGIMENTO DO ESTUPRO NO BRASIL


Desde que há Brasil, este país inventado a partir de 1500, há crime de estupro previsto em lei. As Ordenações Afonsinas, o código legal que durou até 1513, explicavam como a vítima deveria se portar para registrar queixa: 

_—"Que se alguma mulher forçarem em povoado, que deve fazer querela em esta guisa, dando grandes vozes, e dizendo, ‘vedes que me fazem’, indo por três ruas; e se o assim fizer, a querela seja valedoura: e deve nomear o que a forçou por seu nome."_ 

ESTAR PREVISTO EM LEI, GARANTE ALGUMA COISA? 

Estar previsto por lei, porém, é coisa que ilude. Estupro foi compreendido de muitas formas, punido noutras tantas e evoluiu de forma muito lenta até a legislação atual. A história desta evolução diz muito sobre o Brasil. 

As “ordenações” eram compilações. A reunião de todas as leis que um rei considerava válidas. Valeram as de dom Afonso V por um tempinho e, depois, passaram a vigorar as Ordenações Manuelinas, editadas pelo rei que liderou o "descobrimento". Em 1605 mudou de novo e vieram as Ordenações Filipinas, de Filipe II da Espanha. Tempos de União Ibérica. Mesmo quando o duque de Bragança reconquistou a independência portuguesa, o código foi mantido. É o pacote legal que valeu por todo o período de formação do Brasil, começou a mudar após o Império mas manteve-se parcialmente em vigência até princípios do século XX. 

Assim, no tempo de Cabral, a mulher estuprada tinha de ter presença de espírito para, imediatamente após o abuso, sair gritando pelas ruas que fora vítima do crime e, se possível, citando o nome do criminoso. Talvez muito machucada, possivelmente em choque, e ainda assim obrigada à exposição pública. Se soa bárbaro, piora. Porque para compreender a lei é preciso entender, antes, o lugar do homem e o da mulher naquela sociedade. 

1- CRIME DE HONRA

Veja-se o caso de outro crime sexual previsto pelas Ordenações Filipinas, o adultério. A lei autorizava o marido de uma mulher adúltera que matasse tanto ela quanto seu amante desde que fossem, tanto marido quanto amante, de classe social equivalente. Um homem do povo não poderia matar um fidalgo, embora pudesse requerer dele uma indenização. Tratava-se de um crime de honra. A indenização ou a morte restabeleciam, perante a sociedade, a honra do homem traído. A mulher adúltera, não importava sua classe social, também perdia a honra. Só que de forma irrecuperável. Se o marido traído por adultério poderia perdoar sua mulher, esta era uma escolha dele apenas. A relação, dentro de um casamento, foi legalmente desigual por quase toda história. O marido tinha poder de vida e morte sobre sua mulher e, assim, ele tinha como recuperar a honra. Ela, não. Nem se adúltera, tampouco se estuprada. Não bastasse a violência, a honra da mulher era perdida para sempre. Uma marca indelével. Não à toa, muitas vezes era preferível não acusar o criminoso para evitar a exposição.

2- A PALAVRA DA MULHER VALIA MENOS

E, sim, é claro que piora. "Se alguma mulher for corrupta de sua virgindade por força, de noite ou de dia, bradasse logo no dito ermo: ‘fuão me fez isto’, mostrando logo sinal de corrompimento de sua virgindade". Fuão, a versão arcaica da palavra fulano, dizia a lei Filipina, precisava ser acusado rapidamente. O brado em público imediato tinha razão de ser. Era para permitir a possibilidade de flagrante. A Igreja Católica, origem indireta das leis, desconfiava da mulher. Ela perdia a honra mais fácil e era vista como pouco confiável, um tipo humano cheio de subterfúgios, essencialmente traíra. O crime não podia ficar apenas na palavra de algoz contra vítima pois a palavra da mulher valia menos. O receio é de que, para prejudicar bons homens, mulheres pudessem levantar falsas acusações de violência. Assim, para haver estupro, era preciso que antes a mulher fosse virgem. Estupro marital era conceito inexistente. E uma mulher solteira que já não fosse virgem não tinha honra para que a perdesse.

Porque o crime não era contra o ser humano. Era contra uma entidade abstrata que o ser humano porta: sua honra.

A definição de estupro, portanto, era bem distinta da atual. A mulher era propriedade do marido. Mesmo que casasse por desejo de seu pai quase criança, logo após a primeira menstruação. Uma escrava era propriedade do senhor. Em nenhum destes casos poderia uma relação sexual ser considerada crime. Não havia violação da honra mesmo que houvesse violência.

3- NO DIA A DIA

A vida prática, na colônia, forçava que todos relaxassem a lei. O número de mulheres brancas era muito menor do que o de homens na composição da elite. Em Minas Gerais, centro econômico do país durante quase todo o século XVIII, metade dos habitantes eram pessoas escravizadas. Em 1776, 60% da população era composta por homens. Mulheres brancas compunham apenas 8% dos mineiros. Boa parte dos casamentos entre pessoas livres, portanto, não se dava no papel e os relacionamentos estáveis entre homens brancos e mulheres negras eram a regra, não a exceção. O poeta inconfidente Inácio José de Alvarenga Peixoto casou-se com uma moça tida como uma das mais belas da elite local, Bárbara Heliodora, descendente dos bandeirantes que descobriram o ouro. Já tinham filhos quando finalmente um padre amigo os casou. Outro poeta revolucionário, Tomás Antônio Gonzaga, engatou uma longa relação com Maria Joaquina Anselma de Figueiredo, loura disputadíssima em Vila Rica. Teve com ela um filho e lhe dedicou alguns dos mais bonitos poemas de amor em português. Os historiadores a apelidaram de Marília loura, por ser uma das duas inspiradoras do Dirceu que ele encarnava em versos. Gonzaga era o número dois da administração portuguesa em Minas. Quando o número um, o governador Luís da Cunha Meneses, se mostrou interessado, Anselma virou as costas para o poeta. E este, com raiva, escreveu contra seu adversário as Cartas Chilenas nas quais Meneses se torna o corrupto governador Fanfarrão Minésio. A moça também teve com o segundo namorado outro filho. Nada disso era segredo na capital da província, e a atual Ouro Preto era a maior cidade das Américas. O terceiro poeta, Cláudio Manuel da Costa, jamais casou no papel, mas passou a vida com Francisca Arcângela de Sousa, uma escrava alforriada com quem teve cinco filhos. Xica da Silva, no Arraial do Tejuco, atual Diamantina, pode parecer exceção, mas não era. Metade das casas daquela cidade pertenciam a mulheres que haviam nascido escravas e se envolveram com homens da elite, quase sempre mais velhos, e que lhes deixavam por herança filhos, dinheiro e propriedades.

4- NO DIA A DIA

É impossível julgar, em cada um destes casos, onde há amor e onde há violência. Pois, em troca de sexo, garantiram cada uma destas mulheres não só deixar a senzala, com uma vida mais digna para elas e os filhos. 

Embora a letra dura da lei fosse rígida, o conceito de honra e da liberdade sexual tinha sua fluidez, principalmente no povo, mas até mesmo na elite. Quem sofria particularmente eram as crianças. Quando engravidavam fora do casamento, as mulheres da elite sumiam por um tempo e os bebês recém-nascidos eram colocados nas rodas de expostos de conventos, dados sem muito destino. O primeiro filho de Anselma foi dado a um casal para que o criasse. Quando ela engravidou de Cunha Meneses, o governador a fez se casar com um militar, a quem subornou para assumir a criança. Mulheres negras que porventura ganhassem a alforria sem casar com o antigo senhor tinham só um jeito para o sustento: oferecer o corpo. Em muitas formas que não apenas o estupro, dos mais pobres aos mais ricos, a violência sexual contra a mulher era a norma.

A violência ligada ao sexo, por séculos, foi o pano de fundo do cotidiano brasileiro.

5- O ESTUPRO

O estupro só ganhou o nome de estupro em 1890, quando o Brasil já era republicano. Permaneceu um crime que atingia a “segurança da honra, honestidade das famílias e do ultraje público”. Em 1940, modernizada, a lei o enquadrou entre “os crimes contra os costumes”. Ou seja, o crime ainda não era contra sua vítima e sim contra os valores da sociedade.

É a marca afonsina. Filipina. Colonial. Imperial. Chocantemente velha. A vítima não sofre pela violência brutal. Sofre pelo que vão pensar dela. Uma mulher desonrada.

A civilidade só veio em 2009, quando o Código Penal enxergou estupro como um crime “contra a dignidade sexual”.

Contra a dignidade humana.

Faz onze anos. E isso diz muito sobre nós. 

Por quase toda a história, mulheres que não tivessem um comportamento casto e submisso eram mulheres de quem se devia desconfiar. 500 anos de Brasil pesam sobre nós. Sobre como pensamos. Sobre como agimos, sobre nossos costumes.

Observamos o quanto a história influencia a modernidade, pois até nos dias atuais a mulher é vista como causadora do seu estupro. Ainda vivemos em uma sociedade reacionária que a cada dia faz o passado mais presente.

É assim que nasce a cultura do estupro.


 _Bibliografia_ 

_LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 14ª edição, 20

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GUILHOTINA - A ÚLTIMA EXECUÇÃO PÚBLICA


Ele era um injustiçado? Definitivamente não! A trajetória de delitos começou com pequenos golpes e acabou "evoluindo" para sequestro e latrocínio, Eugen Weidman havia deixado um rastro de seis mortos e, absolutamente todos assassinados de maneira cruel e por dinheiro. 

Normalmente associamos a guilhotina às massas alucinadas que se aglomeravam durante a Revolução Francesa para ver a invenção do doutor Guilhotin trabalhando e cabeças rolando em praça pública, um fato inquestionável é que essa eficiente máquina foi utilizada na França para executar criminosos até bem recentemente. É justamente, da última pessoa a ser decapitada em praça pública com o uso da guilhotina no país que tratarei agora: Eugen Weidmann, em 1939. 

Eugen não era francês, mas sim alemão, e foi condenado à morte depois de uma longa carreira de crimes — e de ter admitido ser o responsável pelo assassinato de seis pessoas. Ele começou a roubar quando ainda era menino, após perder a família na Primeira Guerra Mundial e, com o tempo, a gravidade dos delitos foi aumentando, rendendo a ele uma permanência de cinco anos em uma prisão na Alemanha.

1- AMIZADES PERIGOSAS

Durante o cumprimento de sua pena, Eugen acabou fazendo amizade com Roger Million e Jean Blanc — que também não eram, "flor que se cheire" —, e os três se tornaram companheiros de crime. Quando saíram da cadeia, tiveram a brilhante ideia de sequestrar turistas ricos como uma forma fácil de conseguir dinheiro, mas a primeira tentativa do trio foi patética, já que a vítima, um rapaz jovem, lutou tanto que eles não tiveram outro remédio senão deixar o cara escapar. 

Aliás, logo ficaria evidente que o trio não tinha muito talento para os sequestros, pois, pouco tempo depois, no verão de 1937, Eugen e seus comparsas decidiram raptar uma jovem socialite de Nova York chamada Jean de Koven que estava em Paris visitando familiares. A moça tinha 22 anos, mas acabou sendo assassinada pelos criminosos antes que o pagamento do resgate fosse realizado. 

Depois da turista norte-americana, o trio matou outras cinco pessoas nos arredores de Paris, e todos os crimes também aconteceram em 1937. As vítimas incluíam uma mulher chamada Jeanine Keller, que respondeu a um anúncio de emprego para uma vaga de governanta, o motorista de táxi Joseph Couffy, o produtor teatral Roger LeBlond, um alemão chamado Fritz Frommer, que Eugen havia conhecido na prisão, e Raymond Lesobre, um agente imobiliário.

Apesar da ideia inicial ser de que o trio se dedicasse aos sequestros, eles simplesmente roubavam o dinheiro de suas vítimas e, segundo algumas fontes, a soma total que os delinquentes conseguiram acumular foi de pouco mais de 14 mil francos. Uma ninharia, quando pensamos que seis pessoas foram assassinadas por dinheiro.

2- CAPTURA

As autoridades chegaram a Eugen porque ele, descuidado, esqueceu um cartão de visita no escritório de Raymond Lesobre, e os investigadores simplesmente seguiram a pista. Só que ele não se entregou facilmente, não. O alemão era extremamente agressivo e somente foi capturado depois de trocar tiros com os policiais.

Após a prisão, Eugen confessou ter assassinado as seis vítimas e foi julgado juntamente com seus comparsas por uma corte em Versailles. No fim, Jean Blanc e Roger Million escaparam da pena de morte e foram sentenciados à prisão perpétua — e Eugen foi o único a ser condenado a ser executado em praça pública na guilhotina. 

3- A EXECUÇÃO 

Na verdade, a intenção era de que a decapitação pública servisse de exemplo e desencorajasse a criminalidade na França. No entanto, as autoridades subestimaram a sede de sangue da multidão, pois, no dia da execução, 17 de junho de 1939, o que se viu foi as pessoas indo à loucura diante do espetáculo (bárbaro). Aliás, o alvoroço foi tão grande, que o local da sentença teve que ser alterado e seu cumprimento, adiado em várias horas. 

Mas essas medidas não foram suficientes para acalmar a multidão. A guilhotina foi montada diante da prisão Saint-Pierre, em Versailles e, enquanto Eugen era conduzido até ela, as pessoas não pararam de gritar, assoviar e clamar para o criminoso. 

Como se fosse pouco, de acordo com testemunhas que assistiram à execução, depois de Eugen perder a cabeça, muitas mulheres esperaram até que os policiais saíssem do local para molhar lenços com o sangue do criminoso. 

Nos dias seguintes ao ocorrido, a imprensa francesa fez críticas duras ao comportamento histérico da população. Além disso, o presidente da época, Albert Lebrun, ficou horrorizado com o espetáculo que se formou em Versailles — e proibiu que as execuções públicas fossem realizadas no país. 

Mas vale lembrar que a guilhotina não foi aposentada depois disso. A última pessoa a ser condenada à morte por decapitação na França foi o assassino de origem tunisiana Hamida Djandoubi, em setembro de 1977, e a pena capital só se tornou ilegal no país em 1981.


Bibliografia 

ARBUCKLE, Alex.1939: France's last public execution by guillotine.

Imagens- domínio público

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Foto: Ilustração

A DINASTIA DOS FARAÓS NEGROS

A cena deve ter sido incrível e assustadora. Imagine dezenas de embarcações lotadas de guerreiros descendo o rio Nilo por volta de 730 a.C. O exército havia partido do reino de Kush, na Núbia, território que hoje pertence ao Sudão. Objetivo: conquistar o Egito, já em franca decadência àquela altura. 

SENHOR ABSOLUTO

Quem liderava o ataque era o próprio rei, Piye. No decorrer de um ano inteiro, ele e seus homens derrotaram todos os chefes egípcios que lhes apareceram pela frente. Alguns combates foram especialmente encarniçados. Mesmo assim, as tropas do governante núbio chegaram inteiras até o delta do Nilo. Ao final da campanha, Piye era o senhor absoluto de um império que ia do norte sudanês ao Mediterrâneo. Tornou-se, assim, o primeiro faraó representante de uma casta de núbios que controlaria o Egito antigo por décadas durante o que os historiadores hoje chamam de 25ª Dinastia.

Com a vitória sacramentada, Piye regressou a Napata, na Núbia, trazendo os tesouros  que haviam sido pilhados pelo caminho. Daquela cidade, ele governaria o Egito por 35 anos sem jamais ter seu poder ameaçado. Ao morrer, em 721 a.C., foi sepultado no melhor estilo faraônico: numa pirâmide que havia mandado construir em El-Kurru, no Sudão, junto com seus cavalos favoritos.

SUCESSORES

Depois dele, vieram Shabaka e Taharqa, integrantes da mesma família. O primeiro, irmão de Piye, decidiu transferir o centro do poder para a cidade de Mênfis, em território egípcio. Ordenou a construção de vários monumentos em Tebas e Luxor, que estão lá até hoje. Em Karnak, Shabaka eternizou sua imagem numa estátua de granito rosa na qual ele aparece com uma coroa formada por duas serpentes – simbolizando a unificação do Alto e do Baixo Egito. Taharqa, por sua vez, era filho de Piye e assumiu o trono em 690 a.C., após a morte do tio Shabaka. Notabilizou-se como guerreiro e chefe militar antes mesmo de virar faraó. E encontraria nos poderosos assírios os seus maiores inimigos.

1- DEIXADOS DE LADO

Além de serem personagens historicamente importantes, os faraós negros do Egito deixaram para a posteridade monumentos fantásticos – como as pirâmides de Nuri ou Meroë, bem menos conhecidas e visitadas que as egípcias. Mesmo assim, foram solenemente ignorados ou subestimados por muito tempo. Só nas últimas 5 décadas os arqueólogos passaram a creditar-lhes a devida relevância. O motivo? Preconceito de boa parte dos arqueólogos que monopolizaram as pesquisas sobre o Egito do final do século XIX até a década de 1950.

2- APESAR DAS EVIDÊNCIAS....

Até o famoso egiptólogo americano George Reisner, da Universidade de Harvard, embarcou no racismo. Entre 1916 e 1919, ele descobriu no Sudão as primeiras evidências de que reis núbios haviam conquistado o Egito. Recusava-se, no entanto, a acreditar que pudessem ter sido negros. Preferia a tese de que, embora controlassem um reino de africanos negros e “primitivos”, eles  teriam a pele mais clara – herança de antepassados egípcios e líbios.

3- INQUESTIONÁVEL 

A partir da década de 1960, essa hipótese começou a ser desmontada. Até ser definitivamente arquivada em 2003, quando o arqueólogo suíço Charles Bonnet encontrou em território sudanês 7 grandes estátuas dos faraós negros. Hoje, ninguém mais questiona que o controle dos núbios sobre o Egito foi total. Seu reinado só chegaria ao fim em 670 a.C., com uma ocupação assíria que duraria 8 anos. Ao final desse período, os egípcios passariam a ser governados por Psamtik I, que nada tinha a ver com a dinastia núbia. O Egito ingressaria numa fase de recuperação econômica conhecida como renascença saíta, assim chamada por ter sido liderada pelos soberanos da cidade de Sais.



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POR ETIENE BOUÇAS