Senador diz que Cunha e Temer querem "demonizar" o Estado

POR NOTÍCIAS AO MINUTO



Lindbergh afirmou que os conservadores sempre foram contra o aumento de direitos sociais estabelecido pela Constituição


O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) voltou a criticar o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, que definiu como “golpe”, e o programa Uma Ponte Para o Futuro, apresentado pelo PMDB. Para Lindbergh, o vice-presidente Michel Temer e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, querem pôr em prática um projeto “ultraliberal” e “antipovo” com o objetivo de “demonizar” o Estado de bem-estar social.


O senador frisou que o programa Uma Ponte Para o Futuro, se posto em prática, faria o Brasil retroceder à República Velha, quando, segundo ele, a questão social era tratada como “caso de polícia”. Na opinião de Lindbergh, os conservadores sempre foram contra o aumento de direitos sociais estabelecido pela Constituição, e a proposta do PMDB procura extinguir a necessária vinculação orçamentária para o exercício desses direitos.

"Trocando em miúdos, após se pagar a dinheirama bilionária para cevar bancos e rentistas e se fazer um grande superávit primário, se decidirá se há ou não recursos para pagar saúde e educação devida ao brasileiros. Se não tiver, não se paga, ou se reduz bastante", disse o senador.

Segundo a Agência Senado, além de prever a “precarização” dos serviços estatais e dos programas sociais, Lindbergh Farias também denunciou a tentativa de ataque à proteção trabalhista estabelecida por Getúlio Vargas e de restrição a programas como o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida. O senador fluminense argumentou que o pagamento de juros da dívida desequilibra mais as contas públicas do que os programas sociais. Lindbergh declarou confiar na rejeição do impeachment na Câmara, mas comparou a situação de hoje com a “longa noite de silêncio democrático” iniciada com o golpe de 1964.