Dilma diz que quer transformar Bolívia em "coração energético da América do Sul"

Paulo Victor Chagas – Repórter da Agência Brasil Edição: Nádia Franco


Após se encontrar com o presidente da Bolívia, Evo Morales, a presidenta Dilma Rousseff disse que o Brasil concorda com a meta de transformar o país vizinho em "coração energético da América do Sul". Segundo a presidenta, o governo tem acompanhado com "muito interesse os esforços" que a Bolívia vem fazendo para ampliar sua "bem-sucedida exploração de gás natural".

Dilma e o presidente boliviano almoçam neste momento no Itamaraty. Ao oferecer um brinde a Evo Morales, a presidenta destacou que ele tem sido um "símbolo" na América Latina da "capacidade dos povos de se representarem de forma independente". O Brasil deseja que a Bolívia desenvolva seu potencial de produção e exportação de energia elétrica, afirmou Dilma.

Depois de se reunirem no Palácio do Planalto, Dilma e Morales dirigiram-se ao Palácio do Itamaraty, onde ocorreria o almoço. Enquanto aguardavam a chegada de Evo, o vice-presidente Michel Temer acompanhou e conversou com Dilma, junto com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.

Quando o presidente da Bolívia desceu do carro, em frente à Esplanada dos Ministérios, e se encaminhou para o tapete vermelho do Itamaraty, um pequeno grupo fez um protesto contra ele. Em um tom de voz que dava para ser ouvido de dentro do prédio, um dos quatro manifestantes gritava palavras de ordem como "Sai do Brasil, traficante".

Ao retribuir o brinde à presidenta, Morales não mencionou o ocorrido. Ele agradeceu o apoio de Dilma, e disse que conta com o apoio brasileiro na redução da pobreza por meio de políticas sociais e de transferência de tecnologia. "Nesses momentos, nunca me senti abandonado nem por [ex-presidente Luiz Inácio] Lula [da Silva], nem por Dilma, nem pelo povo brasileiro", afirmou.

Na opinião de Dilma, o presidente Evo trouxe para os bolivianos desenvolvimento social, estabilidade política e desenvolvimento econômico. Mais cedo, ambos concordaram em somar esforços para combater o mosquito Aedes aegypti, que transmite a dengue, a febre chikungunya e o vírus Zika, que pode causar microcefalia em bebês.