OMS não aprova a teoria da imunidade de rebanho.

Foto: bandeira da OMS
Em Genebra nesta segunda-feira dia 12 de outubro em coletiva de imprensa, Tedros Adhanom diretor-geral da OMS, deu um alerta de que, "Não é uma opção deixar o novo coronavírus circular livremente para que a população adquira imunidade coletiva, como alguns vêm sugerindo." 

"Nunca na história da saúde pública a imunidade coletiva foi usada como estratégia para responder a uma epidemia, muito menos a uma pandemia. É científica e eticamente problemático", proceguiu Tedros.

"Deixar caminho livre para um vírus perigoso, do qual não entendemos tudo, é simplesmente antiético. Não é uma opção. A pandemia do novo coronavírus causou mais de um milhão de mortes no mundo desde que o escritório da OMS na China registrou o aparecimento da doença no final de dezembro", acrescentou o diretor-geral.

Tedros Adhanom Ghebreyesus, continuando seu pronunciamento disse ainda que, "A grande maioria das pessoas na maioria dos países pode contrair o vírus. As pesquisas de soroprevalência sugerem que, na maioria dos países, menos de 10% da população foi infectada."

É bom ressaltar que alguns indivíduos que já haviam contraído o vírus e se recuperado, em alguns poucos meses, foram infectados novamente.

"A maioria das pessoas infectadas com o vírus desenvolve uma resposta imunológica nas primeiras semanas, mas não sabemos se essa resposta é forte, ou durável, ou se difere de pessoa para pessoa."

Tedros completando sua fala ressaltou que, "O conceito de imunidade de rebanho é utilizado nas campanhas de vacinação e lembro que, para a varíola, é necessário que 95% da população seja vacinada para que os 5% restantes estejam protegidos. Para a poliomielite, a taxa é de 80%. Reconheço que houve discussões sobre o conceito de alcançar uma suposta imunidade coletiva, permitindo que o vírus se propague",

"Mas a imunidade coletiva se obtém, protegendo as pessoas contra um vírus, e não expondo-as a ele."

Maria Van Kerkhove, responsável pela gestão se pronunciou dizendo que, "Há um forte aumento na taxa de mortalidade com a idade, mas, em geral, aproxima-se de 0,6%. Pode parecer pouco, mas é muito mais alto do que para a gripe."

Já Soumya Swaminathan, diretora científica da OMS, afirmou que há em torno de 40 potenciais vacinas em ensaios clínicos. Destas, dez estão na fase III, a etapa final, que permitirá conhecer sua eficácia e segurança. Alguns grupos farmacêuticos poderão ter dados suficientes desses testes, a partir de dezembro de 2020.

Geraldo Brandão