Usina Hidrelétrica Belo MonteOsvaldo de Lima/Norte Energia |
“Os empresários da cidade, que mais apoiaram o projeto, foram enganados, porque a empresa e o governo prometerem que todo o material para a barragem seria comprado nas lojas deles e isso não aconteceu”, disse Antônia à Agência Brasil.
As primeiras unidades geradoras da hidrelétrica foram inauguradas hoje (5), com a presença da presidenta Dilma Rousseff.
Insatisfação
A população local não foi convidada para o evento, segundo Antônia. Ela diz que há um descontentamento total da maioria dos movimentos sociais da cidade, especialmente de indígenas, pescadores, ribeirinhos. “Não vemos condicionantes para a melhoria da vida do povo”, ressalta. Outra questão levantada é o assentamento das famílias que foram retiradas de suas moradias por causa da construção da usina.
Para Antônia, ainda há famílias que não foram reconhecidas pela empresa como beneficiárias e não receberam indenização. Ela também critica o saneamento que foi feito na cidade. “A maioria da população de Altamira tem que comprar água para consumir porque a água daqui não presta”, diz.
Antônia também ressalta a insegurança da população com a barragem. “Ninguém sabe qual o futuro de Altamira, se vai alagar tudo”. Segundo ela, o movimento vai continuar lutando contra a construção da usina. “Belo Monte não é fato consumado para nós. Tem muita história ainda pela frente”, afirma.
De acordo com a Norte Energia, empresa responsável pela implantação, construção, operação e manutenção da usina, aproximadamente 14% do total do orçamento de Belo Monte (R$ 25,8 milhões) foram empregados em ações de redução dos impactos do empreendimento nos 12 municípios da área de influência da Usina, como instalação da rede de saneamento básico de Altamira, construção de escolas e unidades de saúde, além do reassentamento da população que vivia em áreas insalubres.
Sabrina Craide – Repórter da Agência Brasil Edição: Kleber Sampaio