Sobreviventes do voo da Chapecoense visitam colina onde "renasceram"

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Sobreviventes do acidente aéreo da Chapecoense, Helio Zampier Neto, Alan Ruschel e Jackson Follman, em oração durante homenagem do município de La Unión (Colômbia) a eles e aos familiares das vítimasLuis Eduardo Noriega A./EFE



Os sobreviventes brasileiros do acidente aéreo da Chapecoense visitaram ontem (9) o local da tragédia que deixou 71 mortos, concluindo um capítulo doloroso na ida até a colina do município de La Unión, no noroeste da Colômbia, onde "renasceram". A informação é da Agência EFE.

Os jogadores Alan Ruschel, Helio Neto, Jackson Follmann e o jornalista Rafael Henzel percorreram, ao lado de seus familiares, o morro agora batizado Colina Chapecoense, onde puderam perceber como foi complicado o trabalho de resgate após a queda do avião, na noite chuvosa do dia 29 de novembro do ano passado.

Jackson Follmann, sobrevivente do acidente aéreo da Chapecoense na Colômbia, chega à colina onde aconteceu a queda do avião e agora tem o nome do clube, no município de La Unión, província de Medellín Luis Eduardo Noriega A./EFE

"O que aconteceu foi um milagre. Eu precisava voltar para ver tudo o que aconteceu", disse Follmann.

Os quatro sobreviventes tiveram um momento de intimidade na área em que a cauda do avião caiu, junto com familiares das vítimas, quando realizaram uma oração e fizeram reconhecimento do terreno, na cidade localizada a quase 40 quilômetros de Medellín.

"Não sei como as equipes de resgate fizeram para chegar até aqui. Estou impressionado. Mas hoje este ciclo que se encerra para mim", disse Henzel.

Em sua memória, ficou desenhado cada milímetro dessa montanha onde perderam colegas, amigos e irmãos. Além disso, os telefones celulares serviram para registrar a paisagem verde, cruzes de madeira e pequenos altares que foram formados nos locais em homenagem às pessoas que morreram no acidente aéreo.

Os sobreviventes e as famílias de vítimas também foram aos hospitais onde foram atendidos após o resgate, onde reencontraram os médicos que salvaram os jogadores e o jornalista.

"É um momento especial. Com um abraço, falamos tudo", disse Ruschel, em sua passagem pelo Hospital San Vicente Fundación, agradecendo especialmente ao diretor-médico, Ferney Rodríguez.

Recepção popular

Esse episódio de emoção foi contrastado com a recepção eufórica da população, que entre aplausos, cântico, presentes e fotografias.

"Agradeço a todos que rezaram por nós. De coração, estamos felizes por estar aqui", disse Follmann.

Rafael Henzel, por sua vez, disse estar "impressionado" pois uma grande quantidade de colombianos participou de uma homenagem, apesar da chuva e de um atraso de quatro horas.

"Sou colombiano, nasci em La Unión", afirmou o jornalista, que está pronto para narrar na noite de hoje (10) a partida de volta da Recopa Sul-Americana, entre Atlético Nacional e Chapecoense.

Entrega de objetos

Objetos pessoais recuperados da aeronave foram devolvidos às famílias em um local privado. Chuteiras, relógios, uniformes, documentos e carteiras fazem parte das memórias que os moradores ajudaram a juntar.

"Tenham fé em Deus, acreditem em Jesus Cristo. A vida é muito mais que o que vemos", foi a mensagem que Neto deixou antes de seguir para Medellín.

Da Agência EFE