Delegação dos EUA visita Dalai Lama e alerta para direitos humanos no Tibete

Internacional -
A deputada americana Nancy Pelosi, líder da minoria. e  o Dalai Lama em Dharamsala  Reuters/Douglas Busvine



Uma delegação do Congresso dos Estados Unidos (EUA) visitou nesta terça-feira (9) o Dalai Lama, na Índia, onde vive desde que fugiu do Tibete após a invasão chinesa, procurando chamar a atenção do mundo para a situação dos direitos humanos no país, num momento em que o presidente norte-americano, Donald Trump, empenha-se em estreitar os laços com a China.  As informações são da  Reuters.

A líder democrata na Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, viajou com uma delegação bipartidária até a cidade de Dharamsala, localizada no sopé do Himalaia, que serve de base para o líder budista, de 81 anos. O encontro deve irritar a China, que vê o Dalai Lama como um separatista.

"Ao visitar o Dalai Lama, nossa delegação bipartidária vem em um espírito de fé e paz. Fazemos esta visita para sermos inspirados por Sua Santidade e demonstrar nosso compromisso com o povo tibetano, sua fé, sua cultura e seu idioma", disse Nancy Pelosi.

Momento delicado

A visita dos parlamentares ocorre em um momento delicado para Trump. Durante sua campanha eleitoral, ele retratou a China como uma adversária comercial e manipuladora de moeda, mas agora quer o apoio do colega chinês, Xi Jinping, para conter a Coreia do Norte, que possui armas nucleares.

"Este é meu lar", disse o Dalai Lama, apertando a mão da deputada americana, depois de dar as boas-vindas à delegação em sua residência de madeira. Depois, o líder budista corrigiu-se: "Este é meu segundo lar. Meu lar verdadeiro está do outro lado", disse, referindo-se ao Tibete, que foi incorporado pela China como uma de suas províncias.

“O convidado mais longevo”

Mais tarde, ele refletiu sobre sua vida de refugiado, desde que deixoiu da terra natal, em 1959.  "Aqui, nos últimos 58 anos, tenho sido o convidado mais longevo do governo indiano", disse o líder religioso. "Mas, emocionalmente, [tenho] alguma preocupação com o que acontece nas profundezas do Tibete, e também na China propriamente dita, onde há 400 milhões de budistas."

O Dalai Lama disse que está disposto a visitar a China, mas que isso não é possível enquanto o governo do país continuar a considerá-lo um "divisor perigoso".

Depois da eleição de Trump, em novembro, o Dalai Lama disse desejar se encontrar com o novo líder dos EUA. Mas agora é improvável que o Dalai, vencedor do Prêmio Nobel da Paz, receba um convite para a Casa Branca no futuro próximo - uma honra que presidentes norte-americanos recentes lhe concederam.

Da Agência Reuters Edição: Nádia Franco